História Let Me Love You A Long Time - Hello

Estava assistindo um filme chato na TV porque era o jeito. Não tinha nada à se fazer. Uma noite de sábado, e eu estava assistindo um filme de cachorros falantes. Que belo programa para um fim de semana. Estava na metade do filme quando recebi uma mensagem de Yoongi.

[MENSAGEM DE TEXTO ON]

Min Suga: Onde você tá?

Você: Em casa, assistindo um filme em que a cadela toca piano...

Min Suga: kkkkkk ela toca melhor do que eu?

Você: É claro que não seu bobo. Ninguém toca melhor do que você.

Min Suga: Mentirosa...

Você: Não to mentindo. Eu digo, na minha concepção, nenhum ser vivo nesse mundo consegue tocar piano melhor do que você.

Min Suga: Você é um amor. Mas, porque diabos está em casa em uma sábado à noite assistindo um filme de cachorros que falam e tocam piano?

Você: Porque não tenho nada mais à se fazer. A internet caiu, já enjoei todos os DVDs que tenho aqui e na TV à cabo tá passando pior nos outros canais. Acredite, a cadela falante tocadora de piano é a melhor opção no momento.

Min Suga: E se eu disser que daqui à uns vinte minutos você vai ter coisa melhor à se fazer?

Você: Talvez tenha. Alguns filmes, em outros canais, acabam antes disso e começam outros. Talvez passe um melhor. Tipo, de pais negligentes que viram cachorros.

Min Suga: Não sua retardada! Eu to dentro do metrô à caminho do seu apartamento. Comprei algumas coisas. Não põe os fones de ouvido pra você poder me escutar quando tocar a campainha. Se estiver com fones e me deixar me esguelando do lado de fora, eu arrombo a porta!

Você: Você tá na cidade? MEU DEUS YOONGI! EU SENTI TANTO A SUA FALTA!

Min Suga: Calma, mulher! Não surta. Vou ter que guardar o celular. NÃO USE FONES!

[MENSAGEM DE TEXTO OFF]

Como prometido, Yoongi chegou ao meu apartamento um pouco antes do prazo, com algumas sacolas escondidas nas costas.

— “Vire-se. Não quero que veja o que comprei.” — Ele diz irritado, então fui para o canto da sala, cobrindo meus olhos.

— “Então procure um lugar para escondê-las.” — Digo rindo. Ouço os barulhos dos passos de Yoongi ecoando pelo meu apartamento.

— “Coloquei na dispensa. Se você tiver a audácia de ir até lá, eu cato minhas sacolas e saio por aquela porta.” — Ele diz apontando para a porta de saída. Em suas mãos, haviam algumas sacolas.

Corro até ele e o abraço forte. Senti tanto a falta dele, do cheiro dele. Faziam seis meses que não nos víamos por conta da sua agenda lotada, mas sempre nos falávamos por telefone, skype e etc. Não era a mesma coisa, mas não pensei, nem mesmo por um segundo, em terminar aquele relacionamento.

— “Prometo que não irei até lá.” — Digo ainda abraçando-o. não queria soltá-lo, mas ele me afastou de seus braços. Não que ele não quisesse meu abraço, mas o que ele realmente pretendia fazer com aquele gesto, era abrir uma das sacolas para me mostrar o conteúdo. Ao abrir uma delas, ele tira um DVD de Diário de Uma Paixão.

— “Por que?”

— “Porque nunca assisti, porque é um dos seus filmes favoritos do qual você sempre fala...”

— “E do qual você odiou ouvir e disse que nunca assistiria pois tinha cara de ser meloso demais.”

— “É... Mas as coisas mudam. Só vamos assistir, tá sua chata?”

Dou lígua para ele, então pego o DVD de sua mão. Ponho o disco no aparelho de DVD e quando ia dar o play, Yoongi joga o outro saco pra mim.

— “Faz a pipoca e traz dois copos. Trouxe refrigerante.”

— “E você vai ficar aqui deitado me esperando?”

— “Era o que pretendia fazer... Mas você não vai deixar, não é?”

— “Não, não vou. VOCÊ faz a pipoca e eu faço o brigadeiro.”

— “Brigadeiro? Sério? Senti tanta falta do seu brigadeiro. Faz uns seis meses que não nos vemos, então deve ter uns... seis meses que não como do seu brigadeiro?”

— “É... Por aí. Mas vamos logo pra cozinha antes que bata a preguiça.” — Digo virando Yoongi de costas para mim, então o empurro em direção à cozinha.

Fiz o brigadeiro e Yoongi a pipoca (queimando metade dela). Yoongi não era do tipo de pessoa que só ao vê-la na frente de um fogão, as lágrimas de desgosto começavam à se formar. Ele até que cozinhava bem, mas ele estava nervoso... E eu não fazia idéia do por quê.

Ao colocar a pipoca em uma vasilha e o brigadeiro em um prato, voltamos para a sala para assistirmos o filme. Me sento no sofá, mas Yoongi sentou-se no chão e me puxou para que eu sentasse entre as pernas dele.

O filme começou e eu sinto a inquietação de Yoongi quando ele me abraça por trás e coloca o queixo em meu ombro. Logo ele relaxa. Tanto que na metade do filme pensei que ele iria dormir, mas logo no final, tive certeza de ter visto lágrimas nos cantos de seus olhos.

— “Tá chorando Yoongi?” — Pergunto e ele esconde o rosto em minhas costas.

— “Não creio que esse é o final. Eu vou processar os diretores do filme, o autor do livro, os atores, todo mundo!”

— “Mas, Yoongi... O que você esperava? Ele ficaram juntos por muito tempo, e isso é bom. Mas aí a velhice chega... E você sabe. Tá mais calmo?”

— “Sim... Eu acho.” — Diz ele, pondo o queixo em meu ombro novamente e me abraçando mais forte. — “Você acha que vamos ficar juntos até a velhice?”

— “Não sei Yoongi. No momento eu te amo muito, e você me ama muito também... Mas não sabemos o que vai acontecer daqui à dias, semanas, meses, anos... Casais se separam. Seguem suas vidas. Encontram novos amores. E pessoas morrem...”

— “Cala essa boca que você já tá querendo me deprimir mais ainda.” — Ele diz escondendo o rosto em minhas costas novamente. Sinto sua respiração quente em minhas omoplatas. — “Eu não sei o que faria se isso acontecesse... Se você morresse. Não gosto nem de pensar.”

— “Quando isso acontecer, quero que siga sua vida. Encontre outra pessoa que te faça feliz. Quero que seja feliz. Yoongi, pessoas morrem o tempo todo. Entre elas, pessoas jovens que tinham planos assim como nós. Isso poderia vir à acontecer, então é uma coisa à se pensar. É uma coisa à se ter consciência. Mas não estou falando pra você se preparar. Ninguém nunca está preparado para a morte. Muito menos para a de alguém que ama.”

— “Você falando essas coisas... Você não tá doente... Tá? Tipo câncer ou sei lá.” — Ele diz fazendo-me rir.

— “Que eu saiba não. Mas não se preocupa, tá? No momento eu estou bem, e no momento você está bem. Vamos mudar de assunto, porque agora quem está ficando deprimida sou eu.”

— “Tudo bem então. Vou pegar outra sacola.” — Ele diz dando-me um beijo no ombro, então se levanta.

Fiquei pensando em tudo que havia dito. Era tão deprimente, mas de certa forma, era como uma advertência. Deveria viver a minha vida. Abraçar as pessoas, sair mais, dar valor à quem me ama, fazer coisas que gosto... Nunca se sabe qual vai ser o seu último dia de vida, ou o de outra pessoa. Qual vai ser o último sorriso que você verá no rosto dela. A última palavra que você vai ouvir saindo de sua boca. Deveria aprender à fazer essas coisas.

Saio dos meus devaneios quando ouço Yoongi me chamando da cozinha. Ao chegar lá, ele está com uma pizza congelada em mãos. Ele sorri pra mim e me mostra a embalagem que dizia o sabor da pizza. Era o meu sabor favorito. Sorrio em resposta.

— “Coloco no forno ou no micro-ondas?”

— “Forno é melhor. No micro-ondas fica borrachuda.” — Digo pegando a pizza das mãos dele então pego uma bandeja, tiro a pizza da embalagem, à coloco na bandeja e à levo ao forno. Me aproximo do balcão ao qual Yoongi estava encostado, então me sento nele balançando minhas pernas.

— “Você parece uma criança quando faz isso... Nunca largou esse costume.” — Ele diz sorrindo.

— “Não mesmo.” — Digo fazendo uma careta, franzindo o nariz.

— “Franzir o nariz... Outro dos seus costumes que eu amo.” — Ele diz se aproximando, ficando entre as minhas pernas. Eu entrelaço minhas penas na cintura dele, puxando mais para perto, e tomo seus lábios em um beijo. No início foi gentil, como o bater de asas de uma borboleta. Mas logo se tornou algo feroz. Eu via ressacas contra o litoral, fogos de artifício e estrelas entrando em supernova. Nos apertávamos uma contra o outro. Ele passava a mão por todo o meu corpo, e os beijos ficavam cada vez mais intensos. Tão intensos que às vezes me esquecia do fato de que tinha que respirar.

— “Yoongi?...”

— “Oi?”

— “A gente se esqueceu da pizza... Tá queimando...”

— “Meu Deus!” — Ele diz sorrindo, se afastando de mim e pondo a mão na cabeça. Comecei à rir do desespero dele ao abrir e ver a pizza meio queimada. Comemos mesmo assim, e não estava tão ruim. Apenas as bordas queimaram, e nem queimaram tanto.

Comemos conversamos sobre coisas idiotas que já fizemos cozinhamos. Estava terminando de contar a história de quando a minha mãe pensou que a casa estava pegando fogo quando na verdade eu só estava fazendo bolinho de chuva,quando terminamos de comer e Yoongi recolheu  os pratos e insistiu que iria lavá-los, então sentei-me no balcão. Continuamos conversando até que ele terminou, enxugou suas mãos e veio andando em minha direção. Ele passa as suas mãos frias por baixo da minha camisa, começa a beijar a minha barriga e leva os lábios aos meus.

— “Você tá todo molhado... Tem roupas suas aqui que você deixou da última vez em que dormiu aqui. Pode tomar banho e trocar de roupa se quiser.” — Digo encostando minha testa na sua.

— “Quero sim.” — Ele diz sorrindo. Cheguei à conclusão de que o sorriso de Yoongi, com toda a certeza do mundo, era o sorriso mais lindo que já tinha visto.

— “Pode ir tomando banho que eu vou pegar uma toalha pra você.”

— “Tudo bem.” — Ele me diz dando-me um beijo na testa, e se afastando de mim em seguida, indo para o banheiro no final do corredor.