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História Let me be your lover - Com certeza


Escrita por: redheadtheory

Notas do Autor


Volteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei...
E aí pessoal como estão?
Espero que tudo maravigold...
Demorou pra caramba, mas pra quem não sabe Cocaine também precisa de mim hahahaha E Cocaine é consumidora total da minha massa cerebral...
Bom, aqui vamos viajar pra Belfast YAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAY... Lugar pequeno, porém incrível... O pôr do sol mais laranja EVER... Foto da capa, claro, O MUSEU...
Loris e Salmão puderam se conhecer um pouco melhor...
Está divertido... Espero que gostem...
Vou deixar um link lá embaixo sobre o museu... Tá em English, mas o que importa são as imagens pra quem quiser ter uma ideia melhor...
Boa leitura!

Capítulo 7 - Com certeza


Fanfic / Fanfiction Let me be your lover - Com certeza

POV Loris

Durante a semana até quinta feira, fiz sozinho as escolhas pra viagem com Salma, mas consultaria ela antes, precisava dos dados pessoais dela pra fazer as reserva do hotel e comprar as passagens.

Na quinta cheguei à casa de repouso e fui logo até a cozinha falar com ela.

E eu ainda não causei um sorriso espontâneo nela, aquilo me incomodava. Ela se aproximou e me encarou esperando que eu falasse algo.

-Oi Salma... Como está o seu humor hoje?-Eu falei tentando quebrar o gelo.

-Cansado... Loris, eu ainda não terminei de fazer o jantar, pode esperar até depois pra conversar comigo ?-Ela revidou.

-Posso, mas quero fazer isso na minha casa... Temos que discutir uns pontos da viagem a Irlanda, vou precisar usar o computador, tem as passagens, a reserva do hotel e eu preciso de você junto...-Eu disse.

Ela respirou fundo.

-Por que não trouxe o computador? Aqui tem wifi...-Salma falou.

-Salma, eu não quero tomar muito o seu tempo aqui, afinal não quero ser o culpado pelo atraso do jantar... Apenas diga sim...-Eu revidei.

Salma me encarou por uns cinco segundos.

-Sim... É até um pouco justo... Já que você sabe onde eu moro...-Ela disse e saiu de volta ao fogão.

Voltei ao salão da casa de repouso um pouco mais animado, eu queria muito que ela me conhecesse mais um pouco, ir à minha casa ajudaria.

Fiquei jogando xadrez com uns dos senhores até o jantar ser servido. E quando pensei que jantaria lá, Salma veio até mim com uma sacola.

-O cheiro está muito bom...-Eu falei e sorri pra ela.

-Vamos... O nosso jantar vai ser na sua casa...-Salma disse mostrando a sacola.

-Como quiser... Mas nós não iremos a pé, você vai no carro comigo...-Eu revidei e peguei a sacola da mão dela.

-Hoje estou um pouco sem escolha mesmo... Vamos...-Ela falou e saiu caminhando em direção à porta.

Segui ela, não nos despedimos de ninguém. Fomos para o carro em silêncio.Entramos, dei a partida e liguei o som.

-Eu escolhi dois hotéis pra te mostrar, o que você gostar mais, fazemos a reserva...-Eu disse.

-Eu durmo em um colchão no chão da sala de um apartamento... Acha mesmo que vou me preocupar com isso? Você que deveria escolher algo que te agrade...-Salma revidou.

-Tá bom, você quem manda...-Eu falei saindo de lá.

-Sou uma convidada...-Ela disse.

-Ansiosa pra conhecer o museu?-Eu perguntei.

-Um pouco... Não me controlei muito essa semana e fiz uma pesquisa sobre ele...-Salma respondeu mais amigável.

-Acho alguma coisa interessante?-Eu revidei.

-Começando pelo tamanho... E como é por dentro...-Ela disse.

-Você viu as fotos? Não é legal?-Eu falei.

-É incrível... Eu não sou uma pessoa de chorar muito, mas é algo que mexe comigo... Então não se preocupe muito se acontecer esse evento...-Salma revidou.

Gostei de ouvir aquilo.

-Eu sei que minha mão está quebrada, mas caso você precise... Estarei disponível pra um abraço...-Eu disse.

-Agora você falou uma coisa que apesar de ser visível eu esqueci... Sua mão está quebrada e você dirige?-Ela falou intrigada.

-Já está bem melhor... Não sinto nada... Dá pra dirigir tranquilamente-Eu revidei.

-Espero que sim... Por que não quero morrer por sua causa...-Ela disse.

-Mas estou indo tão devagar e os ingleses são todos cautelosos... Ninguém vai bater na gente...-Eu falei.

-Eu não dirijo... Então...-Salma revidou.

-Tem medo?-Eu perguntei.

-Não... Não sei e não tenho habilitação...-Ela respondeu.

-Deveria aprender... Não é luxo... É Utilidade... Em caso de emergência, você pode simplesmente ser muito útil...-Eu revidei.

-Pensando assim é verdade... Quem sabe um dia...-Ela falou.

-Posso te ensinar... Aí depois você só tem que fazer a prova...-Eu sugeri.

-É muito gentil da sua parte... Mas, como falei... Quem sabe um dia?-Salma disse.

-Salma... Você não tem nenhuma imagem de futuro? Um sonho de vida? Fora viajar o mundo, morar em lugares diferentes?-Eu falei.

-É muito difícil sonhar depois de ter visto tantas coisas absurdas que já vi... Difícil querer aproveitar um pouco mais a vida... Posso falar que sou conformada, e faço as minhas coisas como consigo...-Ela revidou.

-Assim me deixou curioso, que tantas coisas absurdas você já viu que te prendem demasiadamente no chão?-Eu disse.

Eu sabia um pouco pelo que Jim havia me contado, mas queria que ela falasse.

-Vamos deixar isso pra depois...-Salma falou.

-Tá bom... Sabe o que pensei essa semana toda? Você é cozinheira... Então de hoje até amanhã, a missão de escolher onde vamos comer em Belfast... É toda sua...-Eu revidei.

-Que responsabilidade...-Ela disse e riu.

-Você riu... Pensei que ia ser difícil hoje...-Eu falei.

-Eu não sou tão ruim assim...-Salma revidou me encarando.

-Você vai ter aproximadamente três dias pra  me mostrar isso... Não... Eu já vi que você é adorável... Só ficou assim depois de descobrir que eu sou jogador e tinha namorada...-Eu disse.

-Você terminou mesmo com ela?-Salma perguntou.

-Terminamos... Eu contei à ela, que ficou furiosa... Eu errei feio... Com ela, com você e isso me deixou bem magoado... Por que Annelie não merecia... Nem você... Eu agi como um canalha... Fiquei cego de atração por você... E agora sinto muito por isso...-Eu respondi.

-Não sei se acredito muito que você está magoado por causa disso...-Ela revidou.

-Eu sei que faço muitas brincadeiras, mas eu sou bem sentimental...-Eu disse.

-Ainda não consegui sentir isso...-Salma falou.

-E o que já conseguiu sentir?-Eu revidei.

Salma fez silêncio por um momento.

-Já senti muitas coisas... Mas não espere que uma delas seja amor...-Salma disse.

Eu ri.

-É cedo pra sentir amor... Mas antes tarde do que nunca... Você já se apaixonou?-Eu falei.

-A paixão pra mim é desnecessária... Porém não pense que sou um monstro... Eu já amei alguém...-Ela revidou.

-E o amor acabou? O que não deu certo? Você ficou comigo e achou melhor terminar? Não pode ser aquele cara do parque né?-Eu disse.

-Não... Ele é francês... Estudou gastronomia comigo... E acabou por que ele se interessou por uma espanhola... Eu fiquei devastada... Os franceses são amantes incríveis... Sabem como levar um romance... Mas alguns se apaixonam muito facilmente... Eu senti que amava ele, quando chegou a um ponto em que eu não queria ver, mesmo vendo, que ele tinha outra...-Ela falou.

-Foi por isso que você resolveu levar a vida viajando e variando de moradia?-Eu perguntei.

-Não... Isso foi um plano feito com ele... Quando eu finalmente me dei conta que tinha que terminar com ele... Fiquei com o plano só pra mim... E tem dado certo... E você?Seu plano de vida está dando certo? –Salma respondeu.

-Calma... Você ainda o ama?-Eu revidei.

.-Eu era um pouco boba na época... Dezoito anos...-Ela falou.

-Não faz tanto tempo assim... Quantos anos você tem?-Eu disse.

-Vinte e três... Cheguei á frança com dezessete  e alguns meses... Conheci ele com dezoito... Fiquei lá por dois anos... quando estávamos quase completando  um ano e seis meses... Terminamos... E aí eu conclui meu intercâmbio... E depois comecei a viajar, até chegar aqui...-Salma revidou.

-Por que não ficou na Alemanha?-Eu falei.

-A culinária alemã é bem esquisita... Não me adaptei... Fiquei quase três meses em Berlin... Foi legal... Mas preferi conhecer outros lugares...-Ela disse e riu.

-Bom, meu plano de vida segundo o meu pai deveria ser no MotoCross... Mas minha mãe não concordou... Então veio o meu avô e me incentivou no futebol... E aqui estou... É o que eu amo...-Eu revidei.

-Não posso dizer o mesmo do meu avô...  Vai demorar muito pra chegar?-Salma falou.

-Já estamos na rua da minha casa... –Eu disse.

-Só tem casarão aqui... Coisa de gente rica...-Ela revidou observando a rua.

-A minha não é tão grande... Mas é bem confortável... Eu te mostro tudo... Se quiser conhecer, claro...-Eu falei.

-Já estamos indo lá mesmo...-Salma disse.

Dirigi mais um pouco e chegamos, quando entramos Hugo nos recebeu na sala. Farejou ela.

-Hugo se lembra de você...-Eu falei vendo a cena.

-Oi Hugo... Eu também lembro de você...-Ela revidou e fez carinho nele.

-Como esquecer dela? Não é Hugo?-Eu disse.

-Acho que ele está mesmo é sentindo cheiro de comida em mim...-Salma falou.

-Bem lembrado, já coloco a comida dele... Vamos pra cozinha... Depois te mostro a casa... Pendura seu casaco...-Eu revidei.

-Posso tirar os sapatos? Não gosto muito de andar em casa depois de  ter caminhado com eles meio mundo...-Ela disse tirando o casaco.

-Fique à vontade...-Eu falei pegando o casaco dela.

Pendurei o meu e o dela, e tiramos os sapatos.

Fomos pra cozinha. Coloquei a sacola com o jantar sobre o balcão. Salma ficou apoiada nele e observava tudo enquanto eu colocava a comida do Hugo.

-Bem vinda, Salma...-Eu disse.

-Obrigada... Bela cozinha...-Ela falou indo até a pia.

Lavou as mãos.

-É um pouco inútil pra mim... Não faço muita coisa por aqui...-Eu revidei.

-Dá um pouco de receio usar... Quando eu entro em uma cozinha de restaurante, ressaltando o fato que nunca trabalhei em uma realmente nova, os utensílios já estão bem usados... Então não sinto dó das coisas...-Salma disse e riu.

-Se eu soubesse usar tudo... Eu usaria...-Eu falei.

Salma sorriu e tirou da sacola o nosso jantar embalado. Nos serviu, sentamos e começamos a comer.

-Sabe o que eu acho muito legal em cozinha? Na verdade eu já faço isso naquela minha...-Ela continuou.

-O que?-Eu perguntei.

-Nada de conjunto... Por que se quebramos alguma peça... É mais difícil achar igual... Então quando preciso eu compro pratos diferentes um do outro... Copos ou xícaras... Os talheres e utensílios também, mas esses tem que ter algo que diferencie bem um do outro...-Ela respondeu.

-Interessante isso... Eu pra não ter dúvidas, comprei tudo branco, ou de vidro... Ou prata... Comprei assim... Tive ajuda pra isso...-Eu revidei.

-Gosto disso também... Mas no meu caso... Cozinha pequena... Apartamento pequeno... Vida mais simples... Você deve receber muita gente aqui...-Salma falou.

-É... Às vezes... Amigos mais íntimos, família... Alguns colegas do Liverpool...-Eu disse.

-No apartamento só vai um jogador metido do Liverpool... Jim... Vez ou outra algum cara...-Ela revidou me encarando.

Eu ri.

-Não sou metido... Sou insistente... E a sua irmã e irmão?-Eu falei.

-Foram ao apartamento só pra saber como eu estava morando... De resto, tive que ficar com eles no hotel pra ter um pouco mais da companhia deles... É uma longa história Loris... Não quero deixar nosso jantar tedioso...-Salma disse de boca cheia.

-Você estava muito bonita naquele dia...-Eu revidei.

-Minha irmã é designer... Entende muito de moda, maquiagem... Tendências... Então eu só segui o que ela pediu pra seguir...-Ela falou.

-Vai ser uma coisa rara de se ver então? Não que eu ache que se vista ruim... Mas você se esconde nas roupas que usa...-Eu disse.

Ela riu.

-Você gosta de moda... Vi fotos suas em semana de moda... E a sua ex é modelo... Minha irmã teve um desfile nessa mesma que você foi...-Salma revidou.

-Eu gosto um pouco... Você acha ruim isso? O que sua irmã apresentou lá?-Eu falei.

-Você pode gostar do que quiser... Vamos deixar minha irmã de lado...-Ela disse.

-Posso gostar do que eu quiser... Então isso inclui você...-Eu revidei.

Ela me encarou.

-Fico procurando motivos pra isso... Foi a transa? Por que se tiver sido isso... É só você transar com outra garota que já esquece que transou comigo e podemos seguir nossas vidas...-Salma falou.

-Não é bem assim que funciona comigo... Não vou negar que eu gostei... Eu gostei muito, mas não quero repetir...-Eu disse encarando ela.

Salma parecia confusa.

-Difícil entender isso que acabou de falar...-Ela revidou.

-Se repetirmos... A transa vai ser igual... Prefiro fazer novamente com você, mas de forma diferente...-Eu falei.

-Vou optar por não querer mais falar sobre isso...-Salma disse.

-Então do que quer falar agora?-Eu perguntei.

-Acho melhor comermos do que falar... Depois resolver o que tivermos pra resolver, então eu vou pra casa arrumar a mala e dormir... Por que vou trabalhar no Philharmonic pela manhã pra pagar pelo menos uma das noites que não estarei lá...-Salma respondeu.

-Que responsabilidade... Nem parece você... A que não se importa...-Eu revidei.

-Ainda tenho uma coisa chamada aluguel pra pagar...-Ela falou.

-Você quer ajuda? Já que eu sou o principal responsável por essa viagem...-Eu disse.

-Não se trata só do meu aluguel... Gosto de trabalhar... Quero ficar um pouco mais de tempo no Philharmonic, não ser mandada embora por causa de faltas...-Salma revidou.

-Não podem te mandar embora, você cozinha muito bem...-Eu falei.

-Obrigada... Mas para o restaurante só isso não basta... Precisam de comprometimento...-Ela disse.

-Entendi... Mas agora me diga... Encontrou Jude novamente?-Eu continuei.

-Não... Não faço a menor ideia de onde ele esteja... Não tenho o número dele e não o vi mais pelo Pub... O que pra mim tanto faz, seria apenas uma vez mesmo...-Salma falou.

-Que falta de sorte a sua, Jude...-Eu revidei irônico.

Salma sorriu, aquilo me deixou contente.

-Aposto que Jude quer te socar até hoje...-Ela disse.

-Desculpe Jude... Elas sempre querem os mais bonitos... Nesse caso... Eu...-Eu falei.

-Pelo menos você tem autoestima... Minha irmã disse que você parece  que foi esculpido por anjos...-Salma revidou.

-Vocês conversaram sobre mim?-Eu disse curioso.

-Sim... Que você foi um erro...-Ela falou.

-Ah, Salma... Não foi tão ruim assim, tirando a parte que não te contei tudo sobre mim... E o que mais falaram?-Eu revidei.

-Meus irmãos são muito tranquilos quanto a relacionamentos... Asher achou o máximo... Já que você é jogador de futebol... Mas pra mim esse é o problema... Se fosse um cara normal...-Salma disse.

-Eu sou um cara normal... Faço as mesmas coisas que outros fazem... Só meu modo de ganhar a vida é um pouco diferente... E temos que pensar também até que ponto é diferente... Por exemplo... No time, somos todos iguais... Ganhamos a vida jogando futebol... –Eu falei.

-Você tem certa fama... Chama atenção... Na viagem, talvez você entenda um pouco... Você é inteligente, Loris... Isso me surpreende...-Ela revidou.

Eu sorri.

-Consegui mais um elogio vindo de Salma... Obrigado... E você? Não é?-Eu disse.

-Só um pouco... Ainda não sei por que estou aqui... Por que aceitei a viagem... Penso que é pelo fato da minha vida estar tão monótona...Trabalho, casa de repouso, Pubs, cigarros e raves clandestinas...Acho que meu subconsciente quer fazer algo diferente...-Salma falou.

-Raves clandestinas?-Eu revidei.

-É... Dá pra entender mais ou menos como é...-Ela disse.

-Sim... Mas cigarros, faz certo tempo que não te vejo querer um desde a casa...-Eu falei.

-Acabaram... Vou ter que me aguentar até amanhã...-Salma revidou e riu.

-É difícil?-Eu disse.

Olhei para o prato dela, estava terminando.

-Um pouco...-Ela falou e colocou a última garfada na boca.

Empurrou o prato pra frente.

-Já pensou em parar?-Eu continuei.

-Não... Eu não penso em viver muito... Então...-Ela disse me olhando.

Ela me olhou como me desafiasse a convencê-la a viver muito.

-Nada de perpetuar a espécie?-Eu falei.

-Eu grávida? É a coisa mais impossível de ser imaginada por mim...-Salma revidou.

-Engraçado, você não quer viver muito, mas gosta de cozinhar pra idosos... Não pode falar grandes coisas do seu avô... Muito contraditória... Vamos, Salma... O que você tem pra me contar de verdade?-Eu disse e terminei o meu prato.

-Teremos tempo o suficiente pra trocar informações sobre nós dois durante a viagem... Vou ser gentil agora e lavar a louça...-Ela falou levantando.

Pegou os pratos e foi para a pia.

-Eu posso ser gentil e oferecer suco de uva...-Eu revidei e levantei.

-É o seu favorito?-Salma perguntou lavando os pratos.

Fui até a geladeira.

-Sim... Tem de uva verde... O outro acabou...-Eu respondi.

-Pra mim está bom...-Ela revidou.

Servi suco pra nós dois, esperei ela terminar de lavar e depois  fui mostrar a casa a ela, terminamos o tour na sala, meu computador estava lá, começamos a definir as coisas da viagem. Comprei as passagens, e então começamos a olhar as instalações do hotel.

-Esse hotel é bem legal não acha?-Eu falei.

-Não acho o preço tão legal assim... Não precisamos de um quarto muito caro... Não vamos passar muito tempo nele...-Salma disse.

-Então um quarto duplo mais simples?-Eu revidei mostrando a foto.

-Duas  camas... É... Gosto mais desse...-Ela falou.

-Duas camas... Uma ao lado da outra... Se você sentir medo à noite... Eu permito que deite na minha cama, pra se sentir protegida... Serei o seu Teddy bear...-Eu disse.

Ela riu.

-Você não perde a oportunidade... Acho que o seu humor me faz...-Ela revidou e parou me encarando.

-Faz o que?-Eu perguntei curioso.

-Nada... Pode reservar este... Está ótimo pra nós dois...-Ela respondeu voltando os olhos para o computador.

Fiz a reserva e paguei.

-Ainda estou curioso...-Eu falei.

-E eu estou indo embora... Parabéns pela casa... E nos vemos amanhã... No início da noite, no saguão do aeroporto, em frente ao guichê da companhia aérea...-Ela disse levantando do sofá.

-Eu vou te deixar em casa...—Eu revidei e levantei.

-Não precisa... Vou pedir um táxi... –Salma falou.

-Tem certeza? Eu não me incomodo de ir deixar você... Na verdade, faço questão...-Eu disse.

-Tenho certeza... A partir de amanhã você vai passar muito tempo comigo...-Ela revidou.

Peguei meu celular no bolso e pedi o táxi, fomos para porta e ficamos do lado de dentro esperando. Salma calçou os sapatos e eu ajudei ela a vestir o casaco. O carro chegou em pouco tempo.

-Não pode ir embora sem abraço...-Eu falei e segurei a mão dela.

Abracei e ela retribuiu o gesto. O coração dela estava acelerado. Nos soltamos e ela saiu em direção ao carro, acenei e ela foi embora.

Fui para o quarto em seguida, tinha que arrumar a mala também. E durante a arrumação me dei conta o quanto eu queria impressioná-la. Queria fazê-la mudar de ideia.

Quando terminei, peguei meu computador na sala, levei para o quarto e imprimi os comprovantes da viagem.

Então fui dormir. No dia seguinte fui para o Melwood pela manhã, fazer exercícios pra manter o condicionamento. Contei a Emre sobre a viagem, ele achou loucura, mas me desejou sorte.

Fui pra casa depois do almoço, arrumei as coisas de Hugo e levei ele pra uma clínica. Queria saber como estava os preparativos de Salma. Mas decidi não falar com ela até nosso encontro.

No início da noite fui para o aeroporto como combinado, cheguei e ela ainda não estava lá. Fiquei em pé ansioso por ela. O tempo passava e nenhum sinal de Salma, ouvi o primeiro anúncio do voo.

Fiquei nervoso. Olhei a tela de embarque.

-Consegui...-Ela falou ofegante.

Me assustei.

-Fiquei preocupado... Já fizeram o primeiro anúncio... Vamos fazer o check in...-Eu disse pegando a mala dela.

-Desculpe o atraso... Não saí do restaurante na hora que previ...-Salma revidou me acompanhando.

-Mas conseguiu... Isso que importa...-Eu falei.

Fizemos o check in, não despachamos as malas, levamos como bagagem de mão, e seguimos para a sala de embarque e entramos logo no avião já que estávamos um pouco atrasados.

-Estou cansada... Se importa se eu dormir um pouco?-Ela disse.

-Não, Salma... Fica à vontade...-Eu revidei e sorri.

Ela se ajeitou na poltrona e fechou os olhos, eu queria abraçá-la pra embalar o sono dela, fiquei olhando ela ali, percebi que a minha necessidade era de protegê-la, sem saber o real motivo de tudo. Salma era muito diferente, carência blindada pela forma dela encarar os relacionamentos com os outros.

Acabei dormindo também e acordamos quando a aeromoça nos chamou, havíamos chegado.

Desembarcamos e pegamos um táxi para ir ao hotel.

Fizemos o check in e fomos para o quarto. Ela se jogou na cama assim que entramos. Eu me sentei olhando.

-Enfim, Belfast... –Ela falou  olhando para o teto.

-Você quer dar um passeio agora ou nos poupamos pra amanhã?-Eu disse.

-Eu ainda estou cansada... Poderíamos pedir um serviço de quarto... Junk food... Ficar aqui... Ver TV...-Salma revidou tirando os sapatos.

POV Salma

-Como quiser... E aí pela manhã... Andamos pela cidade... E a tarde... O museu... A noite... Jantamos fora...-Loris falou animado.

-Sim...-Eu concordei e tirei o casaco.

Loris olhava o cardápio concentrado. Ele é realmente bonito, pra mim estava sendo difícil controlar o meu olhar sobre ele. Já que observar alguém é uma das coisas mais prazerosa da vida, mas eu não queria que ele percebesse.

Liguei a TV e peguei o outro cardápio.

-Vou querer algo clássico... Cheeseburger e batata frita...- Ele disse quebrando o silêncio.

Olhei pra ele.

-Pra mim pode ser a mesma coisa... Estou com mais fome do que com vontade de pensar muito no que comer... Pode pedir refrigerante pra mim...-Eu falei.

Ele sorriu pegando o telefone na mesa de cabeceira que separa as duas camas.

-E quer alguma sobremesa?-Loris perguntou.

-Se tiver cheesecake de qualquer coisa...-Eu respondi.

Ele começou a falar ao telefone, fez o pedido e desligou.

-Daqui a pouco chega...-Ele falou e levantou da cama.

Pegou a mala, colocou sobre a cama e abriu, pegou uma roupa e foi para o banheiro.

O cheiro dele tomou conta do quarto, senti meu coração acelerar, um frio na barriga veio junto. Fiquei olhando para a TV procurando respostas pra tantas sensações sem fundamentos, há muito tempo eu não me sentia daquele jeito.

Eu estava tão concentrada nos meus pensamentos que quando ele saiu do banheiro eu me assustei, olhei e havia trocado de roupa. Respeitou o fato de eu estar ali.

-Acho que vou fazer o mesmo o que você... E aí podemos ter uma festa do pijama...-Eu falei levantando da cama.

-Droga, eu não trouxe minhas revistas da Playboy... Devia ter me avisado que teríamos uma festa do pijama...-Ele disse.

-Você trouxe o mais importante... O pijama...-Eu disse abrindo a minha mala.

-Que horas vamos ter a guerra de travesseiros? Antes ou depois do jantar?-Loris perguntou.

-Não sei... Estou em desvantagem em relação à isso... Você é muito grande e tem sua mão quebrada...-Eu respondi.

-Desvantagem? Muito bem lembrada... Você quebrou minha mão... E ainda acha que está em desvantagem? Mas vamos pular essa parte... Prefiro as revelações dos segredos mais íntimos...-Ele revidou e deitou na cama.

Eu sorri pra ele.

-Vou me trocar e então decidimos...-Eu falei e entrei no banheiro.

Me troquei, soltei o cabelo e saí. Loris mexia no computador.

-Festa do pijama sempre tem que ter um filme... E já que a TV do hotel não é a melhor em programação... Vamos de Netflix...-Loris disse olhando pra tela.

-Tudo bem...-Eu revidei colocando minha roupa em cima de uma cadeira.

Então percebi que ele me observava.

-Gosto quando solta o cabelo...-Ele falou sorrindo.

-Já escolheu o filme?-Eu perguntei cortando ele.

-Não... Em festa de pijamas sempre assistem filmes de terror... Mas eu não gosto muito... Quer algo que nos faça rir?-Ele respondeu.

-Por mim tudo bem...-Eu disse e deitei na minha cama.

-Antes ou depois do nosso junk jantar?-Loris revidou.

-Depois...-Eu falei.

-Mas acho que vai ficar um pouco difícil da gente assistir juntos em camas separadas... Computador não é muito grande...-Ele disse sugestivo.

-Tudo bem... Eu vou pra sua cama...-Eu revidei.

Ele sorriu olhando para a tela do computador, então alguém bateu a porta, eu levantei e fui receber o serviço de quarto.  O funcionário entrou e colocou nosso jantar sobre a mesa pequena do quarto, dava pra nós dois. Loris assinou a comanda e o homem saiu. Sentamos á mesa.

-Está com a cara ótima... E o cheiro também...-Loris falou e provou da batata frita.

-Concordo...—Eu revidei e respirei fundo.

-Algum problema bird?-Ele disse e sorriu.

-Bird... Nós nem somos de Liverpool...-Eu falei.

-No momento sim... Viemos de lá... Algum problema?-Loris revidou.

-Não sei ainda... Pronto pra ouvir uma longa história?-Eu disse.

-Sim... Faz parte da festa do pijama...-Eu falei.

-Tá bom...-Eu revidei.

Fui contando sobre minha vida, minha família, meus problemas, minhas decisões. Loris ouvia com atenção, fazia algumas perguntas,pela primeira vez  explanei tudo pra ele.

-Salma, é disso que tem medo? De ser exposta comigo?-Ele perguntou quando terminei.

-Até sendo apenas amigos...-Eu respondi.

-Salma... Eu vou abrir o jogo com você agora... Jim já havia me contado parte do que me falou...-Ele revidou.

Me pegou de surpresa.

-Ah não... O Jim é muito linguarudo...-Eu disse incrédula.

- Ele apenas quis me alertar sobre onde eu estava me metendo... Essa é a história mais louca que ouvi nesses últimos tempos... E eu não estou me importando com nada que pensem ou falem sobre nós dois... Eu quero que sejamos amigos... Nem você deveria se preocupar com isso... Tem sua vida não é? Não depende mais dos seus pais... Você pode ser amiga de quem quiser, incluindo minha... Amiga...-Loris falou.

-Você sabe que não é apenas a minha exposição...-Eu revidei.

-Deixa rolar... Fica à vontade... Faz o que  quiser... Seja como você... Não se importe com tal besteira... Se... Não sei... Se gosta de conversar comigo, mesmo que seja da sua maneira... Converse... Quer ir ao Albert Dock de madrugada, me liga... Que se eu puder, vou com certeza...-Ele disse.

Eu sorri.

-Acho que gosto de conversar com você...-Eu falei.

-Já é um começo... Um hora você me dá a certeza?-Loris revidou e riu.

-Não é qualquer pessoa que pode conversar com o Batman... Uma hora te dou a certeza...-Eu disse e ri.

-Quando você me der certeza disso... Posso te chamar de mulher gato...-Ele falou.

-Sem problema...-Eu revidei.

-Mas e sua mãe, Salma? Deve sentir muita falta dela...-Loris disse.

-Sinto... Estou esperando notícias de que poderei ir visitá-la em Londres...-Eu revidei.

-Torço pra que seja logo... Não é muito bom ficar tanto tempo longe da mãe... A minha vem todo mês...-Ele falou.

-Seu pai também?-Eu disse.

-Sim... E quando eu posso, eu viajo pra visitar minha família...-Loris revidou.

-Agora fiquei um pouco curiosa em saber de onde veio esse jeito...-Eu falei.

-Não veio dos meus pais.... Do meu falecido avô... Eu ficava mais tempo com ele... Já que meus pais trabalhavam...-Ele disse.

-Então seu avô também era uma graça que nem você?-Eu revidei sorrindo.

-Sim...-Loris falou e baixou os olhos por alguns segundos.

-Sente falta dele?-Eu perguntei.

-Muita...-Ele respondeu me encarando.

Seus olhos estavam cheios de lágrimas.

-Você tem razão... É sentimental mesmo com a voz de Batman...-Eu falei.

Ele sorriu pra mim e passou as mãos nos olhos. Terminamos de comer, Loris tirou os pratos e colocou no carrinho que estava do lado de fora do quarto, eu fui escovar meus dentes e ele logo em seguida.

Finalmente deitamos na cama pra assistir o filme, não aguentei ver todo e acabei dormindo lá mesmo, mas pela manhã, acordei, estava coberta e Loris dormia na outra cama.

Eu estava me sentindo leve com ele, sem mais segredos e muito respeito entre nós dois. Levantei e fui ao banheiro,  decidi tomar banho e me arrumar para o café da manhã, terminei e fui até a janela.

-Bom dia, luz do luar...-Loris disse com a voz mais rouca ainda.

-Luz do luar?-Eu revidei me virando um pouco pra olhar ele.

-Eu te conheci a noite... E se eu sou o Batman... Não pode ser raio de sol...-Ele falou.

-Bom dia, Batman...-Eu disse e virei novamente pra olhar pela janela.

-Dormiu bem?-Loris perguntou.

-Como uma pedra... E você?-Eu respondi.

-Dormi bem também... Vou me arrumar pra gente seguir com a nossa programação...-Ele revidou.

Olhei novamente e ele entrava no banheiro. Voltei à minha cama, peguei meu celular e fui olhando o que poderíamos fazer pela manhã. Ele demorou um pouco e saiu do banheiro com a toalha enrolada no quadril.   Desviei meu olhar para o celular novamente, ele mexia na mala, pegou algumas coisa e entrou no banheiro outra vez.

“O que eu estou fazendo aqui com um homem desse porte?” Me perguntei. Loris sendo um ano mais novo do que eu e já era daquele jeito, uma voz forte, bom humor, e pelo visto, inteligente. Sensível também? Até ali mostrava que sim. Errou comigo? Sim. Bonito? Não. Lindo, ainda mais quando sorri. Pensei.

-Salma, Salma... Tomara que você esteja pisando em um campo não minado...-Eu sussurrei.

Segundos depois Loris saiu do banheiro.

-Estou pronto... Só falta o perfume...-Ele falou e foi até a mala.

Levantei da cama e peguei minha mochila, guardei meu celular, fui para a porta. O cheiro dele mais uma vez estava no quarto, senti novamente o frio na barriga e abri a porta, ele veio até mim em seguida.

-Podemos ir ao centro de Belfast agora pela manhã...-Eu disse saindo do quarto.

-Então vamos...-Loris revidou e fechou a porta.

Fomos caminhando até o elevador, quando entramos eu me olhei no espelho, há um tempo eu não me importava em ver se estava bem, mesmo com a pressão da minha irmã eu não ligava e preferia confiar nela. Naquele momento eu me importei e ainda olhei o reflexo de Loris. Ele sorriu pra mim.

-Espero que o café da manhã seja daqueles...-Eu falei me virando um pouco sem graça.

-Se não for... Vamos achar um que seja daqueles...-Ele disse e riu.

-Qual a graça?-Eu perguntei.

-Lembrei de uma piada entre meus amigos... Sobre café da manhã daqueles...-Ele respondeu.

-Qual?-Eu revidei curiosa.

-Não sei se vai querer ouvir... Mulheres geralmente não querem ouvir esse tipo de coisa...-Loris disse me encarando.

-Fala logo...-Eu falei.

-Não é sempre que falamos isso... Mas quando alguém quer falar que ainda fez sexo com garota pela manhã depois de já ter feito durante a noite... Usamos esse termo... Café da manhã daqueles...-Ele explicou.

-Essas conversas másculas...-Eu disse.

Loris riu.

-Não podemos evitar...`Vocês mulheres também devem falar sobre muitas coisas... Incluindo homens...-Loris falou.

-Eu não... Por que não tenho amigas em Liverpool...-Eu revidei.

O elevador parou e a porta abriu.

-E onde estão suas amigas?-Ele disse.

Nós saímos.

-Algumas em Paris... E as poucas que eu tinha em Durban... A amizade acabou quando me revoltei contra o meu pai... Eram filhas de outros exploradores... -Eu falei.

-Salma... Você tem esse anel no seu dedo... É uma pedra preciosa?-Loris revidou.

-É... Foi um presente... A pedra foi um presente de um dos trabalhadores do meu pai... Minha irmã fez o design do anel... O nome dele é  Daren... Sempre que eu ia lá... Conversava comigo... Me contava lendas africanas... Ele tinha carinho por mim... E no meu aniversário de doze anos... Achou essa pedra e me deu... Meu pai viu no momento... Não fez nada... Afinal Daren achou a pedra e me deu... Gosto desse nome... Chamo a joia de o anel de Daren, nascido da noite... Ficava encantada com as histórias que ele me contava... Ele ainda está lá... Gostaria que ele saísse um dia... E comesse alguma coisa que eu cozinhasse...-Eu disse.

Chegamos ao restaurante. Fomos para o Buffet nos servir.

-Você tem esse anel desde os doze anos?-Ele perguntou.

-Não... Minha irmã fez o anel quando eu tinha dezessete, pra eu ter uma lembrança da África na França... E até hoje eu uso... Não posso esquecer nunca dele...-Eu respondi.

-Você é sentimental... E Daren... Daren te encantou... Que cara sortudo...-Ele revidou.

-Sinto falta dele... –Eu falei.

-Daren é um motivo pra você ter um filho... Um nome interessante pra menino... é diferente... Bonito...-Loris disse.

-Você quer ter filhos Loris?-Eu perguntei.

Fomos pra uma mesa.

-Sim... Daqui alguns anos... Quero aproveitar que ainda não tenho e viajar, fazer várias coisas... Tudo tem seu tempo...-Ele respondeu.

-É... Tudo tem seu tempo...-Eu revidei.

-Daren... Se você não tiver um filho, e eu tiver posso colocar esse nome nele?-Loris continuou.

Eu ri.

-Daren... Nome do pai... Loris... Vai ser bem diverso os nomes da sua família...-Eu falei.

-Eu sou Batman... Daren parece muito nome de filho de Batman... Ainda mais que significa Nascido da noite... Tudo se encaixa...-Ele disse.

-Eu deixo você usar... Se até lá eu souber que colocou esse nome mesmo e eu tiver a oportunidade de reencontrar Daren... Eu digo isso à ele...-Eu revidei.

-Ótimo... Vou anotar aqui no meu celular... Daren...-Loris falou pegando o celular.

E realmente salvou o nome nele. Continuamos a conversar, perguntei sobre a vida de jogador, ele me contou sobre a vida profissional dele e a rotina. Terminamos o café e saímos do hotel, fomos ao centro de Belfast. Lá pegamos um ônibus de city tour, estávamos um pouco perdidos do que fazer e olhar. Foi legal,  rimos muito com o guia do ônibus, no final já era a hora do almoço e parada foi em um restaurante.

-Fazia muito tempo que eu não ria como hoje... Minha barriga tá doendo...-Eu falei ao descer do ônibus.

-Eu até que dou muitas risadas no Melwood... Mas hoje... Ri muito também...-Loris disse.

-Aqui é muito bonito para o casal tirar foto... Romântico...-O guia falou bem atrás da gente.

-Ah... Não... Não... Não somos um casal...-Eu revidei.

Loris riu.

-São irmãos? Primos?-O guia perguntou.

-Não...-Respondemos juntos.

-Amigos?-Ele revidou.

-Acho que sim...-Loris disse.

-Mas fazem um casal tão bonito... É uma pena... Deveriam repensar...-O guia falou e saiu em direção á porta do restaurante.

-Pelo menos ninguém me reconheceu... Está vendo Salma? Nem sou tão famoso...-Loris revidou e riu.

-Estamos com sorte...-Eu disse.

Entramos no restaurante, era self-service. Nos servimos e fomos pra uma mesa. Almoçamos e saímos de lá, decidimos ir sozinhos ao museu.

Chegamos lá com ajuda do GPS do celular.

O museu foi construído as margens do rio Lagan, o estaleiro onde exatamente o Titanic foi construído, um quarteirão dedicado ao museu. O prédio em forma de proa do navio, gigante e lindo.

Claro, eu e Loris ficamos um tempo do lado de fora procurando a melhor foto. Na entrada, uma estátua de bronze de um famoso escultor irlandês, Gillespie e o nome enorme, Titanic.

Finalmente  entramos, o hall de entrada também impressionante, bonito e organizado, alugamos um guia de visitação com fones de ouvido. Tinha uma lojinha de presentes, mas preferi deixar para o final.

Fomos para as galerias, no total são nove, a primeira que entramos mostrava a industria naval da Irlanda na época, muito evoluída e rica. Fotos, áudios e réplicas bem interessantes das cabines do navio, desde a mais luxuosa até a mais simples.

 A galeria sobre a construção também era demais. As fotos impressionantes, principalmente quando mostravam a comparação entre o número de funcionários  e o tamanho da construção. Fiquei deslumbrada com tanta informação.

E mais surpresa com uma mini montanha russa que nos leva para dentro da sala de máquinas.

Em outra galeria havia muitos elementos reais do navio, pratarias e o cardápio original do que foi servido na primeira classe no dia do naufrágio.

-Acho que aqui você está realizada... O cardápio...-Loris disse.

-Isso é o máximo... É uma pena que tenha terminado de forma tão trágica...-Eu revidei.

-Você poderia abrir um restaurante e chamar de Titanic... Servir o mesmo cardápio...-Ele falou.

-Já disse que não quero ter um restaurante...-Eu disse.

Ele riu.

Continuamos e encontramos as réplicas das cabines das classes. Na primeira classe era tudo muito clássico e lindo.

-Você tem papel e lápis?-Loris perguntou.

-Hã?-Eu respondi.

-Preciso desenhar você... Mas não tire a roupa... Eu lembro mais ou menos como é...-Ele revidou.

Mostrei a língua pra ele. Tiramos algumas fotos e seguimos pra segunda e quando chegamos a da terceira, extremamente minúscula. Fiquei incrédula. Entramos em uma sala ao lado, e lá passou um vídeo do interior do navio em todas as paredes.

-Nossa... Parece que estamos dentro dele...-Loris falou.

-Estou tendo a mesma impressão... Essa de longe está sendo uma das viagens mais fantásticas que fiz... Obrigada por me convidar...-Eu disse.

-Está sendo um prazer realizar isso... E estou gostando também...-Ele revidou e beijou meu rosto.

Saímos da sala e continuamos nossa exploração. Entramos em outra, nessa há a representação da noite do acidente na parede podemos ler as últimas mensagens enviada pelo Titanic e as tentativas frustradas de socorro bem relatadas e demonstram o desespero dos tripulantes durante a tragédia. E o som ambiente é o código Morse enviado pelo navio.

Mais adiante algumas fotos inéditas dos sobreviventes e da missão de recuperação dos corpos no Mar, lista dos não sobreviventes e fotos. Réplica dos botes salva vidas.

Continuamos e chegamos à uma galeria muito interessante, um cinema onde dá pra explorar os restos do navio debaixo do mar, tela nas paredes e no chão, uma sala com computadores. Pudemos interagir mais, comandando o que queríamos explorar debaixo da água através de monitores touch screen.

-É muito incrível... Muito...-Eu falei sorrindo.

-Você está uma bobona aqui dentro...-Loris disse e riu.

-Aqui no guia... Está falando que vai ter chá no final da tarde... Vamos ficar? Vai ter funcionários a caráter...-Eu revidei.

-Ficaremos...-Ele falou sorrindo.

-Dá até vontade de mudar pra cá...  Nós podemos ir jantar hoje ainda... Tem aqui no guia... Olha sua ideia já foi usada... Rayanne  house serve o jantar do Titanic...-Eu disse e ri.

-Droga... Mas iremos jantar sim... Lá pelas nove...-Loris revidou.

-Por enquanto que não dá a hora do chá... Vamos conhecer o SS Nomadic... É o último navio da White Star Line, mesma empresa do Titanic... Ele serviu como barco auxiliar que levava as pessoas para embarcar no Titanic... É lá fora...-Eu falei lendo no guia.

Peguei a mão dele e fiz me acompanhar para o lado de fora do museu.

Era um navio menor, ¼ do tamanho original do Titanic, totalmente reformado e aberto pra visitação.

Entramos e nos divertimos tirando fotos.

-Olha que legal... Esse Normadic já transportou pessoas como Charlie Chaplin, Elizabeth Taylor, Richard Button e Marie Curie... Também serviu de barco na primeira e segunda guerra mundial transportando soldados em Paris... Restaurante e discoteca?-Loris disse lendo numa placa.

-Acho que era onde os soldados se divertiam...-Eu revidei.

-Que ousados... Plena guerra e eles  em discoteca...-Ele falou indignado.

Eu sorri por causa do jeito dele. Quando saímos de lá fomos para as docas onde o Titanic foi construído.

Tirei umas fotos dele. Loris com um jeito de modelo me fez querer rir, a verdade é que ele saía muito bem nelas. Ficamos ali durante o pôr do sol, já haviam me falado antes que em Belfast era bem laranja, lindo.

-Esse pôr do sol me lembrou do filme... A cena da proa... De braços abertos...-Eu disse abrindo os braços como no filme.

-Será que dá pra subir em cima do museu? Uma foto lá seria fantástica assim...-Loris revidou e me abraçou por trás.

-Acho que estamos misturando filmes demais...Batman com Titanic...-Eu falei tentando me soltar dele devagar.

Ele riu afrouxando o abraço, virei um pouco e nossos olhos se encontraram.

-Talvez se o Batman tivesse aparecido lá... Não teria acontecido nada...-Ele disse quase sussurrando.

-Merda...-Eu revidei e beijei ele.

Ele voltou a me segurar com firmeza, beijando devagar, como se quisesse que continuássemos por muito tempo. Meu coração acelerava, me causando um desespero pra sair dali, eu estava confusa. Empurrei Loris.

-Salma...-Ele falou me olhando.

-Desculpe por isso... Eu perdi o controle... Não vai acontecer novamente...-Eu revidei arrumando o meu cabelo.

Dei as costas pra ele e fiquei olhando o final do pôr do sol. Ele veio para o meu lado e não falou nada.

Então voltamos ao museu e fomos para o chá. O salão réplica do navio, assim que entramos ouvi Loris cantarolando My heart Will go on.

-Loris...-Eu disse olhando pra ele.

Ele pegou minha mão, me girou e então colou meu corpo ao dele.

-“Near, far, wherever you are... I believe that the heart does go on…”-Ele cantou baixo me fazendo dançar com ele.

Eu ri, Loris me soltou.

-O que foi isso?-Eu perguntei rindo.

-Ah, entrei no clima de vez... E tinha que quebrar o gelo do clima estranho que ficou entre nós dois... -Ele respondeu me encarando.

-É como você falou... Estou muito bobona com esse museu...-Eu revidei.

-Tive que dar uma de Titanic e bater no gelo... Quebrar ele pelo menos um pouco...-Loris continuou.

-Pra melhorar... Só um chá...-Eu disse.

-É...-Ele concordou.

O chá foi mais incrível ainda, funcionários a caráter, e tudo muito delicado, a louça branca com o logo da White Star Line. Quando terminamos voltamos ao hall de entrada e fomos à loja.

Peguei um chaveiro, um ímã e uma miniatura do navio  pra mim, tinha muitas coisinhas, Loris pegou  mais do que eu. Quando pagou as compras dele, me entregou um ursinho de pelúcia,  um urso polar vestido de capitão junto com uma caixinha, abri e tinha a réplica do colar da Rose.

-Muito obrigada... Por toda essa experiência...-Eu falei e abracei ele.

-Obrigado por ter despertado em mim esse interesse...-Ele disse.

Saímos de dentro e ainda tiramos mais algumas fotos do lado de fora, estava tudo iluminado e enfim pegamos um táxi e voltamos ao hotel.

-Estou cansada... E imunda...-Eu falei colocando minhas coisas sobre a cama.

-Mas se eu fosse você, já entraria no banho... Pois ainda temos que ir jantar comida do Titanic...-Loris falou mexendo na mala.

-Vou fazer isso...-Eu revidei e tirei meu tênis.

Fui logo para o banheiro, tirei a roupa me olhando no espelho, toquei minha boca lembrando o beijo, o que trouxe a transa a mente também, ele me desejando, me tocando e nossa troca de prazer, aquilo me deu vontade de fazer com ele novamente naquele momento.

Respirei fundo e balancei a cabeça. Está na hora do banho, Salma. Pensei e entrei debaixo do chuveiro.

Demorei o suficiente pra lavar o cabelo, então escovei os dentes e saí enrolada na toalha. Loris falava ao telefone, não dava pra entender, era alemão.

Peguei um pente na minha mala e sentei na cama pra desembaraçar o cabelo. Não me trocaria com ele ali.

-Era a minha mãe... Ligação rotineira...-Loris disse levantando da cama.

-Ela está certa...-Eu falei.

-É... Está tudo bem também... Mas sabe o que não está bem?-Ele revidou.

-O que?-Eu perguntei.

-Não tinha a parte de carga do navio... Não tinha aquele carro do amor que o filme tem...-Ele respondeu e entrou no banheiro.

Eu ri e peguei meu celular, olhei como era o restaurante, que tipo de ambiente iria, e não dava pra ir de Jeans pelas fotos que vi, mas eu estava salva pelo vestido branco que minha irmã havia me dado e eu coloquei na mala junto com o sapato de salto, afinal nunca se sabe quando pode precisar. E eram uma das coisas mais novas que eu tinha pra usar.

POV Loris

Não fechei a porta do banheiro totalmente e enquanto eu tirava a minha roupa, vi Salma de costas sem nada, queria beijar cada tatuagem dela, cada milímetro daquele corpo, mas teria que esperar até ter algum retorno ou ser dispensado por ela novamente, porém depois do beijo que partiu dela, a segunda opção parecia perder forças.

Eu estava cansado, o dia valeu todo o esforço, o passeio havia sido fantástico e nunca imaginaria descobrir tantas coisas interessantes. Tomei banho  sem demorar muito, saí e Salma parecia lutar com o cabelo.

-Não sei por que eu mantenho o cabelo longo...-Ela falou me olhando.

-Por que fica linda com ele?-Eu disse pegando uma roupa na mala.

-E continuo tendo mais trabalho ainda...-Salma revidou.

-Se fosse de manhã... Poderia deixar secar ao natural... Já que não está tão frio... Mas agora... Difícil...-Eu falei.

-Tenho que secar e ponto...-Ela disse.

-Salma, não sentiu falta de nada? Desde ontem? Por que até eu senti...-Eu revidei.

-O que?-Salma perguntou.

-Os seus cigarros...-Eu respondi.

-Ah... Estou respeitando muito o fato de você não fumar...-Ela revidou.

-Muito obrigado... Já se vão dois dias... Poderia parar de vez...-Eu disse.

-Já está querendo demais...-Salma falou.

Eu entrei no banheiro novamente pra me vestir. Fiz isso e sequei meu cabelo com o secador menor que tinha lá dentro.

Terminei antes dela e fiquei esperando deitado na cama.

-Sorte do dia... Levarei uma bilionária pra jantar...-Eu disse olhando ela.

Salma riu.

-Vou corrigir sua frase... Sorte do dia... Levarei um deserdada pra jantar...-Ela revidou.

-Pelo menos você não é a Paris Hilton...-Eu falei.

-Mas se bem que minha irmã conhece ela... É uma cliente da joalheria... Da loja de New York...-Salma disse.

-Sua irmã, designer de joias... Você, cozinheira... Designer de receitas...-Eu revidei.

-E você designer de piadas...-Ela falou.

Eu ri. Salma começou a prender o cabelo.

-Não... Deixa ele solto... Gosto dele solto... –Eu disse levantando da cama.

Ela soltou e se olhou no espelho mais uma vez, então pegou algo na mochila, um batom, passou na boca. Salma usou apenas isso e colocou um pouco de perfume. A simplicidade dela também me atraía. Finalmente saímos do quarto.

-Agora ficou tudo mais claro pra mim sobre a história do Titanic...-Salma falou enquanto caminhávamos pelo corredor.

-Por exemplo?-Eu perguntei.

-A construção começou em Belfast... Ele foi finalizado em Southampton e registrado no porto de Liverpool...-Salma respondeu sorridente.

-Está claro mesmo...-Eu revidei.

-Nem liga pra isso...-Ela falou rindo e me empurrou devagar.

 Puxei ela e abracei. Soltei quando a porta do elevador abriu. Entramos e descemos,  lá embaixo pegamos um táxis e fomos ao Rayanne House pra jantar.

O ambiente com um clima totalmente romântico. Branco e vermelho na decoração, rosas e velas. O garçom nos colocou numa mesa pequena que nos deu muita aproximação.

Nossos olhos pareciam não ter pra onde olhar a não ser um para o outro. Conversamos sobre o cardápio, Salma se divertia com aquilo. Ele sorrindo me dava mais vontade de beijá-la. A boca dela estava voltando a me deixar louco.

-Salma... Você vai me odiar por isso... Mas não aguento mais...-Eu falei segurando o rosto dela com suavidade.

Beijei ela, Salma não empurrou, aceitou meu beijo, senti isso quando ela tocou meu rosto, um alívio tomou conta de mim.

-É o vinho...-Salma disse cessando o beijo.

Ela pegou a taça e deu mais um gole.

-O vinho... Então eu posso falar que o vinho é muito bom...-Eu revidei e ri.

-Shh... Ainda faltam quantos pratos pra gente terminar o cardápio do Titanic?-Ela falou e pegou o script sobre a mesa.

-Três... Eu acho...-Eu disse.

-São três mesmo... E os dois últimos são sobremesas-Salma revidou.

Nós seguimos o cardápio até o final e voltamos um pouco bêbados para o hotel.

No quarto ela se deitou na minha cama.

-Tudo bem... Eu deito na sua...-Eu falei olhando o que o vestido não escondia mais.

-Não... Bem que hoje eu poderia dormir com três ursos... O que você me deu, o seu e você...-Salma disse.

-Agora eu sou um urso?-Eu perguntei pegando os ursinhos.

Entreguei.

-Sim... Meu amigo urso...-Ela respondeu.

Eu ri, tirei os sapatos, me troquei e deitei ao dela.

-Boa noite...-Eu falei.

-Me abraça, urso... Gosto do seu cheiro...-Salma revidou.

-Você vai querer me matar amanhã, mas já que está pedindo...-Eu disse baixo e abracei ela.

Dormimos logo.

Quando acordei, Salma me olhava, como se tentasse ler meus sonhos. Ela estava abraçada com os dois ursinhos.

-Oi...-Ela falou baixo.

-Oi... Está tudo bem?-Eu revidei tocando o rosto dela.

-Vinho tinto me causa dor de cabeça... Esqueci isso ontem...-Salma disse.

-Podemos resolver isso em instantes...-Eu falei.

-Queria um cigarro... Só um... Pra aliviar...-Salma revidou.

-Na loja do hotel deve ter... Vou perguntar ao serviço de quarto...-Eu disse me sentando na cama.

Peguei o telefone e liguei, pedi os cigarros, remédio e o café da manhã, Salma foi para o banho, fiquei deitado mais um tempo até ela sair, então foi minha vez, quando terminei o nosso pedido chegou.

Tomamos remédio, comemos e Salma fumou um cigarro na janela. Depois saímos pra conhecer mais uma atração da cidade. O Titanic memorial Garden, depois ficamos andando pela cidade, entramos em algumas lojas, mas sem comprar quase nada.

No meio da tarde voltamos ao hotel, arrumamos as malas e no início da noite fizemos o check out, seguimos para o aeroporto.

Embarcamos de volta pra Liverpool. Salma não soltava o urso que eu havia dado a ela e quando chegamos. Ela me entregou um pacotinho que estava guardado na mochila.

-O que é isso?-Eu perguntei na calçada do aeroporto.

-Abre... Não chega aos pés do que fez por mim esse final se semana... Mas tem significado...-Ela respondeu.

Abri, tinha um chaveiro e um papel.

-Chaveiro do Batman...-Eu revidei.

 O chaveiro era uma lanterna com o sinal do Batman.

-Você é ele... Precisa disso... Comprei hoje em uma das lojinhas que fomos...-Salma disse.

Peguei o papel e abri.

-“Gosto de conversar com você, com certeza...”-Eu li.

Sorri e abracei ela.

-Obrigada... Mais uma vez... Foi incrível...-Ela falou.

-Foi incrível pra mim também... Obrigado pela companhia...-Eu revidei soltando ela.

Parou um táxi na nossa frente.

-Vou nesse ... –Salma disse.

-Tudo bem... Vou no próximo...-Eu falei.

Ela colocou a mala no bagageiro e abriu a porta.

-Nos vemos quinta na casa?-Ela perguntou sorridente.

-Sim...-Eu respondi.

-Até lá então, Batman...-Salma revidou e entrou.

-Até... Mulher gato...-Eu disse e acenei pra ela.

O  táxi saiu dali e eu entrei no próximo, mais ansioso do que nunca, e não esperaria até quinta pra vê-la novamente.


Notas Finais


E aí? Como foi a experiência???
Me fala aqui quem quiseeeeer... Yupi...
Parece que agora tudo melhorou entre esses dois maluquinhos aí... Loris insistiu e tá funcionando... Já está sendo chamado de urso, já é o Batman pra ela... Então... Ele tá lucrando...
E a lição foi a seguinte... É culpa do vinho.... Sei... Ouviu Salmão? HAHAHAHA
Linkão aqui ó...
https://www.youtube.com/watch?v=kDMoUHsWAyY
É isso gente... Obrigada por acompanhar e até o próximo capítulo!
Beijos!


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