Capítulo 4 ─Harém do Usagi.
Desesperado ─ e extremamente furioso com o Usami ─, Misaki começou a gritar por Mahiro, atraindo a atenção de todos na praia. Já Usagi-san, deixou seu livro de lado, e passou a perguntar às pessoas se haviam visto um menino, de um ano e pouquinho, miúdo…
─ Ah, este aqui? ─ uma garota à qual perguntara sobre Mahiro apontou para o bebê que brincava no colo de sua acompanhante, mordendo o colar de conchas dela.
─ Esse mesmo! ─ Usami pegou o neném no colo, que reclamou um pouco, mas não chorou. Chamou Misaki, que quase fez xixi nas calças tamanho era seu alívio.
─ Muito obrigado! ─ o Takahashi agradeceu, fazendo uma reverência desengonçada às moças.
─ Não foi nada! ─ a mais baixa insistiu.
─ Poderíamos fazer algo para vocês em forma de agradecimento? ─ Akihiko perguntou, e as garotas trocaram risinhos, sacando uma câmera da mochila.
─ Na verdade, somos muito fãs do seu trabalho, Akihiko-senpai! Poderíamos tirar uma foto com você?
─ Claro!
Dando a câmera para Misaki, elas se posicionaram ao lado de Usagi-san, fazendo poses fofinhas, enquanto Misaki tinha a leve sensação de que os peitos delas estavam próximos demais de Akihiko.
─ Obrigada! ─ elas agradeceram, fazendo uma reverência à Akihiko, que retribuiu.
─ Na verdade ─ ele as parou, antes que voltassem a se sentar em suas sombras. ─ Não gostariam de ir conosco, tomar alguma coisa? Poderíamos conversar! ─ sugeriu, sorrindo para as mulheres que concordaram, sem pestanejar.
É só gratidão por elas terem cuidado do Mahiro, Misaki repetia como um mantra em sua cabeça, tentando manter a calma. Só gratidão.
Mas manter a calma estava se tornando uma missão quase impossível, já que aquelas duas ─ que descobriu se chamarem Mahina e Yoko ─ estavam se jogando no Usagi-san, e nem faziam questão de serem discretas.
Misaki até tentava entrar na conversa, mas o assunto era somente os livros publicados no nome de Akihiko, e o máximo que o Takahashi já tinha lido sobre ele eram os Yaoi, e para checar se seu nome não estava envolvido ─ algo que o mais velho sempre fazia.
Tentando se distrair, antes que o ciúme crescente em seu peito tomasse proporções distintas, ele foi para uma caminhada com Mahiro.
O bebê de quase um aninho pesava, e babava em seu ombro, e puxava seu cabelo, mas Misaki persistia. Não iria voltar para o harém do Usagi nem por um decreto, já que aparentemente não fazia a mínima falta ou diferença.
─ O Usami é um tapado mesmo, Mahiro ─ falou para o bebê. ─ Aquelas descaradas em cima dele e ele lá, sem reação, aproveitando o momento. Pois ele que fique lá com elas! ─ esbravejou, sorrindo ao receber uma resposta enrolada da criança, como se estivessem conversando de verdade. Apertou mais o sobrinho em seu abraço. ─ Você é a única pessoa que me compreende, Mahiro…
─ Hm, senhor? ─ um rapaz o cutucou. ─ Isso daqui é seu? ─ levantou o colar, mostrando-o para Misaki.
─ Ah, é sim, obrigado! ─ pegou o cordão. Era o presente de Usami, do Natal passado, que ele usara para pedi-lo em casamento. O pingente era uma lua entrelaçada à uma estrela; ele ainda se lembrava claramente das palavras de Usagi: a lua sou eu, e a estrela é você. Sem a estrela, a lua não é nada. Talvez a lua e a estrela devam se casar para nunca ficarem separadas. Desde então ele não deixou de usar o presente. ─ Mahiro deve ter arrancado.
─ É seu filho? ─ perguntou, sorrindo. Aparentemente gostava de crianças.
─ Não, é meu sobrinho ─ sorriu. ─ Diga oi para ele, Mahiro!
O garoto riu mais forte, e Misaki percebeu que ele tinha um sorriso bonito, daqueles brilhantes e abertos.
─ Ele é lindo! ─ deu o dedo para Mahiro, que prontamente o apertou com as mãos gordinhas.
─ Puxou o tio ─ brincou, soltando uma risadinha forçada.
─ E qual é o nome do tio?
─ Misaki. Misaki Takahashi. ─ fez uma breve reverência, com um pouco de dificuldades por causa de Mahiro em seu colo. ─ E o seu?
─ Meu nome é Raiden Ichiro.
×××
Raiden e Misaki conversavam sobre um novo mangá que tinha sido publicado recentemente quando Usagi-san apareceu, puxando o namorado.
─ Vamos embora ─ declarou e, sem mais nem menos, começou a puxá-lo para que andasse.
─ Eu estou conversando, se você não viu!
─ E eu estou indo embora, se você não percebeu. ─ o encarou, raivoso. ─ Despeça-se e vamos.
─ Desculpe, Ichiro! ─ pegou Mahiro dos braços do recém amigo.
─ Apresse-se, Takahashi! ─ Akihiko gritou, já se afastando em direção ao carro.
─ Eu te mando uma mensagem! Até mais! ─ e correu atrás do marido, o xingando de todos os nomes feios possíveis.
─ Até mais, Misaki. ─ ele acenou de volta, mesmo que o outro já estivesse de costas, com um sorriso bobo no rosto.
×××
Chegando em casa, Misaki pôs um Mahiro sonolento em seu bercinho. Tinha dado sua mamadeira no carro e o neném não resistia a uma soneca pós-leite.
Aproveitando a oportunidade, Usami arrastou o companheiro até o quarto, o jogando de qualquer jeito na cama e subindo em cima dele.
─ Usagi… Usagi-san!
─ Eu vou te mostrar ─ prendeu as mãos de Misaki acima de sua cabeça. ─ Que você é meu.
─ Seu? Usami… Usami, o Mahiro está logo ali!
─ Será rápido ─ distribuiu beijos pelo pescoço de Misaki.
─ Akihiko!
─ Só aproveite o momento, Takahashi.
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