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História Let Me Know - Bônus - Avoada


Escrita por: Sweetrange

Notas do Autor


Olá ~
Vejo vocês nas notas finais.
Lembrando que esse é apenas um capítulo bônus, com recapitulação de algumas partes da fanfic e o ponto de vista do Yugyeom sobre eles, e focando especialmente no capítulo 22.
Boa leitura :3

Capítulo 24 - Bônus - Avoada


Fanfic / Fanfiction Let Me Know - Bônus - Avoada

Quando ela entrou no estúdio de dança, estranhei. Foi uma sensação esquisita, como se dois mundos colidissem. Afinal, eu nunca havia tido nenhum motivo para misturar a escola com o estúdio, até aquele momento.

Ela entrou e depois de olhar diretamente cada pessoa do estúdio, se detendo alguns segundos a mais quando viu meu rosto, foi direto para o canto da sala, enquanto eu ainda tentava me lembrar de seu nome. Tudo o que sabia sobre ela era que estudava na mesma sala que eu, nada mais. Tentei buscar na memória, mas eu nunca havia sido muito bom com nomes, então decidi pensar nela como A Garota da Sala até que descobrisse o nome dela.

Algumas pessoas foram puxar assunto, mas eu não sabia como falaria com ela, de forma que fui um dos poucos que não fui. Poucos minutos depois que ela chegou, Jaeyoon chegou e, como sempre, foi ordenando:

- Certo. Hoje vamos treinar a coreografia que treinamos na semana passada. Vão aos seus lugares, eu iniciarei a música.

Todos ficaram em seus lugares, que haviam sido definidos pelo próprio Jaeyoon, assim como em todas as coreografias novas que aprendíamos. Eu continuei no meu lugar, já que eu sempre ia direto para o mesmo lugar quando chegava no estúdio. Eu olhava atentamente para o professor, aguardando o início da música, quando ele disse:

- Você ai, não ouviu? Para seu lugar, faremos a coreografia da semana passada.

Quando olhei para o lado, percebi a única pessoa fora da formação: a garota nova, que parecia um tanto avoada. Mesmo não sabendo o nome dela, eu senti a necessidade de ajuda-la, já que Jaeyoon realmente não era fácil de lidar. Sibilei para ela “Me siga”, ao que ela concordou e ficou no lugar vago ao meu lado. Mesmo ela tentando me seguir, ela não conseguiu acompanhar muito bem, o que eu entendia, afinal, era difícil pegar uma coreografia que você nunca havia visto na vida, ainda mais em tempo real. Jaeyoon brigou com ela, claro, mas ela não pareceu tão abalada quanto qualquer um ficaria, o que me impressionou um pouco. Percebi a sombra de uma risada em Jaeyoon depois, o que me deixou confuso, mas resolvi esquecer isso.

Depois disso, Jaeyoon nos pediu uma apresentação em dupla. Como ele acabou sorteando as duplas no final, eu e ela acabamos juntos. Decidi mudar o apelido dela de A Garota da Sala para Avoada, no fim das contas.

Após fazermos a apresentação juntos, acabamos ficando cada vez mais próximos, tanto no estúdio quanto na escola. Afinal, tínhamos vários gostos em comum: exceto pelo sabor favorito de sorvete, já que o dela era morango, e o meu era chocolate.

Quando percebi, andávamos juntos o tempo todo, enquanto Eunmi e Kino andavam conosco. Eunmi era amiga dela desde sempre, até onde tinha entendido, e Kino era meu amigo desde que o vi dançando na rua e o acompanhei, empolgado, e depois fui descobrir que estudávamos na mesma escola, apenas em salas diferentes. Pensando bem, acho que eu tinha que começar a reparar mais nas pessoas da minha escola.

Fiquei pensando nisso tudo, em como eu e ela nos conhecemos, enquanto agora andávamos juntos para o estúdio, conversando sobre minha audição nas empresas que eu havia escolhido, graças ao incentivo dela. Ela realmente me ajudava muito. Muitas vezes eu pensei que não valeria a pena tentar debutar, que eu não conseguiria, mas ela nunca me deixou desistir. Sorri, ao pensar nisso, enquanto ela olhava para a frente, andando.

- Que horas sai o resultado? – Ela perguntou, mais uma vez dando razão ao apelido dela, avoada.

- Às sete da noite – Eu expliquei, pensando em como ela sempre esquecia datas e horários. Ela conseguia ser pior que eu. Depois, completei - Assim que eu chegar em casa, provavelmente já vou conseguir ver o resultado, no meu e-mail.

- Eu exijo saber, na mesma hora! – Ela disse, fazendo um biquinho, ao que eu ri. Afinal, eu não conseguia me manter sério com aquilo, já que era muito fofo.

A verdade é que há algum tempo ela não era mais simplesmente minha colega de estúdio e de sala, ou amiga. Eu também não sabia dizer quando, como, e nem por que. Mas um dia eu simplesmente havia chegado à conclusão de que gostava dela. E muito.

Ela conseguia ser bonita e fofa ao mesmo tempo, mesmo sem tentar. Era extremamente distraída, mas isso me fazia querer cuidar dela, sempre, assim como no primeiro dia dela no estúdio.

Lembrei então de quando eu e Kino conversavamos, enquanto ela e Eunmi iam beber água. Naquele momento, Kino estava tentando me provocar:

- Eu vi. Com meus próprios olhos - Kino cantarolava - Estava passando quando vi os dois entrarem no cinema, juntos.

- Sim, nós fomos ver um filme - dei de ombros, tentando encerrar a conversa, coisa que Kino estava decidido a não fazer.

- Juntos - Kino ria, achando graça em me provocar - Aish, essa história está começando a me dar agonia.

- História? - Perguntei, erguendo uma sobrancelha - Que história?

- Vocês dois - ele revirou os olhos - Sério, o que custa você simplesmente ir e falar que gosta dela? - Quando ele disse isso, senti minhas orelhas queimarem, e engasguei por um momento, e Kino faltou rolar no chão de tanto rir.

Na verdade, eu pensava isso há algum tempo. Eu realmente queria dizer algo para ela, queria que ela soubesse o que sinto, e... bem, queria também saber o que ela acharia dessa história. Mesmo assim, eu ficava nervoso quando pensava nisso, e acabava desistindo quando via ela. Eu devo ter ficado mais tempo que imaginei em silêncio, já que Kino estalou os dedos para me trazer de volta à realidade.

- É sério - ele agora me olhava realmente sério - Você tem que falar pra ela.

- Eu só... - suspirei, desistindo de negar mais alguma coisa - estou esperando.

- O que, exatamente? Virar trainee? Ela desistir? Ela começar a namorar alguém? - Kino questionou.

- Digamos que eu estou esperando... a hora certa - Por fim disse, mesmo sabendo que essa não era exatamente a melhor desculpa. Em seguida, ouvi a voz de Eunmi dizendo:

- Ter a hora certa para que? - Eu mesmo senti que meus ombros haviam ficado tensos naquela hora, e me amaldiçoei por reagir tão rápido àquilo. Eu estava de costas para a porta, e Kino ficou as observando entrar na sala.

- Falando sobre dança, de novo? - A avoada perguntou, revirando os olhos, nos provocando como sempre.

- Não - Kino respondeu, o que também me deixou tenso, pensando se ele diria alguma coisa. Entretanto, ele apenas olhou para ela e se levantou do chão, completando - Yugyeom e eu estávamos só conversando, para ver se me distraia um pouco.

Agradeci mentalmente por Kino não dizer nada à ela naquele dia. Mais tarde, ela me perguntou o que estávamos conversando, e mordi a língua para não dizer "Estávamos falando de você" e depois me declarar ou algo do tipo. Não, eu esperaria a hora certa, como eu mesmo havia dito.

Enfim, voltei ao presente quando quase tropecei na calçada. Resolvemos passar na Sunhee para dar um oi, já que eu estava extremamente ansioso para chegar em casa, mesmo que o resultado ainda fosse demorar cerca de uma hora depois que eu chegasse. Mesmo assim, isso não ajudava a diminuir a minha ansiedade.

- Ora, o que estão fazendo aqui então? Já para casa! - Sunhee fingiu dar uma bronca, e em seguida sorriu - Boa sorte! Yugyeom, fighting! - ela cerrou o punho no ar, torcendo por mim, então ambos sorrimos e fomos direto para nossas respectivas casas, quase correndo.

Quando cheguei em casa, comecei a lembrar de outros momentos, como quando eu não queria mais dançar, após Jaeyoon não ter me escolhido para ser um dos representantes do estúdio na competição Hakgyeojee. Aquilo realmente tinha me chateado, me fazendo pensar que eu não era bom o suficiente. Mas ela simplesmente não aceitou aquilo, e me deu algumas broncas por ter pensando em desistir alguma dia. Aquilo me deixava feliz. Pensar que alguém realmente se importava comigo, que acreditava em mim daquela forma, de um jeito que nunca pensei que alguém acreditaria. Mais uma razão para eu admirar ela. Eu queria cuidar dela, mas acho que ela quem acabava cuidando de mim, e eu me sentia bem com isso.

Olhei no relógio, me lembrando do e-mail. Sentei na frente do computador e comecei a reiniciar a página a cada minuto, ansioso por uma resposta, fosse ela positiva ou negativa, mas eu estava confiante. Talvez fosse culpa dela me deixar assim, mas eu estava.

Se eu fosse aceito, enfim iria me tornar um trainee. Esse pensamento me fez sorrir, animado. Eu continuaria estudando, como havia prometido para minha mãe, mas agora eu teria aulas de dança com um treinador de dança de uma empresa, e eu estaria oficialmente treinando para ser um idol, para mostrar minha dança a milhares de pessoas que a apreciassem.

De repente, lembrei do dia em que ela estava lendo as regras de trainees e idols, e meu sorriso foi se apagando, lembrando do que Kino dissera.

“Mais difícil ainda deve ser entrar como trainee gostando de alguém. Porque quando você está lá, você sabe que é proibido, e se afasta. Mas enquanto isso, não sendo trainee, você as vezes nem percebe o quão envolvido está.”

Nesse dia, comecei a pensar nisso, mais do que gostaria de admitir. Talvez fosse mais fácil, mesmo, começar a gostar de alguém sendo trainee. Mas, entrar como trainee gostando de alguém, com certeza era mais difícil. Porque realmente, eu agora não teria muito mais tempo para andar com meus amigos, e principalmente com ela. Agora, não iríamos mais juntos para o estúdio. Dificilmente conseguiríamos ir na Sunhee a partir disso. Querendo ou não, nos afastaríamos. Mesmo que ainda nos víssemos na escola, não seria a mesma coisa. Tudo seria diferente.

Eu não ouviria mais toda hora sua risada contagiante quando ela risse de mim, depois de me provocar, já que passaríamos menos tempo juntos. Nisso, pensei em como seria se eu não tivesse mais ela por perto, e isso doeu mais do que eu gostaria de admitir. Eu perderia vários momentos valiosos, como seu sorriso, suas caretas fofas, suas broncas quando eu ficava desanimado, e sua animação em sair conosco mesmo quando ela era a que menos gostava de sair.  Ri, lembrando do dia em que fomos ao karaokê, e eu decidi cantar uma música mais calma, que destacava mais a voz que o ritmo. Podia parecer infantil, mas eu queria que ela achasse que sou bom, queria que ela ficasse orgulhosa de mim. Queria impressionar ela.

Ela também era a garota mais avoada do mundo, às vezes parecia meio birrenta, e amava me provocar. E eu amava tudo isso nela.

Olhei para o teclado do computador, percebendo ali uma gota, o que estranhei. Olhei então para o teto, mas este estava seco. Quando olhei novamente para o teclado, outra gota. Então, levei minha mão ao meu rosto e senti que minhas bochechas estavam molhadas. Quando percebi, estava chorando, encarando meu teclado. Eu não queria chorar, mas meu corpo parecia não saber disso. Na verdade, parecia simplesmente não se importar. Parecia que meu corpo queria fazer questão de me fazer perceber o quão importante ela era para mim, e que eu sentiria muita falta dela, mais até do que eu poderia imaginar.

Enxuguei minhas lágrimas, respirando fundo, decidido a não chorar mais. Eu daria um jeito de não nos afastarmos, estava decidido. Apertei novamente o botão para reiniciar a página da caixa de entrada, quando apareceu um novo e-mail ali:

Jellyfish Entertainment: Resultado da audição.

Abri rapidamente, ansioso, e corri meus olhos pelo texto, até encontrar o que estava procurando: Kim Yugyeom, você foi aceito para entrar na Jellyfish Entertainment. Mal tive tempo de sorrir, e outros dois e-mails agora haviam aparecido:

NH Media Entertainment: Resultado da audição.

Cube Entertainment: Resultado da audição.

Fiz o mesmo processo com os outros dois e-mails, e ambos diziam a mesma coisa: eu também havia sido aceito. Sorri, animado, e então finalmente li o último e-mail, que havia acabado de receber, enquanto respirava fundo: JYP Entertainment: Resultado da audição.

Caro Kim Yugyeom, a JYP Entertainment o parabeniza por sua audição, e aceita você para entrar em nossa empresa.

Depois disso, havia um texto informando os horários e datas em que eu deveria aparecer, além de alguns regulamentos e coisas do tipo, mas eu não li mais nada. Corri para o celular, já discando o número dela, quando me detive. Eu queria contar isso pessoalmente para ela, ver a reação dela, o sorriso largo que eu tanto amava ver estampado em seu rosto. Eu estava muito animado, e não conseguiria ficar em casa de qualquer forma, então peguei uma blusa e corri para a rua, já que minha mãe não estava em casa.

Andei um pouco até chegar na rua dela, onde vi alguém em pé, andando em minha direção, mas olhando para o lado. De repente, me dei conta de que era ela, e corri em sua direção, chamando seu nome mesmo de longe, o que ela pareceu não ouvir. Quando ela finalmente ouviu, olhou para mim, enquanto eu me aproximava dela.

- Finalmente – eu ri – É a terceira vez que te chamei, avoada.

- Que injusto – ela riu – Sou avoada só por isso?

- Isso e por tudo o mais – respondi, mostrando a língua, provocando ela.

- Enfim, porque me chamou? – ela perguntou, mas logo em seguida pareceu entrar em outra dimensão em sua própria mente. Ela me olhava, mas eu podia apostar que não me enxergava realmente, já que estava distraída. De repente, ela deu um sorriso contagiante, ao que eu sorri também, reparando mais uma vez em quão lindo era seu sorriso. Mesmo assim, eu estava um pouco preocupado com ela.

- Você está bem? – Perguntei, olhando atento para ela, em busca de qualquer sinal de que ela pudesse estar doente ou algo do tipo.

- Sim – ela sorriu novamente – Estou ótima. De qualquer forma, porque você me chamou mesmo?

- Eu tenho uma notícia. Vim correndo da minha casa para te contar, pessoalmente – Eu sorri, a ponto de minhas bochechas quase doerem – Eu fui aceito. Nas quatro empresas – Eu tentava me conter para não pular de alegria agora, compartilhando minha felicidade com ela – Então... Rumo à JYP – Eu ergui as mãos, em comemoração, enquanto ela olhava atentamente para mim, e depois riu levemente.

- Kim Yugyeom... – ela começou, respirando fundo, e sorrindo – Que ótima notícia! – Ela então riu e me abraçou, ao que eu retribui, com alegria. Seu abraço era bom, de forma que eu não sentia vontade de soltá-la, nunca mais, assim como quando a abracei em seu aniversário. Foi necessário muito de mim para soltá-la naquele dia, embora eu mesmo só tenha entendido o motivo real depois: eu realmente gostava dela, afinal. De repente, senti seu corpo tremer um pouco, ao que eu me preocupei, pensando que ela poderia estar com frio, mesmo com a blusa dela, quando percebi: ela estava chorando, na verdade.

Eu não sabia como reagir a isso, então apenas continuei a abraçando, me rendendo ao desejo do meu corpo e do meu cérebro. Ela provavelmente estava chorando de felicidade. Afinal, ela foi a pessoa que mais me incentivou durante todo o processo, desde as aulas de dança até as audições, e provavelmente estava tão ansiosa quanto eu com o resultado. De repente, ela disse:

- Yug, me prometa uma coisa – Sua voz estava saindo um pouco abafada por minha blusa, mas eu a entendia perfeitamente.

- Depende – eu ri – O que é?

- Prometa que não vai desistir do seu sonho. Nunca. Por nada, nem ninguém – ela disse, enquanto essa frase me atingia – Você nunca, nunca vai desistir. Me prometa.

- Eu sei que você me mataria se isso acontecesse – Como muitas vezes ela havia me ameaçado. Ri pensando nisso, mas eu sentia que minha voz estava começando a embargar, então tentei me controlar – Mas, porque isso?

- Só prometa, dance machine – Ela disse, e segurou minha blusa um pouco mais forte, o que me deixou feliz, por algum motivo.

- Então, eu prometo para você. Eu não vou desistir.

- Por nada, nem por ninguém? – Ela repetiu seu desejo, e me abraçou um pouco mais forte, ao que eu retribui. Antes, o abraço havia começado fraco, mas a cada vez mais ficava mais forte, e eu não queria que fosse diferente.

- Por nada, nem por ninguém – Eu repeti, e então completei – Eu prometo.

Depois disso, ela ficou em silêncio, e eu também, para evitar que minha voz embargasse ainda mais. Ficamos abraçados por mais alguns instantes, enquanto eu só conseguia pensar uma coisa:

Não, eu não vou desistir por ninguém. Até porque, a única pessoa por quem eu poderia querer desistir, está agora mesmo me dizendo para não fazer isso.


Notas Finais


Eu não postei esse capítulo logo depois do 22, porque não tinha certeza se iria postar ou não.
E também não esperei três dias, já que é um capítulo bônus.
Mesmo assim, obrigada novamente à vocês que leram essa fanfic, me acompanhando durante o processo. Significou muito para mim >.<
Obrigadaaa <3


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