História Let The Games Begin (SeKai) - Let's Play

"Tudo começa com sentimento 
Em seguida, apresentamos a vítima
E alguém precisa ser o vilão..."
Miggs – Let The Games Begin

A batida eletrônica ecoava por todo aquele local, fazendo as pessoas ficarem ainda mais animadas, enquanto ficavam bêbadas e se esfregavam com algum desconhecido na pista de dança. A fumaça que saía para inundar a pista de acordo com a vontade do DJ, se dissipava pelo ar já pesado daquele lugar abafado.

Muitos não gostavam daquilo, JongIn era um desses, porém, seu gosto por um local mais agradável para se ficar, não o impedia de frequentar tal boate aos finais de semana. Afinal, ele era um jogador e, aquele, era o cenário perfeito para concluir a primeira fase de seu jogo.

O jovem moreno vasculhava cada canto daquela boate lotada, enquanto dava pequenos goles em sua bebida, encostado na parede próxima à saída de emergência, evitando ao máximo se misturar com os demais. Seu olhar era criterioso, avaliando cada pessoa, seu comportamento, para então, localizar um alvo.

Aquela procura durante as noites, havia se tornado uma rotina, JongIn se acostumou a ser um "caçador", um exímio jogador e, naquele momento, ele procurava alguém que lhe interessasse para jogar.

Jogo do qual, ele sempre sairia vencedor, afinal, JongIn ditava as regras, fazendo as melhores jogadas, criando uma armadilha, para qualquer um que ele escolhesse. Todos que topavam o jogo, não seriam nada além de mais uma vítima.

JongIn estreitou seus olhos, se desencostando da parede; algo despertara seu interesse. E, como um leão se preparando para a caçada, o moreno começou a traçar sua estratégia.

Evitando qualquer grande contato na pista de dança, o jovem conseguiu chegar à outra extremidade da boate, aonde se localizava o bar e também a sua presa. JongIn parou em uma distância segura para que pudesse observar o jovem de cabelos descoloridos que havia lhe chamado a atenção, sem que fosse notado pelo mesmo.

O jovem que JongIn reparava, parecia um tanto quanto aborrecido e deslocado, "um alvo perfeito" pensou o moreno, enquanto sorria de canto. Várias maneiras de entreter o loiro passaram por sua mente.

Como um predador, JongIn se aproximou a passos lentos, sem chamar atenção e se sentou na cadeira ao lado de sua presa.

— Você parece entediado. Por que está aqui sozinho? – Falou baixo, próximo ao ouvido do mais jovem, notando ele estremecer um pouco.

— Um amigo meu insistiu para que eu viesse aqui com ele. Mas acabou que ele arrumou alguém e me esqueceu. É a primeira vez que venho em uma boate.

— Entendo... Quer dizer que temos um novato aqui. – Sorriu de canto. — Qual o seu nome? – Ele perguntou, se ajeitando na cadeira ao lado do loiro.

— Oh Sehun. – O jovem respondeu, observando discretamente aquele estranho que viera conversar consigo. — E você? – Perguntou de volta, não esboçando nenhuma curiosidade, mantendo a mesma expressão séria no rosto.

— Kai, pode me chamar de Kai. – O moreno respondeu ostentando um sorrisinho, intrigando Sehun.

"Kai" poderia ser considerado um "álter ego" de JongIn, afinal, quando ele passava pela entrada daquela tão conhecida boate, JongIn não existia mais. A timidez de JongIn perdia espaço para toda a audácia que Kai possuía.

O moreno era meticuloso com seus atos, ao menos até conseguir avançar um pouco mais em seu jogo de sedução. Sehun, sem perceber as segundas intenções de Kai, continuava bebendo e conversando com ele, se soltando aos poucos.

— Vamos dançar. – Kai sussurrou no ouvido do mais novo, levando suas mãos para a cintura do mesmo, quando notou que já tinha ganho confiança o suficiente.

— Me parece ser uma boa ideia. – Sehun respondeu simplista, terminando sua bebida. Ele já não estava tão sóbrio quanto deveria e, aquele era o melhor momento para Kai avançar para a segunda fase de seu jogo.

Sehun aceitou a ajuda que lhe foi oferecida para levantar, segurando na mão do mais velho e, o moreno, sem nem ao menos disfarçar, tratou de olhar o corpo do loiro de cima à baixo, reparando cada detalhe do corpo magro e esbelto que o menor possuía.

Com um pouco de dificuldade, Kai conseguiu guiar Sehun até a tão concorrida pista de dança, dessa vez não se importando com as pessoas que esbarravam em si, ou com aquela fumaça que deixava sua visão um pouco turva. Agora ele tinha um motivo para estar ali e, como um jogo, iria encarar aquilo como mais uma etapa a ser concluída.

Kai envolveu a cintura de Sehun com seus braços fortes, colando seus corpos. Desde o primeiro contato com o moreno naquela pista de dança, o mais novo desconfiava sobre quais eram as reais intenções do moreno e, depois de ter ingerido aquela quantidade moderada de álcool, não estava se importando muito com os planos que Kai teria para si. Sehun não era do tipo que fazia sexo com algum desconhecido, mas já que estava solitário naquela boate e dançando com um homem gostoso que demonstrava total interesse por si, por que não aproveitar um pouco?

Sentindo o aperto do moreno em sua cintura se tornar mais forte, Sehun mexeu o quadril lentamente, descendo minimamente para depois subir, ainda rebolando, tornando a distância entre os corpos inexistente. Ah sim, Kai percebera que o mais novo estava lhe provocando, deixando claro que sabia dos planos que ele tinha e mostrando que não era contra eles.

Aquele era o sinal que o moreno aguardava para dar mais um passo em seu jogo, começando a rumar para a etapa final.

Kai agora passava as mãos sem nenhum pudor pelo corpo magro de Sehun, sentindo cada centímetro da pele do loiro se arrepiar ao começar a distribuir beijos molhados por toda a extensão de sua nuca. Vendo a facilidade que estava tendo ao dominar o menor, Kai decidiu provoca-lo mais, levando sua mão até o membro de Sehun, acariciando aquela área, o vendo estremecer, mas não fazendo nada para impedi-lo de continuar. Nenhum dos dois parecia se importar com a presença das demais pessoas ali por perto, só queriam prosseguir com aquilo e se tivesse que ser ali, no meio do chão da boate, com todas as pessoas em volta, não iriam ligar. Mas o moreno já tinha outros planos para o fim da noite e não queria estraga-los.

— Podemos ir para um lugar com mais privacidade. – Kai falou no ouvido de Sehun, se aproveitando para morder o lóbulo da orelha dele.

— Aqui está bom, não? – Sehun se virou para encarar o maior, um sorriso sarcástico brincando em seus lábios.

— Você sabe que não podemos fazer tudo aqui. – O moreno alertou, puxando o corpo do loiro de encontro ao seu, juntando seus lábios em um beijo luxurioso.

As línguas de ambos se chocavam com fervor. O moreno puxava o corpo de Sehun para ainda mais perto do seu, como se fosse possível. O loiro sentia sua pele se aquecer sob os toques do mais velho, que ficavam mais íntimos a medida que o beijo se intensificava. Sehun gemeu baixinho contra os lábios do maior, após sentir as mãos grandes de Kai em suas nádegas fartas, apertando com vontade a carne macia daquela região. Interromperam o beijo ofegantes, ambos já sabendo que aquele era apenas o começo da noite.

— Vamos embora daqui, então. – Sehun sussurrou quase sem fôlego no ouvido de Kai, assim que notou o rumo que tudo aquilo teria.

O moreno sorriu satisfeito ao ver o loiro concordar com sua ideia. Por mais uma noite, conseguiu o que desejava.

Sem mais delongas, o mais velho pegou Sehun pela mão, o puxando rapidamente por entre a multidão de pessoas que se encontravam na pista de dança agora. Suspirou aliviado quando chegou na saída da boate; pediu um momento para o menor e foi até o caixa, pagando por tudo o que ele e o mais novo consumiram no tempo em que estiveram lá.

— Para onde vamos? – Sehun questionou após entrar na lamborghini de Kai, impressionado com o luxo daquele carro esporte.

— Você deveria estar mais preocupado em saber o que vamos fazer após chegarmos no nosso destino. – O maior respondeu com malícia, notando o rosto do loiro ganhar um leve rubor, provocando-o ao levar sua mão até a coxa de Sehun, a deixando próxima do membro alheio, sentindo o corpo do menor estremecer com esse contato.

O loiro não falou nada em resposta, apenas olhou para fora da janela, vendo tudo começar a se mover quando Kai ligou o carro, dirigindo pelas ruas vazias da cidade. A mão do moreno não deixou o colo de Sehun em nenhum momento durante o percurso. Entretido, o mais novo brincava com a mão de Kai, acariciando, não conseguindo evitar em ter certos pensamentos maliciosos, imaginando em como seria ter aquelas mãos grandes o segurando, o apertando com força, deixando marcas em sua pele branquinha.

Teve que morder os lábios ao se deixar levar por um pensamento mais despudorado, conseguindo imaginar a cena de Kai o preparando, usando seus dedos longos para penetra-lo, sentindo cada milímetro de seu interior se contrair, querendo expulsar os invasores repentinos. Kai também não estava diferente, apesar de estar focado no trânsito, em um momento de tranquilidade olhou para o lado, encontrando Sehun prendendo seu lábio inferior entre os dentes, o deixando mais rosado que a coloração natural. Sentiu uma fisgada em seu membro quando pensou em como seria foder aquela boca tão convidativa.

Diferentemente do que imaginou, Sehun foi surpreendido quando Kai levou o carro para o estacionamento de uma construção antiga, constatou que obviamente aquele não seria o lugar que o maior morava.

— Vamos? – Kai despertou Sehun, o chamando para descer do carro, logo o guiando para a entrada daquele prédio.

O loiro olhava tudo, curioso, vendo que o local não se encontrava em condições tão precárias quanto imaginou. Apesar de ser um lugar antigo, era bem conservado. Viu Kai tendo uma pequena conversa com o rapaz que lhe entregou as chaves na entrada, pareciam ser velhos conhecidos, pela maneira que se despediram. O moreno não falou nada quando voltou de encontro a Sehun, apenas segurou a mão dele e caminhou em direção ao elevador, que demorou poucos segundos após ser chamado. A atmosfera dentro do elevador não era das mais leves, ambos os garotos sentiam seus corpos queimando em desejo, o moreno poderia tomar Sehun para si ali mesmo, na parede daquele elevador, não se importando se faria um pequeno show para o porteiro do lugar, devido a câmera que se encontrava lá.

Respirando profundamente, Kai se virou para o menor, levando sua mão até seu queixo, o erguendo minimamente para que pudesse olhar em seus olhos. As pupilas de Sehun se encontravam dilatadas, assim como as de Kai, a ânsia para terem seus corpos colados era deveras grande.

O menor decidiu tomar alguma atitude, então jogou seus braços ao redor do pescoço do moreno, não hesitando em puxa-lo para mais perto, tomando seus lábios com avidez. Correspondendo à altura, Kai apertou o corpo de Sehun contra o seu, acabando com qualquer espaço que poderia existir entre eles. Suas ereções entravam em atrito ao menor movimento que faziam, o tecido das calças jeans que vestiam se tornando a maior e mais incômoda barreira que poderiam ter.

Sehun sentiu seu corpo ser pressionado contra a parede gelada do elevador, o corpo de Kai ainda mais próximo, como se seus corpos fossem se fundir a qualquer momento. Suas línguas estavam em uma batalha pelo controle, os estalos causados pelo beijo ecoando pelo local.

Foram obrigados a interromper o beijo quando o elevador emitiu o costumeiro som para avisar que haviam chegado no andar que queriam. Kai saiu do elevador,  guiando Sehun pelo corredor vazio até chegar à porta do apartamento que sempre alugava para os finais de semana.

Não se deram ao trabalho de acender qualquer luz daquele primeiro cômodo, o moreno somente trancou a porta, antes de puxar Sehun para mais um beijo ardente, enquanto começava a caminhar  cegamente pelo pequeno apartamento, já sabendo a direção que tomaria.

Não demorou para que o loiro se visse deitado em uma cama de casal com Kai sob seu corpo, seus membros se tocando constantemente ainda cobertos pelo tecido das calças que trajavam, a pele leitosa do pescoço de Sehun se tornando cada vez mais vermelha, a cada mordida mais forte que o mais velho lhe dava.

O menor levou as mãos até a barra da camisa de Kai, erguendo o tecido, começando a revelar um abdômen parcialmente definido. O moreno sorriu de canto, levantando um pouco seu corpo para que pudesse dar fim naquela peça, aproveitando para retirar a camisa de Sehun também.

Sem nenhum impedimento agora, o loiro passou a percorrer suas mãos por toda a extensão do abdômen de Kai, sentindo os músculos se contraírem ao seu toque. O moreno voltou ao que fazia antes, ainda tendo as mãos de Sehun por seu corpo, agora tocando-lhe as costas, sentindo as unhas curtas dele o arranhando de leve quando decidiu morder o ombro do menor com força moderada, antes de descer um pouco mais, para passar a língua molhada pelo mamilo rosado, vendo o corpo alheio estremecer abaixo de si.

Kai não se demorou ali, tratando de ir mais para baixo, deixando uma trilha de beijos por toda a região da barriga de Sehun, para depois rodear o umbigo com a língua, parando perigosamente perto da ereção do menor, apalpando o membro por cima da calça, sorrindo ao ver o loiro se contorcer, em um pedido mudo para que o moreno desse um fim àquela peça logo.

Os dedos ágeis de Kai abriram os botões da calça jeans do mais novo com destreza, abrindo o zíper em seguida e, finalmente, começando a deslizar a peça para baixo. Sehun levantou o quadril, para que o moreno tivesse mais facilidade em retirar sua calça, logo se vendo livre daquele aperto. Porém, Kai decidiu deixar o mais novo com sua cueca boxer, tudo para provocá-lo um pouco mais antes do jogo começar de verdade.

O moreno acariciou o volume do loirinho sobre a boxer outra vez, contornando a ereção bem marcada pelo tecido da peça íntima. Sehun gemeu baixinho, se contorcendo de leve, ansioso para que Kai o livrasse daquele pano que impedia seu membro de ser liberto.

Com um sorriso de canto e um olhar malicioso, o moreno se levantou, deixando Sehun um tanto confuso naquele momento.

— Não se preocupe, só vou buscar uma coisa. – Avisou Kai, ao notar a expressão de dúvida do mais novo.

O moreno se dirigiu até o armário do quarto, logo abrindo-o e buscando por algo. Sehun sorriu de canto e corou, com o leve pensamento de ser algum brinquedo erótico. Nunca tinha usado nenhum além de consolos, acharia bem excitante se Kai incluísse algo na brincadeira.

O mais velho se virou, segurando algo atrás das costas, enquanto caminhava em direção à cama novamente, com um sorriso perverso e uma das sobrancelhas levemente arqueada.

— Ok, Sehunnie... Posso te chamar assim, certo?

— S...

— Ótimo, te chamarei assim então. – Interrompeu o loiro antes que este pudesse responder. — Fique de joelhos na cama, sim? Não se preocupe, você vai gostar do que está por vir. 

O loiro apenas assentiu, obedecendo a ordem do moreno de imediato, ficando de joelhos na cama. Kai se aproximou, parando na frente do mais novo.

— Vem aqui. – Mandou, sinalizando com a mão para que Sehun fosse de joelhos até a ponta da cama, onde o moreno estava parado de pé.

O mais novo obedeceu novamente, estava adorando o jeito que Kai era autoritário. Caminhou de joelhos sobre a cama e parou de frente para o outro. Sehun sentou sobre as panturrilhas, esperando o mais velho dar a próxima ordem.

O moreno tocou delicadamente no queixo do garoto branquinho, fazendo-o olhar para cima para encontrar seu olhar. Um sorriso satisfeito e discreto estava estampado no rosto de Kai.

— Gosto de garotos obedientes... Como você, Sehunnie. – Disse, olhando para o loiro, que corou levemente com o comentário.

O mais velho mostrou a outra mão que anteriormente estava em suas costas escondendo algum objeto que tinha pegado no armário, revelando uma algema.

— Agora, continue sendo um bom garoto e coloque as mãos para trás.

Sehun novamente obedeceu o moreno. Kai se curvou para colocar a algema nos pulsos do loiro e, assim que travou o objeto metálico, deu um selar nos lábios do mais novo.

— Como você já deve ter percebido, eu sou o tipo que gosta de... Jogar. E nesse jogo, eu que mando. Eu que dito as regras. E você apenas me obedece. – Avisou, enquanto abria sua calça jeans. — Entendeu, Sehunnie?

— Sim, Kai. Eu entendi.

— Ótimo. E, ah! Já ia me esquecendo do essencial. – Se aproximou novamente do rosto do mais novo, se curvando para ficar frente à frente. — Eu quero que me chame de Senhor.