História Let Me Love You - The Stupid Katerina

Justin POV

- Ok, agora que aconteceu, por que está chorando? Se arrepende? - eu perguntei meio frio. 

- Eu não sangrei. - ela respondeu.

- E daí?

- Ele disse que eu menti dizendo que era virgem. 

- Pelo simples fato de não ter sangrado? - ela balançou a cabeça positivamente. - O que esse cara tem na cabeça? 

- Ele falou muitas coisas. Ele disse até que você e eu...

- Não completa. 

- Isso nunca aconte...

- Katerina, eu sei que nunca aconteceu e nem vai. - ela me olhou como se não esperasse que eu dissesse aquilo, mas eu realmente não queria ter falado aquilo.

- Ele disse que você fosse se resolver com ele, antes que ele viesse e eu sofresse as consequências.

- O que Charles tem na cabeça? Eu falei pra você, Katerina, eu falei.

- Eu sei. 

- Não, agora você vai me ouvir. - ela fungou - Eu sempre mostrei o babaca que Charles é. Não imagina a raiva que eu estou sentindo de você nesse momento. Como pôde fazer isso sabendo o crápula que ele é?

- Ele estava sendo legal comigo. 

- UMA VEZ NA VIDA.

- Não grita, por favor. - ela fungou novamente. 

- Eu deveria ligar pro seu pai e contar tudo a ele, pra você ficar de castigo pro resto da vida. PORRA! Eu vou matar o Charles. Agora.

- Não, fica comigo. - ela segurou meu braço.

- Me larga, Katerina. - ela continuou me segurando. - Eu disse pra você me soltar. - empurrei de leve as mãos dela, mas me arrependi no segundo seguinte. - Me desculpe. - fui até ela e a abracei - Me desculpe, por favor, me desculpe. - ela me abraçou.

- Fique comigo. Eu preciso de você aqui. 

- Eu só vou embora quando seu pai chegar. 

[...]

Assim que o senhor Nistok chegou em casa, tratei de sair antes que ele me visse. Peguei a minha bicicleta no jardim e saí de lá praticamente voando. Eu preciso fazer alguma coisa em relação ao Chaz. Katerina me fez prometer que eu não faria nada, mas a vontade é maior que eu.

Parei na casa de Chaz, deixei minha bicicleta num canto, fui andando até a porta, toquei a campainha e minutos depois quem atendeu foi a mãe do Charles.

-Justin, que visita boa. - ela disse. 

-Boa noite senhora Somers. Chaz está? - eu falei.

-Sim, ele está no quarto com Ryan. Entre. - ela me deu passagem e e eu entrei.

Faz muito tempo desde a última vez que vim na casa de Chaz. Subi nas escadas e pude ouvir umas risadas no caminho até o quarto. Parei em frente à porta, dei duas batidas e só entrei quando me permitiram.

-Justin, meu grande amigo Justin. - disse Chaz assim que eu entrei no quarto - Sinta-se em casa, Bro. A que devo a honra de sua ilustre visita? 

-Você realmente não tem nem ideia do que eu vim fazer aqui? - eu falei. 

-É sobre a Katerina? Cara, relaxa, já conversei com o nosso futuro médico aqui - ele apontou pro Ryan - E ele já me explicou tudo. Eu fui um babaca, me desculpe. 

-Não é pra mim que deve desculpas. 

-Eu já mandei deixarem flores pra ela. Amanhã eu vou com palavras bonitas e você sabe que ela volta pra mim. 

-Quando você vai parar de tratar a Nina como um objeto? 

-Eu já disse para você não se meter no meu relacionamento.

-Ninguém quer se meter no seu relacionamento - dessa vez, Ryan entrou no assunto. - Mas o que você fez não foi legal. As meninas sempre imaginam um momento perfeito na primeira vez e você simplesmente traumatizou a garota. Você errou muito feio, Chaz.

-Você não imagina o quanto eu estou me segurando para não ter dar um soco - eu disse. 

-O que querem que eu faça? Já mandei flores é o suficiente. - eu o fuzilei com os olhos - Fala pra mim Justin, você gosta da Katerina não é? 

-Óbvio que gosto dela. É minha amiga. 

-Não se faça de idiota. Você entendeu muito bem o que eu quis dizer. 

-Você acha que gosto da Katerina mais do que amiga? - eu perguntei enquanto Ryan não sabia pra onde olhar. 

-Sim! Você não gosta? - disse Chaz - Estão sempre juntos, você a coloca pra dormir, está sempre pagando de bom moço. Tenho certeza que você queria estar no meu lugar hoje. Tenho certeza que você queria ter comido Katerina e está puto porque o primeiro que fodeu ela fui eu. 

-VOCÊ VAI MORRER AGORA, CHARLES! - eu disse indo pra cima dele, mas Ryan me segurou - RETIRE AGORA O QUE DISSE. 

-O que? Que comi Katerina? Não posso, porque aconteceu. - o celular dele começou a tocar. - Falando nela. - ele atendeu a chamada - Oi princesa, por favor, me desculpa. - ele pôs no alto falante. 

-Preciso que venha na minha casa. - respondeu Katerina. - Quero que venha agora. 

-Claro meu bem, como quiser. - disse Chaz já ficando de pé - chego em vinte minutos - ele encerrou a chamada e pegou a camisa - Viu Justin? Ela já está louca por um segundo round. 

-VOCÊ MEÇA SUAS PALAVRAS PARA KATERINA. - eu gritei. 

-Ryan, por favor, leve nosso amigo esquentadinho. Ele precisa se acalmar. 

-Vamos Justin. - disse Ryan me empurrando pra fora - Não vale a pena perder a cabeça por ele. 

-Me deixe arrancar a cabeça desse babaca.

-Eu sei que a Katerina é sua amiga - ele falou baixo - E que você tem sentimentos por ela - ele voltou a falar no tom normal - Mas deixe-a resolver os problemas dela. Nina vai escolher o que achar melhor para ela e você terá que aceitar. - eu o empurrei de leve e fui embora dali. Eu só quero a minha cama e nada mais. 

Katerina POV 

Chaz me mandou um buquê enorme de bicos de papagaio, minhas flores favoritas, com um cartão dizendo que estava arrependido e pedindo milhões de desculpas pelo o que havia feito. Deveria eu desculpá-lo? Talvez sim, porque o amo.  Então eu resolvi ligar e resolver a situação na conversa. Nada se resolve discutindo. 

Tomei um banho, vesti um shorts de moletom cinza e uma blusa branca. Chaz chegou quando eu estava terminando de pentear o cabelo. Desci as escadas fazendo um coque e assim que abri a porta, ele estava lá com uma barra do meu chocolate favorito. Eu disse que ele é um amor. 

-Nina, eu... - ele ia falar algo, mas eu o interrompi. 

-Aqui não. Meu pai não sabe o que aconteceu. Vamos subir. - ele assentiu com a cabeça e nós fomos para o meu quarto. - Aqui nós vamos poder conversar melhor. - eu disse depois que fechei a porta. 

-Eu trouxe esse chocolate pra você. Sei que é seu favorito. - ele me entregou a barra. 

-Obrigada. Venha, vamos comer juntos. - eu disse sentando na cama e batendo no espaço vazio. 

-Eu queria pedir desculpas. - ele disse depois que sentou na cama - Eu fui um babaca com você, ou melhor, venho sendo um babaca. Ryan conversou comigo e me contou que é normal as meninas virgens não sangrarem na primeira vez. Eu sou muito idiota. Estou me odiando pelo o que fiz com você. Me perdoa? 

-Você me machucou, Charles. - eu disse depois de comer um quadradinho do chocolate. 

-Eu sei, eu sei. Eu fui um tonto. Logo depois que você disse que queria cuidar de mim, eu machuquei você. - ele me olhou triste - como consegue ficar comigo? Eu sou um monstro Katerina. 

-Não, você não é um monstro. - eu sentei no colo dele - você só precisa de amor e carinho. Deixe-me ajudar você. - eu beijei a bochecha dele - Fiquei chateada por saber que você não me conta dos seus problemas. 

-É muita coisa. Não quero encher sua cabeça com besteiras. 

-O que te incomoda não é besteira pra mim. Ande, converse comigo, me conte o que há de errado.

-Meus pais estão se divorciando. - eu o olhei incrédula - meu pai traiu a minha mãe e ela não reagiu bem quando soube. 

-Nem eu reagiria. - ele desviou o olhar do meu - você já me traiu alguma vez, Charles? 

-Eu? - ele perguntou e eu assenti com a cabeça - Claro que não princesa, meu coração, mente e corpo são todos seus. 

-Jura? 

-Claro que sim. - eu dei um selinho nele - Além do divórcio, pra piorar, levei bomba numa matéria da faculdade. Minha mãe vai ficar uma fera quando descobrir. 

-Você reprovou uma matéria? - ele assentiu com a cabeça - como deixou isso acontecer? Você foi sempre tão estudioso. 

-Eu acho que é toda essa coisa de divórcio. Sei lá, eu não consigo entender o que aconteceu. 

-Se precisar de ajuda, sabe que estou aqui.

-No que vai me ajudar, Katerina? Você ainda está na escola. 

-Desculpe, eu só estava tentando ser gentil. 

-Eu sei, fui grosso novamente. Me desculpa. 

-Por que não fica aqui hoje? Talvez sair do ambiente pesado que deve estar a sua casa, te ajude um pouco. 

-Eu não vou poder dormir no seu quarto. 

-Eu sei, mas eu fico com você até que durma. - ele sorriu fraco.

-Obrigado. Você é uma menina incrível. Cada segundo que passa, eu me sinto pior pelo o que fiz.

-Vamos esquecer, ok? 

Justin POV

-Eu falei para você não me seguir, Ryan. - eu disse assim que entrei em casa.

-E eu lá sou louco de te deixar na rua? Vai que você batesse em alguém só pra descontar sua raiva? - ele respondeu.

-Eu vou bater em você se não sair daqui agora.

-Que bata. Eu sou seu amigo, nunca vou deixar você na mão. - sentei no sofá e joguei a cabeça para trás - como se sente? 

-Não sei. Meu coração está partido. Eu não aguento mais isso. Não consigo olhá-la sem demonstrar o que sinto. Ela que é inocente demais e não percebe. 

-Por que não faz o que eu te falei? Vai pra Stratford, escreve uma carta pra ela contando tudo. Deixa com o pai dela e vai embora sem olhar pra trás.

-Eu não consigo ir sabendo que Katerina vai sofrer. Ela vai precisar de mim. 

-Não Justin! Não. Você precisa pensar em você agora. Quantas vezes já tentou abrir os olhos da Nina e ela segue se fazendo de cega? Katerina precisa acordar desse conto de fadas que só existe na cabeça dela. Se você realmente a ama, vai deixá-la sofrer. 

-Eu não sei Ryan. Ela é só uma criança, não merece sofrer assim. 

-Ela está num relacionamento abusivo, já sofre por si só. Uma dor a mais não vai prejudicar em quase nada. Ou você conta pra ela e vai visitar seus pais ou eu conto. E se você me deixar contar, vai ser bem pior. Eu gosto da Katerina, gosto muito. Praticamente crescemos juntos. Ela é quase uma irmã para mim e eu não estou mais suportando vê-la com o Charles. - ele cruzou os braços - E então? O que escolhe? Você conta ou eu conto? 

-Tudo bem. Eu conto. Farei o que me disse. Apenas preciso de ajuda. 

-Ajuda? Que tipo de ajuda? 

-Eu vou ligar pro meu pai. Ele vai saber me ajudar. 

Katerina POV

-Você poderia ir para a minha faculdade, ficaríamos mais tempo juntos. - disse Charles sem parar o cafuné que estava fazendo.

-Eu não sei se quero fazer faculdade aqui. - ele parou o que estava fazendo e sentou na cama. 

-Como assim não sabe? - me sentei de frente pra ele.

-Eu sempre quis morar no Estados Unidos, você sabe disso.

-É, mas você vai quando eu for. 

-Não. Eu quero fazer faculdade lá.

-Então só vai fazer quando eu terminar a minha. 

-Claro que não. Charles, é meu sonho, ok? Você tem que aceitar. 

-Eu já disse que não e ponto. 

-Por que você quer tanto controlar minha vida? 

-Meu amor, eu não estou controlando você. Apenas quero estar sempre por perto para te proteger. - ele pôs uma das mãos no meu rosto - você é incrível demais para sofrer. Apenas veja o meu lado, imagine como eu ficaria aqui sem saber se você está bem ou sem poder te ver no fim do dia. 

-Eu entendo você, mas... eu não sou mais uma criança. 

-Eu sei Katerina, mas... - ele respirou fundo - Tudo bem, conversamos mais sobre isso depois, ok? - eu assenti com a cabeça. - vamos mudar de assunto.

[...]

Assim que entrei no meu quarto, me dei conta de que não havia falado com Justin depois que ele saiu da minha casa e tampouco Chaz comentou sobre ele ter passado na casa dele. O que Justin fez depois que saiu daqui? 

Peguei meu celular na mesa de cabeceira e vi que não havia nenhuma chamada ou mensagem dele. Será que ainda está chateado comigo? Eu realmente deveria ligar? Claro que sim, ele é meu melhor amigo, não podemos nos afastar do nada. Disquei o número dele e coloquei pra chamar. No terceiro toque ele atendeu. 

-Oi Nina. - ele disse assim que atendeu a chamada. 

-Oi Nina? - eu perguntei. 

-O que eu falei de errado? 

-Você nunca atende assim, Justin. 

-Primeiras vezes acontecem Katerina, às vezes não é do jeito que queremos, mas acontecem.

-Você está falando sobre a maneira que me atendeu ou sobre eu ter perdido a minha virgindade com Charles? 

-Estou falando sobre você mudar de assunto ou eu desligo na sua cara sem aviso prévio. - eu bufei - Ótimo, você escolheu mudar de assunto. Então, qual o motivo de sua ligação? 

-Precisa? 

-Claro que precisa. Você está com o seu namorado, tem que ter um motivo para me ligar. 

-Como sabe que Chaz está aqui? 

-Eu estava com ele quando você ligou. 

-Justin, eu...

-Eu não quero saber da sua relação, ok? Ela não me diz respeito. 

-Não precisa ser grosso. 

-Não quis ser. Desculpe. 

-Por que eu te sinto tão distante? 

-Talvez porque eu realmente estou distante. 

-Pode me dizer o motivo? 

-Posso. Estamos distantes porque não moramos na mesma casa para estarmos perto. - eu ri fraco.

-Você é um idiota. - dessa vez ele riu.

-Você que está sendo uma idiota por achar que estamos distantes. Nina, eu não vou mentir e dizer que não estou chateado, porque eu estou. Por diversos motivos. Mas não tem um mísero segundo que eu não pense em você. Se você está bem, se comeu, o que está fazendo, se está feliz, se está triste. Eu estou sempre pensando em você. Sabe por que? - eu fiquei em silêncio - porque eu amo você, Katerina. De verdade. E me preocupo muito contigo. 

-Eu também amo você Justin. E estou bem, não precisa se preocupar. Sabe que você é o primeiro que eu chamo quando preciso. Mas se você me ama como diz, porque não me conta o que está te deixando mal? O que essa menina fez com você?

-Ela quebrou o meu coração. 

-Justin. Eu sinto muito.

-Não sinta. Eu estou bem e logo logo ela vai entender tudo.

- Entender? 

- É! Digamos que brigamos, mas ela não sabe o motivo da briga e eu decidi conversar com ela, sabe? Me abrir. 

- Você faz bem. E assim que tudo der certo, me avise, preciso planejar seu futuro. - ele riu.

- Não vai rolar, Katerina.

- Não me conteste. - eu bocejei. 

- Você está cansada. Vá dormir. Eu tenho umas coisas para fazer por aqui antes de dormir. 

- Não estou cansada, mas vou apenas porque está insistindo muito.

- Eu finjo que acredito e você vai dormir. 

- Não me amole, Justin.

- Estou na minha. 

- Tá bom, eu finjo que acredito e vou dormir. - ele riu. 

- Bom, então já que vai dormir, me despeço por aqui. Tenha uma boa noite, Nina. Eu amo você. Me desculpe, mas será necessário. 

- Boa noite, Justin. Também amo você. Mas, o que será necessário? - ele ficou um tempo em silêncio - Justin?

- Hum? - ele respondeu - Nada, Katerina. Falei isso para Ryan. 

- Ryan está aí?

- É... Ele... Está sim. Preciso ir, tchau. - ele encerrou a chamada. Por que eu sinto que ele estava mentindo para mim?

Justin POV

Assim que encerrei a chamada com Katerina, terminei de arrumar minha bolsa e sentei-me para escrever a tal carta. Já havia falado com meu pai e combinado como tudo iria acontecer. Ryan tem razão, Nina precisa desse tempo e precisa descobrir tudo o que está acontecendo. E ela tem que saber por mim, é o melhor que posso fazer como melhor amigo dela. 

Eu pensei bastante em como seria a carta, como começar, mas quando eu ia começar a escrever, soltava a caneta automaticamente e desistia na mesma hora. Eu não posso deixar ela se machucar assim, mas ela precisa. Será mesmo? Peguei novamente a caneta e comecei a escrever.

- Querida Katerina... Não Justin, você não fala querida para ninguém. - Rasguei a folha, amassei formando uma bola e joguei atrás de mim. - Amiga Nina... Amiga Justin? Você a quer como algo mais que amiga e vai pôr isso nessa carta, vai deixar a menina confusa se começar chamando-a de amiga. - rasguei novamente a folha, amassei formando uma bola e joguei atrás de mim. - Katerina... Agora sim. 

Comecei a escrever e quando dei por mim, a carta já estava pronta. Eu me entreguei de coração e alma para poder expressar tudo o que queria e precisava, além de contar tudo, a traição, os meus sentimentos, o nome da tal garota e que ela precisava acordar para a vida, além de descobrir a verdade sobre Chaz. Me desculpe Nina, mas será necessário.