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História Let me be your lover - O que nós somos?


Escrita por: redheadtheory

Notas do Autor


Olha quem já voltou? YAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAY
Salmão e Loris, por que sim...
Bom... Muitas coisas acontecem no cap, esses dois estão se conhecendo mais e mais...
Só que Salmão, é Salmão... Loris é insistente e isso é ótimo... Pois água mole em pedra dura tanto bate até que fura hahahahaah
Espero que gostem!
A capa é uma certa casa que vocês vão saber de quem é no capítulo xD
Boa leitura!

Capítulo 8 - O que nós somos?


Fanfic / Fanfiction Let me be your lover - O que nós somos?

POV Salma

No táxi fiquei pensando na viagem, como havia sido incrível o final de semana, há um tempo eu não me divertia tanto e me dei conta que mesmo não querendo aquilo, Loris me causou um bem estar. Me senti viva com ele, como se um médico tivesse usado um desfibrilador em mim, eu não sabia a real sensação daquilo, mas senti mesmo assim.

Então me senti estranha, não queria me apaixonar por ele de repente. Desde René, não havia amado mais ninguém, e nem tinha raiva dos homens, ainda gostava de me relacionar com eles, pra minha diversão ou de ambos.

Amizade, esse seria o melhor sentimento entre eu e Loris. Pensei. Eu precisava de alguém além do Jim, pra conversar, rir, e até mesmo cozinhar. E Loris parecia bom pra ocupar esse pequeno espaço na minha vida.

Olhei para o ursinho no meu colo e levei ele até o meu rosto, um pouco do cheiro de Loris, na verdade eu estava com o cheiro em mim, no casaco. O frio na barriga voltou e me assustou um pouco. Respirei fundo e tentei tirar ele do foco da minha mente olhando a cidade pela janela.

O carro parou em frente ao prédio, paguei e o taxista saiu do carro pra tirar a minha mala do bagageiro, levou ela até a entrada, agradeci e entrei. Subi as escadas e cheguei ao meu apartamento.

Tudo como eu havia deixado, tirei o casaco e o sapato na entrada e fui direto para o meu colchão. Deitei esticando o meu corpo, fechei os olhos na intenção apenas de relaxar alguns minutos, mas acabei dormindo pra valer.

Acordei com a claridade entrando pela janela, olhei a hora, quase sete da manhã.  Levantei pra ir ao banheiro e voltei a me deitar novamente, liguei a TV e fiquei olhando pra ela distraída, meu pensamento era apenas a viagem e todos os bons momentos dela.

Um tempo se passou e a fome bateu, fui tomar banho, então me arrumei e saí, tinha que fazer compras, minha cozinha estava praticamente vazia.

Comi pela rua e comprei pouca coisa, voltei ao apartamento, arrumei a cozinha e depois desfiz a mala. Coloquei o ímã do Titanic na geladeira e a miniatura sobre o balcão.

-Pena que se eu for me mudar outra vez, não tenho como levar tudo...-Eu falei olhando a miniatura.

Então observei meus braços, as tatuagens eu levava pra todo lugar. Fui então apressada até o quarto onde eu guardava as minhas coisas e economias.

Peguei a bolsa do dinheiro pra olhar quanto ainda me restava depois de ter tirado um pouco pra viajar até a Irlanda. Umas cinquenta libras deve dar, pensei.

Peguei uma jaqueta, saí do quarto, tranquei e caminhei até a porta do apartamento, calcei meus sapatos e fui ver um velho conhecido.

No caminho, recebi uma mensagem de Loris:

“Como você está hoje?”

Eu:

 Muito bem e você?

Loris:

Bem... Um pouco cansado ainda... Foi uma viagem bem agitada...

Eu:

Estou cansada também, mas a vida continua...

Loris:

Está difícil sair da cama pra mim... E tenho que ir buscar o Hugo... O que faz no momento, Salma?

Eu:

Hugo deve estar sentindo sua falta... Estou andando na rua... Mais digitando aqui do que andando na verdade... Vou fazer uma tatuagem nova...

Loris:

Tatuagem??? Salma! Uma coisa assim, deve convidar os amigos!

Eu ri.

Eu:

Então, vamos começar a conversa novamente... Olá Loris, como vai você? Espero que bem...  Eu estou indo fazer uma tatuagem nova, gostaria de me acompanhar?

Loris:

Se você puder me esperar, por que vou demorar um pouco... Me arrumo e saio pra te encontrar, depois de tudo eu vou buscar o Hugo...

Mandei o endereço pra ele e diminui mais o passo pra chegar ao estúdio. Era no centro e eu já morava nele.  E caminhando me senti nervosa por estar indo encontrar Loris novamente.

Andando eu parei em frente a uma vitrine de uma loja de roupas, pra olhar o meu reflexo. Soltei o meu cabelo e tentei fazê-lo arrumado ali, não tive muito  sucesso, mas deixei solto e continuei o caminho.

Passei em uma loja de conveniência e comprei cigarros, percebi que estava fumando menos e só naquela hora senti vontade de fumar. Cheguei ao local antes dele, fiquei na calçada esperando, ele demorou, eu já estava impaciente quando ele chegou.

-Tive que estacionar um pouco longe daqui... E vir andando... Me perdi eu acho... Mas consegui chegar...-Ele falou sorrindo.

-Sem trabalho hoje?-Eu perguntei.

-Só no meio da tarde... É aqui que vai fazer a tatuagem?-Ele respondeu olhando pelo vidro.

-Sim... Vou fazer uma âncora... E o nome Titanic...-Eu revidei.

-As chaminés ficariam legais também... Em qual lugar do corpo vai fazer?-Loris disse.

-Ainda não sei... No braço... Um pouco acima do bacon... Não muito grande...-Eu falei empurrando a porta.

Entramos.

-O seu nome não se pode ser esquecido... Ele é bem diferente... Salma não é?-O homem falou.

Eu lembrava do rosto dele, mas o nome não.

-Sim... Salma... Infelizmente eu não lembro o seu nome...-Eu disse.

-Claro que não lembra...-Loris sussurrou atrás de mim e riu.

-Bill... Eu sou o Bill...-O homem falou sorrindo.

-Olá Bill...-Eu revidei.

- Olá... Em que posso ajudá-los hoje?-Bill perguntou.

Eu me aproximei e Loris olhava tudo em volta, desenhos fotos, a decoração.

Eu expliquei a Bill o que queria fazer, ele pegou um catálogo e me mostrou o desenho de algumas âncoras.

-Ainda acho que âncora não é uma boa ideia, Salma... Chaminés do Titanic ficariam melhor... E você escreve o nome embaixo delas... Âncora pode ter o significado de firmeza, mas também de atraso...-Loris falou mexendo no celular.

Então me encarou.

-Eu vou simplesmente fazer quatro chaminés?-Eu revidei.

-E talvez um desenho muito sutil do navio... Tem papel e lápis aí?-Loris disse.

-Sim...-Bill falou, pegou e entregou a ele.

-Você achou mesmo que eu estava brincando quando eu pedi pra fazer o seu desenho lá no museu? Sim, Salma... Eu desenho... Não muito,  mas gosto e fiz aulas de desenho na escola...-Loris continuou enquanto desenhava.

-Você quer que eu tatue um desenho seu?-Eu revidei incrédula.

-Confia em mim, Bird... É mais ou menos assim...-Loris falou me mostrando o papel.

Ficou bom o desenho, dava pra entender que era o Titanic mesmo sendo simples.

-Vou fazer... Gostei... Mas onde?-Eu disse olhando pra ele.

-Bem aqui... Acima da dobra do seu braço...-Loris revidou sorrindo e tocando meu braço.

-Fica visível... Da pra ver que você entende e gosta de tatuagem...-Bill falou pegando o desenho da minha mão.

-Ainda quer fazer mais alguma, Loris?-Eu perguntei.

-Até agora não me apareceu nenhuma ideia nova... Mas eu ainda na entendi por que resolveu do nada fazer uma tatuagem...-Ele respondeu.

-Por que se eu me mudar, fica mais fácil levar a lembrança comigo... E eu não quero esquecer que já fui ao maior museu do Titanic...-Eu revidei.

-É compreensível... E não vai esquecer que fez essa viagem comigo...-Ele falou e sorriu.

-Penso em tirar o bacon... Vão ser várias sessões, mas penso muito em tirar... O pedaço de bolo também...-Eu falei.

-Por que quer tirar o bacon? Era a mais interessante até agora que você vai fazer o meu desenho...-Loris revidou.

-Eu estava bêbada quando fiz o bacon...-Eu disse.

-Culpa do vinho?-Ele perguntou risonho.

-Nem lembro o que bebi no dia...-Eu respondi.

-Acho que só beijos podem culpar o vinho...-Ele revidou me encarando.

-Sim...-Eu concordei um pouco sem graça.

-Tudo pronto... Pode sentar aqui, por favor, Salma...-Bill nos interrompeu.

Sorri para Loris e fui até onde Bill estava. Ele começou a área do meu braço direito, Loris sentou  perto de mim do lado esquerdo.

-Qualquer dor... Estou aqui...-Loris falou.

Bill passou o desenho para o meu braço e começou a tatuagem, na primeira agulhada e apertei a perna de Loris com a mão esquerda. Ele  colocou a mão esquerda sobre a minha e apertou com suavidade.

-Mesmo acostumada, ainda é um pouco chata essa parte da dor...-Eu disse.

-Eu sou um pouco esquisito pra dor... Tenho certa resistência... Tem que ser muito, muito forte pra que eu não aguente...-Ele revidou..

-Isso é coisa de Batman...-Eu falei.

Ele sorriu.

-E como você é a mulher gato... Tem um corpo e pele mais delicados... Mas isso não significa fraqueza... –Loris disse fazendo carinho na minha mão.

-Seus pais devem ter muito orgulho de você... Sabe dizer as melhores coisas pra uma mulher...-Eu revidei.

-Não tão orgulhosos agora, por que traí a Annelie... Mas meu pai me ensinou que devo ser sempre muito gentil com as mulheres... Ele mesmo diz que faz bem pra alma e para o coração... Eu me sinto bem assim, e acho que  o que ele diz é verdade...  As mulheres podem nos levar do céu ao inferno... Então é melhor tratar bem... Pra sempre ser levado ao céu...-Ele falou.

Eu e Bill rimos.

-É verdade... Podem nos levar do céu ao inferno...-Bill concordou.

-Mas ficar sem elas... Ou sem uma delas... Pelo menos pra mim... É bem horrível... Já elas... Podem ficar muito bem sozinhas...-Loris continuou.

-E essa mão Karius? Quando fica boa?—Bill perguntou.

-Ainda não sei exatamente... Mas estou me cuidando... –Ele respondeu.

-Você torce para o Liverpool, Bill?-Eu falei.

-Sim... Não sou fanático... Mas estou a par dos acontecimentos...-Bill disse.

-Ah e pra deixar claro... Nós somos amigos... Eu e Loris...-Eu revidei.

-Estou vendo...-Bill falou e riu.

-Amigos para siempre means you’ll always be my friend...-Loris cantou e riu.

Apertei a perna dele novamente por causa da dor.

-Tem um  ex-jogador do Liverpool... Daniel Agger... Que além de amar tatuagens... Aprendeu a fazê-las... Se não me engano ele tem o próprio estúdio... Não pensa em ter um Loris? Já que gosta e sabe desenhar?-Bill falou.

-Nunca pensei sobre isso... É uma ideia boa... Posso ler um pouco sobre isso depois...-Loris revidou.

Continuamos a falar das tatuagens e os significados, demorou umas duas horas pra Bill terminar a minha, não era tão grande, porém os detalhes, por poucos que era, deram um pouco mais de trabalho.  Paguei as cinquenta libras e saímos de lá.

-Vai buscar o Hugo agora?-Eu perguntei.

-Vou... Quer ir comigo? Ou está ocupada?-Ele respondeu.

-Posso ir...-Eu revidei.

-Não... Quer ir comigo? Foi isso que perguntei, não se poderia ir...-Loris disse me olhando.

Parecia ter prazer em tentar me dobrar.

-Tá bom, eu quero ir com você...-Eu falei encarando ele.

-Ótimo... Eu quero que venha comigo... Almoçamos juntos?-Ele revidou sorrindo.

-Almoçamos juntos...-Eu disse.

-Você escolhe o lugar... Eu pago...-Loris falou.

-Podemos ir ao Mowgli... A comida é boa... Compramos, pedimos pra viagem... E vamos comer no Sefton Park... O que acha?-Eu revidei.

-O parque vai ser ótimo para o Hugo... E ao meu ver pra você também... Gosta do Sefton Park...-Ele falou.

-Sim... É um dos meus lugares preferidos daqui...-Eu disse.

-Pegamos o Hugo... A comida e seguimos para o parque...-Loris revidou.

Chegamos ao carro, depois de pegar Hugo na clínica, fui guiando Loris até chegarmos ao restaurante, escolhemos a comida e seguimos para o parque, sentamos na grama pra comer enquanto Hugo explorava um pouco o lugar.

-O que está achando da comida?-Eu falei curiosa.

-Boa... Muito boa... É meio que impossível não gostar dos lugares em que você indica pra comer... Primeiro que você entende do assunto e segundo você cozinha...  Aliás, bem que você poderia me dar umas aulas... Não faço quase nada... E a cozinha lá... Se desejar... Eu pago por elas...-Ele revidou me encarando.

-Gosta de esbanjar dinheiro não é Loris?-Eu disse.

-Você quando era bilionária, não fazia isso?-Loris falou.

-Não... Eu e meus irmãos, tínhamos direito a tudo, porém nossos pais adoravam investir nos nossos interesses educacionais pra que a gente tivesse criatividade, visão de futuro... Tanto que apesar da gente ter que andar com segurança, ter aulas de defesa pessoal, aula de tiro, seguir horários... Nossa independência era incentivada, até os dezessete anos era realizar os afazeres domésticos, pouca coisa, mas fazíamos... Nosso quarto era  nossa responsabilidade, nossas  coisas também... Com dezessete era a vez do intercâmbio, nós todos fizemos... Na área que desejamos...-Eu revidei.

-E faculdade? Todos fizeram? Você não... Mas os outros? São o orgulho do seu pai?-Ele continuou.

-Fizeram... Depois do intercâmbio... Faculdade... Praticamente o trabalho que meus irmãos tiveram, foi apenas escolher o que queriam cursar... E o nosso pai pagou...-Eu disse.

-Só você que não fez... Por que cortou o cordão umbilical...-Loris falou.

Concordei com a cabeça.

-De resto todos os meus oito irmãos fizeram tudo como foi mandado...-Eu revidei.

-OITO?!?-Ele exclamou com os olhos arregalados.

-Todos da mesma mãe e pai... Somos nove...-Eu confirmei e ri.

-TV pra que? Se você pode transar... Melhor entretenimento...-Loris disse.

-Meus irmãos favoritos são Asher e Ruthie... Os outros não gostam mais de mim... Desde que comecei a me rebelar...-Eu falei.

-Talvez eles achem melhor você distante... É uma pessoa a menos pra receber a herança... Caso aconteça algo com seu pai...-Ele revidou.

-Até parece que não tem a minha mãe... Ela viva... O dinheiro é todo dela... Tudo fica pra ela... Meu pai disse uma vez bêbado  em um jantar de família... Nunca esqueci disso.. . Bom, quatro irmãos meus trabalham com meu pai entre várias funções... Zvia minha outra irmã, mora em  Dubai, claro e essa sim só gasta... Mas já ouvi falar que ela tinha casado com um cara rico lá... Ruthie é a designer de joias... Asher administrador... Ajuda ela... Os dois vivem mais em New York... Meu pai é essa coisa... África, Rússia e agora Londres...  Ai... São muitas questões envolvidas... Prefiro ser eu, me entende?-Eu disse.

-Engraçado... Eu tive uma vida bem mais simples na infância até a adolescência.... Trabalhei muito pra chegar aqui e ter tudo o que tenho... E você simplesmente fugiu de uma vida que muita gente gostaria de ter...-Loris falou.

-Não vê? Minha família vive em função do dinheiro... Somos nove irmãos... E é cada um para o seu lado... Exceto os cinco que estão em Durban... Mas até minha mãe passa mais tempo sozinha do que em família... Meu pai viaja muito... E não sei por que ele não decidiu morar na Rússia ainda... Lá ele faz e acontece...-Eu revidei.

-É... Você tem razão... Você falou em morar na Rússia agora... Lembrei de um pouco mais cedo lá no estúdio... Você falou em mudança... Está pensando nisso novamente?-Ele disse.

-Não é que eu pense... Eu simplesmente faço... Posso acordar um dia e não querer mais estar aqui... Não sei por que isso te incomoda tanto, se jogadores de futebol a qualquer momento podem ter que se mudar...-Eu falei.

-É uma questão totalmente diferente... Claro que pode acontecer a qualquer hora, mas ninguém vai embora sem mais nem menos e sem falar nada a ninguém...-Loris revidou.

Eu levantei irritada.

-Claro que pode... As pessoas têm seus motivos e nem sempre gostam de falar... Mas e você? Se fosse se mudar amanhã, o que falaria pra mim?-Eu disse e saí dali apressada.

Loris não me entende ainda. Pensei chateada com ele. Poderia acontecer dele ir embora a qualquer momento também, e se eu fosse presa a Liverpool por algum motivo? Ele iria gostar disso?

E por que estou pensando nisso, se somos independentes um do outro? Me perguntei.

Saí do Sefton park, peguei um ônibus e fui para o apartamento. Nem tinha terminado de comer o almoço e simplesmente saí.

Decidi lavar as roupas sujas da viagem, comecei , mas falhei, ter feito a tatuagem incomodou, depois decidi me arrumar para o trabalho, segui minha rotina normal da noite até a madrugada, quando saí do expediente Loris me esperava na calçada.

-Boa noite, Salma...-Ele falou me olhando acender um cigarro.

-Não se cansa de mim?-Eu perguntei.

-Não sei se exatamente de você, mas eu estou bem cansado... Depois do nosso almoço não terminado... Eu fui para o meu trabalho e tive muito esforço por lá, já deveria estar na cama... Mas como alguém me fez uma pergunta pessoalmente, e eu não sou homem de responder por mensagem... Vim até aqui falar com você... Mas espero que não saia correndo como o Usain Bolt antes que eu diga alguma coisa...-Loris respondeu.

-Estou ouvindo...-Eu revidei encarando ele.

-Primeiro respira, Salma... Não gosto de te ver tensa... Nós fizemos uma viagem maravilhosa... Era pra estar tudo bem... –Ele falou.

Eu respirei fundo e me aproximei mais, encostei no carro ficando ao lado dele.

-E agora?-Eu disse.

-Melhorou um pouco... Escuta...-Loris revidou.

Mas fomos interrompidos pelos meus colegas saindo do restaurante conversando alto, mas baixaram o volume ao nos ver ali.

Um deles trancou o restaurante Finalmente ficamos a sós.

-Acho que agora você pode falar...-Eu falei.

-Salma, o que eu te falaria se tivesse que me mudar amanhã... Eu te chamaria pra mudar junto comigo... Por que você não está presa aqui, você com certeza iria gostar da ideia... E eu aceitaria o fato de que você alugaria um apartamento na nova cidade... Afinal nós somos amigos e até um pouco desconhecidos e aposto que seria uma aventura descobrir a nova cidade com você... Acho que você seria única a querer fazer isso de imediato... Como disse, sem pensar... Nem meus pais me acompanham... Você faria como fez quando aceitou viajar comigo pra Belfast... Você falaria sim...-Ele disse olhando para o céu.

Então olhou pra mim.

-Loris... Eu estou muito cansada... Poderia, por favor, me levar pra casa?-Eu falei.

-Está tudo bem entre a gente agora?-Loris perguntou.

-Isso responde?-Eu respondi abraçando ele.

Senti sua mão deslizando pelas minhas costas, o cheiro bom dele novamente me atacou e senti o frio na barriga.

-Responde... Vamos... Vou deixar a Bird no apartamento...-Ele falou.

Soltei ele, entramos no carro.

-Obrigada...-Eu disse colocando o sinto.

-Você falaria sim, mas não por que não tem escolha, e nem faz o que os outros querem... Falaria sim por que estaria sendo você mesma... Estou falando logo isso, antes que sua mente comece a ter ideias do outro mundo...-Loris continuou e deu a partida.

-E se eu falasse não?-Eu perguntei.

-Eu arrumaria os motivos pra te convencer... Poderia ir primeiro... Te chamar pra uma visita a minha casa nova...-Ele respondeu.

-Está muito difícil pra eu entender toda essa situação... Por que não faz sentido algum você querer estar próximo de mim...-Eu revidei.

-Já ouviu falar numa coisa chamada atração? É isso que tenho por você... Então se acostume...-Loris falou.

-Ainda é difícil aceitar isso...-Eu disse.

-Por que eu não estaria atraído? Você é bonita... Me chamou atenção pelo modo de viver... Me fez ficar curioso... E também foi uma das pessoas que conheci aqui sem ser reconhecido... Me trata como uma pessoa normal...-Ele revidou.

-Vamos falar de outra coisa... Antes que a gente brigue e eu tente me jogar do carro em movimento...-Eu falei.

-Está trancado... Você não vai conseguir abrir assim... Voltando... Não sente atração por mim sem estar sob o efeito do vinho?-Loris disse.

Eu respirei fundo.

-Podemos falar de outra coisa, por favor?-Eu revidei.

-Podemos... Vamos nos ver agora somente quinta, tá bom? Vou te dar um espaço... E eu bem sei a resposta da minha pergunta...-Ele falou.

-Tudo bem...-Eu concordei.

-Tem algo programado para o final de semana?-Loris perguntou.

-Vou trabalhar... Como sempre... Já não fui dois dias... Então esse final de semana tenho que ir...-Eu respondi.

-Mas no sábado depois que trabalhar... Posso ir te buscar... Alguns amigos estão pra chegar aqui... Queria que conhecesse eles... De verdade, já que no dia que eles foram ao restaurante comigo, você não foi amigável...-Ele revidou.

-Não sei se é uma boa ideia conhecer seus amigos... –Eu falei.

-São aqueles dois, Samir e Hani... Já fui ao restaurante com eles...-Loris disse e riu.

-Vou pensar...-Eu revidei.

-Já é um começo... Aproveita e pensa em mim também...-Ele falou.

-Como se fosse fácil tirar você da cabeça...-Eu sussurrei sem pensar.

-Que bom que já pensa muito em mim...-Loris disse.

-É melhor eu me calar de vez...-Eu falei.

Loris parou o carro em frente ao meu prédio.

-Sabe o que é bom pra calar de vez uma pessoa? Sem matá-la...-Ele revidou soltando o sinto.

Virou pra mim e se aproximou.

-O que?-Eu perguntei olhando nos olhos dele.

-Isso...-Loris respondeu e me beijou.

Não empurrei ele, eu não consegui até que ele cessou o beijo e continuou me olhando. Aqueles olhos cor do céu, me olhavam procurando alguma resposta minha, fez carinho no meu rosto por alguns segundos em silêncio.

-Nos vemos quinta, Loris...-Eu sussurrei soltando o cinto.

Ele sorriu e se afastou. Abri a porta e saí, ele esperou que eu entrasse no prédio.

Subi as escadas pensando no beijo. Mais uma vez eu estava abalada com aquilo.

POV Loris

Fui pra casa um pouco convencido de que Salma estava mexida comigo. Quando cheguei, Hugo me recebeu. Ele me cheirava e abanava o rabo.

-Sentindo o cheiro dela, Hugo? É a Salma... Você gosta dela? Deve gostar, por que na maioria das vezes... Mas ela tem um cheiro bom também quando não está trabalhando, se tudo der certo, você vai vê-la novamente no final de semana...-Eu falei animado.

Subi com ele para o quarto, me troquei, escovei os dentes e fui dormir.

No dia seguinte fui cedo para o Melwood, tinha que conversar com o médico e o fisioterapeuta. Antes parei no refeitório pra tomar café da manhã, or rapazes iam chegando. Emre se serviu e sentou ao meu lado.

-Não deu pra gente conversar quase nada ontem... Como foi a viagem?-Ele disse.

-Foi boa... Tranquila... Divertida... Interessante...-Eu falei pegando meu celular sobre a mesa.

Abri as fotos.

-Interessante como?-Emre perguntou sorrindo.

-Ela se abriu mais comigo... Conversamos , nos conhecemos mais... Salma tem um história de vida bem louca... Se você souber, vai ficar em choque...-Eu respondi.

Emre olhou o relógio.

-Temos tempo e sou todo ouvidos... –Ele revidou.

-Acho melhor não falar nada dela, Salma pode não gostar, é complicado... Olha aqui as fotos...-Eu disse.

-Humm... Guardando segredos...-Emre falou olhando.

-É o que os amigos fazem...-Eu revidei.

-Amigos... Me engana que eu gosto... Ela parece mais feliz nessas fotos...-Ele disse.

-Somos amigos ainda Emre... Ela não é tão fácil assim... E claro que está feliz... Salma é fascinada pelo Titanic... Até eu estou começando a ficar...  Ela fez um tatuagem ontem...-Eu falei sem dar muitos detalhes.

-Amigos ainda...  Que já foram aos finalmente, que quebra a mão... Namorada e inimiga pra que né?-Emre revidou e riu.

-Viramos essa página... Somos amigos agora... E ainda rola uns pequenos atritos, por que ela não é fácil nem pra ser amiga... Mas eu sou paciente...-Eu disse.

-E você está doido pra virar a página em que estão... Apaixonado, Loris?-Ele falou me encarando com um sorriso sugestivo.

-É uma pergunta difícil de responder... Porque eu sei  que estou atraído por ela...  E ao mesmo tempo... Não sei nem como explicar... Me sinto bem com ela, por que é desafiadora... Nossas conversas são uma batalha... As vezes eu venço, as vezes ela...-Eu revidei.

-Ela é bonita... Tem uma beleza natural... Olhos amendoados, a pele , os traços... Não vou comentar do corpo pra não te irritar...-Emre disse.

-Falsa magra... Não vou mentir, esse fator também me atrai muito...-Eu falei.

-Ela tem irmãs?-Ele perguntou rindo.

-Tem, duas mais velhas... Salma é a mais nova de oito...-Eu respondi.

-Uau... Oito?!? Loris, você está bem encrencado... Cinco irmãos? Se você fizer algo com ela... Eles com certeza vão vir atrás de você...-Emre revidou.

-Não vão... Conheci pelo menos um... E ele gostou de mim, eu acho... Os outros com certeza nunca vou nem ver... Estão na África... Não querem saber da Salma... Só esse Asher que ainda gosta dela... E Ruthie...-Eu falei.

-Assim você me deixa mais curioso sobre essa família... Ela não mora sozinha aqui?-Ele disse.

-Sim... Quando ela autorizar a falar dela... Eu te conto mais um pouco... Agora vou lá conversar com o médico... Tudo indica que vou tirar isso aqui da minha mão hoje...-Eu revidei levantando.

-Boa sorte...-Emre falou.

Saí de lá e fui para o departamento médico, conversei um pouco com o médico e o fisioterapeuta.

O médico tirou os pontos e o fisioterapeuta me deu um imobilizador pra me dar um pouco mais de firmeza enquanto não recuperava ela de vez.

Então fez uma sessão comigo de manhã e a tarde eu fiz fitness.

Pela semana fui melhorando cada vez mais, falando com Salma apenas por mensagens, ela estava amigável, na quinta noite fui à casa de repouso, antes de falar com o pessoal, segui logo pra cozinha.

-Boa noite...-Eu falei ao entrar.

 Ninguém se importou muito com a chegada, mas Salma sorriu ao meu ver, largou o que estava fazendo, lavou as mãos, secou e veio até mim.

-Boa noite...-Ela disse m encarando.

-Acho que alguém está de bom humor hoje...-Eu revidei e abracei ela.

-É que hoje estamos fazendo algo que gosto muito de fazer... Sua mão... –Ela falou pegando minha mão e olhando.

-Tirei os pontos... Agora está apenas imobilizada e banhos estão bem mais fáceis... Está preguiçosa ainda, mas ela acorda qualquer hora... Estou trabalhando pra isso... Mas o que está fazendo hoje?-Eu disse.

-Jim me deixou fazer conchinhas de macarrão recheadas pra entrada... E eu deixei ele fazer o tal do Scouse Dish como um dos pratos principais... E eu fiz arroz e suflês também... Acho que você pode me ajudar um pouco, vem...-Ela revidou me puxando.

Acompanhei, Jim não estava lá, mas apareceu pouco tempo depois. Ajudei Salma com as conchinhas de macarrão, ela ainda fritou elas e me deu a primeira pra eu provar.

-Salma... Você é um talento perdido mesmo... Está muito bom...-Eu falei de boca cheia.

Ela sorriu.

-Vou fazer um molhinho pra gente comer junto com essa espécie de bolinho...-Salma revidou.

-Nossa... Dá vontade de não parar de comer isso aqui... Faz o molho sim...-Eu disse.

-Então olha aí... Não deixa queimar...-Ela falou apontando pra panela.

Salma saiu de perto, foi andando pela cozinha.

-Que milagre é esse? Você e Salma sem clima estranho...-Jim disse ao se aproximar.

-Ela é difícil, mas não impossível... E adorável...-Eu revidei e ri.

-Quando ela quer... Salma é carente... De amor, atenção... Cuidado... Ela não quer transparecer isso... Mas é o que ela é... Porém, que bom que as coisas melhoraram entre vocês... Por que eu como amigo da Salma, só penso no bem dela...-Ele falou.

-Eu como amigo dela penso a mesma coisa, meu caro Jim... Experimenta isso aqui... E olha a panela... Por que eu sou um desastre na cozinha...-Eu disse.

Jim riu e foi olhar a panela, então experimentou.

-Não é que ficou bom mesmo... Sinto muito em informar, mas se você não tiver cuidado... Seu corpo vai ficar largo na companhia dela...-Jim continuou.

-Eu já percebi isso... Não sei como ela consegue... Por que Salma não faz exercícios e come muito... E fuma...-Eu falei pensativo.

-Fuma... E tem a genética dela... Ela falou que tirando o pai dela... Todos são magros... E as mulheres se parecem muito... E o pai nem é tão gordo...  Salma diz que tudo que ela come vai pra bunda dela...-Jim disse rindo.

-Esse detalhe que Salma come de tudo... É uma das melhores coisas, a gente pode ir a qualquer lugar e ela não vai ficar contando calorias... Mas eu gostaria que ela parasse de fumar...-Eu revidei.

-Tenta... Ela puxa o canivete pra você...-Ele falou.

-Posso jurar que ela não vai fazer nada disso comigo...-Eu disse e peguei mais uma conchinha empanada.

-Como é? Estou perdendo o posto de amigo favorito?-Jim perguntou risonho.

-Acho que naquele coraçãozinho murcho, cabem dois amigos favoritos...-Eu respondi observando Salma voltar.

-Parem de comer... É para os moradores da casa...-Ela falou segurando várias coisas.

-Imagina vender isso aqui no Albert Dock dia de domingo... Porções com 6... Vendidos a 5 libras... Você ficaria trilhonária... Seu pai ia aprender como não é preciso explorar ninguém pra ficar rico... Ops... Acho que falei demais...-Jim disse.

Salma encarou ele séria.

-Até parece que Loris não me contou que você falou minha história pra ele... Já sabe de tudo...-Salma revidou.

-Ótimo... Agora vou ter com quem questionar sobre as suas escolhas de vida  na sua cara...-Ele falou implicante.

-Aí sim eu me tornarei o amigo favorito dela...-Eu disse.

-Vai terminar o seu Scouse... E olha os suflês...-Salma continuou.

Jim riu e nos deixou a sós novamente.

-Scouse sempre tem no Melwood... É gostoso... Como de vez em quando...-Eu falei.

-Virando inglês mesmo...-Ela revidou olhando a panela.

-É... Na verdade, voltando a ser... Por que já morei em Manchester antes...-Eu disse.

Ficamos na cozinha até terminar tudo, jantamos no salão com todo mundo. Na hora da sobremesa ficamos na cozinha.

-Acho que comi demais... Não vou aguentar a sobremesa não...-Salma disse sentando no balcão.

-Só um pouco... Você tem que manter esse corpo...-Eu revidei colocando minhas mãos sobre as coxas dela.

Ela riu.

-Se meu estômago fosso como minhas coxas eu aguentaria...-Ela falou me encarando.

-De verdade... O jantar estava uma delícia... E eu também não vou aguentar a sobremesa... Só se fosse outra coisa...-Eu disse e toquei o queixo dela.

Salma tirou a minha mão.

-Eu aguento um cigarro...-Salma revidou.

-Tanta coisa boa, pra você ser viciada... E você gosta logo de um cigarro...-Eu disse.

-O médico me diz a mesma coisa...-Ela falou descendo do balcão.

-Ah, ela vai ao médico... E como está o seu processo para chegar à morte? –Eu revidei.

-Lento... Meu pulmão está um pouco danificado, na verdade o meu sistema respiratório está... De resto, eu sou bem saudável, não tenho nada... Vou lá pra fora... Me acompanha?-Salma disse.

Concordei com a cabeça, saímos da cozinha, passamos no escritório  onde ela pegou o casaco com os cigarros e fomos para o jardim.

-Então, Salma... Posso confirmar sua presença na minha casa na madrugada de sábado para domingo?-Eu falei.

-Dessa vez não...  Vou trabalhar na hora do almoço do domingo... Então... Precisarei dormir... Serão dois turnos no domingo... Pra compensar os dias que faltei...-Ela disse enquanto fumava.

-Então iremos ver você lá...-Eu revidei.

-Faça o que quiser... O Philharmonic é aberto ao público...-Salma disse e riu.

-Então serão três espaguetes com frutos do mar feitos pela Salma...-Eu falei.

-Só pede isso...-Ela revidou e riu.

-É o que você faz lá... Ou faz outra coisa? –Eu disse.

-Ah... Depende do dia...  Só que o espaguete ficou famoso... Mas quando precisam de ajuda pra fazer outras coisas... Eu ajudo...-Salma falou.

-E no almoço? Como ficam as pessoas quando você não está lá?-Eu perguntei.

-Tem outro cozinheiro que faz tão bem quanto eu...-Ela respondeu.

-Aposto que não é tão bom...-Eu revidei.

Ficamos conversando no jardim, sem nenhuma troca de carinho, Salma não deixou eu chegar muito perto dela. Quando terminou o cigarro, nos despedimos e eu fui embora.

No final de semana Samir e Hani chegaram e no domingo fomos comer no Philharmonic.

-Você só quer saber de comer aqui agora... Loris...-Hani disse ao sentar a mesa.

-Você sabe o motivo, Hani... É mulher...-Samir revidou e riu.

-A comida que ela faz...-Eu falei.

-Comida que ela faz... Ou a que ela te dá?-Hani continuou.

-A que ela faz... Por que não me dá comida alguma...-Eu disse.

-Ela é difícil?-Samir perguntou.

-Até pra beijar... Mas eu estou bem paciente em ser amigo dela...-Eu respondi.

-“Just friends”... Não se acredito em você não, Loris...-Hani revidou.

-Eu já falei que viajei com ela e não rolou nada além de que? Dois beijos? Dois beijos e alguns abraços...-Eu falei.

-Mas você já ficou com ela antes... Então... Não pode reclamar muito...-Samir disse.

-É que eu acho ela uma delícia... E quero ter o gosto novamente... E Salma não é fast food... Se me entendem... Ela não merece esse tipo de relacionamento...-Eu revidei.

-Samir... Acho que tem alguém apaixonado... E não é pouco...-Hani falou.

-Tenho certeza que tem alguém apaixonado... Se declara pra ela Loris...-Samir disse.

-Só se for pra ela me mutilar com uma das facas da cozinha...-Eu continuei e ri.

-Aah... Uma paixão não correspondida... Seus lindos olhos não convenceram?-Hani disse se divertindo.

-Idiota...-Eu falei rindo.

-Annelie não quer nem falar com a gente... Acha que encobrimos a sua traição... Por que mulheres são loucas?-Samir revidou.

-Amigos, eu gostaria de não falar sobre Annelie aqui... Quer dizer... Em nenhum momento quero falar dela... É difícil pra vocês ouvirem... Só que acabou... Não quero revirar isso dentro de mim...-Eu disse.

-Tudo bem...-Hani falou.

Lewis veio nos atender, fizemos os pedidos e um tempo depois Salma mesmo veio deixar os pratos prontos.

-Oi Salma...-Eu disse sorrindo encarando ela.

-Oi... Oi amigos do Loris...-Ela revidou sorrindo.

-Esse é o Samir... E esse é o Hani...-Eu falei apontando pra eles.

Os dois apertaram a mão de Salma.

-Como você está hoje?-Eu perguntei.

-Meu humor?-Ela respondeu e riu.

-Também...-Eu revidei.

-Estou cansada, ontem foi bem puxado... E hoje está sendo também... Samir e Hani... Ele sempre pergunta do humor de vocês também?-Ela falou e olhou pra eles.

-Não... –Os dois disseram juntos.

Eu ri.

-Ele nunca perguntou isso pra mim... Deve ser exclusividade sua...-Hani falou.

-Você é a única que pode falar do seu humor pra ele...-Samir disse.

Salma me olhou, sorri pra ela e toquei a mão dela encostada na mesa.

-Quer carona pra casa hoje?-Eu perguntei quase sussurrando.

Hani e Samir pegaram os celulares, tive a impressão que eles queriam sair correndo dali.

-Hoje vou querer... Por que minhas pernas não aguentam mais... Imagine aí voltar pra casa de madrugada...-Salma respondeu.

-Estarei aqui...-Eu revidei.

-Certo... Bom, eu tenho que voltar pra cozinha... Samir... Hani... Foi bom vê-los... Loris... Até mais tarde... E bom apetite...-Ela disse  e saiu.

-O que foi isso? Loris não flerta na nossa frente...  Não que a gente possa escutar...-Hani falou.

Eu ri.

-Eu só perguntei se ela queria carona pra casa... Salma não é digna de ir pra casa sozinha à noite...-Eu disse e comecei a comer.

-Vamos comer... Encerrar esse assunto mulher...-Samir revidou.

Nós continuamos a conversar durante o almoço, pagamos a conta e fomos andar por Liverpool.

 No início da noite eles voltaram pra Alemanha, fui buscar Salma de madrugada, e não consegui nada, porém era muito visível o cansaço dela. Ela mal conseguia me olhar com os bem abertos. Deixei ela no prédio e fui embora quando ela entrou.

Durante a semana nos falamos mais por mensagem, na quinta fui para a casa de repouso no início da noite como sempre, fui até a cozinha e parecia uma bagunça.

-Jim, cadê a Salma?-Eu perguntei.

-Boa pergunta... Onde está a Salma... Ela sumiu... Me encontrou hoje de manhã pra fazer as compras... Depois foi pra casa... E aí deu a hora dela chegar e não apareceu até agora...-Ele respondeu irritado.

-Ligou pra ela?-Eu revidei pegando meu celular.

-Claro... E o pior... Ela montou um cardápio com uma coisa que só ela sabe cozinhar... Estou aqui me virando pra fazer um milagre...-Jim disse.

-Ela disse o que?-Eu falei preocupado.

-Nada... Ela não atendeu... Tenta ligar aí...-Ele disse.

Liguei algumas vezes, deu fora de área.

-Vou até o apartamento, pode ter acontecido alguma coisa com a Bird...-Eu falei  e saí de lá.

Peguei o carro e fui apressado até lá. Apertei a campanhinha do apartamento dela e nada. Um morador ia saindo e perguntei dela, Salma havia saído com a mala há algum tempo.

Liguei novamente pra ela, tive a impressão que estava fugindo.

Salma atendeu.

-Salma onde você está? Jim está louco por que sumiu... E não atende...-Eu falei.

-Desculpa... Tive que desligar meu celular pra carregar mais rápido... Loris, estou indo ver minha mãe... Meu pai viajou,  ela está em Londres... Então eu posso ir agora...-Ela disse.

-Londres? Está indo como?-Eu perguntei sem acreditar muito.

-Acabei de embarcar no trem...-Ela respondeu.

-Londres mesmo Salma?-Eu revidei.

-Sim... E vou tentar ficar em algum lugar não tão caro no bairro da casa dela... Hampton...-Ela falou.

Salma parecia nervosa.

-Por que não avisou antes, Salma?-Eu continuei.

Entrei no carro.

-Eu soube há pouco tempo que poderia ir pra lá... Só arrumei a mala, olhei a hora do trem pra Londres... E saí...-Salma disse.

-Em qual estação você vai descer?-Eu revidei.

-Acho que é  Euston...-Ela falou.

-Preciso de uma certeza...-Eu disse.

-É Euston... Mas pra que ter certeza.?-Ela revidou.

-Pra que eu possa te encontrar com facilidade...-Eu falei.

-Mas... Você... Loris...-Ela disse.

-Quero ter certeza de que não está fugindo... Me espera lá se chegar primeiro... Vou fazer a mala e pegar o primeiro voo...-Eu revidei.

-Loris, não precisa... Eu vou voltar...-Salma falou.

-Você me falou que sempre ia embora sem avisar, acabou de fazer isso... Então, eu vou te encontrar...-Eu disse.

-Vou demorar umas três horas pra chegar... Esse trem vai passar em Manchester...-Ela revidou.

-Ótimo... Terei tempo de sobra, vamos nos falando...-Eu falei e desliguei.

Acelerei e cheguei logo em casa, liguei pra Emre e pedi pra ele vir pegar o Hugo e  ficar com ele até a minha volta, arrumei a mala e segui para o aeroporto.

Comprei a passagem para o primeiro voo que tivesse pra Londres. O jeito que ela estava no telefone me preocupou.

Esperei uma hora pra embarcar, mais uma  e meia pra chegar, no aeroporto peguei um táxi e pedi que me levasse à estação.

Lá comecei a procurá-la e a achei sentada, havia um homem próximo dela, em pé, ele era grande, meia idade e usava uma roupa mais social, um casaco preto, pesado, longo.

Cheguei perto, Salma levantou apressada e me abraçou com força.

-Estou aliviado de te ver aqui... Pensei que tinha ido embora...-Eu falei.

-Podemos ir agora, Senhorita Winnie?-O homem disse.

-Evin... Esse é o Loris... Loris... Esse é o Evin... Meu fiel escudeiro...-Salma revidou.

Evin estendeu a mão pra mim. Apertei.

-Você está bem Bird?-Eu perguntei enquanto Evin pegava a mala dela.

Segurei a mão de Salma, estava fria.

-Estou... E sem saber muito bem explicar isso, mas estou feliz com você aqui...-Ela respondeu um pouco tímida.

-Pra onde nós vamos?-Eu revidei abraçando ela novamente.

-Evin disse pra eu escolher um restaurante, vai nos deixar lá... Depois buscar minha mãe em um evento e levá-la pra me encontrar... É uma surpresa...-Salma disse.

-Evin é o?-Eu falei.

-Meu ex-segurança, ex-motorista, meu amigo...-Ela revidou.

-E por que Senhorita Winnie?-Eu continuei.

-É meu último nome... Vem da minha avó... Evin sempre gostou mais de Winnie... Achava Salma muito forte pra uma criança...-Ela explicou e riu.

Saímos dali. Do lado de fora da estação, esperamos um pouco até que Evin aparecesse com o carro que estava estacionado um pouco mais distante. Entramos.

-É seu amigo, mas não esboça um terço de felicidade?-Eu sussurrei no ouvido dela.

Ela sentiu cócegas.

-Você não viu quando nos encontramos... Ele me levantou do chão... E meio que choramos...-Salma disse me olhando.

-O que você disse de mim pra ele?-Eu perguntei mantendo o tom baixo.

-Que tinha um amigo louco vindo me encontrar...-Ela respondeu.

-E ele?-Eu revidei curioso.

-Apenas disse tudo bem... Mas perguntou se era de confiança... E eu falei que não... Evin disse tudo bem do mesmo jeito... Por que se algo der errado... Ele resolve o problema... Então, Loris... Comporte-se...-Salma disse querendo rir.

-Mas Salma... Quando viajou comigo nem se preocupou...-Eu falei.

Ela riu, eu não tinha visto ela daquele jeito ainda, era felicidade por ir encontrar a mãe.

Um tempo depois Evin parou o carro, nós dois descemos e Salma falou com ele pela janela alguns segundos. Então ele saiu novamente.

Entramos no restaurante.

POV Salma

-Eu prefiro que a gente fique separados agora... Pra não assustar minha mãe...-Eu falei encarando ele.

-Tudo bem... Eu sento ali... E assisto de longe... Mas estarei disponível pra conhecer ela, se quiser...-Loris disse tocando meu rosto.

Eu estava feliz com ele ali, acalmou mais o meu nervosismo de encontrar minha mãe.

-Obrigada...-Eu revidei sorrindo. Loris se afastou de mim e sentou numa mesa, enquanto eu fui pra outra, o garçom atendeu ele e outro também veio até mim. Pedi uma água, veio em pouco tempo.

Ficamos nos olhando de longe, então peguei meu celular e começamos a conversar por ele. Até que senti que ela havia chegado. Olhei pra entrada e minha mãe estava lá em pé e um pouco confusa. Linda, vestido longo, elegante como eu sempre a enxergava. Levantei, ela me viu e abriu um sorriso imenso, caminhou apressada até a mesa, meus olhos se encheram de lágrimas, ela tocou meu rosto e me abraçou com força.

-Minha filha querida...-Ela falou.

-Oi mãe... Eu vim te ver...-Eu revidei ainda abraçada a ela.

-Deixa eu te olhar...-Ela disse me soltando.

-A senhora está linda... Evento importante?-Eu falei.

-Essas coisas sociais que tenho que ir no lugar do seu pai pra me enturmar com o pessoal inglês... Salma... Pelo menos está comendo... Não está magra... Mas e essas olheiras meu amor? Parece cansada, pequena...-Ela revidou e tocou meu rosto novamente.

-Eu trabalho, mãe... Mas incrível... A senhora está muito bem...-Eu disse e comecei a chorar.

-Meu amor... Vem cá... Estou morrendo de saudade de você... Continua linda...-Ela falou me abraçando novamente.

-Sinto muito sua falta também, mãe...-Eu revidei.

-Venha pra casa... Fique com a gente... Você sabe que seu pai te aceita com todo amor... Coloca esse orgulho de lado, amor da minha vida...-Ela continuou.

Me soltou e  me encarou.

Eu respirei fundo e sentei.

-Não, mãe... Não vou pra casa...-Eu falei.

Minha mãe sentou.

-Quero tanto que volte... Que surpresa maravilhosa você ter vindo... Evin me trouxe aqui, desconfiei um pouco, mas só acreditei quando te vi... Fiquei com muita inveja de Asher e Ruthie quando me falaram que você foi vê-los...-Ela continuou e pegou minhas mãos.

Fazia carinho olhando nos meus olhos.

-Evin é quem me ajuda... Não sei o que vou fazer sem ele quando ele se aposentar...-Eu disse.

-Evin te adora... Então, meu amor... Morando em Liverpool? Pelo menos é mais perto de mim agora... Até eu posso ir pra lá vez ou outra...-Ela revidou.

-Sem o papai saber, a senhora pode ir... Por enquanto estou lá mesmo... Gosto da cidade...-Eu falei.

-Está com fome? Podemos pedir alguma coisa...-Ela disse.

-Mamãe... Não foge... Me pai já sabe que moro lá?-Eu revidei.

-Ele só sabe que está na Inglaterra... Não sabe o lugar... Asher não quis contar a ele... Só falou pra mim depois...-Ela falou.

-E o meu pai?-Eu perguntei.

-Foi pra África... Volta semana que vem e vai pra Rússia... E aí eu irei com ele... Não confio nas mulheres da Rússia...-Ela respondeu.

-Podemos nos ver o final de semana inteiro então?-Eu revidei.

-Sim... Ficarei sozinha em casa... Asher e Ruthie estão em New York, os outros você já sabe... Salma, tem um rapaz ali que não para de olhar pra gente...-Ela falou e olhou devagar para a direção de Loris.

-A senhora está maravilhosa... Quem não olharia? E estou com fome...-Eu disse.

-Do mesmo jeito... Não foge não... Vamos pedir algo pra você... Mas Asher me mostrou a foto dele... Que lindo, filha... O seu namorado...-Ele revidou.

-Namorado? Asher não sabe ficar quieto...-Eu falei.

-Como disse Ruthie... Esculpido por anjos... Asher me mostrou a foto, falou que ele andava atrás de você... Então se agora ele está aqui e olhando... É por que está namorando...-Minha mãe disse e chamou o garçom.

-Não é meu namorado... É apenas meu amigo...-Eu revidei.

-Tá bom, meu amor... Eu nasci ontem também... Escuta, nós somos israelenses, temos nossos costumes... Mas não tem problema caso ele não seja circuncidado... Pode namorar, sempre fomos liberais quanto a isso...-Ela falou.

O garçom veio.

-Eu vou querer lasanha à bolonhesa... E mãe... Eu não sou israelense sou Africana... -Eu disse.

-Pra mim, uma salada caeasar... E gostaria que chamasse aquele jovem ali... Pra se juntar a nós duas...-Minha mãe revidou e apontou pra Loris.

O garçom saiu.

- Mãe... Sem falar em circuncisão, por favor...-Eu falei.

-Claro que não vou falar isso pra ele... Mas se ele quiser, seu pai faz... Já que fez o do seu irmão mais velho... E Lev já tem prática... Fez de todos os filhos meninos...-Ela continuou.

-Mas nenhum dos meus irmãos tinha 23 anos quando fizeram...-Eu disse.

-Então há um interesse? Seu pai tinha 22 anos quando ele mesmo fez o do primeiro filho... Morin...-Ela revidou.

-Olá...-Loris falou chegando a mesa.

Minha mãe levantou.

-Olá... Qual o seu nome querido?-Ela disse estendendo a mão pra ele.

-Loris... E a senhora é?-Ele revidou.

-Leviev... Olga Leviev...-Ela falou.

Os dois sentaram.

-Tudo bem?-Ele perguntou pegando minha mão sobre a mesa.

-Sim...-Eu respondi.

-Então... Há quanto tempo se conhecem?-Minha mãe continuou.

-Não sei exatamente... –Eu falei.

-Não fazem anos ainda...-Loris disse.

-Bem que Ruthie disse... Você é muito bonito... Mas minha filha não fica pra trás... Ela é linda...-Ela revidou.

-É linda... E a senhora explica a beleza dela...-Loris falou e apertou minha coxa por debaixo da mesa.

Coloquei minha mão sobre a dele.

-Nos parecemos muito... –Eu disse.

-Salma é exatamente eu com a idade dela...-Minha mãe revidou.

-Então senhora Leviev, está muito elegante... Veio de uma festa?-Loris continuou.

-Um evento, um pouco chato... Mas me fala de você Loris...O que faz? Mora em Liverpool? Cuida bem da minha Salma?-Ela disse.

-Eu sou goleiro, no Liverpool... Moro lá... E acho que cuido um pouco da Salma...-Ele revidou.

-De onde é? Tem um sotaque diferente...-Minha mãe continuou.

Eu bebi um gole de água.

-Sou da Alemanha...-Loris falou.

-Judeu?-Ela perguntou.

-Não...-Ele respondeu.

-Certo...-Minha mãe revidou e me encarou.

-Eu trabalho no Philharmonic agora, mãe... É um belo restaurante de Liverpool... A senhora iria gostar...-Eu disse.

-E a sua filha cozinha muito bem... Devia ir lá... Pra um visita... Londres não é tão longe...-Loris falou.

Ele tinha acabado de soltar uma indireta pra minha mãe. Eu ri por dentro.

-Aposto que sim... E espero que você Salma cozinhe algo pra mim nesse final de semana... A cozinha da casa nova é imensa...-Ela disse.

-Amanhã a tarde posso ir lá cozinhar e jantamos, o que acha?-Eu revidei.

-Ir lá? Salma, não está pensando em ficar em qualquer espelunca por aí não né?-Minha mãe falou.

-Claro que ela está...-Loris disse.

-Mãe... Nós podemos nos ver o final de semana todo...-Eu revidei.

-Mas eu quero você na casa... Não tem ninguém lá, meu amor... Loris pode vir... Tem seu quarto, que sempre preparo onde quer que seja que vamos morar... Com suas coisas... Ainda com suas coisas desde antes de você fazer e acontecer no mundo... Quero ter esse prazer de você em casa, dormindo... Andando de pijamas e talvez me acordando pela manhã...-Minha mãe falou com esperança.

Respirei fundo e olhei pra Loris.

-Pode ir... Eu vou pra um hotel e nos vemos amanhã... Ou se preferir eu volto pra Liverpool...-Ele disse.

-De jeito nenhum... Você também pode ir Loris... Fica com a gente... Vai ser o primeiro hóspede da casa... Ele sabe da loucura que você fez com a sua vida, Salma?-Ela revidou e me olhou.

-Sei... E não quero atrapalhar... Só se Salma quiser que eu vá com vocês...-Loris falou.

-Eu vou ao banheiro... Pensa um pouco, filha... –Minha mãe disse e levantou.

Saiu de perto.

-Você vai comigo? Eu estou com receio do meu pai aparecer... E acho que com você vou me sentir um pouco melhor lá...-Eu falei olhando pra ele.

-Se você quer que eu vá... Eu vou... Sem problema nenhum... Nós somos amigos e damos força um ao outro, sabia?-Loris revidou e beijou meu rosto.

-Então sim... –Eu disse.

O garçom nos interrompeu e serviu os pratos. Minha mãe apareceu novamente e começamos a comer. Ela foi contando sobre a vida na África, falou de mim quando criança até a adolescência até terminarmos o jantar.

-Podemos ir pra casa agora?-Minha mãe perguntou chamando o garçom.

-Nós vamos, mãe...-Eu respondi.

O garçom veio.

-Ótimo... Que ótimo...- A conta por favor, querido...-Ela revidou abrindo a bolsa.

Ele concordou com a cabeça e saiu novamente.

-A casa é enorme mesmo como vi nas fotos?-Eu falei.

-É... Sabe como é o seu pai né? Tem tudo lá dentro... É linda... Eu estou gostando...-Minha mãe disse.

-Vou precisar de um mapa então...-Eu revidei.

-E acha que não tem... Tem mapa sim... Por que até eu me perco lá dentro...-Ela falou.

-É grande assim mesmo?-Loris perguntou.

-Coisa de bilionário...-Eu respondi.

O garçom veio e entregou a conta a Loris.

-Quem paga hoje sou eu...-Minha mãe disse pegando o papel dele apressada.

Fomos até a saída, ela pagou e na calçada encontramos Evin.

-Vou buscar o carro...-Evin disse e saiu andando.

-Evin ficou aqui fora esse tempo todo?-Eu falei pegando o maço de cigarros no bolso do meu cigarro.

-Não, ele disse que ia ao McDonald’s... Salma o que é isso? Ainda está com esse vício imundo?-Minha mãe falou pegando os cigarros da minha mão.

-Isso... Acaba com eles...-Loris disse.

-Ah mãe... Me devolve, eu preciso de um... Só um...-Eu revidei.

-Não devolve...-Ele falou.

-Não devolvo mesmo... Não criei você com nenhum vício... Não vai ser na minha casa , nem na minha presença que vou permitir...-Ela disse me olhando irritada.

-Me abraça Salma... Fique viciada nisso que é melhor...-Loris sussurrou no meu ouvido estando bem atrás de mim.

Virei e empurrei ele. Loris riu.

-Pode fazer cara feia... Não vai fumar comigo aqui...-Minha mãe disse.

-Tá...-Eu revidei e cruzei os braços.

-Fica lindinha irritada...-Loris falou me abraçando por trás.

Minha mãe sorriu nos olhando. Ele beijou o meu rosto.

-Estou irritada por causa do cigarro...-Eu disse tentando me soltar dele

Ele me segurou com força.

-Existe coisa melhor do que o cigarro...-Ele revidou.

-Não sei do que está falando...-Eu falei.

Evin chegou, ele me soltou e entramos no carro, fiquei abraçada a minha mãe, assim Loris se comportou mais. Demoramos um pouco pra chegar à casa, no caminho pelo bairro, casas extraordinárias.

-É aqui mesmo que vocês moram?-Loris perguntou.

Ele olhava pela janela.

-Sim... Nesse bairro mesmo...-Minha mãe respondeu.

Pra mim não tinha nada de surpreendente, em Durban morávamos em um bairro de casarões também.

-Com quantos vizinhos a senhora fala?-Eu disse e ri.

-Nenhum... Ninguém se vê... Esse é um dos problemas em ter muito dinheiro...Todo mundo trabalha demais, pra  ganhar mais e mais dinheiro... Mal aproveitamos a casa e ninguém se vê... Só em eventos chatos...-Ela falou.

-Salma também não fala muito com os vizinho delas...-Loris revidou.

-E você fala?-Eu perguntei.

-Com uns dois... Três na verdade... Um de cada lado e o vizinho da frente...-Ele respondeu.

-É aqui... Bem vindos...-Minha mãe nos interrompeu.

-Meu... Deus... É aqui?-Loris disse olhando pela janela.

O carro parou na porta. Evin desceu e abriu pra que saíssemos.

-É aqui...-Minha mãe confirmou sorrindo.

Ela foi entrando.

-Salma... Você é a definição perfeita de louca... Olha a sua casa...-Loris disse ainda observando a entrada.

-Não é minha casa... Casa dos meus pais...-Eu revidei caminhando.

-Salma... Me espera... Não quero me perder aí dentro...-Ele falou e me alcançou.

-Gosta de carros senhor?-Evin perguntou vindo atrás da gente.

-Gosto...-Ele respondeu ainda observando tudo.

-Mostra a garagem a ele, senhorita Winnie... 20 carros...-Evin revidou e passou da gente.

-Vinte carros? Salma...  Não acredito não... E você não sabe dirigir?-Loris disse me olhando.

-E um é o meu... O qual nunca dirigi...-Eu falei.

-Eu posso dirigir pra você...-Ele revidou.

Paramos  perto da escada.

-Bom, meus jovens... Salma seu quarto tem o S do seu nome na porta... Loris, mandei arrumarem seu quarto... Alguém leva as malas depois... Eu vou me trocar... Fiquem a vontade... Daqui a pouco encontro vocês...-Minha mãe disse nos olhando da parte de cima.

-Vamos achar o meu quarto... Olha... São dez carros do meu pai... Sempre foi assim desde quando me entendo por gente... Os outros dez são um da minha mãe e os nove pra cada filho...-Eu expliquei subindo a escada com ele.

-Você tem ele há muito tempo então?-Loris perguntou.

Não... Mas na casa de Durban... Tinha a vaga do meu na garagem... E se Evin disse que tem vinte carros aqui... Então o meu está lá...-Eu respondi.

-Queria saber como seu pai chegou a isso tudo?-Ele revidou.

-Meu avô começou, meu pai é o sucessor...-Eu falei.

-Herdeiro... Você quis dizer...-Loris disse.

-Não... Sucessor... A única herdeira sou eu, minha mãe e minha irmã que mora em Dubai... Por que não estamos envolvidas diretamente com o trabalho do meu pai... Meu avô sempre disse que quem trabalha pra ajudar... Acaba dando continuidade... Então são sucessores... É coisa chata da minha família...-Eu continuei.

-Interessante esse ponto de vista dele...-Loris falou.

-É... Meu avô e sua visão de futuro... Meu pai desde a adolescência sabe cortar diamante... E claro que ele não seria como eu... Ama ser o rei dos diamantes...-Eu disse.

Fomos caminhando as portas distantes umas das outras me faziam perceber o tamanho de cada cômodo, nelas sempre a letra inicial do nome.

-Seus irmãos não têm filhos?-Ele continuou.

-Todos os cinco que estão na África... Moram todos por lá mesmo...-Eu falei.

-E como foi ser tia?-Loris perguntou.

-Estranho... Eu tinha dez anos... Quando o primeiro nasceu... Não posso falar muito dos meus sobrinhos... Não tenho contato... Devem estar grandes e já devem ter nascido outros...-Eu respondi.

Ele riu.

-Agora vamos falar de você... Feliz por ver sua mãe?-Ele revidou.

-É aqui... Sim... Muito feliz...-Eu falei abrindo a porta.

O quarto era todo branco, poucos detalhes em cor, mais muitos toques de um dourado rosado. Era como eu gostava em Durban. A cama imensa, nas paredes alguns porta retrato com fotos minhas e da família, fotos antigas. Também um sofá, mesa, penteadeira. Duas portas a mais. Imaginei que uma fosse o banheiro e a outra o closet.

-O seu quarto aqui é maior que o seu apartamento, Salma... E sua cama... Nem se compara ao colchão... Muito bonito aqui...-Loris disse.

-Em Durban eu mantinha meu quarto assim... Muito Clean... Penso em pintar o apartamento de branco...-Eu revidei.

-Então deve ter gostado da minha casa... Salma... Você é uma princesinha... Revoltada, mas princesinha... É possível ver agora toda sua delicadeza com facilidade... Qual o nome do seu pai Mesmo?-Ele falou.

-Lev Leviev...-Eu disse ainda explorando o quarto.

-Não sente falta dele, Bird? Nem um pouquinho?-Loris revidou.

-Meu pai era meu herói quando eu era criança... Ele chegar com diamantes em casa era a coisa mais sensacional pra mim... Até eu descobrir do que se tratava tudo...-Eu falei e abri a porta do closet.

-Normal... Também achava meu pai o cara mais sensacional, ele fazia MotoCross... Ainda acho... Mas criança é criança...-Loris disse bem atrás de mim.

Acendi a luz, estava cheio de caixas de presente, roupas ensacadas, roupas penduradas, sapatos novos.

-Parece que alguém encontrou os presentes...-Ouvi minha mãe falar.

Eu entrei mais no closet, Loris me acompanhava em cada passo. Minha mãe chegou à porta.

-Não precisava ter se ocupado comprando coisas pra mim, mãe...-Eu disse.

-Você é minha filha... Claro que comprei presentes, natais... Aniversários... Todos ganham presentes... Os seus ficam aqui, pra quando se chega a um momento como esse... Você pode vê-los finalmente...-Ela revidou sorrindo.

-Salma... Agradeça e abra...-Loris falou pegando minha mão.

-Obrigada mãe... Mas não vou abrir... Gostaria de conhecer a casa... A cozinha...-Eu disse.

-Então vamos minha linda...-Ela falou.

Saímos do closet e então do quarto, caminhamos pelo corredor, minha mãe ia falando da casa.

Loris fazia perguntas sem parar, aquilo me incomodou um pouco, descemos as escadas e seguimos com o tour. Várias salas no andar de baixo, cada uma com uma função. Passamos pela sala de jantar e finalmente a cozinha. Era linda, alguns funcionários eu reconheci, eram de Durban. Continuamos andando e chegamos à área da piscina coberta.

-Bela casa...-Loris disse.

-Tem a piscina lá fora também, tem um jardim... Tem quadras... Duas... Ali é a academia... Ali no meio da piscina tem uma hidro...  É tudo aquecido... Se quiserem, podem entrar à vontade... A parte lá de fora fazemos o tour amanhã... Agora deixa eu te abraçar mais uma vez Salma...-Minha mãe falou e me abraçou.

Ficamos ali por alguns segundos. Loris nos olhava e sorria.

-Diz que ama ela...-Eu li nos lábios dele.

-Eu te amo, mamãe... E sinto muito sua falta... Estou feliz de estar aqui hoje, com a senhora...-Eu falei.

-Eu também te amo, e sempre te amarei... Não importa as circunstâncias... E estou muito feliz de ter aqui...-Ele revidou e foi me soltando.

Beijou meu rosto. Eu sorri pra ela.

-Não chora mãe...-Eu disse ao ver os olhos dela cheios de lágrimas.

-Eu vou dormir... Amanhã passamos o dia todo juntos... Estou cansada... Meu dia foi cheio... Fique a vontade, sabe bem que a casa é sua também...-Ela falou e olhou pra Loris.

-Boa noite, Senhora Leviev...-Ele revidou.

-Boa noite... O seu quarto é  GB1... Guest Bedroom 1... Fácil de achar... Salma não deixe faltar nada pra ele...Minha mãe disse e foi saindo.

Quando ela sumiu, sentei  numa cadeira perto da piscina.

-Como está o seu humor agora?-Loris perguntou.

-Estou sem humor agora... Essa casa é triste... Não tem vida... Não sente isso?-Eu respondi.

-Por que não damos um pouco de vida à ela? Já que estamos aqui...-Ele revidou.

-Até parece que meus irmãos vão aparecer em um estalar de dedos...-Eu disse e ri.

-Quem falou em irmãos? Vamos mergulhar na piscina...-Loris falou tirando o casaco.

Então tirou a camisa. Desviei meu olhar pra piscina.

-Não sei se vou... Pode ir se quiser...-Eu revidei.

-Salma... Vamos aproveitar um pouco...  Se não quiser tirar a roupa na minha frente... Pula de roupa... E se não quiser que eu tire a roupa... Eu pulo de roupa.... Vamos, Bird...-Ele insistiu e se abaixou.

Apoiou as mãos nas minhas coxas. Aqueles olhos dele em busca da minha aprovação.

-A sua mão...-Eu falei.

-O que tem a minha mão... Não viu que ela está livre?-Ele disse mostrando as duas.

-Então vamos... Deve ter roupa de banho no quarto...-Eu revidei.

-Acho que não precisa disso...-Ele falou fazendo carinho no meu rosto.

-Minha calcinha é branca...-Eu disse.

-Eu já vi você sem calcinha... Não vai ser novidade pra mim se marcar... Minha cueca é verde...-Loris revidou.

Eu sorri.

-Já vi você sem cueca também...-Eu falei.

-Então... Se quiser mergulhar nua... Sem problema pra mim...-Ele disse e riu.

-Só para os funcionários...-Eu revidei tirando o meu casaco.

Loris levantou e tirou os sapatos, então a calça. Eu tirei minha  roupa também, fiquei de lingerie, ele de cueca. Então pegou a minha mão.

-No três... Um... Dois... Três...-Ele disse e nós pulamos.

A água estava maravilhosa, quentinha.

-Há muito tempo eu não pulava em uma piscina...-Eu falei.

-No Melwood tem... É mais fácil pra mim...-Loris revidou.

-Essa piscina me lembrou uma que vi numa foto de um hotel de Liverpool... Hotel Titanic...Parece algo subterrâneo... Bem bonito...-Eu disse.

-É a primeira vez que te vejo assim... Toda molhada... E ainda continua linda...-Ele falou.

Joguei água no rosto dele.

-Não confie muito em mim...-Eu revidei rindo.

-Ai é? Vou te pegar...-Loris disse.

Eu comecei a nadar pra fugir dele, mas ele conseguiu segurar meu pé e me puxou.

-Assim não vale...-Eu falei tentando me soltar.

Ele me puxou até colar meu corpo ao dele.

-De repente aparece um funcionário com toalhas...-Loris falou olhando um pouco distante.

Virei meu rosto e vi.

-Prestativos...-Eu revidei voltando a encarar ele.

-Essa sua boca, Salma... Tenho muitos pensamentos com ela...-Ele disse tocando minha boca.

-Tipo ela comendo um hambúrguer?-Eu perguntei.

-Um hambúrguer não... Mas um cachorro quente... Aqueles morangos que já te vi comendo... Sorvete na casquinha de cone... Banana...-Loris respondeu baixo.

-Que indecência...-Eu revidei.

Ele riu.

-Estou sendo sincero com você...-Ele falou.

-Então vamos conversar... O que está achando disso tudo?-Eu disse me soltando dele.

-Loucura... Ainda é difícil acreditar que estou na casa de uma bilionária, que se recusa a viver tudo isso...-Ele revidou.

-Talvez em algum momento, você entenda tudo...-Eu falei.

-Espero que você me ajude a entender mais um pouco... E estou contente que tenha me chamado pra vir...-Loris disse.

-Eu vou subir... Está tarde e molhei o cabelo... Quero secar ele e descansar... Amanhã teremos muito tempo pra ver a casa toda...-Eu revidei.

-Vou subir também... Sem você não tem graça...-Ele falou me acompanhando.

Saímos da piscina, nos secamos um pouco com as toalhas, nos enrolamos, pegamos nossas coisas e saímos da área da piscina. Subimos e fui procurar o quarto de Loris, achamos, eu entrei pra ver como era e numa mesinha tinha uma garrafa com chocolates quente e biscoitos.

-Tudo como minha mãe gosta... Tratar bem os hóspedes...-Eu disse olhando tudo.

-Sua mãe é muito adorável... Eu nunca vi minha mãe vestida como a sua estava hoje... Toda elegante...-Loris revidou.

-Minha mãe é adorável sim... A sua também deve ser... Boa noite urso... Qualquer coisa... Sabe onde me achar...-Eu falei e saí do quarto antes que ele dissesse algo.

Caminhei rápido até o meu, entrei e fui logo para o banheiro, enorme, cheio de coisas, tomei banho e no closet  havia visto o secador, então fui lá e sequei o cabelo demorei um pouco pra terminar.

Então abri minha mala no meio do quarto, peguei uma blusa e calcinha, vesti. Acendi uma luminária e apaguei a luz do quarto, gostava de um pouco de iluminação. Finalmente me deitei na cama. Muito confortável, o cheiro bom.

Fiquei pensando no encontro com a minha mãe, como ela sorriu, como ela me abraçou, falou comigo, até ouvir batidas na porta.

Levantei e abri, era Loris.

-O urso está sentindo falta da garotinha dele... Não consegue relaxar pra dormir...-Ele falou.

Estava de pijama.

-Ainda não dormi... –Eu revidei.

-O quarto é muito grande pra ficar sozinho nele...-Loris disse.

-Entra... A cama também é grande...-Eu falei dando passagem a ele.

Ele foi logo pra cama. Fechei a porta e dei a volta pra deitar do outro lado.

-Essa cama é maior que a minha lá em casa...-Loris disse e riu.

-Rico tem uma mania de grandeza... –Eu revidei.

-Sua mãe não vai brigar se nós dois dormirmos juntos?-Ele perguntou me encarando.

-Ela acha que você é meu namorado... Já expliquei que não... Então se ela pensa que somos namorados... Não vai falar nada...-Eu respondi.

-Mas ela mandou preparar o quarto pra mim...-Loris revidou.

-Sempre manda... Pra pessoa ter espaço... E aqui é meu quarto... Ela na certa pensou que eu gostaria de ter um tempo sozinha aqui...-Eu falei.

-Vira de costas pra mim Bird...Que vou fazer você dormir...-Ele disse me empurrando devagar.

Virei, Loris me abraçou e fazia carinho na minha cabeça, Arrumei o edredom sobre a gente.

-A vantagem de dormir assim é que fica mais quente...-Eu  falei.

-Por mais que o sol saia aqui na Inglaterra, sempre fica frio a noite...-Ele revidou colando mais o corpo ao meu, me segurando.

-Assim não vai ficar ruim pra você respirar?-Eu perguntei baixinho me mexendo pra afrouxar o abraço.

-Por você eu posso perder o fôlego...-Ele respondeu sussurrando no meu ouvido.

Me arrepiei, meu coração acelerou, senti meu sangue esquentar.

-Você usa perfume pra dormir?-Eu falei nervosa.

-Não... É o meu sabonete... E acho que você gosta do cheiro... Me disse lá no quarto da Irlanda...-Ele revidou ainda no meu ouvido.

A voz dele acordou meu tesão.

-Gosto... Se não, não deixava você ficar me abraçando...-Eu falei.

Senti ele mexendo o quadril no meu bumbum.

-Não trouxe a calça do pijama?-Ele disse.

-Não... Não tinha a intenção de dormir com um urso me abraçando... Mas se tiver algum problema com isso, posso dar uma olhada no closet... Ver se tem alguma lá...-Eu revidei.

-Não... Tem minhas pernas e o edredom pra te manter aquecida... A Alemanha tem um inverno bem rigoroso... Então com certeza eu sou um urso polar...-Loris falou.

Eu ri.

-Agora imaginei você rolando na neve e comendo peixe...-Eu disse me divertindo.

-Salma... Cuidado com o que você fala... A cama é branca, parece neve, e o seu nome lembra Salmão... Um peixe...-Ele revidou descendo a mão pra minha coxa.

-E você é o urso... Urso dos grandes...-Eu falei.

Ele fazia carinho na minha coxa, me deixando com mais vontade, meu coração parecia ter descido e ficado entre minhas pernas.

-E você um salmão do tamanho perfeito pra mim...-Loris sussurrou e beijou meu rosto.

Então senti algo mais firme encostando no meu bumbum,  ele estava excitado.

-Então agora eu sou um salmão em vez de Bird?-Eu perguntei me segurando pra não me entregar pra ele.

-Na cama com você, fazendo festa do pijama... Sim... Você é a Salma...-Ele respondeu continuando com o carinho na minha coxa.

-Festa do pijama...-Eu revidei e ri.

Me arrepiei novamente.

-Está com frio Salma? Se arrepiando...-Loris falou.

-Essa sua mão aqui se aproveitando de mim...-Eu disse parando a mão dele.

Segurei.

POV Loris

-Minha mão quer se vingar de você... Por tê-la quebrada...-Eu falei.

Salma riu.

-Quero ver se seus dedos estão cem por cento...-Ela disse ainda segurando minha mão.

Levou ela descendo até entre as pernas, pressionou por cima da minha sobre a calcinha dela.

-Fica melhor sem a calcinha...-Eu revidei colocando a minha mão por dentro.

-Também acho...-Salma sussurrou.

Ela se mexeu um pouco, o bumbum no meu pênis, eu já estava louco pra fazer com Salma novamente, e depois de ter me segurado a viagem de Belfast toda, decidi fazer ela sentir o que ela me causa.

Fiquei masturbando ela até conseguir um gemido, música para os meus ouvidos.

-Você é muito sexy... Seu corpo me deixa louco... Me faz imaginar mil besteiras desde quando ficamos a primeira vez...-Eu falei subindo a mão.

Fui pela barriga dela, por debaixo da blusa até um dos seios e apertei.

-Ainda procurando explicação por que fico tão vulnerável a você... Vamos ao que interessa...-Salma revidou tirando a calcinha.

Tirei a minha mão e com a outra soltei o cabelo dela. Salma  virou e nos beijamos.

-Não procura isso não... Fica comigo de vez... Eu sinto que você gosta de mim...-Eu disse em meio ao beijo puxando a blusa dela pra cima.

-Não faz tentar pensar agora... Me faça ter prazer com você...-Ela falou cessando o beijo.

Tirou a blusa, fiz o mesmo com a minha, Nos beijamos novamente, minha mão foi deslizando sobre o corpo dela, Salam estava com um cheiro bom e suas mãos passeavam pelo meu corpo também.

-Vou fazer algo que estou querendo há muito tempo...-Eu falei e tirei o cobertor de cima da gente.

Então fui descendo com beijos pelo pescoço, pelos seios, barriga. Fui fazendo isso devagar, sentindo ela ofegante até abaixo do umbigo, olhei pra ela.

-O ruim de estarmos no quarto grande é que se eu fizer barulho... Vai ter eco... –Salma disse.

-Então... Shhh... Lembra que eu disse que te devia algo? Vou quitar a dívida agora....-Eu revidei afastando as pernas dela.

Primeiro toquei, massageando, fazendo ela se mexer um pouco e querer  juntar as pernas. Então segurei elas com força e fui com minha boca.

Salma soltou um gemidinho, olhei nos olhos dela, ela levantou o corpo pra me olhar fazendo aquilo.

-Você faça da minha boca... Mas a sua...-Ela disse e deitou novamente.

Continuei, acelerando o ritmo da minha língua, ela gemeu um pouco mais alto e puxou meu cabelo.

-Puxa à vontade, Bird...-Eu falei ao parar.

Dei uns beijinhos e desci com eles pela coxa dela.

-Sua barba aí... Loris, você existe?-Salma revidou.

-Sou bem real...-Eu disse ficando sentado na cama.

Salma sentou também.

-Tira a calça... E eu vou ter certeza...-Ela falou com malícia no olhar.

Tirei e joguei no chão junto com a roupa dela. Salma me fez ficar sentado com as pernas afastadas pra que ela deitasse entre elas.

-Já tem a certeza?-Eu perguntei tocando o rosto dela.

Salma sorriu.

-Alemães tem outra fama... Você é pura exceção...-Ela respondeu tocando meu pênis devagar.

-Não me disse isso antes... E você tem uma fama comigo... Não se preocupe...-Eu revidei olhando ela me masturbar com suavidade.

-É que eu não queria te dar muita moral... Mas acho que depois que eu tiro a calcinha... Não tem mais como reverter isso... Qual fama eu tenho com você?-Salma disse e começou a deslizar a língua começando pelos meus testículos e indo até a cabeça.

Suas pernas inquietas balançavam com os pés pra cima sem parar.

-Parece que tá deitada jogando vídeo game...-Eu falei.

-Ursinho... Não foge... Qual a minha fama com você?-Ela revidou parando com a língua.

Mas continuou me masturbando.

-Apertada pra mim...-Eu disse.

Salma sorriu e colocou meu pênis na boca. Sua mão acompanhava, seus olhos refletiam a luz da luminária, gemi pensando mil coisas com ela.

Ela continuou por mais um tempo, segurei o cabelo dela pra controlar um pouco e fez ela parar pra não gozar ali.

Puxei ela pra um beijo.

-Meu coração fica bem acelerado com você por perto...-Salma sussurrou.

-Deixa eu sentir...-Eu revidei e coloquei minha mão no peito esquerdo dela.

Apertei, ela começou a rir e cessou o beijou.

-Eu quero sentir  você dentro de mim... Urso...-Ela falou segurando o meu rosto.

-Só se for agora...-Eu disse e empurrei ela devagar sobre a cama.

Deitada de lado e eu nas costas dela, subi um pouco a sua perna e comecei a passar a cabeça do meu pênis na entrada dela.

-Quer me deixar mais louca?-Salma perguntou.

-Tem que ser devagar... Assim... Pra você soltar um gemido bem gostoso pra mim...-Eu respondi e fui colocando dentro dela bem devagar.

Ela gemeu, eu deitei e continuei com o ritmo lento, ela mexia o quadril vez ou outra.

-Você gosta que eu mexa assim?-Ela perguntou com manha dando uma rebolada devagar.

-Gosto sim...-Eu respondi e apertei o bumbum dela.

Salma e eu gemíamos  trocando carícias até que eu parei e saí de dentro dela.

Ela virou pra mim e me beijou vindo por cima, me encaixou dentro dela novamente e manteve o ritmo devagar, continuando com beijos e carinhos no meu corpo, gemendo e me olhando. Minhas mãos deslizando as costas dela, descendo até o bumbum onde eu apertava com força.

Ela parou ainda por cima de mim, colei o corpo dela ao meu e comecei a dar rápidas investidas dentro dela, Salma gemendo no meu ouvido.

-Eu... Tô... Gozando....-Ela disse gemendo.

Eu continuei até  ela gemer alto, então me beijou. Eu diminui o ritmo.

-Que delícia... Princesa...-Eu sussurrei em meio ao beijo.

-Você não existe... É impossível... É muito homem pra pouca idade...-Salma falou me olhando e fazendo carinho no meu rosto.

-Eu existo sim...  Vira de costa e faz o que você sabe...-Eu revidei.

Salma ficou sentada por cima de mim, e virou, ficou com as mãos apoiadas sobre as minhas pernas e começou a rebolar sobre o meu pênis, mantendo um ritmo bom, gemendo. Os cabelos pelas costas se moviam com ela.

Dei uma tapa no bumbum dela pra ela acelerar mais, ela entendeu e gemeu enquanto fazia aquilo me deixando mais louco por ela, aquele corpo.

Então ela foi subindo e descendo mais rápido, mas eu queria o controle de volta, levantei um pouco meu corpo e puxei o cabelo dela, fazendo ela parar, então dei três investidas com força e fiz ela gritar.

-Filho da mãe...—Ela resmungou entre os dentes.

Fiz ela sair de dentro de mim e deitar novamente, afastei as pernas dela e coloquei mais uma vez dentro dela, comecei a masturbá-la e mantive um ritmo rápido. Salma gemia junto comigo, até que não deu mais pra mim, tirei de dentro e gozei pela barriga dela gemendo alto.

Salma levantou um pouco o corpo pra ver melhor, sorriu pra mim, eu me inclinei e beijei ela, nós dois ofegantes.

-Você é uma delícia...-Eu sussurrei em meio ao beijo.

-Você também... Mas agora vamos ter que tomar banho...-Ela disse cessando o beijo.

-Suados e gozados... Um banho rápido resolve... –Eu falei  fazendo carinho no rosto dela.

Salma me empurrou devagar, saí da cama e ela fez o mesmo com cuidado pra não sujar a cama.

 Fomos para o banheiro. Deixei que ela entrasse debaixo de chuveiro e  fiquei olhando.

-Não vem?-Salma perguntou começando o banho.

-Depois de você... Prefiro ficar olhando essa cena... Você tomando banho...-Eu respondi encostado na pia de mármore.

-E eu fico olhando você nessas poses de modelo nudista...-Ela revidou sorrindo.

Eu ri.

-Essa banheira aqui é grande... Nela cabe nós dois... Podemos nesse final de semana?-Eu falei.

-Vamos ver... Nós precisamos conversar...-Salma disse.

-Nada pode ser perfeito... Estamos bem e você vem com a pior frase... “Precisamos conversar”...-Eu revidei.

-E precisamos...-Ela falou espalhando sabonete no corpo.

-Poderíamos deixar essa parte pra Liverpool... Conversamos lá...-Eu disse.

-Então nada de entrar muito em detalhes sobre nós com a minha mãe... Ainda somos amigos... Na verdade eu nem sei exatamente o que somos...-Salma revidou.

-Em Liverpool... Saberemos o que somos... Vai voltar não é?-Eu  falei.

Salma terminou o banho.

-Estou com medo do que seremos quando voltarmos...-Ela continuou e pegou a toalha.

-Se enxuga Bird... Me espera na cama que a gente já conversa sobre o seu medo...-Eu disse e beijei o rosto dela.

Entrei no banho, ela saiu do banheiro. Não demorei muito, e fui ao encontro dela.

Salma estava na cama, pensativa, deitei e puxei ela pra encostar a cabeça no meu peito.

-O que nós somos? É a pergunta que te perturba... Você é a Salma... Eu sou o Loris... Somos Loris e Salma... Você é uma garota louca... Eu um garoto um pouco louco... Eu gosto de você e parece que você gosta de mim... Estamos descobrindo uma amizade... E mesmo que você ache desnecessário, estamos em um nível de  paixão um pelo outro que está impossível de controlar... Eu estou apaixonado e atraído por você... Não nego... E acreditando que sente a mesma coisa por mim... Mesmo que não admita... Gosto da ilusão... Uma hora eu consigo sua confissão...-Eu falei.

-Ainda continuou insistindo... Você não existe... Obrigada por ter vindo comigo pra cá...-Ela revidou.

-Satisfeita com o que somos?-Eu perguntei.

-Sim...-Salma respondeu levantando o rosto.

Me encarou e então me beijou.

-Salma... –Eu sussurrei em meio ao beijo.

-Pode falar...-Ela disse parando.

Me olhou novamente e agora fazia carinho no meu rosto.

-Lembrando bem... Eu perguntei se você sentia falta do seu pai... Você não respondeu... Deu mil voltar e não me respondeu...-Eu falei.

-Quer falar do meu pai agora? Nem queria conversar sobre nós dois... Vamos dormir ursinho... Amanhã minha mãe tem muito o que falar sobre a minha família...-Ela revidou saindo de cima de mim.

Virou de costas, eu abracei ela e nós dormimos.

POV Salma

Acordei me sentindo bem, dormi como se meu dia anterior tivesse sido o mais tranquilo possível. Fazia muito tempo que eu não me sentia tão bem daquele jeito. Depois de ter ido pra França eu não dormia bem com meus pensamentos pesados sobre minha vida. Muitas vezes eu me odiava por tudo, queria morrer, mas não tinha coragem de dar fim a minha vida, e por isso eu comecei a fumar na intenção de acelerar o processo.

Olhei para o Lado e Loris estava lá, deitado de bruços com o rosto pra o outro lado e abraçado ao travesseiro. Meus olhos foram passeando pelo corpo dele, me fazendo lembrar do que tínhamos feito durante a noite.

Suspirei e sorri olhando para o teto. Loris era o primeiro  depois de René que ficava comigo e não me deixava totalmente, e analisando um pouco Loris estava sendo bem melhor apesar do nosso começo conturbado.

René era passado pra mim. Tinha sido meu primeiro amor, e minha primeira decepção amorosa, Em Durban, eu provavelmente era apaixonada por Daren, um homem mais velho, que me tratava como filha dele.

Sentei na cama e pensei em acordar Loris fazendo carinho nele, mas lembrei da minha mãe. Eu tinha o costume de acordá-la, não só ela, meu pai também. E era algo que ela adorava, eu me metendo entre os dois na cama pela manhã.

Então levantei devagar, fui ao banheiro, escovei os dentes, lavei o rosto e saí do quarto em busca do dela. Corredor longo e tranquilo, fui caminhando olhando as portas. Então me dei conta que tinha uma no final maior que todas as outras e claro as iniciais dos meus pais.

Cheguei, respirei fundo e empurrei.

-Pensei que não viria nunca...-Minha mãe disse sentada na cama.

Sorri, fechei a porta e corri até ela. Me joguei na cama.

-Bom dia mamãe...-Eu falei e abracei ela.

-Bom dia, meu amor... Dormiu bem?-Ela revidou fazendo carinho no meu cabelo.

-Dormi... Acheii que te acordaria... Mas acordou primeiro...-Eu disse.

-Acordei e fiquei esperando você... Demorou...-Minha mãe falou e riu.

-O dia ontem foi cheio... Cansaço me pegou...-Eu revidei.

-E o jovem?-Ela perguntou.

-Acredito que dormiu bem também...-Eu respondi olhando ela.

-Salma... Você está se cuidando? Eu sei que não estabelecemos uma idade pra se ter um bebê... Mas todos os seus irmãos casaram e tiveram filhos com a sua idade mais ou menos... Mas você minha linda...  Ganhou o mundo sozinha e eu fico preocupada...-Minha mãe revidou.

-Eu estou bem mãe...-Eu falei.

Mas lembrei que eu e Loris não nos cuidamos.

-Estou perguntando por que ontem fui ver se estava tudo bem  com você e  ouvi o que não deveria...-Ela disse.

Senti meu rosto corar.

-Mãe... Desculpe por isso... Não tínhamos intenção...-Eu revidei envergonhada.

-Tudo bem, só consegui que quatro filhos se casassem e tivessem a experiência do sexo dentro do casamento... Você, Ruthie , Zvia e Asher.. Se perderam dos costumes... Pelo menos o seu pai não enlouqueceu com isso...-Minha mãe falou e riu.

-Não dá pra nascer todo mundo quadrado, mãe...-Eu disse.

-Mas e esse rapaz Salma? Você disse que não era seu namorado... Eu espero que tenha mentido, não quero você sendo apenas um brinquedo de alguém e nem fazendo isso com outra pessoa... E ele parece se importar com você...-Ela revidou.

-Ainda estamos nos conhecendo...-Eu falei e contei sobre mim e Loris.

-Isso foi bem romântico da parte dele... E já tem cara de príncipe... Pra fazer isso só pode está apaixonado pela minha princesa...-Minha mãe disse e fez carinho no meu rosto.

-Ele me acha um louca por largar a vida com vocês e viver como vivo...-Eu revidei.

-Todos te achariam louca se te conhecessem... Você sabe que eu amo o seu pai... E as vezes não concordo com algumas decisões que ele toma... Você teve muita coragem... Eu sinto orgulho de você, se virou sozinha  em uma situação desconhecida por você... Por que sempre deixamos vocês dentro do nosso universo e você saiu dele... Claro que me doeu... Você é a mais nova e seria a última a sair da barra da minha saia, que eu pensei que demoraria, mas foi muito rápido...-Ela falou com os olhos cheios de lágrimas.

-Mãe, não chora, por favor...-Eu disse e abracei ela.

-Não vou chorar... Hoje é dia de alegria, minha filha está aqui... Vamos tomar café da manhã... Depois vou te mostrar o restante da casa...-Minha mãe revidou me soltando.

Saímos da cama, ela entrou no banheiro e saiu um tempo depois vestida com um roupão.

-Eu vou acordar o Loris...-Eu falei ao sairmos do quarto.

-Vista uma calça... E garanta que ele saia  vestido do quarto também...-Minha mãe disse e riu

Eu caminhei apressada pelo corredor até o quarto. Entrei e Loris falava ao celular sentado na cama e sorriu ao me ver. Fiquei encostada na porta esperando um pouco, queria que minha mãe descesse logo, eu tinha que ir ao quarto da Ruthie e Zvia.

-Bom dia Bird...-Loris falou soltando o celular na cama.

-Bom dia... Eu já volto...-Eu revidei e abri a porta.

Ninguém no corredor, saí e fechei novamente, os quartos delas eram vizinhos ao meu, seguindo a ordem alfabética. Entrei primeiro no de Ruthie, fui logo ao banheiro e procurei no armário algo que fosse anticoncepcional. Sem sucesso algum, procurei no closet, nada, olhei também nas gavetas pelo quarto, sem qualquer sinal.

Saí e fui no de Zvia. O quarto dela bem diferente, Zvia gostava de tudo mais moderno, não demorei olhando a decoração dela, entrei no banheiro e assim que abri o armário achei o que queria, tinha anticoncepcional. Peguei e saí de lá rapidamente, voltei ao meu quarto.

-Está tudo bem?-Loris perguntou deitado na cama.

-Sim...-Eu respondi e abri a caixa.          

-O que é isso Bird?-Ele revidou sentando.

-É que nós fizemos sem proteção alguma... E eu não tomo nenhum remédio... Confio nos preservativos... Mas essa noite... Não teve nada...-Eu falei me aproximando.

Me sentei.

-Desculpe... E eu gozei fora de você... Em outra parte, não se preocupa eu estou limpo...-Loris disse.

-Eu também... Foi a primeira vez que eu fiz sem...-Eu revidei.

-Não tem aquelas pílulas que pode tomar no outro dia... Podemos comprar...-Ele falou.

-Depois do café da manhã... Vamos nos arrumar agora, descer, comer e aí procuramos  a garagem e nós saímos no “Meu carro”...-Eu disse.

-Vamos... Mas primeiro...-Loris revidou tocando meu rosto.

Me beijou, ficamos ali por algum tempo e depois seguimos o combinado.

Descemos e minha mãe nos esperava à mesa, caprichada.

-Bom dia Loris...-Ela disse sorrindo colocando o guardanapo de tecido sobre a perna.

-Bom dia senhora Leviev...-Ele revidou e sentou ao meu lado.

-Olga, por favor... Fiquem à vontade pra comer o que quiserem, o quanto quiserem...-Minha mãe falou.

-Obrigada, Mãe...-Eu disse.

-Dormiu bem Loris? Me perdoe, mas o seu sobrenome é...-Ela continuou se servindo do café.

-Karius.... Dormi muito bem, obrigado...-Loris falou e sorriu pra mim.

A formalidade da minha mãe era incrível, eu tinha aquilo, mas perdi o costume depois que me mudei, meu pai falava um pouco como ela. Nas refeições tínhamos esse respeito um com o outro. Claro nem sempre era mar de rosas, levávamos nossas diferenças fúteis para a mesa e o clima ficava estranho, mas meus pais gostavam de conversar , falar sobre o dia, sonhos, contar novidades.

-Loris, você mora em Liverpool, veio pra cá... Avisou aos seus pais?-Minha mãe disse.

-Moro lá... Meus pais não sabem que eu vim pra Londres... Eles moram na Alemanha...-Loris falou.

-Mas consegue vê-los sempre?-Ela perguntou.

-Sim... Eles só foram pra Liverpool algumas vezes... Mas sempre que posso eu vou pra casa...-Ele respondeu.

-Já conheceu eles Salma?-Ela revidou.

-Não...-Eu disse.

-Salma ainda não conheceu meus pais, não houve oportunidade... Mas meu pai já viu foto dela...-Loris falou.

-Viu?-Eu revidei.

-Sim...  Ele viu quem estava virando minha cabeça pra baixo...-Loris disse e riu.

-Sua mãe não?-Minha mãe questionou.

-Não... Minha mãe estava chateada com um fato sobre o meu relacionamento com a Salma... Estou esperando  mais um tempo para as coisas se acertarem entre mim e Salma... Minha mãe aceitar mais o que aconteceu pra poder ficar tudo certo... Mas já é um grande prazer conhecer você Olga...-Loris falou encarando ela.

-Lev iria adorar te conhecer... Você fala como os amigos dele...-Ela revidou.

-Nem pensar mãe...-Eu disse irritada.

-Quem sabe um dia a Salma permita isso...-Ele falou e beijou meu rosto.

-Nem morta...-Eu revidei.

-Salma não sabe o quanto o pai ama ela...  Não sabe o quanto ele sofre por causa dessa ausência dela...-Minha mãe disse.

-Vamos continuar falando disso? Se sim,  então eu posso ir embora...-Eu falei.

-Calma, Bird...-Loris revidou baixo.

-Não vou mais falar dele...-Minha mãe falou.

-Obrigada...-Eu disse.

Ficamos um pouco em silêncio, porém Loris quebrou ele fazendo algumas perguntas a minha mãe sobre  ela mesma.

Quando terminamos, minha mãe se trocou e nos mostrou o restante da casa, o lado externo e algumas coisas de dentro dela. Por fim, falei com Evin pra nos levar à garagem enquanto minha mãe resolvia algumas coisas no escritório.

-Olha esses carros... Meu Deus... Aqui é onde qualquer homem enlouquece...-Loris falou.

Ele parecia bobo. De um lado os dez carros do meu pai e do outro dos meus irmãos.

-O seu é o último  senhorita Winnie...  Já que nunca usou ele... Não imagina o quanto de trabalho foi pra trazer o seu carro, o do Asher, Ruthie e Zvia de Durban pra cá... Navio, transportadora... Os outros foram comprados iguais aos dos seus irmãos que moram lá, só pra eles terem um carro quando vierem pra cá... O da sua mãe é novo e o seu pai também mandou os deles, mas chegaram essa semana... E lá em Durban mantém apenas dois pra ele...-Evin disse.

-Você se diverte não é Evin?-Loris perguntou.

-Eu me divertia mais quando Winnie era a minha responsabilidade... É esse marrom...-Evin respondeu e me entregou a chave.

-Um Maserati?-Loris revidou animado.

-Maserati Levante... Marrom... Por que lembra os olhos dela...-Evin disse me olhando.

-É bonito...-Eu falei.

-Bonito... Bonito... Esse carro é lindo... Tem seu nome na placa, Salma...-Loris revidou olhando bem o carro.

-Blindado, com rastreamento, sirene antissequestro... Essas coisas que seu pai gosta de colocar... Querem ir a algum lugar? Posso levá-los...-Evin continuou.

-Nós vamos sair... Mas Loris vai dirigir... Muito obrigada, Evin...-Eu disse.

Me aproximei dele e abracei.

-De nada Winnie...-Ele falou.

-Muito obrigada por tudo... Por ser sempre meu amigo...-Eu revidei.

-Obrigado por ser minha amiga também...-Evin disse.

-Vai se divertir, Winnie...-Ele falou me fazendo soltar ele.

-Vamos Loris... Temos coisas a resolver...-Eu revidei e joguei a chave na direção dele.

Loris pegou, nós entramos no carro. Evin ficou nos olhando sair da garagem.

-Salma, você deveria pelo menos levar o carro com você...-Loris falou.

-Não vou levar... Não vou levar nada... Eu nem quero que meu pai saiba que estou aqui...-Eu disse.

-Tá bom...-Ele revidou.

-Eu quero ir a um hospital... Atendimento de emergência... Preciso de algo que seja eficiente... Não vou à farmácia pra continuar tendo dúvidas...-Eu falei.

-Se eu fosse mais velho... Estaria pensando se não ficou um ursinho dentro de você...-Loris disse.

-Só se fosse pra eu surtar de vez...-Eu revidei.

Ele riu. Peguei meu celular pra olhar o endereço do hospital público mais próximo, achei um e seguimos pra lá.

-Muito ruim estacionar em Londres...-Loris falou.

-Eu desço aqui... Pode ir dar uma volta... Londres tem o The Sun, se te reconhecerem... Estaremos com problemas...-Eu disse.

-Não queria dar volta não... Mas pensando assim... Me liga quando terminar tudo...-Ele revidou parando.

-Tudo bem...-Eu falei soltando o cinto.

Loris segurou meu braço, se inclinou e me beijou.

-Na verdade é... Qualquer coisa... Me liga... E eu venho cuidar de você...-Ele sussurrou me encarando enquanto fazia carinho no meu rosto.

-Se cuida, urso... –Eu disse e beijei a ponta do nariz dele.

Loris riu e se afastou, desci do carro e caminhei um pouco até o hospital. Eu confiava no serviço, em Liverpool sempre me consultava no serviço público, era bem atendida, e não foi diferente em Londres, consegui a consulta e resolvi o meu problema lá mesmo,  as pílulas eram distribuídas na farmácia do hospital, consegui anticoncepcional também e preservativos.

Liguei para Loris e ele foi me buscar lá, voltamos pra casa dos meus pais. Almoçamos com minha mãe e Evin.

Pela tarde minha mãe quis assistir filme com nós dois na sala específica pra isso.

No sofá eu fiquei abraçada a minha mãe, e vez ou outra eu dava um pouco de atenção à ele.

Minha mãe só quis ver um filme e no meio da tarde saiu da sala, então eu e Loris ficamos à vontade.

-Ver filme foi uma das primeiras coisas que fizemos juntos... Você de ressaca...-Ele falou fazendo carinho no meu braço.

-Sim... Você já assistiu A felicidade não se compra?-Eu revidei.

-Não... Acho que não....-Loris disse.

-É um filme antigo...-Eu falei.

-Você gosta de filmes antigos?-Ele perguntou.

-Sim... Tem muito mais magia que esses atuais...-Eu respondi e olhei pra ele,

-Tem aqui? Podemos ver...-Loris revidou.

Toquei o rosto dele.

-Não sei... Eu não moro aqui...-Eu disse e sorri pra ele.

-Bird... O que você quer?-Ele falou.

-Saber o que o Urso tá pensando bem no fundo...-Eu revidei.

-Pensando no que a Bird está sentindo por mim...-Loris disse.

-Carinho... Amizade... E as vezes tesão...-Eu falei.

Ele sorriu.

-Gostei de ouvir... Mas acho que mereço um pouco mais....-Ele revidou.

-Tenho quase certeza de que gosto de você... Se eu não gostasse, não teria deixado vir atrás de mim...-Eu disse.

-Como foi que você falou ontem? Muito homem pra pouca idade?-Ele falou rindo.

-Fico curiosa pra saber como sua mente funciona... Você é muito diferente de outros homens de 22 anos...-Eu revidei.

-Eu existo tá? Nem eu sei por que sou assim... Sou sério?-Loris disse.

-As vezes... Sabe ser quando é preciso... E um belo designer de piadas quando quer também... E conversando com minha mãe... Quanta formalidade...-Eu falei e ri.

-Eu posso te falar que sou assim desde a adolescência... Qualquer dia te mostro um vídeo...-Ele revidou e me beijou.

Ficamos nos beijando e não demos mais atenção ao segundo filme. Chegando à noite eu fui pra cozinha fazer o jantar, Loris dormia no meu quarto enquanto isso. Jantamos um pouco tarde com minha mãe e no fim da noite fomos pra piscina.

De madrugada nos entregamos um ao outro novamente, e sábado pela manhã outra vez.

O sábado foi tranquilo, aproveitamos mais a área externa da casa, à noite minha mãe recebeu umas amigas, então eu e Loris ficamos na sala de filme sozinhos e transamos outra vez.

Subimos assim que terminamos sem sermos vistos e nos recolhemos no quarto de vez. Dormimos.

Acordei no domingo antes dele e segui minha rotina antes de ir para o quarto da minha mãe, era a última vez que eu ia acordá-la no final de semana, a noite eu voltaria pra Liverpool. Então fui apressada até o quarto dela, ainda era cedo, abri a porta e vi que ela ainda dormia.

Eu sorri e fui até a cama devagar, estava um pouco escuro no quarto então eu me joguei bem no meio.

-Bom dia mamãe....-Eu falei

-Bom dia minha filha...-Ela revidou.

-Salma?-Meu pai disse levantando o corpo.

Meu coração acelerou, eu saí apressada da cama, não acreditei que ele estava ali.


Notas Finais


Todo mundo paralisa como Salma agora...
E tremendo... Como é que o pai dela chegou ali? Alguma hipótese? KKKKKKK Eu tenho, eu tenho... Mas só no próximo capítulo... E finaaaaaalmente parece que eles tão ficando... HAHAHAHA... E Olga? Ryca e muito Phina enquanto fala HAHAHAHAHA Loris, o romântico foi atrás, pra ter certeza que a Salmão não ia pra Austrália se juntar a Dory... Duas esquecidas...
E o que acharam? Me conteeeeem se quiseeeeeereeeem....
Agora vai demorar o próximo, pois o foco vai mudar um pouco por que estou voltando pra COCAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIINEEEEEEEEEEEEEEE pra quem não conhece, procura minha outra história em andamento ( COCAINE ) lá no meu perfil... É com o Róis... E é gigante....
Obrigada por acompanhar! Abraços de ursos, beijos de Salmão ( Imagine uma boquinha de peixe aqui) KKKKKK
Até o próximo capítulo!


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