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História Let Me Love You Until The End? - 1.8


Escrita por: AlascaVozizer

Capítulo 18 - 1.8


Narrador.

Ninguém vai bater mais forte do que a vida. Não importa como você bate e sim o quanto você aguenta apanhar e continuar lutando; Quanto pode superar e seguir em frente. É assim que se ganha. - Sylvester Stallone.

Quando Camila chegou em casa com uma Sofia sonolenta, elas deram de cara com Alejandro extremamente nervoso as esperando. O homem falava sem parar e as duas continuavam caladas por motivos diferentes. Com toda a calma que restava mesmo ouvindo seu pai falar, Camila mandou Sofia subir para tomar um banho enquanto ela guardava o bolo e os docinhos.

Não importava o que Alejandro queria, ele teria que esperar Camila tomar seu banho e depois colocar Sofia para dormir. Quando a água quente tocou seus ombros cansados, ela pensou na frase que sua mãe sempre falava e não saía da cabeça, era pior que chiclete no cabelo.

Para Camila, a vida já tinha lhe batido muito, mas ela continuava na luta por Sofia, sua irmã era o único motivo pelo qual ela permanecia de pé. Poucas horas atrás, Lauren tinha dado uma grande trégua naquela briga, depois de tanto apanhar para conseguir colocar um sorriso verdadeiro no rosto de Sofia, Lauren tinha conseguido. Ali ela viu que sua luta poderia finalmente chegar ao fim, que ela poderia seguir em frente para comemorar sua vitória.

Assim que Camila terminou seu banho, ela encontrou uma Sofia dormindo toda espalhada em sua casa. Ela sabia que era mais uma das tentativas de evitar uma possível briga entre ela e seu pai. Vestindo qualquer pijama, Camila colocou seu fone de ouvido em Sofia e desceu com a mesma calma que subiu. O dia tinha sido ótimo ao lado de Sofia e Lauren, ela não queria estragar tudo ou deixar Alejandro e Valentina fazer aquilo.

— Já pode sentar e me ouvir, Camila. - O tom de voz de Alejandro, que não era um dos mais calmos, vinha de outro cômodo da casa. - Anda logo.

— Estou te ouvindo desde a hora que passei pela porta. - Até porque não tinha como passar pela janela com a Sofia praticamente dormindo de pé, a parte do deboche Camila deixou somente para ela quando foi até a sala, vendo seu pai ainda com cara de poucos amigos. - Quer falar mais o que? E por favor fale baixo, não quero que Sofia acorde.

— Sofia me pareceu bem cansada, então eu tenho certeza que ela não vai acordar enquanto você me fala o que anda fazendo com aquela Lauren.

— No momento ela foi embora e eu estou aqui ao invés de estar dormindo com a Sofia. - Camila se encostou na parede que dava de frente para seu pai, sem nenhuma vontade de sentar. - É isso que estamos fazendo.

— Essa Lauren surge do nada, te leva para casa dela, te segura lá por três e quando te traz de volta, ela simplesmente paga uma festa de aniversário para Sofia. Quer que eu continue?

— Por favor, não pare. - Mesmo sem querer, a voz de Camila soou em um verdadeiro deboche, irritando Alejandro. - Estou louca para continuar ouvindo tudinho.

— O quarto da Sofia está cheio de jogos e brinquedos que ela mandou para cá. O que você fez para Lauren ser tão mão aberta com vocês, Camila?

— Mão aberta? - Alejandro assentiu impaciente. - Ser uma pessoa boa não faz dela uma mão aberta. A Lauren só quis ajudar desde o começo, mas não se preocupe, eu vou devolver tudo o que ela pagou.

— E você vai pagar como, Camila? Você mesmo me disse que o dinheiro da sua mãe acabou.

— Sabe perfeitamente que eu não menti. Você e a Valentina acabaram com todo o dinheiro que a minha mãe deixou para o meu futuro e o da Sofia, mas você pensou nisso antes de nos levar a falência? É claro que não, você só pensa em vocês dois. Sofia e eu que nos danemos.

— Não começa, Camila. Você sabe que o dinheiro foi gasto por uma boa causa.

— Suas viagens em família sem uma de suas filhas? Os vários tratamentos da Valentina que não deram certo? Isso é a sua boa causa? - Alejandro se manteve calado porque sabia que tinha acabado com o futuro de suas filhas, não adiantava negar. - Foi você que nos afundou em dívidas por causa disso, você não pensou na gente em momento algum.

— Não repita isso. Sabe que vocês duas vem em primeiro lugar em tudo para mim. - Alejandro se levantou, chegando mais perto da filha. - Em tudo na minha vida.

— Você acredita mesmo nessa sua mentira, Alejandro? De verdade?Porque eu não, sério. Não consegue enxergar que nos deixou de lado e já faz tempo?

— Isso nunca aconteceu, Camila. Vocês são minhas filhas, sempre irão estar em primeiro lugar, para de dizer ao contrário.

— Não parece.

— Você está fugindo do real motivo da nossa conversa.

— Eu já falei que vou pagar a Lauren. - Camila desviou de seu pai e se jogou no sofá, não era o lugar que ela queria deitar, mas era melhor que ficar em pé quando sabia que Alejandro ainda ia falar mais. - Não vou deixar de pagar um centavo para ela.

— E eu quero saber como.

— Eu vou ir trabalhar, como mais seria. - Alejandro se apressou em sentar no mesmo lugar de antes, encarando Camila com toda a sua atenção. - Você e sua mulherzinha deveriam fazer o mesmo.

— Como arrumou um trabalho?

— A Lauren me deu, eu vou trabalhar para ela.

— Trabalho fácil? - Camila franziu o cenho, ela sabia o que estava por vir. - Que tipo de trabalho ela te ofereceu, Camila? Não me diga que ela é um tipo de...

— Cafetina? Sério? Acha mesmo que a Lauren é desse tipo? Pode esquecer esse seu pensamento maldoso, ela tem uma construtora e é lá que eu vou ir trabalhar. E para de me olhar assim, não vou ser prostituida.

— Você quer que eu pense o que? Que ela é uma mulher boazinha que te leva até a casa dela, depois de traz de voltar e pega a Sofia para ter uma festa de aniversário? Ah, e agora tem um trabalho para você. Foi se deitou com essa mulher, Camila?

— Deixa eu falar algumas coisas, pai. Ela me levou e me trouxe sim de São Paulo. Eu só tinha quarenta reais na carteira, o que não paga nem a metade da passagem, e ela me levou para ir ver o túmulo da minha mãe, coisa que você não faz mais, já que está bem ocupado junto com a Valentina levando a Sofia para longe daqui. Outra coisa... É bom saber o que pensa realmente sobre mim. - Camila se levantou pronta para sair da sala, mas foi impedida de por Alejandro que foi mais rápido e a segurou. Negando com a cabeça, ela riu. - Não tenho medo de vocês desde quando vai da árvore, me segurar assim não me assusta. E só mais uma coisa, pai. Se eu me deito com a Lauren, como você está imaginando e tirando as suas próprias conclusões, não seria da sua conta.

Camila fechou os olhos quando a mão de Alejandro subiu de seu braço até a altura de seu rosto, ela esperou sentir a ardência de um tapa, mas não aconteceu. Alejandro respirava fundo enquanto via os poucos centímetros que sua mão estava do rosto de Camila, e ela também viu.

— Não fique na vontade, vai, acerta o meu rosto. Sei que sempre quis fazer isso, vamos lá, qual é?!

— Eu... Eu não... Não vou te bater. - Alejandro baixou a mão com os olhos marejados, Camila o olhava com raiva, o olhava do mesmo jeito quando ele levou Valentina para morar na mesma casa que suas filhas. - Não sei o que me deu...

— Eu sei, você sabe. Não precisa se fazer de sonso, mas saiba que não terá outra chance de me bater.

— Não quero e não vou te bater, Camila. Eu não queria levantar a mão para você, me desculpa. Isso não vai acontecer, eu juro que não vou mais fazer isso. Não vou mais chegar perto do seu rosto assim.

— Você não vai chegar perto de mim. - Camila falou baixo, quase sussurrou.

— Eu já pedi desculpa, perdi a cabeça.

— E eu não vou aceitar. O que eu faço da minha vida, desrespeita somente a mim. Não fiz nada com a Lauren, mas eu vou fazer. - Alejandro arqueou as sobrancelhas, ele não queria ficar nervoso de novo. - Se eu tinha alguma dúvida sobre me mudar para São Paulo, saiba que agora eu tenho certeza que vou ir trabalhar com a Lauren.

— Você...

— Não esquece de avisar a Valentina que você quase fez o que ela queria.

[...]

O caminho de volta para Lauren foi no mais completo silêncio, dentro do carro, já fora era uma outra coisa. Não tinha a Camila cantando ou comendo os doces, não tinha Sofia olhando a rua ou dormindo no banco de trás. O trânsito tinha ajudado bastante, mas quatro horas de viagem sozinha era horrível, eram quatro horas e não quatro minutos. Tudo o que Lauren mais queria era chegar em casa e deitar, mas ela já sabia que não seria assim.

Lauren caminhava até a porta de sua casa com um enorme sorriso no rosto, os motivos eram os mais simples de todos. Era o dia incrível que tinha tido com Camila e Sofia, era os presentes que Sofia tinha esquecido no carro e os doces que a Camila tinha deixado no porta mala com um bilhete. "Achou mesmo que eu iria deixar a Sofia se matar nos doces sozinha? Nada disso. Deixei doce e bolo para vocês três. Obrigada por hoje." Lauren equilibrou tudo em um só braço, rezando para nada cair no chão, colocou a chave no pequeno buraco da fechadura e abriu a porta, antes mesmo de dar qualquer passo, Normani apareceu sorrindo.

— Eu te ajudo com isso, Laur. - Era tudo o que Lauren precisava, mas não era o que queria. Se Normani estava acordada, Dinah também estaria.

— Obrigada, Mani. - Lauren fez de tudo para não demostrar sua insatisfação ao passar pela porta, ainda mais porque havia chegado sozinha. - Achei que estaria dormindo.

— Ainda não, eu estou acabando de assistir um filme. Fui pegar um copo de suco e ouvi quando fechou a porta do carro. - Normani notou o sorriso que Lauren deu ao colocar as caixas na mesa junto com os presentes, bem diferente da expressão que viu quando abriu a porta. - Quer assistir comigo?

— Obrigada pela ajuda, mas dessa vez eu passo o filme, só quero tomar um banho e cair na minha cama. Cadê a Dinah?

— Dinah foi deitar lá na cama para te esperar, mas eu acho que ela dormiu com o remédio para dor que tomou.

— É melhor assim. - Lauren voltou a sorrir quando pegou o bilhete que Camila tinha escrito e guardou na carteira, nem ela mesma sabia porque daquilo. - Eu vou fazer o mesmo que ela, estou cansada.

— Sabe que não vai conseguir fugir de uma conversa, não sabe? -  A pergunta de Normani não poderia ser mais óbvia.

— Com você ou com a Dinah?

— Comigo é uma conversa, com a Dinah vai ser uma pequena briga. - Coisa pequena que a loira irritada transformaria em uma baita briga se ela deixasse.

— Por favor, Mani. Se for falar alguma coisa sobre a Camila, deixa para falar amanhã junto com a Dinah.

— Ouvi meu nome? - Lauren revirou os olhos sem acreditar, seus planos estavam acabados. - Lembrou que tem casa, Lauren?

— Eu nunca me esqueci, Dinah. Eu posso tomar um banho antes?

— Claro que não. Nos últimos dias você anda se enfiando no quarto e só sai no outro dia, então não, você não vai tomar banho nenhum.

— Já percebi que não vou ter paz enquanto não falar tudo o que tem para falar, vou até me sentar aqui. - Com um sorriso falso nos lábios, Lauren sentou com as mãos na caixa de doce, jogando a tampa em qualquer lugar. - Pode começar, eu escuto com os ouvidos e não com os olhos, mãos e boca.

— Santo Deus, Lauren. O que deu em você para sumir o dia todo desse jeito? Virou sua rotina sumir? Melhor, virou rotina ficar atrás daquela...

— Daquela o que, Dinah? - A expressão de Lauren mudou drasticamente, nem comer os docinhos ela queria mais. Normani por sua vez, decidiu ficar um pouco mais perto por qualquer motivo. - Termina o que ia dizer.

— Eu diria com todas as palavras, mas sei que vai me interromper de novo.

— Por favor, Dinah. Sem insultos contra a Camila mais uma vez, ela não está aqui para se defender. E também não tem necessidade, você queria conversar com a Lauren e ela está aqui, fala dela e não da Camila.

— Se vocês fossem advogadas dela, ela não perderia uma audiência. - Mesmo sabendo que poderia irritar Normani e Lauren, Dinah não deixou de zombar. - Por que sumiu?

— Eu fui levar ela embora, Dinah. Não que seja da sua conta, mas não tem nada demais nisso.

— Aproveitou e ficou para uma festa?

— Que? - Os olhos de Normani quase pularam para fora, a coisa ficaria pior do que já estava entre as duas se Dinah não tivesse uma boa desculpa para tocar no assunto festa. - Acho que não entendi onde quer chegar.

— Tem caixas de presente e caixas que eu tenho certeza que são doces. - Dinah conseguiu pensar rápido, torcendo para Lauren acreditar. Normani estava do mesmo jeito. - Para mim, presentes e doces, são sinais de festa.

— Os doces foi a Camila que mandou e os presentes são da Sofia. E não foi uma festa, não existe festa sem convidado.

— Quem é Sofia? - Dinah olhou para Normani, que deu os ombros para sua esposa. - Ela tem uma filha? É por isso que tem presentes com você?

— Camila não tem uma filha, ela tem uma irmã mais nova. Eu comprei os presentes e ela esqueceu no carro porque dormiu na hora de ir embora. Eu também paguei tudo para Sofia ter um aniversário legal, mesmo que não tenha sido uma festa. - O celular de Lauren vibrou em seu bolso, ela sabia perfeitamente quem era e por ser quem era, ela começou a desviar de suas amigas para chegar no corredor dos quartos. - Uma hora ou outra você descobriria... E fique sabendo que eu faria tudo de novo.

— Você está dormindo com ela? - Lá estava a pergunta que valia um milhão de reais, ela havia demorado, mas tinha sido feita. O sorriso debochado de Lauren era visível, do mesmo jeito que a preocupação de Normani pela mulher ser tão intrometida. - Você e a Camila estão dormindo juntas?

— Dinah, meu dia com as meninas foi ótimo. Nem você com essa sua pergunta absurda vai conseguir estragar o que estou sentindo. Vou deixar os docinhos aí, se acaso não forem comer, não esqueçam de guardar por favor. Boa noite. 



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