1. Spirit Fanfics >
  2. Letras Douradas >
  3. Capítulo Um

História Letras Douradas - Capítulo Um


Escrita por: JikookManiac e LarryManiac

Notas do Autor


Olá para os que já acompanhavam essa estória antes e sejam bem vindos leitores novos.

Eu vou fazer um resumo muito rápido do motivo de eu ter levados essa fanfic pras "notas" e estar voltando com ela agora.

Eu estava com falta de criatividade para finalizá-la, muitas vezes me sentei em frente ao notebook por horas e nada saia, eu tinha mesmo desistido de escrever ela, não ia mais repostar, porém, como um anjo, a Vitória (@RexhaYo) apareceu na minha vida, e me ajudou com o capítulo final.

Antes de mover essa fic pra lixeira, ela tinha 10 capítulos, porem eu pretendo unir alguns e deixar ela com 5 capítulos. Eu também reescrevi algumas partes que julguei necessárias, porém não foi revisada, se alguém quiser me ajudar com a betagem, por favor me falem nos comentários.

Comentem para eu saber o que estão achando, nessa de repostar, perdi todos os comentários antigos :/

Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Um


Fanfic / Fanfiction Letras Douradas - Capítulo Um

– Toda vez é a mesma coisa, Jungkook, eu estou cansado, eu me sinto sufocado preso aqui. Você nunca está em casa, nunca almoça comigo, ou chega a tempo pro jantar, nem no meu aniversário você apareceu – Jimin senta sobre o braço da poltrona, limparia a bagunça da festa depois. Cobre os olhos com as pequenas mãos, tentando inutilmente segurar as lágrimas. 

Tantos anos juntos... Mas aquela tinha sido a gota d'água! Ele era jovem de mais pra passar o resto da vida preso a alguém que se quer se importava o suficiente com ele.

– Eu já disse, eu...

– Você é ocupado, eu sei, ta legal? Eu venho ignorando isso há oito anos, oito anos que venho fingindo sorrisos na frente dos seus clientes e amigos, oito anos que eu venho colocando a sua felicidade na frente da minha, mas eu cansei Jeon Jungkook, eu também mereço ser feliz.

– Podemos terminar essa conversa depois? – Jeon pega do bolso o celular que não parava de vibrar desde que tinha colocado os pés em casa – Eu só vim... Pegar uns documentos no escritório lá em cima – Explicou meio sem graça – Preciso voltar pra empresa ainda.

– Claro. – Jimin suspirou derrotado, olhou para o relógio sobre a estante de livros perto da porta, 23:48h.

– Ótimo! – O maior subiu as escadas rapidamente com o celular colado ao ouvido conversando com alguém, o que Jimin deduziu ser em inglês, devia ser algum sócio estrangeiro. Logo voltou segurando dois envelopes de papel pardo, pegou suas chaves que estavam sobre o aparador de madeira ao lado da porta e antes de sair, beijou descuidadamente a testa do namorado.

Assim que a porta foi fechada, Jimin olhou em volta, a sala e o corrimão da escada estavam cobertas por balões vermelhos, alguns copos descartáveis podiam ser vistos aqui e ali sobre os móveis, e sobre a mesa decorada no canto da sala, as sobras dos doces e do delicioso bolo preparados por Seokjin, marido de seu primo Namjoon. Kim Taehyung, seu amigo de infância, havia feito uma pequena reunião com amigos e familiares para comemorar seus 23 anos, Jimin esperou Jungkook por horas, mas quando percebeu que ele realmente não viria, serviu o bolo e se trancou no banheiro deixando algumas lágrimas de decepção molharem seu belo rosto. 

Como ele permitiu que as coisas chegassem a esse ponto? Agora, sentado sozinho na poltrona daquela enorme mansão e olhando em volta, ele finalmente tomou uma decisão pra sua vida. Pegou o celular do bolso traseiro de sua calça e discou o número que já havia decorado há tempos.

– Yoongi hyung? Preciso de ajuda.

 

[...]

 

– Pegou tudo? – Yoongi caminhou até o mais novo e gentilmente pegou de seus braços a pesada caixa.

Jimin parou no centro da sala e olhou em volta, a vida toda sonhou em ter uma casa espaçosa para adotar crianças, um jardim grande para cultivar seus narcizos, um marido carinhoso que lhe beijaria os lábios ao chegar do trabalho e ele lhe perguntaria como foi seu dia enquanto o ajudava a sair de seu terno caro, depois cozinhariam o jantar e comeriam falando sobre como as flores que Jimin tanto dava amor estavam lindas. Mais tarde fariam amor na enorme cama de casal, ele beijaria seu corpo e faria questão de exaltar sua beleza e doçura, e por final, se abraçariam para poderem dormir tranquilos, ele o beijaria e diria que o amava.

Agora, olhando em volta da sala que guardava suas piores lembranças, das inúmeras discussões, como também das melhores, das reconciliações no sofá. Jimin sentiria falta daquele lugar, sentiria falta do luxo que estava acostumado, mas ele não nasceu em berço de ouro, finalmente poderia ter um emprego e fazer faculdade, pagar as próprias contas e não mais depender de seu namorado. Suspirando pegou seu celular e carteira em cima da poltrona observando uma ultima vez o lugar que por anos chamou de lar, por fim pegou o molho de chaves em cima do aparador ao lado da porta e saiu junto de Yoongi, rumando até seu carro.

Não pegou muita coisa, afinal, nada daquilo era realmente seu, tudo havia sido comprado ou presenteado por ele, pegou apenas algumas roupas que ganhou de seus amigos em seus aniversários, seus sapatos e produtos de higiene, tudo deu apenas quatro caixas pequenas, porém pesadas. Sentou-se no banco do carona enquanto Yoongi guardava a ultima caixa no porta malas do carro e entrava no mesmo, dando partida e rumando até sua casa.

– Você vai ligar para ele? Ou espera que ele descubra sozinho quando chegar?

– Ele nem vai sentir minha falta, hyung, e é isso que me deixa triste. – Jimin encostou a cabeça na janela e fechou os olhos, apesar de doloroso, sabia que era o certo a se fazer.

– Claro que vai, apesar de tudo ele te ama Jimin, vocês estão juntos desde o colegial, vocês precisam conversar com calma.

– Você acha que eu nunca tentei? Nos dois últimos anos tudo o que eu faço é tentar falar como me sinto, como essa relação me machuca, mas ele nunca tem tempo pra isso, e quando tem, esta muito cansado para conversar – Secou com a ponta dos dedos a lágrima fujona e se recompôs – Na verdade eu acho que ele tem outra pessoa.

– Jimin! Jungkook nunca seria capaz de te trair, eu o conheço minha vida toda e isso eu posso te garantir, ele é fiel, sempre foi e sempre vai ser.

 

O carro caiu em um silêncio estranho, só o que se ouvia eram os pneus rolando no asfalto. Yoongi estacionou na garagem da casa que dividia com Taehyung e Hoseok, os três mantiam um relacionamento que, apesar de incomum, funcionava bem. Logo saiu do carro e abriu a porta de casa para que Jimin entrasse enquanto descarregava as caixas, Taehyung não tardou em vir ajudar, assim como Hoseok, ficando uma caixa para cada, sendo a mais leve para Jimin. Depois de arrumar suas coisas no quarto de hóspedes que lhe foi disponibilizado, os quatro rumaram para cozinha para que Jimin explicasse o que tinha acontecido, já que em um momento estavam todos juntos comemorando o aniversário do menor, e no outro, Yoongi colocava apressado uma calça e sapatos e saia de casa para buscá–lo. 

 

 

Após tomar um banho e colocar seus pijamas, Jimin buscou por seu celular, desbloqueando a tela e revelando uma foto de Jungkook sorrindo, já fazia muito tempo, o relógio digital marcava 05:00, nenhuma ligação ou mensagem de Jungkook perguntando onde ele estava às cinco da manhã, se é que ele já tinha voltado pra casa. E foi deixando algumas lágrimas quentes molharem a fronha do travesseiro que ele adormeceu para ser acordado algumas horas mais tarde por um Tae de olhos inchados e cara amaçada, ele segurava um celular e tinha a expressão cansada.

Jimin se sentou em meio aos lençóis com um olhar questionador, então o maior estendeu o celular em sua direção e o mais velho pôde ver as horas, 08:00h.

– É o Jungkook.

 

Jimin respirou fundo e pegou o celular em mãos, mas quando Taehyung ameaçou sair do quarto, o menor o segurou pelo pulso, pedindo silenciosamente para ele ficar. Colocou o celular rente ao ouvido e pediu que Jungkook ligasse em seu próprio aparelho, já havia bagunçado demais o sono de seus amigos. Entregou o celular de volta e pediu que Taehyung voltasse pra cama, e que quando novamente acordasse, o café estaria na mesa, mas que ele provavelmente não estaria em casa ainda. já que planejava esclarecer tudo com Jungkook naquela manhã. Com os olhos ainda sonolentos e meio cambaleando o ruivinho voltou para seu quarto e se enroscou em Hoseok, que era abraçado por Yoongi, logo adormeceu, mas não antes de sentir um beijinho na testa e um nariz se roçando ao seu.

 Jimin se levantou e caminhou até o banheiro com passos pesados, seus olhos ardiam pela falta de uma boa noite de sono e por ter chorado antes de adormecer. Ignorou o celular vibrando sobre a cama e calmamente se despiu entrando no banheiro. Após um banho quente, escovar os dentes e pentear o cabelo, ele volta ao quarto para pegar uma roupa e se calçar, apanhou o celular e a carteira e desceu até a cozinha, se pondo a preparar o café da manhã para seus amigos. Depois de tudo pronto e sobre a mesa, Jimin caminha até a porta e, ignorando as chaves de sua antiga casa, pega a cópia da chave que lhe foi entregue por Hoseok, que afirmou que faria outra para si depois. Assim que saiu de casa foi caminhando até uma cafeteria que tinha a alguns quarteirões pra baixo, ele costumava vir ali com seus amigos, mas Jungkook nunca teve tempo para ir junto.

Tirou o celular do bolso e viu 35 ligações perdidas de Jungkook e cinco de sua mãe, provavelmente o mais novo teria ligado pra ela e perguntado se ele estava lá, fazendo a mesma se preocupar também. Rapidamente discou o número da mesma e disse que estava tudo bem e que passaria na casa dela na hora do almoço para conversarem, logo respirou fundo, teria que ligar pra ele mais cedo ou mais tarde. Entrou na cafeteria e se sentou em uma mesa afastada, não sabia qual seria a reação de Jungkook. Após fazer seu pedido, finalmente criou coragem e retornou suas ligações.

– Jimin? O que está acontecendo? Por que não dormiu em casa? Por que não me atendeu nas primeiras ligações? Onde você está? – Seu tom era severo e Jimin suspirou, não seria fácil.

– Sabe aquela cafeteria perto da casa do Yoongi? Aquela que você nunca fez questão de vir com a gente, mas sabe onde é? Estou te esperando aqui, você tem 20 minutos pra chegar.

– Jimin, eu não tenho tempo pra esse tipo de brincadeira, eu preciso voltar para a empresa as dez, eu–

– Eu estou pouco ligando para o que você precisa! – Logo perdeu o pouco da paciência que ainda tinha – Eu não estou brincando, esteja aqui em vinte minutos, Jungkook – Encerrou a ligação com as mãos tremulas, o coração acelerado e um nó na garganta, nunca havia sido tão radical com ele.

 Logo seu pedido foi gentilmente colocado diante de si e, com um doce sorriso nos lábios, a garçonete perguntou se ele gostaria de mais alguma coisa, após negar ela fora atender outras mesas e ele se pôs a esfriar seu cappuccino enquanto cortava uma pequena fatia da sua torta de nozes.

Quinze minutos se passaram quando ele escutou o pequeno sininho sobre a porta tilintar, ao olhar para mesma pode ver Jungkook em seu terno impecável com uma pasta preta nas mãos. Trabalho. Assim que o avistou sentado, caminhou em sua direção e sentou-se de frente para o mesmo, logo chamando a garçonete e pedindo um café expresso e um pão de queijo, logo se virando para o menor, entrelaçando os dedos sobre a mesa. Esperando explicações.

Jimin termina de beber seu cappuccino e delicadamente limpa os lábios com o guardanapo sobre a mesa. Assim que tem seus olhos voltados para Jungkook quase desisti da ideia maluca de sair de casa, ele estava tão lindo, parecia ter tomado banho, os cabelos ainda úmidos, o cheiro gostoso de sabonete, Jungkook não gostava de usar perfume, o cheiro de sabonete o agradava mais do que qualquer essência cara, se pudesse, faria um perfume com o cheiro de seu sabonete preferido. Assim que percebeu que divagava, balançou a cabeça e apoiou os cotovelos sobre a mesa, apoiando o queixo sobre as mãos fechadas. Era a hora.

– Eu quero terminar.

Ao pronunciar tais palavras Jungkook quase cuspiu o café que bebericava.

– Como é? – Perguntou ainda incrédulo.

– Isso mesmo que você ouviu. Eu quero terminar. – Repetiu tentando manter a respiração calma.

– Eu não estou entendendo, Jimin. – Jungkook questiona enquanto deposita a xícara novamente sobre o pires.

– Eu venho te alertando há muito tempo Jungkook, eu estou cansado de me sentir sozinho naquela casa, de não ter mais atenção–

– Não seja egoísta, Jimin, eu não posso te dar atenção sempre que quiser!

– Acontece que você não me dá atenção nunca!

 – Isso não é verdade!

– Sim? Pois bem. Quando foi que eu troquei a cor do meu cabelo? Viu só? Você olhou pro meu cabelo pra checar se eu tinha mesmo trocado a cor dele! Mas tudo bem, outra pergunta. Qual dia da semana nossa gata vai ao pet shop tomar banho?

– Hm, sexta? – Pergunta indeciso.

– Você é inacreditável!

– O que? Eu só errei o dia, não é grande coisa. – O mais novo tenta se defender.

– Pelo amor de Deus, Jungkook. Nós não temos uma gata, eu sou alérgico a pêlos e você deveria saber disso! Eu não tenho mais nada pra falar, eu já peguei minhas coisas e estou morando na casa do Yoongi por um tempo, mas logo vou me mudar. – Tenta se levantar, mas Jungkook o segura pelo pulso.

– Você não pode estar falando sério. – O maior o encara desacreditado. – Passamos por muita coisa para que pudéssemos estar juntos hoje. Estivemos um ao lado do outro desde o colegial–

– Não Jungkook, eu estive ao seu lado desde o colegial, mas você nunca esteve ao meu lado. Não esteve ao meu lado quando meu pai faleceu e precisei de amparo e conforto, não esteve ao meu lado quando fiquei internado por não saber que era alérgico a frutos do mar até que provei a sopa de camarão que o Jin preparou com tanto amor, ele e Namjoon ficaram todos os dias comigo enquanto estive hospitalizado, você passou no hospital duas vezes em uma semana, apenas para me levar flores e um cartão pronto, mas logo já corria pela porta alegando estar atrasado, não esteve ao meu lado nem no meu aniversário, uma data tão importante pra mim, você não fez nem esforço pra aparecer. – Jimin chorava silenciosamente, as lágrimas quentes escorriam em finas linhas por suas bochechas, agora coradas. Quando o maior tentou enxuga–las, Jimin afastou sua mão, suspirando trêmulo. – Você ainda me ama, Jungkook?

O outro por ter sido pego de surpresa demorou para responder, sempre achou que não precisava dizer tais palavras, pra ele era nítido o que sentia pelo menor.

– Eu...

– Bom trabalho, Jungkook.

Levantou-se deixando algumas notas sobre a mesa para pagar o que consumiu, recolheu seu celular e se levantou ignorando os chamados do maior.

O mais novo apoiou a cabeça entre as mãos. É claro que ele o amava, mais do que a si mesmo, ele só tinha dificuldade de expressar seus sentimentos. Mas agora, olhando seu pequeno entrar em um táxi, se pôs a imaginar sua vida daqui para frente.

 

O que seria dele sem Jimin?

 

 

 


 

 

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...