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História Lethobenthos - Capítulo 6


Escrita por: sugaphobic

Notas do Autor


Bom, eu não tenho muito o que falar além de aproveitem? Espero que sim...


GOGOGO :)

Capítulo 7 - Capítulo 6


Sempre que eu o assistia dessa forma, era como se o mundo a nossa volta ficasse em silêncio. Meu coração batia lentamente, em sincronia com minha respiração calma e aquela sensação de paz se assentava sobre nós. A luz do ambiente sempre parecia lhe acentuar nos pontos certos, tornando sua imagem uma obra de arte a ser apreciada. Sempre tão bonito, tão perfeito por fora, mas impossível de se decifrar o interior. Mas eu sabia, de alguma forma, eu conseguia adivinhar o que se passava na sua cabeça, ou com que velocidade seu sangue era bombeado sem nem mesmo tocá-lo. E isso não era algo do tipo que você interpretava como um maníaco psicopata, eu simplesmente lhe conhecia como você me conhecia. Cada mudança, cada bagunça, cada pensamento, eram iguais aos meus. Nos completávamos.

Algumas mechas de seu cabelo castanho caíam sobre seus olhos, que estavam fixo em um livro-texto apoiado em sua perna, as costas curvadas a fim de chegar mais perto das páginas, com seus óculos de grau pendendo da ponta de seu nariz. Você parecia tão concentrado em seus estudos que nem me dava a atenção necessária em nosso tempo de intervalo, mas eu não me importava, apenas assistir você, sua beleza, eram suficiente.

A cada momento eu me apaixonava mais por Kim SeokJin.

- Você está me encarando – ouvi sua voz, pegando-me de surpresa e acordando-me de meus pensamentos. –, de novo. – completou.

Disfarcei o rubor das minhas bochechas desviando olhar e pegando uma folha qualquer da grama abaixo de nós. Faziam, mais ou menos, três meses que estávamos juntos. Tecnicamente juntos. Não era nada que tivéssemos oficializado, acho que não precisaria. Por mim, não fazia diferença se tivesse um pedido oficial, mas para ele... Vivia me questionando se isso era algo que ele esperava, mas eu não fazia ideia se deveria ou – se sim – como o faria. Talvez seria bom dizer algo como “hey, então estamos namorando, huh?”, só por desencargo de consciência, e a certeza de que ele não pensaria em outras pessoas do mesmo jeito que eu não faria, mesmo que eu tivesse absoluta certeza de que eu era a única pessoa que habitava seus pensamentos. Por enquanto éramos apenas nós dois e os meninos quem sabiam sobre eu e SeokJin, e isso se dava ao fato de que eles estavam no mesmo ambiente que nós quando nos beijamos – um dos melhores beijos que já havíamos dado. Não que fosse, necessariamente, um segredo, era apenas complicado. Não estávamos numa liberdade tão grande assim de andar de mãos dadas pelas ruas dessa cidade minúscula, onde boatos corriam mais rápido que fogo em palha seca. Eu e Jin conversamos algumas vezes sobre isso e um dos pensamentos que ele mais temia era que seus pais descobrissem, acima de tudo o seu pai. Ele o mataria, SeokJin se tornaria a desgraça da família apenas por amar alguém, apenas por me amar.

Esse mundo era injusto demais, ele não merecia esse tipo de coisa. Jin merecia o universo, e eu faria de tudo para dar-lhe isso.

- Eu não estou lhe encarando. –  defendi-me, soando falsamente ofendido enquanto ria discretamente. Ele fechou o livro em seu colo enquanto me lançava um olhar reprovador mas, sem consegui-lo sustentar por muito tempo, logo retribuiu meu sorriso, aproximando seu corpo do meu.

Normalmente mantínhamos uma distância confortável entre nós, não muito afastado mas também não tão perto a ponto de parecer estranho para os de fora. Era uma tortura incômoda não tocá-lo enquanto podia sentir seu aroma tão perto de mim. A sensação de abstinência estava sempre subentendida no fundo de nossas mentes.

- Por que você me olha com tanta paixão? – questionou ele em voz baixa, encarando seus joelhos timidamente. Jin tinha está mania errada de achar que era um desperdício. Ele não entendia, ainda, o quão magnífico era e vivia me questionando os motivos da minha recíproca de sentimentos.

- Ei – chamei sua atenção. Demorou alguns segundos para que ele desviasse seu olhar do chão e focasse em mim. – Você é lindo, por isso te olho tanto. Gosto de te apreciar.

Seu rosto conseguiu ficar ainda mais corado, sua pele estava tão próxima a minha que eu podia sentir o calor emanando dela, claramente, lançando uma sensação de conforto e adrenalina ao mesmo tempo. As mesmas correntes elétricas que sentia sempre que estávamos próximos assim. Sem hesitar, juntei seus lábios aos meus, confirmando as palavras que acabara de dizer.

Três meses e eu ainda sentia como se fosse a primeira vez que nos beijávamos. O coração acelerava, sentia cócegas em meu estômago e a sensação de excitação tomava conta de ambos. Essa última parte era meio que nova entre nós, uma percepção sútil em meio a tantos beijos e intimidade sendo revelada. Um tipo de chama que começava pequena em nossos interiores e que bastava um toque mais ardente, um beijo mais acelerado ou uma mordida provocativa no lábio para despertar esse interesse primitivo e secreto. Foi quando seus dedos enroscaram nos cabelos da minha nuca, puxando-me para o impossivelmente perto, que este pequeno botão foi acionado.

Desejo.

- Não se há mais respeito algum! – ouvimos uma voz distante, mas alta o suficiente, resmungar pelas redondezas. SeokJin afastou-se no mesmo instante, como se tivesse levado um choque. Seus olhos encontraram os meus por apenas alguns estudos antes de voltar a encarar seus joelhos. – Um parque familiar como este! – logo a imagem de uma senhora idosa se fez presente do outro lado do gramado. Trazia o seu marido, igualmente velho, junto a si, o semblante reprovador muito bem estampado, sem nenhuma empatia.

- Nojento! Seus pais não têm vergonha? – o velho disse em nossa direção e eu senti meu peito pesar enquanto vi SeokJin corar furiosamente, os olhos brilhantes pelo que eu orei com todas as minhas forças não serem lágrimas.

- Por que não vão cuidar da vida de vocês? – respondi irritado, sem me importar em demonstrar respeito algum pelos de mais idade. Aquelas pessoas eram asquerosas demais para valer meu tempo. Ambos pareceram tremendamente ofendidos e irritados.

- NamJoon! – Jin me alertou, chamando minha atenção completamente para seu rosto envergonhado. Ele estava certo, o correto seria ignorá-los, por mais que eles magoassem o garoto ao meu lado com suas palavras rudes. – Vamos embora, por favor, deixe-os falar...

A dor em sua voz era uma súplica que não demorei a atender. Ele não iria ouvir desprezo dessa gente retrógrada e nojenta. Prontamente me levantei, juntando a minha e a sua mochila e, em seguida, estendendo minha mão para ele, a fim de ajudá-lo a levantar. Jin a agarrou de cabeça baixa e afastou-se rapidamente assim que se equilibrou. Lançando um olhar feio ao casal, o segui no caminho para fora.

- Os pais os criam com tanto amor e dedicação – ouvi a voz ácida da idosa –, para que cresçam e se tornem insolentes desta forma! – eu respirei fundo e alcancei SeokJin, deixando o velho casal para trás, mas não antes de ouvirem suas mais ofensivas palavras: – Aposto que são a vergonha da família!

Jin encostou-se a grade do parque, as mãos na cabeça enquanto tentava respirar fundo e se acalmar. Eu sabia que aquilo o atingiria, ele não iria sentir a raiva que eu tinha por dentro, ele sentiria a ofensa e a dor em cada letra venenosa dirigida a nós dois. Ambos sabíamos o quanto os nossos pais nos odiariam, ambos entendíamos como amar um ao outro não é tão fácil quanto seria com alguma garota. Mas aquilo o feria de forma mais profunda, pois sempre tentara ser perfeito aos olhos de seus progenitores. Se sua família realmente soubesse o quanto me amava, Jin tem certeza de que seria a desgraça de sua existência. Parei em sua frente por alguns segundos, com sua imagem de puro desespero, dor e vulnerabilidade. Algumas lágrimas corriam pelo seu rosto e eu sabia que ele fazia de tudo para contê-las, secando-as com violência e trincando os dentes com força. Eu ainda não o tocava, mas sabia que seu coração praticamente doía batendo com tanta força em seu peito. Sem conseguir aguentar mais um segundo longe daquele garoto que eu amava, envolvi meus braços em seu pescoço, puxando-o para o abraço mais firme e aconchegante que já lhe dera. Não demorou muito ele retribuiu, agarrando minha cintura e deitando sua cabeça em meu peito, enquanto amassava minha camiseta em seus dedos que a puxavam com tanta força. Eu acariciei seus cabelos com carinho, lentamente, até ele se acalmar e parar de soluçar, sem me importar se estávamos ou não em público.

- Está tudo bem, eu estou com você, Jin – murmurei, baixo o suficiente apenas para ele ouvir. Ele se apertou mais contra mim, demonstrando que havia me escutado.

- Você não deveria. – ele sussurrou.

- Nunca mais diga isso. – respondi sério.

- Não, Joonie, é sério. – ele se afastou, o rosto ainda vermelho porém sem resquícios de mais lágrimas. – Isso que somos... Não estamos juntos.

- Nós podemos resolver isso – eu disse rapidamente – aqui e agora, eu... – me preparei para me ajoelhar naquele momento, se precisasse, e pedir SeokJin em namoro, porém ele percebendo o que eu fazia, no mesmo instante segurou minhas mãos, fazendo-me continuar de pé, em sua frente.

- Não! Não é isso, não aqui no meio da rua, por favor! – ele pediu, um olhar carinhoso em seu rosto. Não pude deixar de sorrir, sem humor, antes de finalmente entender suas palavras.

- Você não vai me deixar. – afirmei.

- Eu não poderia – ele sussurrou. – mas, me escute, por favor... – ele suplicou.

- Eu estou ouvindo.

- Oh, Joonie... Eu gosto tanto de você. Tanto.

- E eu de você. – falei no mesmo instante. Um sorriso mínimo surgiu em seu rosto enquanto  me assistia com ternura. – Então não venha me dizer que não estamos juntos!

- O que aquelas pessoas disseram, NamJoon, eles estão certos.

- O quê? – perguntei incrédulo.

- Nós somos a vergonha da família. – ele afirmou tristemente.

- Não somos não. – defendi, reconhecendo intimamente o quanto parecia uma criança argumentando.

- Nós vivemos escondidos, ninguém além de nossos amigos sabem... Não podemos nem sequer segurar as mãos um do outro em público!

- É questão de tempo até conseguirmos resolver isso, Jin. – eu praticamente lhe implorei.

- Isso não é felicidade, Joonie.  – ele ficou em silêncio por alguns segundos, esperando que eu respondesse, mas eu estava nervoso demais para formar algo coerente para rebater o que ele dizia. – Talvez apenas devêssemos...

- Não – interrompi, pela primeira vez estabilizando meu tom de voz. – Você não dirá isso, cale a boca.

- Desculpe?

- Apenas venha. – falei, puxando-o em direção ao meu carro na esquina seguinte. Ele não falou nada pelos poucos minutos seguintes, voltando a me dirigir a palavra apenas quando estávamos de frente ao veículo:

- Temos de voltar a escola. – ele lembrou, melancólico.

- Só entre, está bem? – pedi, abrindo a porta.

SeokJin hesitou por alguns instantes antes de sentar-se no banco do passageiro. Eu tinha consciência de que não voltaria ao colégio aquele dia. Eu não conseguiria ficar mais uma tarde afastado dele, não depois de vê-lo naquele estado. Já tinha plena consciência que o amava o suficiente para nunca mais quere-lo longe de mim. Eu não prestei tanta atenção para onde estávamos indo e também não trocamos nenhuma palavra para decidir. Apenas me dei conta que estávamos indo para minha casa alguns segundos depois de estacionar na garagem. Ele resmungou algo como chegar atrasados para o primeiro tempo após o almoço mas eu não dei tanta importância.

Alguns minutos depois eu fechava a porta atrás de mim e admirava SeokJin parado no meio da sala, iluminado pela luz fraca do céu cinzento do lado de fora. Havia um silêncio tenso no apartamento, um tipo de pressão pré-discussão. E eu não queria discutir com ele, era a última coisa que se passava pela minha cabeça. Eu só queria acalmá-lo, assegurar-lhe de que tudo acabaria bem, fazê-lo sorrir e continuar junto a ele. Porém, na cabeça de SeokJin, eu sabia que tudo que se passava eram as palavras duras daquele casal e a relação verdadeira delas com a sua realidade, de que seus pais o odiariam e o repugnariam.

Às vezes eu apenas queria que tudo fosse mais fácil. Só queríamos ser felizes.

Lentamente, me aproximei dele, que observava um porta-retrato na estante oposta. Fora um presente dele mesmo, a alguns anos atrás. Nele havia uma foto de nós dois, olhando alegres para o fotógrafo. Eu esbanjava um sorriso tão pleno que meus olhos eram apenas dois riscos contentes em meu rosto e Jin parecia tão feliz...

- Sempre formamos um belo par, não acha? – murmurei ao pé de seu ouvido, enquanto passava minhas mãos por sua cintura e o abraçava contra meu corpo. Senti-o suspirar e relaxar aos poucos, levando suas mãos às minhas.

- Você demorou a notar isso – ele riu, sem humor.

- Eu era cego – respondi, passando o nariz lentamente pelo seu pescoço, sentindo seu aroma suave de sabonete que eu tanto adorava me embriagar. – Jin?

- Sim? – ele sussurrou em resposta.

- Não me deixe – pedi, dando-lhe um beijo na curvatura do ombro com o pescoço, sentindo-o estremecer minimamente –, por favor.

SeokJin apoiou sua cabeça a minha por alguns instantes, antes que finalmente se virasse e olhasse em meus olhos.

- Você não pode me pedir isto, eu só quero sua felicidade – ele respondeu, a voz tingida com a dor em seu coração.

- Quando que vai entender que você é a minha única felicidade? – perguntei, sem realmente esperar uma resposta. Eu acariciei seu rosto com uma de minhas mãos, um toque de afeto que não traduzia metade da paixão que eu sentia por ele. Jin me abraçou, seu corpo totalmente colado ao meu, a ponto de eu conseguir sentir seu batimento cardíaco e o calor de sua pele por baixo da roupa. – Eu te amo, SeokJin. De longe, você é a pessoa que eu mais amo na face da terra. – sussurrei, bem baixinho.

Seu coração acelerou absurdamente rápido em poucos segundos, tempo que seus lábios demoraram a se juntar aos meus. Eu apenas pude retribuir deu beijo apaixonado, afobado por tentar me demonstrar em atos como eu o fazia se sentir. E ele conseguira fazer aquilo perfeitamente bem. Durou alguns segundos porém, e quando ele se separou, eu sabia que era por esforço máximo de seu auto controle. Jin voltou a focar os olhos em mim e isso trazia arrepios por todo meu corpo, acelerando minha circulação, fazendo minhas mãos tremerem levemente ao mesmo tempo que cócegas tomavam conta do meu estômago, mais uma vez. O tipo de olhar que te desinibia totalmente, deixando seu interior a mostra, sua mente, seus pensamentos, seus desejos e medos, tudo exposto apenas para quem tinha capacidade de lê-los e, para mim, SeokJin era o único que conseguia e podia me decifrar dessa forma.

- Eu também te amo – ele respondeu, surpreendendo-me, pois eu nem esperava que ele o fizesse.

- Jin... – suspirei seu nome, deixando toda a euforia que eu sentira ao ouvir suas palavras me guiarem. Eu olhava seu rosto tão de perto, conseguia enxergar cada poro, cada cílio, cada marquinha de expressão. Absorvi aqueles mesmos detalhes durante anos e agora, cada vez que eu os via , ganhavam um significado totalmente novo. Cada centímetro, cada molécula, cada átomo do Kim SeokJin que encontrava-se em minha frente, cada pedacinho dele, era a definição de perfeito para mim, com todos os seus defeitos e qualidades, tudo se acentuava de modo a formá-lo na mais pura forma do meu sentimento por aquele garoto.

Eu estava completamente apaixonado, como nunca acontecera antes.

Seus dedos se ergueram até meus cabelos, afastando alguns fios de meus olhos e deixando um carinho ali. Uma de minhas mãos se juntou a sua, e a outra fez seu caminho até o pescoço, juntando-nos, outra vez, no impossivelmente perto. Mais uma vez eu o beijei, um toque lento e profundo, fazendo aos poucos, a conhecida sensação de fogos de artifício em meu peito se ascender, entregando toda a inebriação que eu sentia ao beijá-lo. Barulhos mínimos no vidro da janela quebravam o silêncio do apartamento, indicando que chovia do lado de fora. A atmosfera inteira parecia se alinhar para ficarmos juntos.

Eu podia sentir sua pele se aquecendo aos poucos de encontro com a minha, uma sensação conhecida e altamente viciante, beijá-lo calmamente, com tanta paixão, a ponto de, aos poucos, vê-lo se entregar. Estávamos nesse tipo de conexão onde nada a nossa volta importava além de sentirmos um ao outro. Nossas mãos passeavam pelos nossos corpos sem nenhum tipo de padrão, apenas tocando o que queríamos sentir, deixando rastros quentes pela pele febril no calor do momento. Quando os dedos de Jin arranharam minha nuca, foi que nos separamos pela primeira vez, algo que não durou muito. Apenas nos encaramos, como uma confirmação de que ambos queríamos um ao outro, que era recíproco.

E só eu sei o quanto eu queria SeokJin.

Nossos olhos se encontraram por alguns segundos. Assisti-me completamente refletido em sua íris, que estava tão dilatada que praticamente escondia o castanho escuro sutil de seus orbes. Eu me inclinei para a frente, dando um beijo leve na parte saliente de seu rosto, descendo com toques sutis até o canto de seus lábios e, finalmente, dando-lhe outro selar. Jin suspirou contra minha pele, um expirar calmo e tranquilo, de felicidade e paixão, expressando o quão bem se sentia comigo, estimulando-me a continuar com o que quer que estávamos começando. Desci minha boca para seu queixo, trilhando mais uma vez um caminho quente até seu pomo de adão, e então, seu maxilar, tocando cada curva de sua pele com a minha, acelerando nossos corações a medida que arrepios desciam pela sua espinha, fazendo-o estremecer. Sua respiração aos poucos ficando descompassada ao permitir-me tocá-lo assim, da forma que quisesse.

Não que eu tivesse plena consciência, exatamente, do que eu queria, pois a única coisa que se passava na minha cabeça era a paixão que tinha por Jin e como amá-lo intensificava qualquer desejo por ele.

Quando cheguei a sua clavícula e parei, buscando sua aprovação, Jin estava de olhos fechados, como se me aproveitasse em seu corpo apenas com o tato. Seu peito ainda subia e descia irregularmente, como se ele tentasse não ofegar com a súbita mudança em seus batimentos cardíacos. De modo hesitante, meus dedos subiram até a gola da camiseta do uniforme, tirando um botão após o outro, até o meio de seu peito, expondo-me um pedaço de pele ao qual eu não estava tão acostumado de ver, mas que tinha o mesmo tom de suas mãos, e tinha a mesma maciez, mas que provocava pensamentos obscenos apenas ao mirá-la. Tudo que eu tinha em mente era a imagem de Kim SeokJin e o quanto eu queria fazê-lo se sentir amado por mim, para que não houvesse qualquer dúvida. Voltando a me focar em seu corpo e em suas reações ao lhe tocar de modo tão íntimo. Assoprei-lhe a pele de sua clavícula, fazendo-o se aproximar mais de mim, deixando-me claro de que gostava do que se passava. Uma leve mordida em sua derme e pude ouvir um ronronar baixo de sua garganta, o que me fez perder a cabeça por alguns segundos, antes de puxa-lo para mim, de vez, posicionando-o em minhas coxas. Uma proximidade que nunca havia sido explorada antes e que, cara... Era muito boa.

Não pude evitar apertar minhas mãos firmemente contra a carne de sua perna, recebendo em resposta um gemido rouco que, juntamente com suas costas arqueadas, fez-me morder meu próprio lábio inferior com força, contendo a onda de hormônios que me atingira. Seus olhos se abriram e me encararam com o que só posso descrever unicamente como a mais verdadeiro libido. Jin estudava cada centímetro meu rapidamente, com a vista passeando por todo meu corpo ao alcance de seu toque e foi como ser ateado fogo pois meu corpo entrou em cobustão apenas por entender que Jin me queria tanto quanto eu o queria. Ele se curvou, jogando meu corpo para trás e permanecendo em cima de mim, enquanto seus lábios procuraram os meus de forma faminta, devorando-os rapidamente em um beijo bastante obceno que, em contraste com seus toques gentis, davam um ar de paixão ao ato. Ainda em nosso beijo, as mãos dele foram até a gola da minha camiseta, abrindo todos os seus botões rapidamente, sem tirar ela de meus braços, deixando apenas meu torço exposto. Seus dedos não hesitaram em tocar aquele novo pedaço de pele exposto, suas unhas passeando perigosamente por todo meu abdômen, o que me fazia contraí-lo com os vários arrepios que transpassavam meu corpo. Os movimentos que seu quadril fazia ao retirar a própria camiseta – segundos torturantes nos quais seus lábios estavam longe demais dos meus – fez minhas unhas curtas se enterrarem em sua cintura, com gemidos baixos e incontroláveis saírem de minha garganta. Jin soltou um sorrisinho sacana – cujo qual eu não estava acostumado a vê-lo fazer e que, particularmente, eu adorei – e voltou a me beijar, dessa vez de forma calma e sensual, ora mantendo meu lábio inferior entre seus dentes ou impedindo-me de aprofundar o toque.

Aquele SeokJin era novo para mim, que estava acostumado ao garoto gentil e fofo. Este homem em meu colo – rebolando minimamente de forma injusta e provocativa – que explorava toda a sexualidade que poderia ser explorada, com alguém que amava e confiava, era uma imagem que me fazia repensar vários fatos sobre nossa relação que eu ainda não havia considerado. Sim, estávamos juntos e sim, de vez em quando nos beijávamos, mas isso... Era real, era o que definia o que éramos agora. Não mais duas pessoas tímidas que aos poucos se descobriam, mas sim um casal, que queria e iria ficar junto, com todas as nuances que um relacionamento poderia ter. Toda a confiança, o amor, o sentimento, o sexo, a reciprocidade e a intimidade de uma união entre um par.

- Eu sei que já disse isso antes – ouvi sua respiração pesada, deixando sua voz rouca contra meu ouvido, lançando uma onda de excitação pelo meu corpo –, mas eu amo você.

Mais uma vez minhas mãos apertaram a pele do seu quadril contra o meu, ouvindo mais uma vez um gemido viajar até meus ouvidos, deixando o ar a nossa volta ainda mais quente de desejo. Eu o segurei firmemente em minhas mãos antes de virá-lo, a fim de inverter nossas posições, deixando-o nossas intimidades ainda mais perto, provocando um atrito entre nós que fez Jin fechar os olhos em minha frente e abrir os lábios minimamente, respirando de forma pesada, o que deixava meu coração acelerado e meu sangue borbulhando pelo homem em minha frente. Me curvei sobre seu pescoço, beijando-o e mordendo levemente, marcando alguns pontos propositalmente e descendo aos poucos pelo seu torso. Após cada botão, eu fui terminando de abrir sua camiseta, apreciando seu cheiro, suas pequenas marcas na pele e o calor que emanava dela enquanto sentia seu peito subir e descer de forma linda e hipnótica.

- Você é lindo – não pude evitar sussurrar, vendo seu rosto ficar ainda mais vermelho, mas dessa vez de timidez. Não esperei nenhuma resposta, então voltei a passear minha língua pela sua pele exposta, sentindo-o da melhor forma que conseguia ao ouvir seus gemidos gradualmente mais altos.

Quando o último foi solto, percebi que chegara a uma área perigosa, fazendo a incerteza se deveria ou não ir em frente tomar conta de mim. Eu busquei seus olhos, porém os mesmos continuavam fechados e o lábio firmemente preso entre seus dentes, deixando-o com a aparência de um verdadeiro pecado que eu estava absolutamente disposto a cometer. Eu lhe questionei se era isso que ele queria enquanto minha mão pairava de forma injusta em sua ereção. Ele apenas assentiu com um gemido que fez meu corpo inteiro se arrepiar sem nem ser tocado. Subi meus beijos até a área de seu umbigo, mordendo-o com força em alguns pontos ou simplesmente sugando a pele com meus lábios, deixando pequenas marquinhas vermelhas na área que só sairiam depois de um bom tempo. Neste momento, eu esperava que minhas mãos tremessem, porém elas nunca foram tão firmes ao desafivelar seu cinto e, lentamente, desabotoar o primeiro botão de sua calça escura.

Então era isso, agora não tinha mais volta e eu nem queria que tivesse. Meu coração batia acelerado a medida que transpassávamos a última barreira que impedisse-nos de ter o relacionamento de um casal de namorados real. Eu queria SeokJin e ele me queria, e isso era tudo que bastava para oficializarmos que estávamos juntos, e que nos amávamos, e que queríamos ficar juntos independente do que os outros pensem. Era um momento único de intimidade entre duas pessoas, a confiança irrefutável um no outro e a paixão em cada batida de nossos corações. Não demorou muito e eu tinha Jin entre meus lábios, e eu lhe dava o prazer que merecia, passava-lhe o que sentia ao ficar com ele e fazia-o se sentir pleno e lindo, como realmente deveria ser. O som de meu nome saia em gemidos sôfregos por entre seus lábios e estimulava-me a continuar, dando-lhe toda a minha atenção, deixando-o em estado de êxtase enquanto sugava sua carne com vontade apenas para continuar a ouvir sua voz murmurar meu nome em frases desconexas até chegar ao seu ápice e então se desfazer, mas não antes de me chamar com a voz falha e trêmula de prazer. Juntei-nos em um beijo calmo e apaixonado, no qual ele aproveitou e respondeu intensamente, devolvendo-me a atenção que lhe dera com uma de suas mãos em minha lombar e a outra na minha ereção

- Jin... – gemi seu nome no momento que ele marcava meu pescoço e eu chegava ao meu ápice. Com um último beijo em meus lábios, SeokJin juntou seu corpo ao meu, abraçando-me firme e calmamente, aninhando-se contra meu peito e, aos poucos, relaxando de encontro a minha pele. – Eu também amo você. – sussurrei por fim, sentindo seu coração bater enquanto a chuva continuava a cair do lado de fora, embalando nosso sono.

 [...]

Algum tempo depois, despertei e me encontrava sozinho no sofá da minha sala. Um pouco tonto pelo sono, tentei me lembrar do que fazia ali, apenas com um cobertor escondendo meu corpo, até as lembranças inundarem minha mente, fazendo uma onda de felicidade se espalhar pelo meu ser e um sorriso espontâneo surgir em meu rosto. E então lembrei-me que, quando adormeci, Jin estava em meus braços. Ao levantar a cabeça, o vi sentado na ponta do móvel, a camiseta em seus ombros porém desabotoada, sua expressão era séria ao encarar a tela do celular. Quando percebeu meu movimento ao seu lado, o rosto virou na minha direção e em seus olhos transbordava medo.

- Meu pai acabou de ligar... – ele respondeu ao meu olhar questionador – ele disse para eu ir para casa... agora.

 


Notas Finais


Esse foi meu primeiro lemon e eu to tão nervosa porque, mesmo que não seja >>>>aquele<<<< lemon, não deixa de ser a descrição de um momento bastante intímo sabe? E quem me segue no twitter com certeza sabe O QUANTO eu amo Namjin e queria que essa parte da história fosse mais... Elaborada? Especial? Só que, como é meu primeiro realmente foi difícil... Enfim, espero que tenham gostado, os comentários estão aí pra dar um help no feedback :)

ah, meu twitter é @sugaphobic se vocês quiser eu só falo de namjin e do yoongi, é nós :D


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