Os dois meses seguintes passaram rápido. Os preparativos para o casamento estavam saindo de acordo com o planejado, e as duas famílias chegavam num consenso rapidamente e sem muitas discussões.
No dia anterior ao do casamento, Sofia havia ido para a casa dos pais, como se fosse a última noite com eles. Na casa dos Choi, eles fizeram um jantar de ‘comemoração’. No dia seguinte, todos acordaram cedo, tomaram café todos juntos e, como se ligassem o botão, Seungcheol e Chan começaram a ficar nervosos, andavam de um lado para o outro, enquanto Jeonghan e Samuel terminavam de arrumar a cozinha, calmamente.
– Eu não vou usar essa porcaria de gravata! – Seungcheol gritou do quarto, assustando todos.
– O que está acontecendo? – Jeonghan apareceu preocupado.
– Eu não estou conseguindo fazer o nó. – o mais velho bufou e se jogou na cama.
– Venha cá, eu faço pra você. – o loiro riu baixo e puxou o marido para se levantar. – Você está muito nervoso, nem é você quem vai casar.
– Estou casando o meu primeiro filho. – suspirou. – E eu achando que esse dia demoraria.
– Logo logo será a vez do Muel.
– Nem fale nisso, ele ainda é muito novo. – suspirou novamente.
– Prontinho, você está lindo. – sorriu e depositou um leve selar na bochecha de Seungcheol.
– Você não quer ajudar a me acalmar? – sorriu e puxou o loiro pela cintura.
– Nada disso, vamos acabar amassando toda a roupa e não temos tempo pra passar tudo de novo. – disse ouvindo-o bufar. – Vamos apressar o Chan, quem chega atrasada é a noiva.
Por unanimidade das duas famílias e dos noivos, a cerimônia seria realizada no mesmo local da festa, assim, não precisariam se preocupar com a mobilidade de um lugar para o outro.
Quando a família Choi chegou ao local, alguns convidados já estavam à espera.
A festa seria num lugar não muito grande, apenas os amigos mais próximos e familiares participariam da cerimônia.
Cumprimentaram os poucos convidados que estavam no lugar e conversavam um pouco para afastar a ansiedade.
– Appa, eu quero tirar isso. – Samuel resmungava tentando tirar a gravata borboleta que usava.
– Filho, espera só mais um pouco, quando a cerimônia terminar você tira. – Jeonghan disse segurando a mão do menor.
– Por que eu tenho que usar?
– Porque você vai ser o pajem.
– Normalmente são crianças pequenas que fazem isso, eu já tenho dez anos. – murmurou mal humorado.
– Você está se recusando a ser o pajem do casamento do seu irmão? – Chan colocou a mão no peito, fingindo mágoa.
– Não, eu só...Aish, tá bom. – resmungou fazendo os mais velhos rirem. – O Seokmin chegou, vou lá com ele.
– Como o noivo está? – Soonyoung se aproximou com Jihoon.
– Bem nervoso. – Chan respondeu sorrindo amarelo. – E o Seokmin?
– Estava perguntando porquê ele precisa ser o pajem, mas ficou feliz quando eu disse que ele iria entrar com o Samuel e com a Sohye. – Jihoon sorriu, vendo os dois brincando.
Em poucos minutos, o lugar já se encontrava cheio. Quase todas as cadeiras estavam ocupadas.
Chan andava de um lado para o outro, além de já ter esvaziado três garrafas de água e ido ao banheiro duas vezes.
– Você está me deixando zonzo. – Mingyu disse vendo o sobrinho passar na sua frente mais uma vez.
– Eu estou nervoso. – choramingou.
– Vamos começar a cerimônia! – ouviram o cerimonialista gritar da porta.
Todos se posicionaram em frente à porta. Chan entrelaçou seu braço no de Jeonghan, que sorriu, soltando-se e dando um último abraço no filho.
Depositou um selar na testa do mais novo e sussurrou em seu ouvido.
– Seja muito feliz, meu filho. – sorriu, sentindo seus lábios tremerem de leve, prestes a chorar.
– Serei. – sorriu e voltaram em suas posições.
A cerimônia terminou bem. Muitas lágrimas escorreram, borrando maquiagens e molhando lenços e mangas dos ternos.
Seungkwan não havia brincado quando dissera que escolheria a melhor decoração para o casamento da cunhada preferida e, juntamente da sogra e Sofia, deixaram o local parecendo um castelo, digno de contos de fadas.
Hansol, o pai, Jihoon e Soonyoung ficaram com a parte da festa. As músicas foram escolhidas à dedo, tendo uma variabilidade grande nos gêneros, para que agradassem a todos.
Seungcheol, Mingyu e Chan, escolheram o cardápio. Um pouco do tradicional mesclado com um gostinho do ocidental agradaria o paladar de ambas as famílias.
E, por fim, Jeonghan e Wonwoo cuidaram das lembrancinhas e da retrospectiva que passaria durante a festa.
Um vasinho com o brotinho de alguma plantinha, e um bilhetinho pendurado com as palavras “Esperamos que o nosso amor cresça saudável e forte, como essa plantinha, a cada dia.”, como lembrança, dava um ar meio brega, mas ao mesmo tempo romântico, o que deixou Samuel com náuseas durante alguns dias, após Jeonghan mostrar sua ideia.
Chan e Sofia não podiam estar mais felizes e agradecidos pela família que tinham.
Aqueles dois meses haviam sido cansativos, mas valeram a pena. Estavam, acima de tudo, se divertindo mais do que nunca.
CINCO ANOS DEPOIS
– Appa, Haneul não ‘erro! – o pequeno correu para o colo de Chan.
– Eu vi, você tocou como um grande campeão! – disse e o menor sorriu orgulhoso. – Agora nós precisamos correr porquê a omma e a Sarang estão nos esperando no carro.
Chan, Sofia e Sarang haviam ido assistir a apresentação de violino de Haneul.
O pequeno se apaixonara pelo instrumento, quando foram conhecer a escola de música de Soonyoung. Desde então, ele treina com o tio.
Chan fora buscar o filho nos bastidores, enquanto Sofia levava a filha para o banheiro, antes de correrem para o campeonato de futebol da mais nova.
Ao contrário do irmão, Sarang era mais hiperativa, gostava de se movimentar e correr. Gostava de coisas agitadas, enquanto Haneul era a calmaria em pessoa.
Tão parecidos, mas ao mesmo tempo tão diferentes.
Mas, apesar dessa diferença de personalidade, Sarang adorava ver o irmão no palco, tocando tão lindamente, e Haneul sempre torcia pela irmã, quando estava em campo.
Chegaram às pressas no local do campeonato e Sofia ajudou a menor a se trocar. Prendeu seu cabelo e colocou a pequena chuteira nos pés.
– ‘Rang, não pode ‘machucá. – Haneul disse apertando a mão da irmã, que sorriu e depositou um selar na bochecha do irmão.
A pequena se despediu dos pais e foi correndo para o campo, junto com suas colegas de time.
– Vovô, Sarang ‘ganho o jogo hoje! – a pequena desceu do carro e correu para o colo de Seungcheol. – ‘Poquê ‘voxê não foi vê a gente? – fez bico.
– Você fez gol do jeito que eu te ensinei? – perguntou e a pequena assentiu com um sorriso. – Essa menina puxou o avô. – disse orgulhoso.
– É, ela gritou com o juiz quando ele deu falta, do jeito que você faz quando está assistindo na tv. – Chan disse e Seungcheol riu. – Vê se pode, um toquinho de gente gritando por causa de falta. E ainda falando tudo errado. – revirou os olhos.
– Mas é o meu orgulho mesmo. – riu e abraçou a neta, que sorria satisfeita.
– ‘Neul não ‘grito com ninguém lá. – o menor disse se aconchegando no colo de Jeonghan.
– Muito bem, não pode gritar com as pessoas mesmo. – o loiro disse acariciando os cabelos do menor. – Seu avô que fica ensinando coisa errada pra sua irmã.
– Não é coisa errada, só estou ensinando que as pessoas precisam ser justas. – deu de ombros.
– Eles só têm cinco anos, amor.
– Eles precisam aprender essas coisas cedo. Aliás, você gravou tudo pra mim, não é? – olhou esperançoso para o filho.
– O appa ‘gravo tudo no celular dele. – Haneul disse encostando a cabeça no ombro de Jeonghan. – Queria que o tio Sollie e o tio Kwan tivesse aqui ‘tamém. – disse triste.
- E como foi a sua apresentação? – Jeonghan perguntou para o menor.
- ‘Neul não ‘ficô nervoso. – sorriu. – E não ‘errô nenhuma vez!
- Tenho certeza que você estava parecendo um principezinho! – o loiro depositou um selar estalado na bochecha do menor.
– Eu não ganho oi, não? – Samuel apareceu de dentro da casa.
– Tio Muel! – os dois gritaram e correram para abraçar o mestiço.
– Tio, ‘voxê vai ‘fazê cavalinho ‘pá mim hoje? – Haneul perguntou animado.
– Nãaaao...Sarang ‘qué ‘viãozinho! – cruzou os braços.
– Então, eles já chegaram de viagem?- Chan perguntou ao pai.
– Eu e seu sogro fomos busca-los mais cedo no aeroporto, eles estão lá dentro pra fazer surpresa. – disse e o menor assentiu.
– Olha só quem chegou! – ouviram Mingyu gritar quando desceu do carro. – Onde é que estão os meus sobrinhos preferidos? – disse e os gêmeos correram para o colo do mais velho.
Samuel se levantou do chão e ficou ao lado de Chan.
– Sobrinhos preferidos? – os dois disseram em uníssono.
– Acho que alguém vai ficar sem almoço hoje. – Chan deu de ombros.
– E sobremesa também. – Samuel disse seguindo o irmão.
Sarang estendeu os bracinhos para Wonwoo, que prontamente atendeu ao pedido da sobrinha.
A pequena tinha uma grande admiração pelo tio. Achava ele o mais bonito, talvez aquele jeito meio despojado que Wonwoo nunca mudara tivesse chamado a atenção da menor.
O que deixava Mingyu meio enciumado, de vez em quando. Tanto por não ter a atenção da sobrinha, quanto pelo marido dar atenção demais para a menor.
– Noona, a gente pode ‘brincá daquele jogo de dança? – Haneul perguntou para Sohye.
– Claro! Podemos separar o mesmo time daquela vez. – sorriu e pegou o primo no colo.
Sarang desceu do colo de Wonwoo, correndo para o colo de Samuel e gritou.
– Tio Muel dança melhor. – sorriu travessa.
– Eles já sabem? – Sohye sussurrou para o primo, enquanto os gêmeos discutiam quem era o melhor dançarino.
– Não, nem entraram em casa ainda. Eles vão adorar a surpresa. – sorriu.
Todos entraram e os gêmeos, mais uma vez, foram paparicados pelos avós maternos, que os esperavam lá dentro. Ninguém resistia àqueles dois.
Os dois brincavam com Samuel e Sohye, quando Hansol e Seugkwan apareceram do segundo andar, surpreendendo-os.
– Tio Sollie! Tio Kwan! – gritaram e pularam no colo dos tios, que cambalearam um pouco, por conta do impacto.
– Que saudades de vocês, meus pequenos! – Hansol disse apertando-os num abraço.
– Como vocês cresceram! – Kwan disse maravilhado.
– ‘Voxês não ‘tavam viajando? – Haneul perguntou no colo de Seungkwan.
– Nós voltamos hoje porquê estávamos morrendo de saudades de vocês. – disse e o menor abraçou seu pescoço.
– ‘Neul ‘tamém tava com um montão de saudade. – disse e o mais velho sorriu bobo.
– Tios, sabia que Sarang não usa mais ‘falda? – a pequena contou.
– É mesmo? – Hansol fez cara de surpresa e a menos assentiu.
– ‘Neul ‘tamém não usa! – o irmão disse, também querendo participar da conversa.
– Esses meus sobrinhos estão crescendo muito rápido! – o mestiço fingiu limpar uma lágrima.
– ‘Neul vai ‘ficá ‘gandão igual Channie appa. – o menor disse.
– E a cara do tio. – Hansol tentou.
– Ele é a cara do meu pai. – Chan disse, deixando Hansol emburrado e Seungcheol sorriu orgulhoso.
– Sarang ‘qué ‘ficá bonita igual tio Sollie. – a menor disse abraçando o tio.
Hansol sorriu e abraçou forte a sobrinha.
– Ela vai ser bonita como a mãe. – Sofia comentou e o irmão juntou as sobrancelhas.
– Você é a minha cara. – disse inflando as bochechas, fazendo todos rirem.
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