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História Let me know - Sufoco


Escrita por: Loretha1

Notas do Autor


Voltei e com capítulo novo! Eu sei que demorei, mas agora é que assim, agora preciso conectar os personagens e suas histórias, os vilões e seus motivos, essas coisas. Acabo ficando "coisada" da cabeça. Mas enfim, espero muuuito que gostem. Podem me falar. Boa leitura.

Capítulo 12 - Sufoco


A garota apenas ficou ali, parada, olhando Chat Noir sorrir para ela. Não sabia como se sentir naquele momento, estando como Ladybug. Não sabia que palavras usar, nem que reações ter. Devia chorar? Rir? Devia abraçá-lo ou sair correndo? Mesmo tendo visto Chat Noir em todas as visitas que ele havia feito no hospital, estar ali era diferente.

— Chat Noir, eu... — Começou, mas foi interrompida quando os braços do garoto a cercaram de forma firme. Os dedos pressionados em suas costas a seguravam como se temessem que ela evaporasse.

O peito de Marinette se aqueceu, transbordando saudades. Deixou sua cabeça encontrar a curva do pescoço de Chat Noir quando retribuiu o abraço.

— Nunca mais faça isso. — Falou o garoto, segurando os ombros de Ladybug e a olhando nos olhos. — Eu procurei você em todos os lugares.

— Eu sei. — Desviou os olhos do verde intenso das íris do gato.

Chat Noir sorriu e a puxou para mais um abraço apertado.

— Você está aqui agora, é tudo que importa. — Quando se afastou do abraço, olhou-a de cima a baixo, procurando alguma coisa. — Você está bem?

— Sim, eu... — Parou de falar. E se Chat Noir estivesse voltando de mais uma visita? — Como me encontrou?

Chat Noir deu de ombros, ainda sorrindo.

— Aonde estava indo? — Perguntou ele, mudando de assunto.

— Torre Eiffel. Queria ver a cidade de lá. — Mudar de assunto talvez fosse mesmo melhor para ela, como parecia ser para ele. 

Chat Noir virou-se para olhar a torre.

— My lady, eu gostaria de acompanhá-la. — Pegou a mão de Ladybug novamente e deixou um beijo delicado.

A garota riu. Como ela sentia falta disso.

— Vamos.

Com Chat Noir seguindo ao seu lado enquanto corriam pelos telhados, Ladybug sentiu que finalmente estava bem onde deveria estar.

                                                                                      ***

Félix queria conseguir dormir como Freya e Dominic faziam há algumas horas, mas o barulho do pequeno jato particular não permitia. Isso e o fato de ele estar esperando ansiosamente respostas que Dominic daria apenas quando acordassem.

Os irmãos haviam demorado quase o dia todo para conseguir o que queriam e então voltaram para o carro gritando para Antony dirigir o mais rápido que podiam. 

Quando o carro arrancou, parecia que o estômago de Félix havia ficado para trás, mas ele não reclamou. Em vez disso, agarrou os dedos no estofado do banco e torceu para que o cinto de segurança fosse suficiente para evitar que ele voasse para fora do carro.

Um carro os seguia e, diferente do que Félix estava habituado, não eram carros pretos, grande e blindados, mas um Jeep verde que parecia perder peças pelo caminho. 

— Que tipo de vilões sem classe são esses? — Freya disse batendo a mão fechada na coxa. 

— São os guardas que você irritou, Freya. — Dominic olhou alarmado para o outro lado, a janela ao lado de Félix. — Aqueles caras que são os vilões de verdade! 

Duas motos se aproximavam do carro com seus motoqueiros zangados. Eles não se pareciam em nada com as gangues de motos que circulam em grupos de homens barbudos e mulheres sexy que Félix esperava. Ao invés  disso, parecia que haviam acabado de sair de algum filme de arqueólogos e tumbas antigas, só que mais bem vestidos.

— Ainda estou desapontada! — Freya gritou para o irmão. 

Dominic fechou a cara para a irmã. Virando-se para frente, pegou a mochila a seus pés e puxou algo de dentro. Félix engoliu em seco quando viu a arma.

Não é que ele nunca tivesse visto uma, era justo por isso. Desde que a mãe e ele escaparam do centro onde ele estava, viviam fugindo de pessoas perigosas que portavam armas piores que a de Dominic. Então, quando viu uma de tão perto, ele percebeu que havia desenvolvido uma fobia por aqueles troços.

— Temos que despistar eles antes de chegarmos ao avião. —Dominic falou passando uma arma para Freya. 

— Sabe usar uma dessas? — Freya virou-se para o garoto ao seu lado. — Que cara é essa?

O carro fez uma curva fechada, jogando todos para o lado esquerdo. A cabeça de Félix doeu quando acertou o vidro da janela.

— Certo, você apenas segura firme ai, então. — Escondendo o riso, voltou a atenção para a moto que agora estava logo atrás. — Dominic?

Cada curva acentuada fazia o nó na boca do estômago de Félix piorar. Não era assim que deveria estar se sentindo. Onde estava a empolgação que sentia toda vez que tinha que fugir com sua mãe? Fugir de pessoas como aquelas que estavam atrás deles agora mesmo?

Tudo estava diferente, mas ele não sabia explicar o porquê. 

— Você não consegue dormir? — a voz sonolenta de Freya transportou Félix de volta ao avião. 

O garoto balançou a cabeça para afastar lembranças. Era assim que acontecia as vezes, se perdia nas memórias mais recentes, como se sua mente procurasse nelas algo que o fizesse lembrar do passado. Não funcionava, apenas o deixava mais confuso.

— Vamos encontrar sua mãe, não precisa se preocupar. — Freya olhava para frente, com os braços sobre o peito para se aquecer. 

— Eu... Pra falar a verdade eu nem pensei muito nisso. — Disse ele, cruzando os braços e imitando a posição de Freya. — Eu acho que não tive tempo de digerir o que aconteceu.

Freya riu. Dando de ombros, virou o rosto para olhar Félix.

— Olha, eu sei que está perdido nisso tudo, mas, sabe, eu e Dominic estamos do seu lado. — Ela se endireitou na poltrona e enfiou a mão no bolso do moletom que usava e puxou algo de dentro. — Acho que isso é pra você.

Um pequeno caderno com uma capa azul simples. 

— O que é isso? — perguntou. Havia um nó em sua garganta que ele não sabia explicar. 

— Você vai saber. — ela se levantou com um sorrindo complacente desenhado no rosto cansado.

Félix olhou a caderneta azul, girando-a nas mãos, enquanto ouvia os passos de Freya se afastarem pelo piso de carpete cinza. A capa azul escura não era nem levemente familiar, mas ele sabia que havia algo ali, por que seu coração parecia querer sair pela boca.
                                                                                                ***

A cidade de Paris brilhava sob os olhos de Ladybug e mesmo com a temperatura baixando gradativamente a garota se sentia bem.

— Acho que nunca vou me cansar de ter essa vista. — Ladybug olhou para Chat Noir, debruçado sobre a amurada da torre e olhando para o horizonte. — Mesmo tendo vindo aqui quase todas as noites nos últimos dias.

A garota sentiu que havia algo por trás das palavras de Chat Noir, mas não perguntou, ao invés disso virou-se para olhar seu perfil.

Os cabelos estavam maiores e ainda mais rebeldes que antes e agora cobriam o rosto quase tanto quanto a máscara negra. O corpo parecia mais magro, mas de certa forma, mais forte. Mas a mudança real estava nos olhos. Quando Chat Noir trouxe os seus para os dela, Ladybug sustentou o olhar tentando saber como, em tão pouco tempo, um garoto podia parecer mais esgotado depois de carregar um peso enorme sobre os ombros.

— O que foi, my lady? — Perguntou ele, sorrindo para ela. — Tem alguma coisa na minha cara?

— Não. —  Sorriu de leve, sem tirar os olhos do amigo. — Você está bem?

Chat Noir franziu o cenho, surpreso com a pergunta. Deu de ombros, hesitando, mas Ladybug já tinha entendido. 

— Chat Noir, eu não sei como estão as coisas por aqui, mas... Tenho certeza que você conseguiu fazer tudo certo e, não sei,— Ladybug balançou a cabeça e olhou para o horizonte. Um nó se formou em sua garganta fazendo-a querer gritar. — Eu queria poder voltar no tempo, evitar que tudo acontecesse como aconteceu, mas... Eu não posso.

— Isso não tem nada a ver com você, my lady. — Chat Noir parecia ter engasgado com as palavras dela. Engoliu em seco e fechou os olhos com força. — São coisas da minha vida pessoal, do outro eu.

Um silêncio caiu sobre os dois. Nenhum deles sabia como retornar a conversa de forma mais leve, apesar de ambos terem coisas para falar. Ladybug queria que Chat Noir pudesse se abrir com ela, da mesma forma que queria poder se abrir com ele. Queria dizer realmente quem era e como estava se sentindo desde que foi levada e desde que foi salva. Só que ela não podia e sabia que ele também não, mesmo se quisesse.

A pequena luz esverdeada do anel de Chat Noir anunciou o fim da transformação. A primeira carga já era.

— Sinto dizer, my lady, mas terei que deixá-la. — O sorriso de Chat Noir havia voltado, mas o peso de algo ruim ainda pairava no ar.

Chat Noir fez uma reverência exagerada para a garota, pegou sua mão e depositou um beijo.

— Não quero que se sinta culpada. Nada do que aconteceu foi culpa sua. — Falou ele, olhando fundo em seus olhos.

Ladybug queria acreditar nas palavras dele, mas sabia que, de certa forma, havia sim, sido sua culpa.

— Senti tanto a sua falta. — Admitiu a garota, de repente deixando que o soluço preso em sua garganta saísse.

O soluço foi seguido de outros, mas só quando sentiu os braços de Chat Noir ao seu redor, percebeu que já não conseguia controlar o choro. Então se permitiu ceder para o nó sufocante em sua garganta. E mesmo que nenhuma palavra pudesse ser dita sobre o que havia acontecido, ela sabia que Chat Noir estaria ali para ela. Com ela.


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Até o próximo. ;)


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