Hoje é meu aniversario de dezoito anos, e iremos comemorar em um dos melhores e mais famosos restaurantes de New York.
Por incrível que pareça eu não sou o tipo de adolescente que gosta de fazer compras, passar maquiagem, usar salto ou coisa do tipo, sou simples, qualquer roupa básica e confortável me deixa bem.
Coloquei um vestido que havia ganhado no aniversario passado, uma sapatilha, algumas joias e um pouco de maquiagem. Pra que eu coloquei tudo isso? Porque minha mãe me obrigou. Por mim eu colocava uma calça, um moletom e iriamos comer no pizza hut.
— Já esta pronta, Ashley? — Gritou minha mãe, provavelmente da sala de estar.
— Um minuto, já estou descendo. — Falei.
Respirei fundo, dei uma ultima checada no celular e desci. Meus pais e meu irmão mais novo já estavam prontos e bravos, dava para perceber pela minha cara o quão animada que eu estava.
— Coloca um sorriso nesse rosto, hoje é a sua noite. — Disse meu pai me abraçando.
— Sim, senhor. — Sorri desanimada.
Seguimos até o lado de fora e Jeffrey, nosso motorista, já estava nos esperando encostado no Audi Q7 SUV. Ele como sempre educado, nos abriu e fechou a porta e logo voltou ao volante.
— Boa noite, Jeff. — Apesar do meu pai não gostar, sempre tive intimidade com nossos empregados.
— Boa noite, senhorita. — Respondeu.
— Pode ir, Jeffrey. — Disse meu pai em um tom rude.
Meu pai é um bom homem, apenas não gosta de dar liberdade para os outros. Ele foi criado à moda antiga, como: Sem cotovelos sobre a mesa, sem celulares em momentos em família, sem responder para alguém mais velho, sempre dar exemplo etc, mas quando ele tornou-se governador de New York isso piorou múltiplas vezes.
Enquanto estávamos no carro, meu pai e minha mãe começaram a falar sobre politica – eca - meu irmão ficou jogando em seu vídeo-game portátil e eu coloquei meu fone de ouvido e fiquei escutando minha playlist.
Mais ou menos em meia hora conseguimos chegar ao restaurante. Ele estava um pouco cheio demais para o meu gosto, porem, a assessora do meu pai já tinha nos reservado o melhor lugar da casa.
Entramos no restaurante e imediatamente o recepcionista reconheceu meu pai e foi logo nos levando a mesa. Odiava esses tipos de pessoas puxa saco, mas fazer o que, meu pai adorava chamar atenção.
Sentamo-nos no segundo andar do restaurante, lá era privado, apenas para pessoas publicas.
— Ashley, guarda esse celular. — Ele disse com raiva.
— Mas pai, eu estou respondendo a mensagem da Amber.
— Você disse “mas”? — Ele me olhou furioso
— Não, me desculpe. — Guardei meu celular na bolsa.
Peguei o cardápio e procurei alguma coisa de interessante, mas antes que eu pude dizer meu pedido meu pai já foi falando.
— Por favor, para beber eu quero uma garrafa de Barossa Valley Shiraz e um suco de laranja natural com gelo e pouco açúcar. Já para comer eu quero. – Ele olhou para nós e sorriu.
— Algo mais? — O garçom perguntou.
— Sim, por favor. Quero nachos mexicanos com cheddar e Coca-Cola de 600ml. — Tomei coragem e falei.
Imediatamente meu pai me olhou, ele odiava quando alguém o contrariava, e eu odiava o fato de ele ser controlador ao extremo.
— Quem lhe ordenou a pedir isso?
— Calma, Charles! – Minha mãe o repreendeu. — É o aniversario dela, você sabe que ela não gosta de coq au vin.
— Licença, vou ao banheiro. — Me levantei e sai.
Peguei meu celular e segui até o banheiro que ficava poucos metros depois da escada. Olhando as novas mensagens sem querer eu esbarrei em alguém e acabei caindo.
— Olha por onde anda, porra.
Fiquei desnorteada por alguns segundos, mas percebi que aquela voz não me parecia estranha. Peguei meu celular que havia caído a alguns centímetros longe de mim e levantei meu rosto para olhar quem foi maldito que havia me derrubado.
— Quem diria que o famoso Justin Bieber seria tão grosseiro com a filha do governador. — Me levantei com raiva.
Não gostava de me exibir com o fato de ser filha do governador, mas às vezes, quando alguém mexia comigo eu usava essa pequena carta na manga.
— F-foi mal — Ele gaguejou. — Eu não tive a intenção.
— Sem problema. — Sorri forçado, tentando esconder minha raiva.
Levantei-me e voltei a andar para o banheiro. Sinceramente o banho era uma desculpa para ficar longe daquela farsa toda de família feliz. Sentei-me no vaso sanitário e fiquei alguns minutos conversando com a Amber.
Falando nela, ela é a minha melhor amiga, minha confidente, confio minha vida a ela.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
— Amber, me tira desse inferno.. ��
— Se eu pudesse estaria ai te ajudando.
— Você não sabe o que acabou de acontecer comigo.
— Conte-me tudo e esconda-me nada kk
— Trombei com o Justin Bieber e ele foi
muito ignorante comigo.. Depois que
eu disse que era filha do governador,
ele ficou gaguejando kkk
— OMG!! Queria ter visto essa cena ����
— Amber, tenho que ir antes que
meu pai me mate.. beijos!
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Antes mesmo de receber a resposta da Amber eu desliguei o celular e sai do banheiro. Respirei fundo e voltei para a mesa. Os pedidos já haviam chegado e o Peter estava acabando com os meus nachos, chegava a ser engraçado.
Ao me sentar à mesa percebi que o Justin tinha sentado na mesa enfrente a minha, quase morri quando percebi que ele me encarava. Tentei me distrair brincando com o Peter, mas toda vez que eu o olhava, ele estava olhando de volta, até que ele se levantou e veio até nossa mesa.
— Licença. — Ele disse ao se aproximar. — É um prazer imenso encontrar o senhor aqui.
Legal, outro puxa saco.
— Opa, Justin. — Meu pai se levantou e o abraçou. — O prazer é todo meu.
Lógico, pai. O Justin é a renda mais sustentável para America.
— Sempre venho nesse restaurante, é o melhor. — Ele olhava para mim ao final de todas as frases.
— Concordo. Estamos comemorando os dezoito anos da nossa filha, Ashley.
— Feliz aniversario, Ashley. — Ele veio até mim e beijou minha mão.
Revirei os olhos com quem ninguém percebesse, então sorri e agradeci. — Obrigada, Justin.
— Por que não se senta conosco? — Meu pai perguntou e o meu desejo era gritar um NÃO bem grande.
— Claro. — A droga daquele moleque aceitou e se sentou bem na minha frente.
— Essa é Patrícia, minha mulher. — Justin a cumprimentou. — E esse é Peter, nosso filho mais novo.
Mordi os lábios segurando o riso quando o Peter com a mão toda suja de cheedar apertou a mão do Justin.
Logo depois ele pegou uma cadeira e se sentou a minha frente. Já não bastava aquela coisa se juntar a nós, ele tinha que ficar cara a cara comigo. Revirei os olhos e respirei fundo.
— Hey. — O Justin chamou o garçom.
— Gostariam de alguma coisa? — Ele se aproximou segurando um bloco de notas e uma caneta.
— Me vê dois bifes ao ponto, molho béarnaise, se você tiver, batatas fritas e legumes cozidos, qualquer um que tiver na cozinha.
O garçom escutou tudo atentamente e anotou em seu bloco de notas, logo saindo de perto e indo entregar para o chef de cozinha. Meu pai estava surpreso, parecia irritado, mas tentava não transparecer seu sentimento.
— Por que pediu isso tudo se temos coq au vin? — Meu pai suava de tanto ódio
— Por que não gosto, e percebi que a sua filha também não gosta, então pedi para nós. — Ele sorriu encarando meu pai. — Vocês querem alguma coisa? Eu pago.
Meu pai balançou a cabeça em forma negativa e voltou a sorrir forçado para o Justin. Sinceramente não gosto do jeito do Justin, mas nessa situação o jeito que ele enfrentou o senhor governador, foi hilário.. AMEI!
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.