História Letal - Desistindo

Capítulo 7 – Desistindo.

“Difícil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que se mais ama. Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer.” – Luana Karina.

 Acordei sentindo os raios solares batendo em meus olhos, me estiquei um pouco na cama, como em toda manhã, e olhei para o lado, notando outro corpo junto ao meu.

 Que sorte Uchiha, você é realmente um azarado.

 Não que eu não gostasse de acordar e ter Naruto ao meu lado, só que a situação não era muito boa para minha sanidade, não mesmo.

 Respirei fundo a fim de me controlar, observei o corpo desenhado do loiro e senti vontade de abraça-lo, voltar a me aconchegar nos braços firmes, mas segurei esse impulso e contentei-me em apenas fitar aquele Uzumaki, que estava me tirando o juízo. –Como se fosse muito fácil fazer isso.

 Após passar em torno de meia hora olhando o loiro resolvi levantar, meus músculos estavam um tanto doloridos então optei por tomar um banho gelado, no meu quarto, para depois dar uma volta pela enorme mansão.

 Tendo feito minhas higienes matinais, e tomado café, resolvi dar uma passada na biblioteca, talvez procurar saber mais sobre a família Uzumaki, em fim, gastar tempo até Naruto acordar. Andei um pouco até chegar ao cômodo, poucas pessoas haviam acordado, o que era bom, aproveitei esse fato para ir a algumas sessões diferentes, procurar por livros mais antigos que pudessem falar sobre aquela elite.

- Otouto, finalmente nos encontrámos sozinhos. – a voz rouca e intimidadora soou atrás de mim, fazendo-me virar lentamente.

- Itachi – murmurei o nome, fazendo-o sair como se fosse algo a se ter nojo.

 Ao encarar Itachi não senti nada, mesmo meus sentimentos estando muito amostra nos dias que seguiram, ao ver aqueles olhos avermelhados não houve nada a se passar, nenhuma sensação, nada.

- Oque quer aqui? – perguntei em descaso, apenas por perguntar.

- Pelo que sei a biblioteca é livre, não imaginei que estivesse aqui, Otouto. – explicou deixando sua mascara de indiferença aparecer.

- Hm... – murmurei desgostoso, já pronto para me retirar do local.

- Em fim, como disse antes, é bom te encontrar. – revelou – quero falar com você sobre a Sharingan.

- Diga. – mandei friamente, querendo que aquilo acabasse de vez.

- Como Gaara lhe explicou ontem Fugaku não esta muito contente com a demora, e pelo que percebi nenhum de nós está muito a fim de matar os Uzumaki, então queria dizer que, como vocês, estive pensando em sair da Sharingan e renunciar meu futuro cargo de líder. – e ele jogou a bomba, fazendo-me arquear uma sobrancelha e olha-lo com incredulidade.

 - Não, não iria fazer isso, mesmo que pudesse sair você não irá renunciar. – confirmei.

 Itachi pode querer sair, e não cumprir sua missão, mas se desertar estaria fora de questão, renunciar não é opção, já que se ele subir ao cargo chefe pode mudar todas as regras, e também poderia se aliar a Kyuubi.

- certo, eu não irei sair, mas darei cobertura a você e ao Gaara, assim os dois poderão sair sem complicações, ou oposições.

- E como faria isso?

- Direi a eles que os matarei.

Franzi o cenho – Você vai dizer isso e acha que vão acreditar?

- Não – suspirou – por isso Gaara se voluntariou a deixar que eu o entregue a Ino, sua verdadeira identidade. Colocaremos o Sabaku na tortura, caso esse seja o desejo da Uzumaki, e faremos processos dolorosos com ele, até que o mesmo pareça realmente morto, após isso mandarei as evidencias a Fugaku de que realmente estou cumprindo o que disse, e isso será o suficiente para fazê-lo acreditar, pelo menos um pouco, que eu estou cuidando da punição de vocês.

- O demônio fez isso? Tsk... Idiota, ele irá se matar, nenhum ser é capaz de aguentar uma tortura sua.

 Não, isso não havia sido um elogio, até porque eu não gosto de fazer tal coisa, mas Itachi realmente é bom, ninguém nunca sobreviveu a uma tortura feita por ele.

- Pegarei leve, quero apenas que Fugaku ache que estou matando o ruivinho, nada mais que isso.

- Hm... Problema de vocês. – finalizei. – Tchau.

 Sai da sala sem olhar para trás, resolvi que acordar Naruto seria mais vantajoso do que escutar Itachi.

Muito mais...

 šαš

  O dia passou devagar, o loiro teve de ficar treinando os prodígios miniatura, e eu optei por olha-lo tentar ensinar os pirralhos, vez ou outra o ajudava, mas não passava de uma ajudinha leve, como treinar o pequeno Konohamaru para ele vencer a tal da Mabi.

 Em fim, agora estou aqui, em cima do muro de proteção, esperando Gaara, para irmos juntos ao escritório de Madara, e minha paciência já esta por um fio. – Esse ruivo demora muito...

- Sasuke, vamos. – a voz do Sabaku me despertou dos pensamentos, quase me assustando.

- Hm... – murmurei controlando-me para não reprender meu parceiro pela demora.

 Saímos da mansão sem muitos problemas, usamos nossas técnicas para deixar nossa saída oculta e não ocasionar em futuros problemas. O caminho ao escritório foi silencioso, só chegamos a nos comunicar quando percebemos estar de frente ao local.

- Então... Melhor adiantarmos isto. - sussurrou Gaara.

 Entramos na casa, logo tivemos de nos identificar para os seguranças, que não tardaram a liberar passagem, andamos despreocupadamente, por fora, até o escritório, mas por dentro meus sentimentos estavam conflituosos, não de medo, mas sentia certa tensão.

- Chegamos. – avisou Gaara no momento em que ficamos frente a frente a grande porta de madeira.

 -Vamos logo. – resmunguei já empurrando a limiar e tendo a visão de Madara sentado em sua cadeira de couro preto.

- Meus filhos, a que devo a honra de suas visitas?

 Vi o sorriso do maior, surgir, seus lábios repuxados davam a impressão de uma ameaça, os olhos escuros com um brilho cintilante fazia parecer que logo o caçador pegaria sua presa.

  - Madara, viemos tratar de um assunto sério. – pronunciou-se Gaara, seu tom não mostrava qualquer sentimento aparente.

- Prossiga. – pediu, ainda mantendo o sorriso afiado.

- Queremos sair da Sharingan. – Gaara foi direto, sem muitos preliminares.

- Hm... – o maior parecia processar o pedido.

- Não vamos voltar atrás com nossa decisão, estamos certos do que queremos. – completou o Sabaku, sem se amedrontar com o silencio e olhar do outro.

- Sasuke, esta certo de sua decisão? – perguntou Madara, seu sorriso não mais aparecia, mas seu olhar era terrivelmente insano, ele poderia nos matar agora, e não seria surpresa.

- Sim. – fui firme, não mostrei duvida, por mais que elas existissem.

 E então ele sorriu largamente, um sorriso tão ruim quanto o que estava aparente antes, este era debochado, ameaçador... Cortante.

- Entendo... Se for o que querem, boa sorte. – finalizou entregando-nos dois papeis.

 Assinamos cada um em seu papel, logo entregamos e encaramos o maior, com certo receio.

- Fugaku ficara desapontado por perder dois de seus melhores agentes, mas... Acho que ele ficara feliz com o final deles pela escolha.

 Não me dei ao trabalho de responder, ou me incomodar com a afirmação, na verdade eu e Gaara saímos preparados para todos os tipos de coisas que pudessem acontecer.

- Vão, podem sair – liberou o Uchiha, seu sorriso sumiu e seus olhos terminavam o julgamento, seu olhar de caçador.

 E então saímos, ainda com um pé atrás esperando algum tiro, ataque, ou coisa do gênero, mas não, nada veio... Itachi cumpriu o prometido.

šαš

 Chegamos com tudo ainda apagado, o breu se fazia presente nos corredores, por mais que já fossem 4h30 da manhã.

- Nos separamos aqui, até daqui a pouco. – disse Gaara enquanto se afastava.

 Fiz o mesmo, sem pronunciar nenhuma palavra, mas ao em vez de ir ao meu quarto resolvi dar uma passadinha no cômodo ao lado e observar certo loiro idiota. Dito e feito, ao passar pela porta e adentrar um pouco o quarto dei de cara com Naruto, todo esparramado na cama, com os lenções desarrumados cobrindo somente algumas partes do corpo definido, uma visão digna de pintura. Os cabelos dourados estavam bagunçados, tal como o dono, o rosto angelical parecia sereno, um pouco inchado, mas ainda sim bonito. – Eu preciso retratar esse momento.

 Sempre fui bom em pintura, era um hobbie, algo que me divertia muito, desenhar fazia-me refletir, me permitia sentir sensações alternas, mas como já devem imaginar esse lazer foi tirado de mim, junto com N coisas.

  Pensando na época em que telas, tinta, lápis, papel, em fim, recordando da época em que desenhar fazia-me sentir vivo comecei a procurar algo que me deixasse ter aquela mesma sensação de novo, revirei algumas coisas na escrivaninha de Naruto até achar o que procurava. – Perfeito -. Acho que nem preciso dizer o que fiz depois né? Obviamente não hesitei antes de sentar na borda da cama e passar a desenhar cada traço do Uzumaki, não deixando escapar nenhum detalhe, retratando exatamente o que via. As linhas eram feitas com perfeição, vez ou outra me permitia fazer um tipo de esfumaçado, dando mais profundidade ao desenho, em fim, quando acabei fiquei fitando a obra, que por incrível que pareça conseguiu retratar Naruto perfeitamente, naquela pose perfeita. – Pelo menos não perdi o jeito.

  Suspirei, era melhor sair dali antes que o loiro acordasse e ficasse confuso com minha presença.

 Mesmo sabendo que era melhor me retirar sem olhar para trás não resisti, tive de ver mais uma vez aquela expressão serena, fitar aquele corpo de maneira tão desleixada. Desejei poder ver mais vezes aquela cena, muitas e muitas vezes... Ate não conseguir mais enxergar.

 Fiz o que minha razão pedia e sai do quarto, indo imediatamente ao meu para, pelo menos, tentar cochilar por uma hora até ter de levantar e cuidar do Uzumaki idiota.

šαš

  Acordei sentindo uma pressão gostosa sobre meu corpo, tentei me remexer para ver se o peso saia, mas nada aconteceu, ou melhor, aconteceu sim, ao fazer isso senti certo incomodo em meu sexo, como se outra coisa o estivesse pressionando, e com isso foi inevitável não abrir os olhos. – Era para estar supresso ou muito surpreso?

  Naruto estava em cima de mim, seu corpo grudado ao meu aquecia-me por inteiro, abalava minhas estruturas, seu rosto tão próximo ao meu, seus lábios roçando aos meus, exatamente como seu pênis, aquela situação tão constrangedora e... Excitante, estava me deixando maluco. - confuso.

- Na-Naruto... O que você... O que você... - Eu não conseguia completar, aquela pressão me deixava tão excitado... Necessitado.

 Tentei resistir e parar para raciocinar, mas tudo que consegui foi levantar os olhos, acabando assim, por encontrar dois pares de orbes azuis me fitando intensamente, transparecendo desejo, transpirando ansiedade, esbanjando necessidade... Ele me queria, e eu também o queria.

 - Por que você tinha de ser tão fodidamente gostoso, Sasuke? – sussurrou ele, sua voz rouca e desejosa... Cheia de luxuria.

- Hm... – murmurei me rendendo. Era batalha perdida, eu era de Naruto e ele poderia fazer o que quisesse comigo.

  Não houve tempo para pensar, depois do meu quase gemido, Naruto não perdeu tempo e capturou meus lábios, sua boca molhada... Quente, pressionou a minha, logo correspondi dando passe livre para que o loiro explorasse a mim, e foi o que ele fez, pediu passagem com a língua que foi imediatamente cedida, sua mão que antes o apoiava a cima de mim, quando colocada sobre o colchão, agora estava em meus cabelos, seus dedos agarravam minhas madeixas negras fazendo-as se enrolarem a eles, sua outra mão ainda o apoiava sobre mim, mas a pressão fazia com que nossos corpos ficassem mais colados aumentando o calor e a excitação.

 De repente o loiro parou o contato entre nossos lábios e me encarou, seus olhos perfuravam os meus, seus orbes azuis como o céu pareciam ler a minha alma.

- Sasuke... – ele sussurrou com a testa colada a minha, ainda sem quebrar o contato visual. – Você é meu Bastardo, eu vou te fazer meu.

 E então, após essa afirmação, o loiro volta a atacar meus lábios com volúpia, seu beijo agora era profundo, intenso... Ardente.

  Rendo-me, desisto de tentar resistir... Eu, Uchiha Sasuke, estou completamente entregue a Uzumaki Naruto, meu anjo de olhos azuis.