História Let me love you - The moment of truth

Algumas horas depois...

As meninas já haviam parado de chorar a tempos, estavam a horas tentando pensar em um jeito de convencer a mãe de Naty, a   deixa-la ir com elas para a tão sonhada e desejada Londres. Se encontravam sentadas (lê-se amontoadas) no sofá de Lalainha, Naty roía freneticamente as unhas dos dedinhos. Jessica foi quem se pronunciou.

- Gente eu preciso ir embora, olhem para fora, está escuro já, perdemos a noção do tempo... - a garota disse fazendo um bico, mostrando não estar nem um pouco contente com o que tinha que fazer - Amanhã vamos todas na sua casa Naty, então falamos juntas com sua mãe, ok? - Naty concordou com a cabeça, e Jess se despediu da garota, com um beijo delicado na testa da mesma - Se cuida mocinha - sorriu e abraçou Lalainha e Bê ao mesmo tempo, já que as duas estavam grudadas, por conta do sofá apertado - Você também Lalainha... E você mocinha - disse apontando para Bê - Direto pra casa... Rum -apontou para seus olhos e depois para a garota, o que fez com que todas rissem, em seguida deu um cascudo em Duda, recebendo um grunhido de dor e o dedo do meio da mesma, Jess riu - Se cuida também Du... 

- Acho que eu que tenho que falar isso pra você pateta - Duda disse rindo, fazendo com que Jessica parasse na porta e mandasse o dedo para a mesma, antes de sair casa a fora acenando. 

As meninas permaneceram olhando para onde Jess acabara de sair, sem dizer nada, em uma espécie de transe, cada uma perdida em seu próprio mundo. Lalainha foi quem retornou do transe primeiro.

- Bom meninas já está tarde, sabem o que isso significa? - Laila levantou chamando a atenção das meninas esfregando as mãos, como forma de mostrar que estava empolgada - Significa que ninguém vai mais embora, porque é perigoso. Então vamos todas tomar banho, e em seguida decidimos o que fazer. - a garota sorriu para as outras, que já se levantavam resmungando, pois queriam assistir filme primeiro e não tomar banho.

- A gente pode comer depois? - Naty perguntou para Laila, com os olhos brilhando para a mesma, fazendo com que a garota sorrisse.

- Claro meu amorzinho, depois comemos ok? - Laila perguntou de um jeito que só ela sabia, fazendo Naty concordar com a cabeça, e sair saltitando escada a cima, toda sorridente, pois sabia o que a esperava depois do banho, e sua barriga já ansiava por isso.

No dia seguinte...

Na noite anterior, após as garotas tomarem banho a contra gosto, o grupo se juntou na sala, e assistiu a vários filmes, enquanto Naty devorava uma vasilha de pipoca (lê-se balde) sozinha. No dia seguinte as meninas acordaram doloridas por conta do sofá, onde adormeceram meio aglomeradas. Logo depois que acordaram e tomaram o seu merecido café da manhã, (Naty implorou para não saírem sem comer nada, mesmo sabendo que o destino era a casa da mesma) as garotas seguiram para a casa de Naty, e chegaram lá pouco mais de meia hora depois, por conta do ônibus que tiveram que pegar. Ao chegarem em frente ao prédio onde Naty morava, avistaram Jess sentada no portão mexendo em seu celular, se aproximaram e deram um abraço em grupo na garota avulsa da turma. Minutos depois já estavam na sala do apartamento de Naty, bolando um plano quase que inaudível para começar a abordar o tema com a mãe da garota. Depois de um tempo discutindo, as garotas decidiram que quem iria falar primeiro com a tia Cleide era a Bê, que em contrapartida não ficara tão feliz com a decisão.

-Por que sou sempre eu? - a menina reclamava enquanto as garotas reviravam os olhos, dando explicações que para Anna Beatriz não eram nada plausíveis - Gente, percebam, toda vez vocês me escolhem - as reclamações continuavam enquanto Bê cruzava os braços na altura do peito.

- Por que você é mais comunicativa Bê - Lalainha dizia com toda a sua graça e delicadeza.

- Traduzindo, você é a mais cara de pau - Duda disse, recebendo um olhar reprovador de Laila - Que foi? É verdade - A garota deu de ombros e prendeu seus cabelos com as sempre presentes baquetas.

- Tá bom, eu vou! - Bê tomou sua decisão em voz alta, e começou a se levantar do sofá, sendo puxada de volta bruscamente por Duda.

- Sua anta, você tem que chamar ela aqui, e falar com ela na nossa frente! - Anna Beatriz fez menção de perguntar o porquê, mas Duda fora mais rápida - Porque se ela argumentar, o que provavelmente ela fará, seremos 5 contra uma. - Anna Beatriz fez uma expressão de entendimento e sua rolou os olhos, em seguida Bê começou a colocar o plano das amigas em ação.

-TIAAAA CLEIDEEEEEE - Bê gritou, fazendo as garotas se assustarem e Laila a olhar reprovando o ato - Que foi? Não era pra fazer isso? - a garota sussurrou para as outras.

- A gente não estava pronta ain... - Laila sussurrava, mas fora interrompida pela voz da mãe de Natália, ecoando pelo apartamento.

- QUE FOIII MEU AMOOR? ESTOU INDO! - enquanto ela falava, era nítido que ela se aproximava, pois sua voz se tornava mais alta. Segundos depois ela apareceu na sala, com um pano de prato jogado no ombro direito, sorriu para as meninas e se virou para Bê com uma expressão curiosa - Diga meu amor - disse com a doçura que sempre tratava as amigas da filha.

- Então tia... Sabe a Naty?... - Ela falava hesitando e a Mãe de uma das garotas da sala, que bem conhecia as amigas da filha, já previa que o assunto ia demorar - Ela fez um prova com a gente mês passado... A prova era pra ir fazer faculdade em Londres... O que a senhora sabe que é o sonho de todas nós - Cleide olhava para todas as garotas, e via um brilho no olhar das mesmas, mas o que mais chamou a sua atenção, foi o brilho único que invadia o olhar de sua filhinha, uma faísca de esperança que a muito tempo não via presente nos olhares de sua tão amada primogênita - Então, todas nós passamos na prova... Menos a Naty - Uma pontada atingiu o peito da mulher mais madura presente no ambiente, enquanto sentia uma angústia crescente em seu peito, pensando em como sua filhinha ficara quando descobrira, que não havia passado na prova, que todas as suas amigas tinham sido aprovadas, menos ela. Sentiu vontade de chorar e abraçar sua bebê, mas permitiu que Bê continuasse - A gente ficou extremamente arrasadas, mas arranjamos uma solução! Londres tem muitas oportunidades, como a gente não vai pagar nossas passagens... - enquanto a garota explicava e as outras completavam, Cleide balançava a cabeça afirmando que estava entendendo, e ouvia atentamente as garotas a sua frente, vendo a ansiedade presente em sua filha. Quando Bê terminou, a mulher olhou para as garotas, uma por uma, demorando mais quando seu olhar encontrou o da filha, e então tomou sua decisão.

- Fico extremamente grata por tudo que fazem pela Naty, se fossem outras pessoas que não se importassem com minha filha, simplesmente iriam voar para Londres e deixariam a Natália aqui se lamentando. Porém mais uma vez vocês provaram que amam minha filha, fazendo com que eu ame vocês também - Cleide sorriu vendo os olhos de todas se encherem de lágrimas, e continuou - Sei que tiveram que ter muita coragem para virem até aqui, e me pedirem o que estão pedindo, não vou dizer que não dói, porque dói demais, saber que minha filhinha vai para tão longe de mim, mas já que isso vai deixar ela feliz... - As garotas explodiram em alegrias e berros, saltando do sofá e (literalmente) pulando sobre a mulher em um abraço coletivo, murmurando muitos "obrigadas". Depois que a comemoração acabou, o grupo teve que ouvir muitos avisos, ordens e conselhos que todas as mães costumam dar, Naty teve que prometer que ligaria (no mínimo) uma vez ao dia para a mãe, e então almoçaram na casa da garota. Mais a tarde, cada uma foi para sua respectiva casa, e conversou com sua respectiva mãe. Ao longo da semana as coisas foram se resolvendo, tiraram os passaportes, compraram as coisas necessárias, e fizeram planos e mais planos... A universidade dava direito a um quarto na república da mesma, para cada estudante, o que as meninas recusaram, pois não deixariam Naty sozinha, optaram por procurar uma casa por lá. Quando faltavam 5 dias para a viagem, as garotas finalmente acharam uma casa (lê-se mansão) extremamente barata na cidade, Laila desconfiou e deixou bem claro que não concordava com a casa, pois era barata demais. Por fim, decidiram marcar com a proprietária um encontro para olharem a casa, no dia em que chegassem na cidade. Tudo estava certo. As economias das famílias Albuquerque, Veronese, Dias, Ramos e Alteia foram entregues as meninas, para que se estabilizassem lá sem nenhum problema. O dia finalmente chegou. O sonho estava começando...