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História Lets Not Fall In Love - Aprenderemos como se faz


Escrita por: MoonMin

Notas do Autor


OLHA EEEELAA
Olá, tudo bem?
Perdoem a demora.
Feliz ano novo ultra mega hiper atrasado.
Retorno com mais um capítulo cheio de informações (é, esses capítulos parecem fim de história, eita). Esse capítulo fez com que eu gerasse outra fic GTOP, ai dei um pouco de atenção para a GTOP nova, tinha que tirar ela da cabeça, se não iria ficar me perturbando e atrapalhando a escrever essa aqui.
Eu sempre esqueço o que tenho que falar, mas é isso ai.
Achei esse capítulo bem previsível. but, sem mais enrolas, né.
Eu tentei revisar, mas eu releio a fic adicionando mais conteúdo, isso acaba fazendo ter alguns errinhos.
Até mais, espero que gostem!

Capítulo 26 - Aprenderemos como se faz


 

- Alguma coisa está acontecendo. – A menina foi direta ao ponto assim que encontrou o garoto em frente à escola dele. – Taeyang, você precisa agir, sei lá, faça alguma coisa! – Estava muito agitada, andava de um lado para o outro em inquietação, queria que o garoto tomasse alguma atitude.

- O que eu posso fazer? – Confuso, questionou, havia ficado surpreso em vê-la ali, no entanto, não poderia reclamar da presença dela, a garota estava ajudando-o com uma grande frequência. – Eu não sei o que fazer também, eu sou novo nesse assunto, o que quer que eu faça?

- Vá falar com o Seungri, diga que gosta dele diretamente, não é um homem? Onde está a atitude? – Desafiou-o, a frustração evidente em sua face fazia com que o Taeyang encolhesse sob o olhar dela.

- Vejo que gostou da bolsa que te dei. – A menina enrubesceu no mesmo instante, apesar dele estar, de alguma maneira, fugindo do assunto. – Calma, não precisa ficar nervosa. – Sorriu confortável, o que fez com que a garota perdesse um pouco do equilíbrio e desse um passo para trás. – Está tudo bem? – Veio na direção dela e segurou seus braços esperando uma afirmação.

- Me solte! – Grunhiu, se desvencilhando do toque. – Não encoste mais em mim, devia usar essas cantadas para conquistar o Seungri, não eu, idiota!

- Não estou te cantando. – Ficou surpreso com a acusação, ele estava sendo natural. – Só reparei, você não faz parte do meu jogo, relaxa.

- Jogo? – Fez careta. – Que tipo de coisa estranha é essa para se falar? Seu anão... se fizer... droga, eu não sei porque confiei em você. – Deu passos para trás antes de se virar.

- Foi força do hábito, espera. – Tentou pará-la, mas não conseguiu, foi seguindo-a enquanto repetia várias desculpas já prontas para que ela parasse e prestasse atenção nele. – Por favor, garota, vamos conversar de novo.

- Pare de me seguir, eu vou para casa e vou detonar você. – Apontou para ele com muita raiva sendo emanada.

- Você me chamou para conversarmos, eu vim. Agora colabora também. Eu só usei uma expressão errada. Eu não estou brincando com o Seungri, não vou brincar com ele. Por favor, eu preciso me acertar com ele.

- Não me faça estar enganada sobre você, cretino. – Não se importava com o fato dele ser mais velho que ela, só queria tratá-lo mal para que soubesse que ele não podia tratar os outros da mesma forma.

- Não está enganada. – Bufou. Era difícil conversar com a garota. – Está certo, eu faço o que quer. Tomarei uma atitude. – Cedeu, tinha que vencer a timidez e ir em frente.

- Estamos em frente à minha casa, a hora é agora. – Encarou-o, desafiante.

- Hanna? – Escutou o seu nome ser chamado e se virou assustada. – O que está... Youngbae? – Estava surpreso em ver os dois juntos. – Por que estão chegando juntos? – Seungri perguntou enciumado para os dois que pareciam estar vendo um fantasma adiante.

           

(...)

 

O corpo do Jiyong começou a suar frio, sentiu, de repente, as mãos tremerem, quis escondê-las atrás do seu corpo e assim o fez. Esticou o braço esquerdo, sem ficar de costas para o visitante, e puxou a porta para que ninguém de dentro pudesse vir atrapalhar ou ver a sua reação desesperada e assustada. O vento frio atingiu seu corpo em cheio, causando um leve arrepiar, o que estava em sua frente não tinha mudado sua expressão, continuava indecifrável, deu um passo à diante, mas, de imediato, Jiyong estendeu a mão em pedido para que parasse, que não tentasse uma aproximação maior. Sua mente estava muito confusa, não conseguia entender a imagem do outro em sua frente, ele não parecia estar em boas condições, o corpo estava bem diferente, os traços do rosto encontravam-se mais marcados, os olhos, que antes carregavam um brilho divertido e ousado, não estavam como eram antes.

- Uh? Hong Jun? – Nem forçar um sorriso ele conseguiu, seria exigir demais de si, e não era necessário ser irônico ali. Jiyong manteve-se calado, não tinha o que responder. Além de que ainda estava em choque. – Você está tão bonito... Seus cabelos... – Tentou alcançar os fios rosados do felino, porém, ele foi mais rápido e bateu na mão que queria tocá-lo, não queria o toque dele depois de tanto tempo. Não estava pronto para ter aquela enxurrada de sentimentos o violando outra vez, depois de tanto tempo sem tê-lo, tudo parecia ser bem mais intenso do que realmente fora.

- O que houve com você? – Essas foram as únicas palavras que seus lábios conseguiram deixar escapar, após um longo tempo em meio troca de olhares. O olhar felino percorrendo todo o corpo do mais velho sem censura alguma. Jiyong deu um passo para frente em curiosidade, tendo em vista que o outro não iria responde-lo de imediato, e reparou no corpo dele intensamente. O maior não conseguiu se conter e começou a chorar em sua frente, de imediato, ficou surpreso, não que não tivesse se segurando para não fazer o mesmo, mas queria manter sua dignidade de garoto que deu a volta por cima. Jiyong queria mostrar que não era mais o mesmo, que não iria entregar seu coração com palavras singelas.

- Eu estava com saudade. – Se recompôs e ignorou a questão do outro, seus olhos não saiam do rosto delicado dele, amava aqueles traços, queria registrar qualquer mudança que podia ter ocorrido durante a sua ausência, o rosto mais maduro e marcado, mais sexy. Jiyong prendeu o lábio inferior entre os dentes, segurou uma risada sarcástica, mas não foi o suficiente para conseguir segurar o tapa certeiro que deu no rosto do Seunghyun. Esse tapa ocorreu por conta de toda frustração que foi obrigado a passar sem ter feito nada para que merecesse aquilo. Não havia feito nada para merecer a dor que vinha sentindo nos últimos meses.

Saudade.

O quão ridículo essa palavra poderia soar? Com tantas coisas que ele podia estar dizendo em pedido de perdão, não disse, não parecia nem um pouco arrependido de tudo que havia feito.

- É, eu estava sendo muito estúpido em achar que seria recebido com flores e seria convidado para entrar, eu não sou o Hong Jun, não terei mordomias. – Continuou, mas, dessa vez, soltou palavras ácidas. Usou palavras que não tinha o direito algum de usá-las, nem era da conta dele o que havia acontecido em sua ausência.

- Vá embora. – O felino pediu rispidamente. Aguardava impassível. Entretanto, Seunghyun ignorou a rispidez, fitou, brevemente, a tatuagem exposta no corpo do outro.

- Mind Control. – Os olhos voltou aos do Jiyong, a destra guiando-se para a pele onde tinha aquelas palavras gravadas na coloração preta e, dessa vez, o felino não repeliu o contato. – Você se divertiu bastante sem mim, huh? – Permitiu-se brincar, não tendo humor algum na sua fala, sentia-se um estúpido que sofrera sozinho por uma ação própria. Vítima do próprio ataque. Deixou que a mão corresse pela lateral do corpo do menor até chegar em sua cintura e, com uma leve ação, puxou-o para mais perto de si. – Eu estava morrendo de saudade do seu cheiro. – Murmurou bem próximo ao ouvido do felino; em reposta, Jiyong o empurrou, seu nervosismo deixava seu corpo cheio de energia, queria bater muito no Seunghyun, ao mesmo tempo que, ao ver o estado dele, queria abraçá-lo e perguntar tudo que ele fez quando estava no Japão, o que tinha acontecido para que ficasse naquele estado.

- Por favor, Seunghyun. – Continuou impassível.

- Eu li sua mensagem, li tantas vezes que acredito que decorei tudo. – Usou a canhota para limpar algumas poucas lágrimas que ainda teimavam em cair, já que a destra ainda estava no quadril do outro. – Por favor, Jiyong. Venha comigo em um lugar, quero conversar com você em um local privado.

- É tudo como você quer, não é? – Tirou a mão do maior que o tocava, cruzou os braços e voltou a olhar para ele sem muita paciência. – Vamos conversar? Agora? Eu não estou pronto para ter uma conversa com você. Eu... eu achei que estaria, mas não estou. Sabe, Seunghyun, eu estaria pronto daqui uns anos, mas agora... não. Não temos o que conversar. Vamos falar sobre o quê? Sobre como foi sua viagem excepcional de noivado? Eu não quero saber, por favor. Me esqueça.

- Não. – Foi rápido em segurar a mão do menor. – Eu não vou falar sobre isso.

- Ah, que bom! Não iremos falar sobre sua vida amorosa, está certo. Vamos falar sobre o quê? – Ironizou o máximo que conseguiu, dessa vez, não pôde se afastar do contato, Seunghyun segurava sua mão firmemente.

- Sobre nós dois. – Respondeu imediatamente. – Eu só quero falar sobre você... sobre você e eu, eu preciso de você, Jiyong. Eu não vivo sem você. Olhe para mim, estou acabado. Eu me tornei um alcoólatra, me aliviando com o álcool na ideia de fugir para um mundo alternativo, a cada dia que passo sem você, eu definho mais, peço para que seja um pesadelo e que eu acorde ao seu lado. – Sorriu, brevemente, ao se lembrar dos dias que passaram juntos. – Os foras que me dava parecem tão doces agora. Por favor, Jiyong. Me dê apenas um momento a sós, não quero que alguém apareça e atrapalhe nossa conversa. – Jiyong pareceu ponderar um pouco, olhou para a porta que havia fechado outrora e depois voltou para o que estava pedindo coisas que deviam ser impossíveis para si. Iria se arrepender se fosse, porém, se arrependeria ainda mais se não fosse. Sacudiu a cabeça em concordância, logo, Seunghyun o arrastou para o carro que não estava muito longe dos dois, abriu a porta do passageiro e esperou que o Jiyong entrasse, ficou com medo dele desistir no meio do caminho e corresse para longe dele. – Você estava esperando o Hong Jun? – Indagou assim que suas mãos atingiram o volante, não fez questão de esconder o ciúmes, não era necessário, só queria a verdade.

- Não. – Não mentiu, apesar de sua mente pedir para que mentisse. – Para onde irá me levar? – Questionou, o maior não fez mais perguntas depois que havia negado a espera pelo Hong Jun, o silêncio o irritava em demasia, parecia que caminhava para o caminho da própria morte. Imaginou que o Seunghyun iria enchê-lo de desculpas esfarrapadas sobre seu sumiço, mas ele não usou nenhum motivo para se defender, talvez ele não tivesse nenhum, realmente.

- Considero mais viável que possamos conversar no meu apartamento. – Disse, Jiyong ficou agitado na repentina imaginação dos dois estarem sozinhos entre quatro paredes, apesar de estarem no carro. No carro... recordou de alguns momentos dos dois ali naquele veículo. – Tudo bem? – Seunghyun olhou-o pelo canto dos olhos, viu a cara de bobo acompanhada de bochechas coradas, achou fofo, mas não quis dizer, Jiyong iria se irritar se ele fizesse essa observação.

- Sim. – Afirmou sem muita emoção e sem olhá-lo, estava mais interessado em olhar a paisagem de fora. – Para alguém que comia muito, sua dieta foi bem radical. – Seunghyun riu anasalado, o garoto tinha ficado muito surpreso com sua aparência. Sua noiva e avô não devem ter mentido quando disseram que sua imagem era deplorável.

- Chegamos. – Prorrogou a resposta, achou melhor esperar estar dentro do seu apartamento, e assim, seguiu para o estacionamento. Jiyong seguiu-o calado até o elevador, aquela caixa de metal fez com que estivesse sem muita escolha de lados que pudesse olhar, então, fitava o chão. - Eu não acredito que você possa ter ficado mais bonito do que já era. – O mais velho se aproximou e tocou o rosto do menor, ergueu-o para que pudessem se olhar, queria perder-se naquelas lindas orbes como fazia meses atrás. Seunghyun fechou os olhos e se aproximou de Jiyong, mas o mais novo o afastou, não queria mais contato, não queria atravessar um limite que tinha colocado. O maior reabriu os olhos e permaneceu com eles presos naquele que tanto desejava. Quis fazer uma pergunta, mas o elevador se abriu antes que pudesse questionar aquilo que rondava sua mente assustadoramente. A cada segundo que se passava até Seunghyun abrir a porta do apartamento, o felino travava uma batalha interna, o corpo pedia para correr o mais longe possível do Seunghyun. – Vem. – Entrou no apartamento primeiro e aguardou o outro acompanha-lo, o selvagem olhava para o interior com muita curiosidade, seus pés se moveram lentamente e adentrou o local como um bichinho de pequeno porte tenso por estar em um lugar novo.

- Você estava bebendo. – Reparou ao ver uma garrafa de vinho já com indícios de estar aberta dentro do balde com gelo. – Duas taças... – Não queria ter completado com isso, mas foi quase que natural.

- Eu estava aqui mais cedo. – Respondeu-o. – Eu não consegui me segurar, tive que ir atrás de você, meu bem. – Tentou um contato mais uma vez, mas, novamente, não obteve sucesso. – Por favor, Jiyong, deixe eu te tocar, eu esperei muito por isso! – Implorou, porém, Jiyong mantinha-se relutante.

- Não seja estúpido, Seunghyun. Não pense que irá voltar assim do nada e que irei te tratar como se não houvesse acontecido nada, pare de fingir que está tudo bem, comece a falar logo, ou eu irei embora, não vim aqui para receber seus toques. – O maior sofreu com aquelas palavras, estava muito sentimental, mais do que já era. Queria carinho, queria ser abraçado e abraçar aquele que tanto desejou estar junto durante meses, mas Jiyong não entendia isso, não entendia o quanto estava machucado e isso era muito frustrante. Não queria falar nada naquele momento, não queria iniciar uma discussão, só queria ficar ao lado dele sentindo o cheiro maravilhoso que ele exalava.

- Você mudou. – Não falava ao estado todo dele, mas em relação ao modo em que o tratava.

- Não, Seunghyun. Não mudei. – Negou firmemente, não estava com paciência para ladainhas, mas queria ouvi-lo.

- Jiyong, não me trate dessa forma, a gente tinha algo antes de eu ir embo-

- Tínhamos. Disse certo, mas isso não vem ao caso.

- Está insinuando que tudo acabou? Está me dizendo que “nós” não existe mais? Está dizendo que nós não somos mais importante como éramos antes? – Encheu-o de perguntas, o tom ficou mais alto, o peito subia e descia ferozmente. Ele estava muito irritado, não aguentaria levar um fora definitivo naquelas circunstancias e daquela forma. – Você não pode deixar de gostar de mim! – Exclamou. Os braços foram até os ombros do menor e seguraram eles. – Não pode, Jiyong, você não viria até aqui, se não... Jiyong, por favor, não... – A possível escolha do Jiyong terminar definitivamente o relacionamento deles veio à cabeça outra vez, não queria acreditar, mas nada fazia com que ele tirasse isso da cabeça.

- As coisas sempre chegam ao fim, Seunghyun, se não tem mais o que falar-

- Eu tenho! – Interrompeu - Eu voltei para você, eu não falei com outro alguém, eu só vim até você. Meus amigos não sabem que eu cheguei, ninguém sabe. Pois você é e será minha prioridade, Jiyong. – Desesperou-se. Como Jiyong não percebia o quão sincero e apaixonado ele estava sendo?

- Sua noiva sabe.

- Não importa, ela não é importante, por favor, não fale dela.

- Por que não me disse? Por que não me falou do noivado? Por que não evitou de me fazer de idiota? Se diz tanto que gosta de mim, por que não me deixa viver em paz? Eu não acredito em você. Eu não estou a fim, quero terminar qualquer assunto que tenhamos pendente, vai ser melhor para nós. Vai ser melhor vivermos em caminhos diferentes.

- Eu não sabia. – Berrou, desesperado. Sentia que estava perdendo quem amava. – Ele... o meu avô falou no dia do jantar, e... e eu estava muito chateado com o que aconteceu com o Seungri, eu não acreditei que tinha acontecido aquilo sem sua ajuda, imaginei que tivesse se aproximado de mim para fazer o mesmo, eu nunca fui alguém que se apaixonava, ainda mais desse jeito louco, Jiyong, me entenda. E logo depois meu avô me diz que está doente, eu fiquei tão desnorteado, sem ter como recorrer a alguém, eu queria que alguém ficasse ao meu lado sem me julgar, sem dizer o que eu tinha que fazer, poxa, Jiyong, nem a minha mãe estava disponível para mim, na verdade, ela nunca está. Sobre a minha noiva... eu odeio aquela mulher, eu não aguento mais ela, mas... o meu avô disse que eu tinha que casar antes dele morrer, se não... se não ele deixaria todos os empregados dele no olho da rua, ele iria fazer um testamento onde tudo seria vendido e o dinheiro seria doado, mas... eu não podia aceitar, eu não posso aceitar que eles fiquem sem o emprego, muitos estão ali há anos. Eu fiquei desesperado só em pensar em deixar pessoas que sustentam suas famílias sem uma renda fixa.

- Triste história, mas... o que tenho a ver com isso? – Seunghyun não conseguiu deixar de ficar surpreso, os olhos ficaram maiores, e todo o discurso que tinha planejado foi por água abaixo. Estaria mentindo ao dizer que esperava que o Jiyong não fosse sensível ao saber daquilo.

- Como assim... eu... Jiyong...

- Era só isso? – Virou o rosto, não queria ver a expressão dolorosa do mais velho. Não se importaria com ninguém, se ele optou pelos outros, por mais bonita que fosse a causa, não há mais o que discutir.

- Só isso? Como assim, Jiyong? São muitas pessoas e-

- Eu não quero saber o que te fez tomar essa decisão, eu não estou nem ai para os outros, se eles são mais importantes para você, tudo bem. Você os escolheu, eu não sou obrigado a aceitar que fui tido como segunda opção por você, se quer isso, assim será, mas só me explique o motivo de voltar e vir atrás de mim.

- Que diabos, Jiyong. – Grunhiu baixo, tentava se controlar para não gritar com o menor. – Eu gosto de você, mas minha felicidade é mais importante que a felicidade dos outros?

- Não sei, mas a minha felicidade não foi mais importante aqui. Sinceramente, essa sua desculpa não justifica nada. Não justifica você ter ficado meses sem falar comigo, ter sumido do mapa e ter tratado seus amigos mal. Só mostrou o quão idiota você é.

- Mas-

- Mas nada, se o problema era só casar, que casasse, não precisava deixar seus amigos infelizes e podia contar o que estava acontecendo. Pois bem, se já terminou, agora vou me retirar.

- Não. – Impediu-o, tinha que convencê-lo de qualquer forma. – Entenda, eu quis me afastar para que sofrêssemos menos. Apesar de não dar certo, eu quis deixar que você vivesse bem sem mim, que não sofresse comigo por estar abdicando da nossa felicidade, assim como está vivendo, não está com o Hong Jun? – Foi irônico no fim da fala, o que deixou Jiyong ainda mais nervoso e impaciente.

- Que bom que conseguiu o que você queria, não é? – Foi tão venenoso quanto o outro. – Felicidades para o casal e para os lucros de sua empresa. – Tentou seguir até a porta, mas outra vez foi impedido. – Que porra, pare com isso, deixe eu ir embora.

- Vamos nos acertar, primeiro. – Implorou. – Eu não quero que o ciúmes nos afaste assim, eu não aguentaria terminar tudo entre nós. Eu tenho vivido tão mal e infeliz, apesar de querer a felicidade dos outros, eu sinto que não viverei muito se ficar longe de você.

- Não coloque sua vida em minhas mãos, não coloque a culpa em mim por ser tão fraco. – Continuou, ainda, venenoso, queria machucá-lo da mesma forma que estava machucado. – Seunghyun, você entrou na minha vida para foder com ela, deixar tudo de pernas para o ar e depois dizer que está pensando nos outros? Foda-se os outros, eu não ligo para os outros quando a minha vida se torna uma merda e eu não tenho mais ninguém, quando o meu amor é menosprezado sem qualquer explicação, ainda por cima, você volta, fala palavras doces como alguém bondoso e humilde achando que eu iria reagir como? Te dar parabéns? Aceitar ser padrinho do seu casamento? Não consigo entender o que quer.

- Eu quero você. – Foi simples e direto. – Só você. Não consegue entender isso, Jiyong? – Agarrou-o e o levou até uma parede mais próxima, prensou-o lá, não queria que ele fugisse dos seus braços outra vez. Não estava aguentando mais o felino repelindo qualquer tipo de intimidade.

- Eu não quero você. Não consegue entender isso, Seunghyun? – Rebateu, havia prendido a respiração, não queria que seu corpo o traísse, mas aquele contato estava o fazendo deixar o muro, que havia colocado entre eles, cair.

- Por que não diz isso olhando nos meus olhos? – Seunghyun sabia o quão deplorável estava, não iria chorar na frente do seu felino outra vez e entregar o quanto estava com medo de perdê-lo. Seus pensamentos foram interrompidos quando os olhos do Jiyong atingiram os seus, o coração falhou algumas batidas, sentiu uma enorme falta de ar. Ele não podia repetir aquelas palavras tão friamente olhando em seus olhos. – Eu me arrependo de não ter conversado com você antes de fazer qualquer loucura, mas eu quero o seu perdão.

- Eu te perdoo. Já foi, não podemos voltar atrás.

- O que estou falando de errado? Eu não estou conseguindo atingi-lo com nada. Por favor, Jiyong, eu não sei o que mais quer ouvir.

- Nem eu sei, Seunggie. – Confessou, perdendo suas estruturas. A voz falhou um pouco, mas não se importou, tinha que ser sincero.

- Eu gosto de você como nunca gostei de ninguém, como nunca irei gostar, demorei para perceber isso, sinto muito, mas agora eu te quero de volta.

- Eu não gosto mais de você. – Continuou teimando em rejeitá-lo.

- É por conta do Hong Jun, não é? Você está balançado por ele? Está com medo de largar o que está seguro para sofrer novamente comigo? Com pena de largá-lo? – Continuou falando quando Jiyong não parecia querer responder. – Você está apaixonado por ele? Desistiu de mim?

- Eu gosto dele. – Afirmou. Sem muita animação. – Ele esteve ao meu lado quando eu estive mal, não parece querer sair de perto, apesar de estarmos brigados atualmente.

- Brigados? Brigaram por quê?

- Não importa para você.

- Mas gosta dele da mesma forma que gosta de mim? – Tentou fazê-lo confessar que ainda tinha sentimentos por ele.

- Não, Seunghyun, você sabe que não, e nunca irei gostar, mas eu também não gosto mais de você como eu gostava antes. Apesar de meu corpo te querer, a minha mente não quer, ela só pensa em fugir de você, sair de perto de qualquer jeito. Eu não sou todo seu como era antes, agora eu não tenho vontade de estar ao seu lado, eu tenho medo de ser abandonado de novo. Sinto muito, mas se quer me ter outra vez, terá que provar que gosta de mim de verdade, terá que me conquistar, e acredito que não será tão fácil como foi antes. Palavras não serão suficientes.

- Está me dando outra chance? – Animou-se, apesar de um lado estar triste por saber que o Jiyong não o queria por perto, no entanto, sabia que era o medo atrapalhando os sentimentos do selvagem, estava convicto que o Jiyong voltaria para seus braços.

- Estou dizendo que nada é impossível, mas que não deixarei o Hong Jun do nada e fingir que somos uma dupla perfeita mesmo com o seu sumiço ridículo. Eu não sou você, eu não abandonaria alguém sem motivos.

- Sem motivos? Ele se aproveitou disso, o Hong Jun sempre soube que eu estava afim de você, ele mesmo veio até mim para falar isso, e olha que foi antes de nós nos beijarmos pela primeira vez.

- Antes de eu ter ido na sua casa... naquele dia?

- Não, o selinho que te dei por estar com ciúmes daquele atendente atrevido. – Riu, adoraria sentar com o Jiyong e relembrar o pouco tempo que tiveram juntos.

- Aquilo não foi beijo, você disse. – Pôs um bico nos lábios. Seunghyun odiava a ideia do Jiyong ter seus lábios colados ao do outro da forma que eles se uniam aos seus, que o outro o tocasse como ele.

- Jiyong. – Chamou-o, permaneceram com os corpos próximos, falavam com os rostos quase colados, Seunghyun sentia a respiração do mais novo em sua bochecha.

- Sim? – Não tinha se importado com o corpo que estava colado ao seu, estava agradável ficar assim, o calor dele aquecia seu coração como não era aquecido por um bom tempo.

- Eu posso te beijar? – Perguntou baixinho, bem próximo do ouvido do menor. Percorreu o nariz pelo maxilar dele indo até o queixo, Jiyong levantou, um pouco, o rosto para dar ao outro mais acesso ao seu pescoço, ato involuntário que não passou despercebido pelo mais velho.  

- Seunghyun... Não podemos. – Apesar de negar, não se moveu.

- Eu esperei tanto por isso, Jiyong... – Beijou o pomo de adão do felino, um beijo molhado e demorado. – Esperei tanto para ter seus lábios outra vez... Apenas um beijo, huh?

- Não. – Usou a mão como escudo entre as bocas antes que os lábios se encostassem e ele perdesse o controle, não podia ceder tão fácil, também queria isso, mas o Seunghyun não o conquistaria tão fácil, os dois esperaram o mesmo tempo, não adianta conseguir os beijos dele, mas não tê-lo por completo. – Eu quero ir embora.

- Por favor, meu selvagem. – Tentou brincar e tirar a mão que o atrapalhava de ir mais adiante.

- Me leve para casa, Seunggie. – Pediu manhoso, desviou do corpo do outro segurando um muxoxo de desapontamento, seu corpo queria voltar para o calor dele, entretanto, não iria deixar seus instintos mandarem.

 

 

(...)

 

- Desde quando anda com esse ai, Hanna? – Thunder perguntou sarcástico. A menina dirigiu os olhos para o homem por quem nutriu sentimentos por um longo tempo e revirou os olhos, já estava cansada dele, cansada dos apelos emocionais que ele fazia com o Seungri, demorou, porém percebeu que ele fazia o irmão se sentir menor e infeliz para poder mostrar o quão importante e útil era na vida dele. O irmão dela sempre seria infeliz com o amor egoísta e cego do Thunder.

- Desculpe, Thunder, mas preciso conversar com meu irmão, pode nos deixar a sós? – Pediu seco, pela primeira vez, Thunder notou o quão diferente a menina estava. Então, concordou sério.

- E esse otário, vai ficar também? – Não perdeu a oportunidade de atacar.

- Sim, ele está comigo, vai ficar. – Rebateu logo depois que ele questionou. Ignorou a expressão descontente do outro e girou para o irmão. – Vamos entrar, Seungri, depois o Thunder sai com você. – Segurou a mão do Taeyang e o puxou portão a dentro, o irmão estava na defensiva, não entendeu nada daquilo, apenas seguiu-os.

- Hm... É... Huh... Eu... Alguém me explica, por favor? – Implorou já dentro de casa.

- Fique à vontade, vou para meu quarto. – Acenou para o visitante e se retirou da vista dos homens.

- Youngbae...

- Sua irmã quer que eu pare de ser um lerdo. – Envergonhou-se por confessar que não sabia como agir com seus sentimentos.

- Como assim? – Não conseguiu entender, foi se aproximando do mais velho com uma curiosidade no olhar.

- Ela disse que eu tenho que me resolver logo com você, senão eu irei te perder para o Thunder.

- Hanna é uma criança louca, não se preocupe com ela... – Sorriu, nervosamente, mas parou e encarou o mais velho – Espera, desde quando você é próximo da Hanna? – Estreitou os olhos.

- Desde quando eu precisava de um modo para me aproximar de você. – As bochechas coraram, não conseguiu encarar o Seungri, os pés pareciam bem interessantes naquele momento.

- Youngbae... – Ficou tocado pelo jeitinho do mais velho.

- Ela me ajudou nas ideias, mas eu fiz as coisas, eu fui sincero em todas elas...

- Aish, adianta isso ai, Taeyang, meu irmão já está ficando entediado. – A menina gritou do alto da escada.

- Sai daqui, Hanna, deixe-o falar. – Hanna mostrou a língua, porém obedeceu, deixou-os, definitivamente, a sós.

- Eu estou frustrado, não sei como chegar em você. – Soltou, chamando a atenção do mais novo para si, outra vez. Seungri caminhou em passos lentos até o Taeyang, emocionou-se pelo tom doce que ele usava.

- Você se tornou um fofo, sabia? – Brincou já bem pertinho do mais velho. Envolveu-o em seus braços, fazendo com que ficassem bem próximos. – Eu gosto disso.

- Eu gosto de você. – Os olhos do Taeyang eram penetrantes, fizeram com Seungri tremesse um pouco. Não resistiu mais, roubou um beijo cálido do mais velho, não conseguia mais esperar uma ação dele, apesar da fama que tinha, ele era muito tímido consigo. O beijo foi rápido e sem malícia, não ouve uso de língua, nem nada. Foi algo doce e simples, bem do nível do relacionamento deles. Os dois sorriram ao final, envergonhados e bobos.

- Não precisa ter medo, eu irei guiá-lo. – Seungri sibilou baixinho.

- Guiá-lo para onde, Seungri? Que beijo mais brega, cadê os amassos? – Hanna gritou de longe. – Que broxante, pelo amor de Deus!

- Sai daqui, Hanna! – Seungri rebateu sem saber onde podia se esconder depois da vergonha que a irmã estava fazendo-o passar.

 

 

(...)

 

 

- Quando poderei vê-lo outra vez? – Seunghyun questionou, havia aceitado que não poderia insistir mais, prometeu ao Jiyong há tempos que não iria forçá-lo a nada.

- Não sei. – Se retirou do apartamento, queria muito conhecer todos os cômodos dele, saber mais sobre o lugar que o Seunghyun usava como refúgio quando não queria ficar em casa. – Por que tem um apartamento?

- Ganhei do meu pai aos quinze anos, ele disse que um homem tinha que ter um lugar só para ele. Talvez queria dizer que meus casos não deviam ser descobertos por idas em motéis, mas não deu muito certo, pois eu nunca trouxe uma mulher para o meu apartamento. A não ser a mulher da limpeza. – Tentou ironizar no fim da frase para quebrar o gelo entre eles.

- Se você diz. – Deu de ombros, levou as mãos até o pescoço, o estacionamento estava frio e piorava por ele estar sem camisa, queria chegar logo no carro.

- Quer vestir meu casaco? – Ofereceu de bom grado, mas Jiyong sacudiu a cabeça em negação, sempre tão teimoso. Já imaginando que ele iria negar, Seunghyun tirou e colocou o casaco nos ombros dele, por mais que o felino demonstrasse querer reclamar, não reclamou, vestiu o casaco acinzentado e seguiu em silêncio. – Meu avô quis que eu me consultasse com psicólogos, disse que eu não era normal por causa dos meus pais, que eu estava louco. Eu quis muito fugir de lá, quase voltei com o meu pai, mas acho que tudo de ruim que aconteceu, no fim, foi bom, eu me sinto mais tranquilo com meu pai, ele me disse coisas bonitas, coisas que jamais esperei serem ditas para mim, eu sempre me vi como o filho que não devia existir, que só veio para atrapalhar. – Parou de falar para entrar no carro, Jiyong fez o mesmo e o mais velho colocou o cinto de segurança nos dois. Os olhos do felino pediam que ele continuasse a falar. – Mas ele me fez sentir amado, pela primeira vez, eu quis viver, Jiyong, eu senti que eu tinha importância, e que eu não iria voltar naquele momento, mas que iria voltar, e aqui estou. Eu posso estar um pouco enrolado com os assuntos do meu avô, mas eu vou dar um jeito, eu terei que dar um jeito para ficarmos juntos. – Começou a dirigir calmamente, não tinha pressa de ficar longe do seu amado. – Podíamos nos ver amanhã? Queria saber sobre você, falei tanto sobre mim, porém, não ouvi o que fez durante esse tempo...

- As aulas acabaram para os que passaram direto, mas muitos alunos estão indo estudar para fazerem os testes, eu preciso estudar, ainda não sei para qual universidade entrar, mas quero ir para a mesma que o Daesung e o Taeyang, sei que eles irão conseguir ir para um lugar bom, primeiro que Daesung é muito inteligente, e o Taeyang é cagado, sempre tem sorte de acertar as questões de múltipla escolha. – Deu de ombros.

- Eu estudei bastante no Japão, não quero me sobrecarregar agora, minha cabeça está pesada, tenho muitas coisas para decidir e resolver.

- Já decidiu qual curso quer fazer? – Se interessou em saber, era de conhecimento geral que o Seunghyun sempre foi bom em todas as matérias escolares.

- Talvez arquitetura e seguir com engenharia civil, pretendo expandir a rede de shoppings da família, e você, o que quer fazer?

- Eu não sei. – Envergonhou-se por não ter uma resposta adequada, sentia que era o único incerto do que fazer, não parecia estar pronto para ir para a universidade, mas também não queria ficar distante dos amigos.

- Não se preocupe muito com isso, você é esperto, logo decidirá por alguma coisa, não tenha pressa, mesmo se não decidir esse ano, não tem problema, pense bem, o importante é fazer algo que irá gostar.

- Sim. – Soltou um muxoxo. Não estava muito animado.

- Você não gosta de moda? Pode fazer design de moda – Tentou sugerir algum curso para ele. – Ou tenta um curso que tenha a ver com isso, não tem problema desistir do curso se não estiver gostando, faça o que quiser. – Deu de ombros já entrando na rua do felino.

- Obrigado, Seunghyun. – Agradeceu, agitou-se em tentar fazer algo ligado a moda, Seunghyun tinha razão, ele havia desenhado alguns croquis uns tempos atrás.

- Pelo quê? – Sorriu carinhosamente. Parou em frente à casa do menor, entortou os lábios infeliz em ter que esperar uma próxima oportunidade para estarem juntos, queria continuar conversando com ele, ficar ao lado dele.

- Pelos conselhos, eu precisava deles. – Devolveu o sorriso. – Fico devendo uma. – Mordeu o lábio inferior com a angustia em pensar no que deveria fazer, tinha que sair do carro, mas nenhum demonstrava querer que isso acontecesse.

 

(...)

 

- Acha que seus amigos gostarão de mim? – Estava apreensiva, só havia escutado sobre os amigos de personalidades fortes que ele tinha, no entanto, tê-los tão perto seria amedrontador, tendo em vista que eles podiam não gostar de si, a aceitação era algo muito importante.

- Não se preocupe, eu gosto de você, e para eles isso será o suficiente para fazer gostarem de você. – Daesung sorriu docemente, tocou a mão menor que a sua em uma carícia leve, queria acalmar a pessoa que amava de toda forma possível.

- E quando os verei? – Levantou os olhos para encontrar os dele.

- Na comemoração de conclusão do terceiro ano, acredito que todos estarão lá. – Deixou um selar na mão que outrora tocava. – Eu amo você. – Daesung sibilou próximo a mão que antecedeu o selo.

 

(...)

 

- Eu, definitivamente, acho que o Mino não gosta de mim. – Hanbin estava com um longo bico nos lábios, os braços cruzados e andando marchando ao lado do Bobby.

- Deixe disso, Bin, ele só não está acostumado com você. – O mais velho foi até o namorado e o abraçou. Estavam em uma praça pouco movimentada, Hanbin disse que estava com saudades e que deviam se ver, apesar de Bobby precisar estudar para as recuperações, não conseguiu negar o pedido do namorado.

- Ele foi o único amigo que você me apresentou. – Soltou um muxoxo. – Às vezes acho que tem vergonha de me apresentar para os outros.

- Claro que não, bobinho. – Selou a pontinha do nariz de Hanbin. – Eles estão com alguns problemas, então, não quis chamá-los, mas quando tudo estiver bem, vamos sair todos juntos, certo? – O mais novo assentiu, continuava com medo do Bobby, gostava do garoto, mas o amor à primeira vista dele ainda o deixava assustado. O Bobby era fofo demais para ser real, tinha medo de acordar e tudo não passar de um sonho, lembrava da outra escola em que foi maltratado por conta da sexualidade e ficava triste, mas acreditava que havia males que podiam vir para bem, assim ele saiu da outra escola e pôde vir para a do Bobby.

- Eu gosto tanto de você, Bobby. – Acariciou o rosto do seu coelhinho fofo.

- Ai! – O mais velho gritou quando recebeu um belisco no braço. – Por que fez isso, Bin?

- Não consigo acreditar que nosso relacionamento é real, eu preciso ficar te vendo sempre, conhecer seus amigos, ter provas que você estará comigo no dia seguinte.

- Alguém te contou sobre os meus amigos? – Bobby resolveu questionar, os boatos de Seungri e Seunghyun logo chegariam aos ouvidos do seu namorado, seria melhor conversar abertamente com ele.

- Mais ou menos. – Hanbin ficou desconfortável, as mãos largaram o corpo do namorado e apoiaram-se nas suas próprias pernas. – Mas não quero dizer que irá aprontar alguma coisa comigo, eu acho que confio em você, é só que... Eu sofri para ter aceitação da minha família, amigos e não quero sofrer por ter me deixado enganar e ter família no meu pé dizendo que isso foi devido minha sexualidade.

- Acalme-se, meu amor. O Seungri não mentia, as pessoas que começaram a inventar coisas sobre ele, eu fiquei chateado no começo, pois eu não sabia da orientação sexual dele e achei que, como amigo, ele devia ter me contado. Mas entendi as razões dele, não é algo fácil, e apesar de gostar muito do Seunghyun, sei que ele fez o possível para que isso não fosse descoberto, os meus amigos são boas pessoas, eu não sei como o Seunghyun está nesse momento, porém ele está noivo, e pouco tempo antes dele viajar com a noiva, ele já tinha mudado seu comportamento, ele se afastou um pouco, mas acredito que ele está totalmente diferente. Por favor, não pense que irei te fazer mal, eu só quero seu bem. Foi difícil ficar de quatro tão rápido por alguém, e ainda por cima um homem. No entanto, não estou mentindo, veja os meus olhos, esse brilho que só acontece quando olho para você parece ser falso? – Enroscou os dedos atrás da nuca do mais novo e apoiou os braços nos ombros dele, fez com que trocassem olhares verdadeiros.

- Eu te amo, Bobby.

- Não mais do que eu te amo, Hanbin. – Quebraram o espaço que havia entre eles ao se beijarem apaixonadamente. A insegurança do Hanbin acabou naquele momento, ele sabia que o Bobby tinha os olhos presos em si, podia não ser para sempre, mas naquele momento, iriam fazer cada dia ser inesquecível.

 

 

(...)

 

 

- Eu irei cobrar pelos conselhos. – Puxou Jiyong dos sonhos que tinha se envolvido. Seunghyun soltou uma grande lufada de ar, deu-se por vencido e inclinou-se para remover o cinto de segurança do menor. – Tenha uma boa noite, Yonggie. – Sussurrou delicadamente. Jiyong moveu as mãos rapidamente, levou-as até o rosto do maior, apoiou-as uma em cada lado e acariciou-o com os polegares. Seunghyun fechou os olhos, quis aproveitar do carinho quente em sua face.

- Foda-se a razão, eu não sou chamado de selvagem sem motivos. – Colou os seus lábios nos lábios carnudos do mais velho, um arrepio correu por seu corpo, o prazer de apenas encostar seus lábios no do outro era sem igual, com o enorme tempo longe deles, parecia que tinha ficado ainda mais saborosos. Invadiu a boca de Seunghyun com calma, mas, sem perder a malícia, as mãos prenderam-se no pescoço dele e tentava a todo custo deixá-los mais próximos. Seunghyun tentava se equilibrar da melhor maneira possível, uma mão estava apoiada no banco do Jiyong, a mão livre ele usava para acariciar o quadril. Queria mesmo era colar seu corpo no do menor e prosseguir com ações impuras e não recomendada para menores, mas não tinha muitas opções, quem mandaria ali não seria ele, mas, sim, o Jiyong. Suas línguas se tocavam harmoniosamente, como se tivessem sido feitas uma para a outra, numa perfeita dança, o felino começou a arranhar a nuca do mais velho, Jiyong estava sedento por ele, soltou um gemido em contentamento quando Seunghyun sugou a sua língua, se pudesse, queria continuar com isso a noite inteira, passar toda a madrugada trocando beijos longos e cálidos. O beijo foi ficando mais calmo com o passar do tempo, sem muito desespero como tinha acontecido no meio dele, Jiyong mordeu levemente os lábios de Seunghyun, ainda descontente por ter que cortar o contato, correu os dentes pelo pescoço alvo do maior, sugou a pele da curva do pescoço com muita necessidade, sabia que deixaria uma marca ali, na verdade, era o que queria, queria mostrar para os outros que o Seunghyun era seu, por mais infeliz que fosse o modo. Ouviu-o gemer e sentiu as mãos grandes apertarem suas coxas, ele estava entregue a si. Passou a língua entre os lábios dele e o invadiu de novo, não queria parar, seus instintos queriam o Seunghyun descomunalmente, chegava a ser assustador. Infelizmente, teve que parar para descansar, a adrenalina que envolveu seu corpo havia tomado toda a sua energia, encostou sua testa na do maior e esperou suas respirações ficarem mais calmas.

Tinha perdido o controle, outra vez.

- Isso foi... muito bom, Jiyong. – Disse entrecortado. O selvagem percorreu o peitoral dele com as mãos, acariciou e arranhou toda àquela extensão, agora mais calmo, voltou a descer os lábios para a pele imaculada do pescoço dele, queria deixar mais marcas, queria ter certeza que aquele dia não era apenas mais um sonho que vinha tendo desde que Seunghyun se foi. Arrastou fortemente os dentes pelo osso da clavícula, as mãos apertaram os ombros dele para que não se movesse, queria que ele ficasse a mercê de todas as suas ações. Seunghyun deixou-o a vontade, Jiyong estava igual um animal no cio desesperado por contato, não parecia querer qualquer tipo de conversa e ele não forçaria algo do tipo, não queria fazer o felino parar com as carícias. Ousou movimentar uma mão na cintura e outra na coxa dele, Jiyong gemia baixinho e rouco, o som agudo saia como melodia de seus lábios e atingiam confortavelmente o maior. Seunghyun fechou os olhos, outra vez, e concentrou-se nos dígitos que arranhavam a sua nuca. Procurou os lábios de Jiyong nas escuras e os selou demoradamente.

- Seunggie, a gente não pode fazer isso. – Comentou, quando havia recuperado a consciência. Abraçou o maior, queria roubar o calor do corpo dele para si, escondeu o rosto na curva do pescoço que marcava com tamanha devoção anteriormente, encontrava-se muito envergonhado.

- Isso o quê? Não estamos fazendo nada de errado. – Assegurou. Percorreu a destra pelos fios rosados em uma leve carícia.

- Nós somos comprometidos com outras pessoas. – Justificou, entretanto, a consciência não pesava naquele momento, só queria continuar nos braços do mais velho.

- Somos? Você e o Hong Jun estão tendo algo sério? – A destra desceu pela espinha do selvagem e apoiou em uma das nádegas dele.

- Não sei o que temos, mas não acho certo eu ficar com outra pessoa, da mesma forma que tinha alguma coisa estranha que não colocamos um nome, eu tenho ela com o Hong Jun.

- É diferente, não compare o nosso relacionamento com o seu com o Hong Jun.

- Não vamos voltar a discutir isso. Você também tem sua noiva.

- Eu já disse, eu não tive nada com ela. – Jurou irritado.

- Tantos meses... Não precisa negar para parecer mais justo para mim, Seunghyun.

- Eu não estou mentindo – Tirou as mãos do corpo do outro e o afastou. – Estou sendo sincero, não fiquei com ninguém durante todo esse tempo, ao contrário de você que estava muito bem com o Hong Jun.

- Está jogando alguma coisa na minha cara? – Tentou esconder a frustração com uma cara de ironia. Não era justo ele vir resmungar por isso, não havia feito algum voto de fidelidade ou coisa parecida, ainda mais estando separados.

- Não, desculpa, eu não tenho direito de nada, meus problemas com o Hong Jun vem antes da minha viagem, é por isso que tudo dói mais. Eu fui o idiota de tudo e ele soube se aproveitar disso.

- Sim, você foi idiota. – Concordou sem muita emoção.

- O que vai fazer em relação ao Hong Jun a partir de agora? – Não resistiu, teve que perguntar isso, por mais que a resposta pudesse ser nada agradável.

- Eu não sei. – Suspirou pesado. – Depois que discutimos, não nos falamos mais, eu estou preocupado com ele... Não quero que ele faça alguma besteira, temos que nos resolver.

 - Pode me contar o que aconteceu? – Tentou saber mais uma vez. A destra acariciando a perna do menor, queria tentar distraí-lo e deixá-lo confortável.

- É um assunto entre nós dois. – Não quis dar abertura. – Eu tenho que ir. – Avisou sem muito humor. Seu corpo queria continuar recebendo as carícias, ele iria ficar frustrado quando saísse dali.

- Não vá, vamos dar mais uma volta, conversar mais um pouco. – Aproximou-se para dar um selar no canto dos lábios do selvagem.

- Não devíamos estar juntos, um deslize meu e... e a gente fica assim. – Umedeceu os lábios, os olhos foram para frente da casa. Havia sido fraco, outra vez. Era isso que ele era ao lado do Seunghyun, um passivo de todas as ações dele, um refém.

- Devíamos, nós nos queremos, então, devíamos sim. – Bateu o pé em teimosia.

- Eu já disse, terá que me reconquistar, dessa forma só piorará as coisas.

- Eu vou fazer isso, Jiyong. – Garantiu com bastante confiança.

- Tchau. – Despediu-se e saiu rapidamente, não podia prolongar ainda mais aquilo. Não olhou para trás, seus pés pesaram mais do que o normal, foi difícil caminhar em direção contrária ao do Seunghyun, mas era necessário.

- Jiyong? Aonde estava? Onde foi com o Hong Jun? – Seu pai chegou ao seu alcance já questionando, a voz ainda não estava estável como antes, mas sabia que ele estava sendo amável na escolha de palavras. O pai tinha ficado tenso em relação ao Hong Jun, achava que o garoto mais velho estava levando-o para o mau caminho.

- Dar uma volta, apenas, papai. – Não quis inventar muito, para não se comprometer depois.

- Bebeu? – Ele fingia não estar preocupado, mas o Jiyong sabia que estava, então sentou-se no sofá da sala, entretanto, o pai veio em sua direção e se sentou também.

- Não bebi e nem fumei, papai. – Negou desanimado. O homem encarava-o com curiosidade.

- Eu gosto mais do seu cabelo loiro. – Acariciou os fios do filho. – Mas você é bonito de qualquer jeito, claro, é meu filho. – Riram juntos, depois de muito tempo sem conversarem. – Filho, quero te perguntar uma coisa, mas quero que seja sincero comigo na hora de responder, se ficar desconfortável, não se sinta obrigado a falar nada. – O felino sentiu a tensão, queria recusar antes da pergunta ser feita, no entanto, não podia agir dessa forma com o próprio pai, dessa forma, concordou. – O Choi... Seunghyun, o que tinham?

            Jiyong não conseguiu esconder o horror em escutar aquela pergunta, não pensaria que ela seria feita tão diretamente ou que seu pai tivesse coragem de fazê-la, depois de tanto tempo e logo no dia da volta do outro. Coçou a nuca nervosamente, queria dar uma resposta básica e rápida, porém não encontrava as palavras exatas.

 - Pai, o que está insinuando? – Levantou-se do sofá, queria ficar de costas para o homem para que ele não visse seu nervosismo.

- Vou dormir, o seu silêncio já me disse o bastante. – O patriarca partiu em direção ao quarto, não se preocupou em observar o desespero do filho. Jiyong queria correr até o pai e explicar, dizer que eram apenas amigos, dizer que não tinham nada, mas não conseguiu, não tinha forças para mentir e seu pai não acreditaria, ele o conhecia muito bem. Talvez, se dissesse que não tinha nada, sentiria ainda mais triste, apesar de ser o que realmente tinham, nada.

            Foi para o quarto, sabia que dormir era uma missão impossível, sua mente só pensava em Seunghyun e nos beijos que trocaram no carro, não que isso fosse ruim, mas não era algo extremamente bom, era um sentimento confuso. Assim que entrou no quarto, viu a luz do celular acender, seguiu até ele em passos lentos e desanimados, não devia ser o Seunghyun, estava cedo demais para ele mandar mensagem, ou não, não sabia exatamente o passar do tempo correto. Havia se perdido desde o momento que beijara o homem que amava.

            Despertou-se quando notou que era uma mensagem do Hong Jun, depois de longos dias sem dar um sinal, ele tinha decidido mandar uma mensagem, Jiyong quis rir, era muita coincidência, ou azar, mesmo.

 

Eu tentei ficar sem você, mas é tão difícil... Jiyong, não me deixe.

Irei esperar o tempo que for para tê-lo por completo.

Eu não consegui entrar em contato antes, talvez por medo de receber uma fala negativa sua. E, também, porque eu não queria assumir que voltei a usar drogas, eu fiquei mal, a Shin Hye está com muita raiva de mim, brigamos muito ontem.

Estou com medo, eu preciso te ver, preciso saber como está, por favor, você é o remédio que preciso para viver bem.

Me perdoe!

Vamos nos ver amanhã na escola.

De: Junnie.

Jiyong gemeu frustrado, estava tudo indo tão bem com o Hong Jun, ele estava se cuidando, até bebia menos. Não saberia como terminar o relacionamento que tinha criado com o Hong Jun, também não conseguiria viver com o peso na consciência de tê-lo abandonado. Tinha que fazer alguma coisa, ou tudo acabaria de uma forma muito trágica.

 

Aaaaaaaaaaaah, como eu estava com saudades de te beijar! Caralho, estou tão agitado, parece que corri uma maratona, foda, que foda, merda, foi tão bom. Como apenas um beijo já me deixa de quatro? Jiyong, eu quero mais!!!

Meu amor, eu vou resolver tudo com o meu avô e com a bruaca da HyeSun, espere por mais, ops, por mim* hehe

Podemos nos ver amanhã na escola?

Queria fazer uma surpresa para o Seungri e o Dongwook, não sei se eles estão indo, mas se estiverem... Tem o Mino e o Bobby, também.

Quem é o felino mais fofo do Seunghyun? <3

Beijos, pense em mim!

De: Seunghyun.

 

- Claro, agora ficou ainda melhor, eu tenho que dar um fora em alguém. – Revirou os olhos. – Aish, Seunghyun, o Hong Jun está precisando de mim, eu quero vê-lo, mas eu também quero ficar ao seu lado. Oh, Shit.

 

Não podemos nos ver amanhã... Por favor, não force as coisas entre a gente, eu já disse, para me ter 100%, terá que me conquistar por completo!

Para: Seunghyun.

 

- Não pense que aceitarei sair com você enquanto estiver com uma noiva, não serei seu amante. – Ralhou enojado. – Ela nem é tão bonita, aquela ridícula! – Resmungou e se jogou na cama. – Agora o Hong Jun...

 

Junnie, realmente, temos que conversar amanhã.

Não faça alguma besteira ou ficarei irritado com você.

Até amanhã.

Para: Junnie  

 

 

(...)

 

 

            Depois da Hanna acabar com sua autoestima e com sua moral, Taeyang via-se como um virgem e no primeiro namoro, não sabia o que fazer em relação ao Seungri, era ainda mais vergonhoso já que ele não era um completo inexperiente. Mas não iria se abater, tinha certeza que poderia ir mais além, bastava ter fé em si próprio. Alegrou-se ao pensar que poderia ter beijos calorosos com o mais novo depois que tomar uma atitude e isso fez com que ele quisesse apressar as coisas ainda mais. No entanto, foi puxado dos pensamentos indevidos quando viu um garotinho magrelo de cabelos rosados entre os corredores de livros da biblioteca, parecia estar se escondendo de alguém, mas não sabia julgar quem poderia ser, foi andando em passos leves até o Jiyong, entretanto, Seungri foi mais rápido e alcançou o seu amigo, deu-lhe um tremendo susto que fez com que ele derrubasse alguns livros no chão.

- Aigoo, Seungri, o que pensa que está fazendo? – Reclamou, estava emburrado, mas manteve um som baixo ao falar.

- Eu não fiz nada, hyung. Algum problema? – O mais novo não sabia o que tinha feito, só tinha chegado próximo e o chamado, mas Jiyong parecia estar em outro mundo. – Está fugindo de alguém? – Seungri perguntou maliciosamente.

- Estou. – Confessou facilmente, o mais novo olhou-o decepcionado, não fez nem um pouco de mistério para que ficasse divertido tentar adivinhar. Taeyang aguardou do lugar em que estava, conseguia escutar a conversa, então não se preocupou em mover-se.

- Como? É verdade que está fugindo de alguém? – Assentiu e Seungri pareceu ponderar.  – Esse alguém é o Hong Jun? – Ousou indagar, o Jiyong parecia menos na defensiva que antes, assim, não viu problema em tentar saber.

- Não. – Negou sem muita cerimônia.

- Então, de quem? – Seungri aproximou-se ainda mais, estava muito curioso.

- Do Taeyang. – Bufou ao informar aquilo, sua vontade era entrar na escola, pegar os livros que precisava, encontrar o Hong Jun e sair.

- Por que está fugindo dele? – Uniu as sobrancelhas, não entendia, quase sempre, o que Jiyong estava querendo fazer.

- Porque ele é um idiota invasivo e curioso. – Cuspiu, parecia ofendido.

- Olhe como fala do seu hyung! – Taeyang não resistiu e se intrometeu na conversa. Jiyong levantou o livro até a altura do rosto, deixando apenas os olhos de fora, não queria que ele notasse seu embaraço. – Baby, pode nos deixar sozinhos? – Seungri demorou para perceber que Taeyang estava falando com ele ao dizer baby. Olhou de um hyung para outro e consentiu, eles tinham algo estranho para conversar, presumiu.

- Eu tenho que ir. – Jiyong curvou-se levemente e tentou passar pelo amigo.

- Por que a pressa, safadinho? – Sussurrou ao ouvido do felino que arrepiou-se e olhou para todos os lados, não queria que ninguém escutasse o que seu amigo iria dizer. – Por que está fugindo de mim?

- Ontem você pediu informações e fugiu. – Respondeu emburrado.

- Eu tinha compromisso, querido, não fique chateado, hoje eu volto para a janta, alimente nossos filhos que hoje eu quero lhe usar. – Brincou enquanto encostava as costas numa parede próxima.

- Idiota. – Cuspiu irritado. No entanto, lembrou-se de algo e quis contar para o amigo mais velho, só que envergonhou-se ao pensar em falar tais coisas.

- O que foi agora? – Taeyang revirou os olhos já esperando besteira daquela cabecinha curiosa e oca, cheia de purpurina.

- Eu vi um vídeo. – Segurou o braço do mais velho e o puxou para um canto bem mais afastado. - Um vídeo de pornô gay. – Taeyang ficou surpreso pela confissão, porém fingiu não achar nada demais.

- Você viu dois caras se pegando. – Deu de ombros. – E daí? – Estava curioso, mas não ia deixar ele perceber.

- Eles... você sabe... – Sem jeito, abaixou a cabeça e esperou que o menor entendesse.

- Eles transaram? – O mais novo assentiu. – E daí?

- Eles... aish, hyung... um cara masturbou o outro, mas... foi com a boca. – Tampou a própria boca com as costas da mão canhota.

- Me poupe, se poupe, nos poupe dessa conversa de pré-adolescente, onde quer chegar? – Youngbae segurou a mão livre do mais novo e começou a brincar com um anel que ele tinha ali.

- Ele engoliu certas coisas, hyung. – Ficou mais próximo do mais velho para falar, envergonhado, escondeu o rosto no ombro dele. Taeyang riu anasalado, as mãos foram para os fios rosados do mais novo e os bagunçou.

- Isso não é anormal, Ji, tem gente que gosta e a gente sente prazer em ver elas fazendo isso.

- Mas, hyung... É viscoso e... é grudento, não sei.

- Você não achou as outras coisas estanhas, também? – Questionou, Jiyong ergueu o rosto e a proximidade fazia com que as respirações batessem uma no rosto do outro.

- Que outras coisas? Eu tirei o vídeo depois que ele engoliu e sorriu passando a língua entre os lábios. – Fez careta.

- E como sabe que eles transaram?

- Aigoo. O vídeo dizia que eles iam fazer isso. – Deu de ombros. – Então fizeram.

- Não teve curiosidade de ver o resto? – Os olhos não desviavam, era um mais confuso que o outro.  

- Eu tive... mas o trauma é por etapas.

- Você é tão fofo. – Percorreu a mão direita na nuca do mais novo e a acariciou.

- Por que estamos tão próximos? – Jiyong murmurou.

- Parece que... vamos nos beijar. – Taeyang riu, mas não se afastou. – Isso não seria de todo ruim, pois eu estou precisando treinar para o... você sabe.

- Está querendo me usar para obter ganhos, hyung? – Arqueou a sobrancelha e sorriu ladino.

- Jiyong! – Uma voz grave e não muito distante o chamou, afastou-se do amigo rapidamente em um salto, a mão foi até o peito que batia em alta velocidade pelo susto.

 - Estava, mas acredito que alguém não irá gostar disso. – Riu, porém, não esboçou muito humor, não iria esconder que estava desconfortável com a presença do Hong Jun.

- Não faça essa cara, ele é uma boa pessoa, só não está em seu melhor momento. – Defendeu o outro que se aproximava com uma carranca no rosto e em passos pesados.

- Boa pessoa longe de você. – Sorriu para o Hong Jun agora mais próximo. – Prazer em vê-lo, Teddy. – Cumprimentou-o, falsamente.

- Estou atrapalhando alguma coisa? – Pôs as mãos no quadril de Jiyong e o puxou fazendo com que as costas dele batessem em seu peito, tentava mostrar posse sobre o menor. Taeyang segurou-se para não falar boas verdades para ele, e, também, para o Jiyong que não parecia incomodado com a aproximação exagerada e possessiva. Ele devia lutar contra aquele tipo de atitude, no entanto, por que ele parecia tão calmo?

- Claro que não, Junnie. – Docemente, disse. Afastou-se do maior para que pudesse virar para encará-lo de frente. – Como está?

- Parece que acabei de piorar. – Foi ácido, estranhou a aproximação exagerada dos amigos, não imaginou o Taeyang como um rival, mas sua mente estava o alertando para que tomasse cuidado com ele, era um rival mais forte que o Seunghyun, pois estava sempre presente, tinha o carinho do felino e o amor dele, amor de amizade, mas isso não impedia de virar um desejo carnal. – Precisamos conversar. – Encarou o baixinho como se quisesse avisar que ele sobrava ali, porém, por pirraça, Taeyang fez de desentendido e manteve-se com eles.

- Tae, por favor. – Taeyang quis revirar os olhos pela facilidade em que o Hong Jun conseguia mudar toda a energia do ambiente e o comportamento do Jiyong.

- Idiotas. – Resmungou antes de virar as costas e sair de perto.

- Vamos para outro lugar. – Segurou a mão do maior e o levou para fora da escola, Teddy não disse mais nada, só encarava as mãos unidas e segurava um sorriso que queria fugir de seus lábios. Adorava os atos carinhosos feitos sem muita atenção pelo Jiyong. Os alunos daquela escola já haviam ligado os pontos e consideravam eles como um par romântico, não que eles fizessem qualquer tipo de coisa indevida na escola, mas as mãos dadas e os sorrisos de Hong Jun denunciavam todos os sentimentos envolvidos. Ao caminho, Hong Jun pôde jurar que vira, infelizmente, uma pessoa conhecida passar não muito distante, mas quando tentou focar-se nela, não conseguiu vê-la perfeitamente. Não era possível, era claro que o Seunghyun não iria aparecer na Coreia tão cedo. Sacudiu a cabeça para espantar pensamentos absurdos e se preocupou em fitar o que andava com determinação. Jiyong era a coisa mais linda que ele conhecia, nem sua irmã conseguia ser tão bela quanto ele.

- Eu queria ver você. – Soltou no ar, carinhosamente.

- Eu estava preocupado, achei que tivesse acontecido alguma coisa. – Respondeu sem muita importância. Hong Jun percebeu, estranhou a tamanha frieza, geralmente, quando brigavam, ele voltava todo doce e preocupado, agora... Ele parecia mais um filho irresponsável do Jiyong do que um amante. Ficou frustrado, no entanto, as mãos unidas fez com que se esquentasse por inteiro e sorrisse. Ignorou a apatia do garoto.

- Eu tive uma recaída. – Confessou assim que sentaram em um banco na praça que ficava próxima à escola. – Fiquei maluco e com medo. A sensação de ter você tão bravo comigo foi horrível, foi a primeira vez que você levantou a mão para mim, eu... eu gosto tanto de você que nem soube como reagir, eu não entendia o que eu poderia ter feito de tão mau, tentava entender e... eu não resisti, parece que é só assim que eu fico próximo de você. Se eu não posso te ter no mundo real, eu supro minha necessidade de você no mundo da fantasia.

- Isso não é verdade, Junnie. – Acariciou o rosto do mais velho. – Eu estou aqui, agora. A gente tinha combinado que não usaria mais drogas proibidas, se desse um desânimo, talvez cigarro ou álcool, mas não... não use cocaína, isso acaba com você. Isso acaba comigo, essa loucura, os seus olhos vidrados me dão medo, a sua impaciência excessiva, os reflexos estranhos... eu fiquei com tanto medo daquela vez... não sei se consigo aguentar outra vez te ver naquele estado.

- Jiyong, não fale assim. – As mãos foram para a nuca do menor, queria que ele o olhasse nos olhos. – Eu não quero viver sem você, meu pequeno. – O felino estremeceu dos pés à cabeça, a determinação de Hong Jun era forte e sem limites.

- Eu estava pensando e-

- Por favor, não diga que será impossível você me amar, como sempre diz, eu não quero desistir, quero continuar tentando ter seu coração. – Foi rápido, não queria dar chance para o selvagem terminar o que tinham.

- Eu quero que vá para uma clínica, quero que se interne e se cuide. – Segurou os pulsos de Hong Jun, os olhos do mais velho pareciam sem cor.

- Quer me afastar de você? – Rosnou com uma raiva repentina – O que foi agora? Quer me abandonar? Quer me pôr de escanteio? – Continuou com as perguntas, levantou-se com tanta ira que não podia ficar tão próximo do Jiyong. – Eu não vou me internar. Não invente.

- Não estou inventando nada, só quero seu bem, Junnie. – Tentou ir até ele, mas ele desviou.

- Eu não sou um viciado, sou um usuário, é diferente.

- Dane-se, Hong Jun. Você vive de recaídas, isso é um inferno, tem que se cuidar e tirar esse costume maldito. – Antes que o mais velho pudesse continuar, interrompeu – Eu não quero um drogado do meu lado. – Respondeu em alto e bom som.

- Você está sendo tão insensível, puta merda, que droga. – Enfiou as mãos entre os fios que antes estavam arrumadinhos. – Eu gosto tanto de você e é assim que me trata?

- Não seja dramático, eu já estou cansado de todo seu drama, se não quer sair do poço, eu quero. Eu não quero ficar ao seu lado dessa forma. – Não deu o braço a torcer, continuaria rebatendo.

- Eu só quero que me ame, Jiyong.

- Isso nunca vai acontecer. – Foi tão ácido que até o Hong Jun se assustou. Os olhos arregalados o encaravam com surpresa. – Se é para ser assim, é o fim para nós. – Deu de costas e começou a caminhar.

- Não pode me abandonar, eu sou seu, tem que ser meu. – Gritou. Entretanto, Jiyong não se deu o trabalho de responder, não teve vontade. – Espere, Jiyong. – Implorou depois de correr para perto do menino. – Eu faço tudo por você, mas não irei me internar, eu não irei fraquejar mais, só não saia do meu lado, irá ser pior sem você. Se soubesse o tanto que mudei só com a sua presença ao meu lado, entenderia do que estou falando.

- Estou cansado de suas recaídas. – Murmurou desanimado. – Eu só quero viver bem e em harmonia com pais e amigos. Eles não estão gostando mais de você, tínhamos tudo para sermos um casal perfeito, mas você sempre fode tudo.

- Eu? Era eu quem estava quase beijando o amiguinho em poucos minutos atrás? – Foi venenoso, não poderia deixar passar.

- Nós dois não temos um relacionamento sério, além de estarmos 100% brigados, não venha colocando coisa de hoje na briga. Enfim, eu não iria beijar o Taeyang, somos amigos, apenas, e se eu fosse, isso não quer dizer que mudaria algo entre nós.

- Quer dizer que acharia comum beijar o próprio amigo?

- Quero dizer que devemos ter maturidade para resolver nossa vida.

- Aish. – Bufou de raiva. Nunca ganhava uma discussão com o Jiyong. – Mais uma chance.

- Mais uma chance para quê, Hong Jun? – Encarou-o bem.

- Para eu mostrar que não dependo de drogas para viver.

- Certo, terá mais uma chance. Apenas mais uma e espero que não me decepcione.

 

 

(...)

 

 

- Seungri! – Seungri permanecia com os pensamentos presos no Jiyong e o Taeyang. Pareciam ir conversar sobre algo importante, não sabia se eles haviam conversado sobre si, sabia que o Jiyong era o melhor amigo do Taeyang, era certo q eles deviam conversar sobre assuntos íntimos. Esperava que o Jiyong tenha aconselhado ele a ser um bom rapaz. – Seungri! – Continuaram a chamar, o que causou uma certa irritação em si. Revirou os olhos revoltado e tentou procurar quem estava chamando-o insistentemente. – Seungri! – Ouviu, agora mais perto.

- Que é? – Deu de cara com quem o perturbava de repente. Os olhos saltaram e seu corpo esfriou. – Seunghyun? – Piscou algumas vezes para ter certeza que não era coisa da sua imaginação, quando deu-se por convencido, começou a chorar como um bebê. Não conseguia parar de chorar, soluçava baixinho e recusava todas as investidas do maior para abraçá-lo.

- Dei-me te abraçar, meu bebê. – Pediu, carinhosamente.

- Seu infeliz. – Respondeu, ainda em lágrimas.

- Seu chorão. – Brincou, mesmo sabendo que o menor ficaria chateado.

            Finalmente, conseguiu abraçar o mais novo, foi um abraço necessitado e quente, um abraço cheio de saudade e que não era necessário palavras, apenas o contato que não tinham há muito tempo.

- Idiota. – Seungri resmungou dando um soco fraco nas costas largas do mais velho.

- Eu também senti a sua falta, maknae. – Apertou o abraço e deixou sua cabeça descansar no ombro de Seungri, eles tinham muito o que conversar, ainda.

 - Como está, hyung? – Afastou o rosto para que pudesse observar a face bonita do Seunghyun.

- Não muito bem, e você? Conte-me as novidades. – Assim que terminou de falar, duas caixinhas de suco foram postas em cima da mesa em que ocupavam, os olhos de Seunghyun seguem as mãos de quem fez aquilo e se surpreende ao ver o Taeyang ali com a cara mais limpa de todas. – O que está fazendo aqui, cretino? – Ralhou, levantou-se da cadeira e olhou o menor avaliativo.

- Quando o Seungri me disse que iria voltar, não imaginei que seria tão rápido ou próximo de quando ele me contou. – Encarava o maior, entediado. – Trouxe um suco para ele, se quiser, pode ficar com o outro.

- Quem disse que poderia se aproximar do Seungri? – Cruzou os braços ainda permanecendo com o olhar rígido.

- Olha, Seunghyun, eu achei que estivesse curtindo no Japão, mas... – Olhou-o de cima a baixo. – Tu péssimo. – Assoviou, dando ênfase na fala.

- Youngbae! – Seungri chamou sua atenção por conta da observação desnecessária, ele estava sendo indelicado com o seu amigo.

- Só estou sendo realista, Baby. – Fingiu-se de ofendido e se sentou no lugar que antes era ocupado pelo Seunghyun.

- E como foi lá? – Seungri questionou baixinho.

- Aquele otário apareceu, eu odeio aquele cara, ele tem ciúmes de mim, de mim, caramba, de mim. – Taeyang repetiu algumas vezes ainda desacreditado.

- Hey, é sério isso? Está tudo bem entre vocês? Seungri, eu não permiti que perdoasse esse cara. – Seunghyun tentou conscientizar o amigo.

- Muitas coisas aconteceram, hyung. – Seungri sibilou tranquilamente.

- Muitas coisas ruins, vejo, não vi nada de bom até agora. Que diabos, parece que morri e estou no inferno, o resultado foi ver tudo que eu não queria dando certo.

- Não seja tão duro consigo mesmo, hyung – Tomou o suco que o amado havia levado para si.

- Por que as coisas estão tão ruins para o seu lado, jovem? – Taeyang puxou papo com ele, não queria intrigas com o amigo do Seungri, e sorriu levemente ao ver que ele voltava a sentar na mesa com eles.

- Não preciso dizer, acredito que já saiba. – Revirou os olhos. – Será que algo de bom aconteceu? – Questionou retoricamente para si próprio. Taeyang franziu o cenho, mas logo recordou do óbvio, deu um tapa fraco na própria testa ao ter demorado tanto para sacar. Ou as notícias correm rápido demais ou o Seunghyun tinha informantes, não devia ter tanto tempo desde que ele chegara ali. – Ainda bem que lembrou. – Voltou a falar, chamando a atenção de Taeyang para si. – Agora só me falta o Dongwook estar fazendo merda também.

- Ah, o Dongwook anda muito próximo da sua irmã, olha... tem um clima rolando entre os dois, não sei, não, eles podem estar se pegando. – Seungri fofocou maldosamente, Seunghyun merecia, ele havia sumido sem maiores explicações, no fim.

- Era só o que me faltava, minha irmã com o meu amigo, Hyesun no meu pé, o Seungri com o otário do Taeyang, Simon me enchendo o saco para resolver a minha vida e o Jiyong com o otário do Hong Jun. Só pode ser castigo, com certeza é. Nada está dando certo nessa merda que chamam de vida. – Rasgou o plástico que guardava o canudo e o enfiou com agressividade no local correto para que pudesse beber do suco. – Vou nem perguntar se pode piorar, porquê do jeito que está, com certeza pode.

- Como ficou sabendo do Jiyong e Hong Jun? – Taeyang arqueou uma sobrancelha em curiosidade, curiosidade essa que fez com que ignorasse o outro chamando-o de otário.

- Não foi preciso de muito, não venha com falsa surpresa para o meu lado, não sou idiota. Além de que eles não fazem esforços para esconder, os vi de mãos dadas saindo daqui. – Não escondia a chateação em sua voz, apesar de omitir alguns fatos e dramatizar outros, não estava feliz em ver que o Jiyong parecia estar bem com o Hong Jun. O sorriso no rosto de Hong Jun era a causa de sua infelicidade. Estava certo que alguém tinha que ser infeliz para que pudesse ser feliz, não tinha como agradar a todos. No fundo, a ideia de Simon para ser egoísta e pensar na própria felicidade parecia ainda mais excitante.

- Era de se esperar, Hong Jun se apresentou seriamente para o Jiyong, eu não acreditei quando fiquei sabendo que os dois estavam juntos. Mas não sou eu quem mando no coração do Jiyong. – Deu de ombros, foi sarcástico para provocar o mais velho, esperava ter êxito em irritá-lo. Não conseguiu ver, mas o Seunghyun havia entortado os lábios contrariado.

 - Coração. – Murmurou entredentes dando uma risada irônica posteriormente. – Não fale como se o Jiyong gostasse daquele estúpido.

- Jiyong não está sendo forçado a nada, então... – Não completou, deixou em aberto propositalmente.

- O que está insinuando? – Ralhou. – Saia de perto do Seungri, eu não quero você perto dele depois da merda que você fez. – Ordenou todo pomposo. – Seungri, vamos almoçar? – Sorriu, terno, para o amigo.

- Huh? – O mais novo tirou os olhos da caixinha de suco, que apreciava ler o rótulo, e fitou o maior. – Seunghyun... o Youngbae... ele me convidou primeiro. – Sorriu amarelo. – Talvez, podemos ir os três? – Propôs com a voz calma, ignorou a careta do Seunghyun e continuou esperando resposta.

- Está tudo bem, Baby. – Taeyang disse conformado e pressionou a coxa do mais novo por debaixo da mesa, longe dos olhos do Seunghyun. – Aguarde um momento. – Pediu. Os olhos do mais novo eram curiosos e decepcionados. Estava com saudade do Seunghyun, no entanto, queria almoçar com o Youngbae. – Oh, Jiyong? – Taeyang disse alto ao telefone. Os olhos de Seunghyun prenderam-se nele e Seungri revezava o olhar entre os dois. – Vamos almoçar juntos, Ji? – Convidou-o. O tom de flerte fez com que Seunghyun estreitasse os olhos. – Nós dois... é... Onde quiser. Posso te encontrar daqui quinze minutos? Hum, certo! Claro, não leve o imbecil do Hong Jun. Sim. Esperarei ansioso por você. – Carinhosamente, finalizou. – Então, podem ir. – Sacudiu as mãos em pedido que se retirassem. Em um momento, Seungri ficou chateado, mas a mão em sua perna permaneceu, isso fez com que ele entendesse, depois de um tempo, que Youngbae não queria que eles saíssem, só queria ter uma reação do Seunghyun, o que deu certo.

- Onde vai almoçar? – Seunghyun indagou, olhando para um lugar qualquer.

- An? Como? Perguntou alguma coisa? – Fingiu não ter escutado. Ele estava certo, Seunghyun ainda era um idiota.

- É que... se ia almoçar com o Seungri, era um lugar que ele iria gostar, então... quero saber onde era... para... nós irmos... – Deu uma desculpa tão esfarrapada que Seungri não conseguiu conter mais e riu, pôs a mão em frente ao rosto e tentou disfarçar, o que deu certo, tendo em vista que o seu amigo estava mais focado em arrancar informações do Youngbae.

- Hm... – Fez que pensava bastante antes de olhar nos olhos do Seunghyun e continuar. – Foi o Jiyong que escolheu, sabe... ele não tem se alimentado direito, está ainda pior que antes, mas hoje parecia estar querendo comer bem. – Pausou um pouco para aumentar o drama. Os olhos do Seunghyun estavam ansiosos por mais informações. – Estou feliz por isso.

- E onde seria esse lugar? – Tornou a perguntar.

- Tenho que ir. – Levantou-se e se despediu do Seungri com pesar. – Sinto muito, Baby, almocemos juntos numa nova oportunidade. – Seungri concordou freneticamente com a cabeça, enquanto tentava não rir do amigo.

- Espere! – Aumentou o tom de voz, desesperado. – Não queria almoçar com o Seungri? Ele parece decepcionado em saber que não irá mais almoçar conosco. – Apontou para o mais novo, este que pôs um bico nos lábios e fingiu fungar. – Viu? Eu não gosto de você, mas... não posso deixar o meu amigo triste, não é? – Riu, amigavelmente.

- Está tudo bem, Seunghyun. – Seungri tocou, levemente, o antebraço do mais velho. – Tem coisas que podem ser deixadas para depois. – Limpou uma falsa lágrima em seu olho. – Adeus, Youngbae.

- Não! – Tornou a alterar a voz. – Vamos com ele! – Exclamou. Taeyang disfarçou o sorriso e piscou para o Seungri escondido do Seunghyun.

- Vamos, então. – Taeyang disse, por fim. Saiu em passos graciosos sem se preocupar em olhar para trás, sabia que estava sendo seguido. Não gostava do Seunghyun, no entanto, ele próprio também não era um dos melhores partidos e, mesmo assim, ficou com o Seungri. Querendo ou não, devia dar uma chance para que Jiyong pudesse se resolver com o Seunghyun. Ele precisava seguir em frente. Jiyong não podia continuar na mesma maneira em que estava. Não queria Hong Jun com ele, e, por mais que odiasse o Seunghyun, tinha que assumir que ele não tinha feito tantas transformações negativas no Jiyong. Aliás, ao observar o Seunghyun, pôde ver que ele não parecia estar tão bem, a aparência pesada e frágil não pertencia ao homem que conhecera antes, o que anteriormente aparentava ser forte e destemido. Poderia estar sofrendo, também.

- Ann... Taeyang? – Seunghyun chamou-o, timidamente. – Não estamos atrasados? Vamos demorar para chegar? – Taeyang tinha escolhido irem de pé, não era muito distante, mas é claro que chegariam bem mais rápido se fossem de carro, entretanto, queria ver Seunghyun ainda mais ansioso.

- Já chegamos. – Anunciou e apontou a porta que estava em sua frente. Já na entrada, os olhos rápidos de Seunghyun alcançou seu amado. Jiyong estava lendo um livro em uma mesa no canto; seus cabelos rosados caiam, lindamente, por seu rosto alvo; os lábios estavam em linha reta, parecia tão focado na leitura e alheio ao redor, tão lindo. Sem aguardar os outros dois, Seunghyun foi em direção a mesa em que ele estava, sendo impedido de continuar por Taeyang que passou em sua frente em passos rápidos. – Ya! Por que comer espaguete? Não podia ser qualquer coisa que seja mais próxima da escola? Aish! Minhas pernas estão doendo. – Resmungou alto para que Jiyong levantasse o olhar para eles. Jiyong pareceu estar perdido em meio as reclamações, Taeyang estava estranho, porém, seus olhos pararam na figura atrás dele. Os olhos castanhos que tanto amava estavam dirigidos para si com um enorme brilho, queria continuar fitando-os por um bom tempo, mas não podia deixar transparecer esse desejo, então desviou para o amigo baixinho. A sobrancelha arqueada acompanhava a face de quem parecia esperar uma explicação do menor.

- Seunghyun? – Não estava dirigindo ao próprio, mas para o amigo, queria saber o que os dois faziam juntos.

- Como? – Arregalou os olhos e olhou para trás. – Aigoo! Que coincidência! Seunghyun e Seungri no mesmo local que nós dois? – Fez uma pergunta retórica, sentou-se ao lado do Jiyong enquanto sorria para os outros. – Sentem-se conosco, será um prazer! – Jiyong franziu o cenho, não entendia a falsa receptividade do Taeyang, ele odiava o Seunghyun e vice-versa, os dois não ficariam juntos assim do nada.

- Jiyong. – Seunghyun cumprimentou-o com um leve movimento de cabeça, sentou-se de frente para o felino. As bochechas coraram em vergonha, mas não desviou do rosto do outro, a beleza do Jiyong deveria ser venerada, por mais que estivesse tímido.

- Hum... Youngbae, não devíamos deixá-los conversando a sós? – Propôs o Seungri, acreditava que eles tinham muito o que conversar.

- Estou aqui para comer, não para conversar, Seungri. – Jiyong foi ríspido, logo, voltando sua atenção para o livro em mãos.

- Nossa. – Taeyang não esperava delicadeza, mas, também, não esperou que ele reagisse tão friamente. – O que aquele idiota fez para que ficasse desse jeito dando coice gratuito?

- Ele fez drama, insinuou sobre a cena em que pegou nós dois. – Estalou a língua em irritação. – Ciúmes imbecil e exagerado. – Ficou tão irritado que decidiu fechar o livro. Por um momento, tinha esquecido das companhias na mesa.

- Falou sobre o que te pedi? – Assentiu, um pouco chateado. – Não quis?

- Depois conversamos sobre isso, não estou afim agora. – Quis finalizar o assunto, não estava com vontade de lidar com o assunto “Hong Jun” por hora.

- É... vamos fazer nossos pedidos? – Foi Seungri que chamou a atenção dos dois, tirando-os da bolha em que tinham se enfiado. Jiyong abriu a boca algumas vezes, envergonhado por ter esquecido dos dois, mas não disse nada, apenas concordou.

            Os pedidos haviam sido feitos, no entanto, os quatro não sabiam sobre o que conversar, ficavam encarando as próprias mãos na busca de um tema que pudesse mudar o clima da mesa, não obtinham sucesso.

- Já volto. – Jiyong anunciou assim que ergueu-se em retirada.

- Onde vai? – Seunghyun iria perguntar, mas o Taeyang tinha sido mais rápido.

- Fumar. – Respondeu não muito animado. Taeyang odiava o fato dele estar fumando, achava que aquilo não era dele, que era um costume que havia sido implantado pelo Hong Jun. Não era uma completa mentira, mas devia aceitar que ele não havia sido obrigado a nada.

- Você fuma? – Seunghyun cortou a troca de olhares dos amigos ao indagar.

- Volto já.  – Finalizou, mas o Seunghyun não aceitou essa última resposta, assim, seguiu o menor – O que quer? – Jiyong irritou-se por estar sendo observado.

- Desde quando? – Rebateu com a voz alterada. O felino não respondeu, pegou o cigarro e pôs na boca, com uma mão, impedia que o vento apagasse o fogo que fazia com o isqueiro. Antes que pudesse tragar do fumo, Seunghyun surrupiou o cigarro dele. O menor grunhiu antes de encarar o outro.

- O que pensa que está fazendo, Seunghyun? – Indagou, seriamente.

- Por que está agindo dessa forma? Você não é assim.

- Não sou? Então, me diz. Como eu sou, Seunghyun? – Cruzou os braços em frente ao peito e cerrou os olhos desafiadoramente para o maior.

- Você é um garoto doce e inocente, não bebe, não fuma, come mal, muito mal mesmo, tem um vira-lata feio que considera um cachorro super ultra mega hiper lindo. Fica lindo com qualquer cor de cabelo, tem um sorriso gengival contagiante e quente. Olhos hipnotizantes. – Sorriu. – Adora comprar roupas e acessórios. É o melhor amigo do Taeyang, mas os dois são de personalidades bem diferentes, por isso, muitos dizem pela escola que são como água e óleo. Tem o outro amigo, o quietinho, ele é o remediador dessa amizade, sempre auxiliando-os quando as divergências ocorrem. Adora usar base no rosto, acredita que tampar todas as pintinhas do seu rosto faz com que pareça ser mais bonito, um bobo, claro que isso não muda nada. Parece um gatinho dormindo, sempre ronronando. – Riu ao lembrar das noites com o selvagem. – Teimoso. Esforçado. Sempre deixa de prestar atenção nos outros que vivem fora de seu mundo.

- Seunghyun.

- Ficou muito nervoso com o cara que o beijou pela primeira vez, aigoo, foi muito agressivo. Não tinha tatuagem até uns meses atrás, gosta de dormir com meias no inverno. Não é de chorar na frente dos outros. Gosta de hip-hop, apesar da aparência delicada, ama futebol.

- Seunghyun.

- Adora rosa, tem ciúmes dos amigos, desenhava roupas alguns anos atrás, já fez algumas de suas próprias roupas, odeia cheiros fortes e pessoas desconhecidas o tocando.

- Pare! Já chega. – Pediu, ficara mais desestabilizado do que imaginara. Seunghyun sorriu abertamente. – Como sabe que gosto de moda? – Riu soprado em tom investigador.

- Como? – Fingiu-se de ofendido. – Eu não iria chegar até você com meus sentimentos antes de saber com quem eu estava lidando, certo? Pesquisei sobre você, é lógico, eu queria conquistar você. – Jogou o cigarro no chão e o apagou com a sola do sapato.

- Aish! Por que essa marcação cerrada com o fato de eu fumar ou não? Você fuma, não tem nada demais.

- Você já é frágil, fumar pioraria a situação. – Explicou. Mas Jiyong não parecia convencido.

- Minha saúde é ótima, não se intrometa na minha vida.

- Sua saúde é ótima? Não é o que fiquei sabendo... – Riu soprado, convencido.

- Irei retornar. – Deu-se por vencido e retornou para a mesa onde o casal 20 se divertia em uma conversa animada. – Finalmente a comida chegou. – Anunciou, percebendo que os outros dois não tinham tocado na comida, talvez nem percebido a chegada desta.

- Estávamos esperando vocês dois. – O tom malicioso saia naturalmente de seus lábios, a mente de Taeyang era, completamente, indecente. – Eae, Ji, se resolveram? – Murmurou baixinho para o amigo. Jiyong não respondeu, não queria conversar com o Taeyang, então, começou a comer seu espaguete. – Uff, meu Jiji é tão difícil. – Continuou sussurrando próximo ao ouvido dele.

- Cala a boca e coma. – Disse no mesmo tom de antes.

 

 

(...)

 

 

- Eu vi seu avô sair daqui quando eu estava entrando, ele trouxe novidade do Seunghyun? – Dongwook já chegou perguntando do amigo para a irmã deste. Esperançoso, aguardou ela responder. – Hye... Por que está com essa carinha triste? – Sentou-se ao lado da garota no sofá. – Ele disse o quê para você? – Não resistiu, passou os dígitos pelo rosto sôfrego dela.

- Ele estava procurando pelo Seunghyun. – Disse, por fim, soltando uma longa lufada.

- Como assim? Procurando pelo Seunghyun? – Confuso, bufou frustrado. – Me explica, por favor. – Afastou-se da garota. A mente focada em pensar no amigo ingrato.

- O Seunghyun chegou ontem pela tarde, mas... – Fez uma careta. – Ele não pôs os pés aqui. Aquela horrorosa, que se diz noiva dele, já ligou umas dez vezes hoje, disse que é para avisar meu irmão que quer almoçar com ele aqui, só que... eu não consegui dizer que ele não tinha aparecido aqui, inventei que ele estava dormindo e não podia atender, que ligasse mais tarde, no entanto, ela apareceu com meu avô, não pude mentir mais e contei que ele não tinha aparecido aqui, ela fez um escândalo e saiu batendo os saltos irritantes pelo chão, meu avô pediu para avisá-lo que, a partir de hoje, ele ficará com o cargo do nosso pai, irá presidir a nossa empresa cede.

- E o que acontecerá com seu pai? – Foi difícil absorver aquelas informações de uma só vez.

- Eu não sei. Ele colocou o Simon para ser assessor do meu irmão, não entendi a razão. Eu preciso vê-lo, mas ele nem se importou comigo, não fez questão de aparecer em casa, estou tão frustrada.

- Acalme-se, Hyeyoon. – Pôs a mão sobre a mão dela que estava sobre as próprias pernas. – Quem é Simon?

- Eu não sei muito bem, só sei que ele é um faz tudo para meu avô, de motorista particular para um assessor, acompanhante em viagens nacionais e internacionais, participa das reuniões e tudo mais. Parece um cão de guarda.

- Talvez, ele estará junto para vigiar seu irmão e passar informações para seu avô.

- Precisamos encontrar aquele idiota.

- Sim. Eu preciso ver o meu irmão.   

  

 

(...)

 

 

Enquanto espreguiçava-se em sua cama, Jiyong encarava Gaho se acomodar melhor em seus pés. A mente teimava em fugir para os dois homens que estavam perturbando sua vida. De um lado, Hong Jun e seu jeito problemático de ser, do outro, Seunghyun e seu jeito inacessível. Dois homens cheios de defeitos e que ele queria afastar de toda as formas. O celular vibrou no criado mudo, porém, não quis ver quem estaria mandando mensagens seguidamente para si. Então, quando ele percebeu se tratar de uma ligação, praguejou baixinho antes de pegar o aparelho e ver que Seunghyun o chamava, claro, não morreria tão cedo. Não atendeu, não queria conversar sobre mais cedo. O maior vacilo que Taeyang poderia dar, quase impossível de acontecer, ele chamar Seunghyun para almoçar com eles. Seungri estava mudando-o impressionantemente e em pouquíssimo tempo.

O celular tornou a tocar, praguejou o mais velho e sua insistência. Respirou fundo algumas vezes, fechou os olhos e se concentrou em ser grosso, era isso que devia fazer, não poderia demonstrar fraqueza.

- O que foi? – Começou já ríspido para que Seunghyun não viesse com muita liberdade.

- Abre a porta. – Estremeceu ao ouvir o timbre rouco e grave do mais velho. Era a sua maior fraqueza. Gaho veio para suas pernas e deitou em seu colo, encarava-o curioso.

- O que está dizendo, Seunghyun? – Estalou a língua. Com o frio que estava fazendo, o que fez com que ele trouxesse o Gaho para dormir com ele, ter um corpo quente ao seu lado seria bom. No entanto, não poderia fantasiar. Estava começando a contar com o Seunghyun para preencher sua vida. Não fazia muito tempo que o maior estava de volta e já estava tomando o lugar que era dele anteriormente. Jiyong se sentia um traidor por desejar Seunghyun descontroladamente enquanto ele só desprezava o Hong Jun que tentava, a todo custo, provar que o amava. Estava, praticamente, em uma saia justa. Não queria se livrar do Hong Jun, desejava manter uma boa amizade, mas o Seunghyun tinha o posto que o Hong Jun queria e nunca iria ter.

- Estou aqui em frente, abre a porta para mim, estou com frio. – Terminou soprado. Jiyong pulou da cama em desespero. Não acreditava na ousadia do Seunghyun em aparecer em sua casa naquele horário. Olhou rápido o relógio para confirmar que já se passava da meia noite, seus pais dormiam e era isso que ele devia estar fazendo há tempos. – Yonggie. – Gemeu arrastado.

- Vá embora, Seunghyun. – Ordenou, áspero.

- Eu não tenho para onde ir.

- Como assim? – Foi em direção a porta do quarto, antes de sair, tomou cuidado para que Gaho não viesse junto e inventasse de fazer barulho pela casa ao ver Seunghyun.

- Eu não posso ir para a casa dos meus pais, me deixe entrar que eu explico melhor. – Ofereceu, esperto com a escolha das palavras.

- Vá para seu apartamento. – Lembrou do apartamento que havia visitado no dia anterior.

- Abra. – Apesar de contrariado, Jiyong já estava com a mão na maçaneta para abrir a porta para o Seunghyun. Era automático, seu corpo partia de encontro ao dele. E, quando viu, estava fixado nos olhos castanhos do seu amado. – Demorou. – Ousou provocar, sorrindo ladino e indo de encontro a entrada, não podia esperar que o menor o convidasse, pois sabia que isso não aconteceria facilmente. – Vamos logo para o seu quarto, eu estava congelando. – Foi em direção as escadas e Jiyong fechou a porta com uma expressão indecifrável, Seunghyun era muito cara de pau. Sentia-se em casa e nem um pouco incomodado com a invasão que fazia.

- Pronto, agora me diga o que o trouxe aqui. – Murmurou, já que não podia falar muito alto, em seu quarto.

- Você me beijou ontem, tem que pagar pelos seus atos. – Disse como se fosse óbvio, ignorou o cão de Jiyong e foi em direção a cama dele. Estava muito cansado, tinha acordado cedo e, desde o momento, não tinha arranjado tempo para cochilos.

- Seunghyun, por favor. – Grunhiu, esse comportamento do mais velho estava irritando-o.

- Tudo bem, desculpe-me. – Moveu o indicador em pedido que ele se aproximasse e deitasse em sua própria cama. – O que esse cachorro está fazendo aqui dentro? – Não resistiu e perguntou.

- Ele vai dormir comigo, entretanto, isso não vem ao caso. Fale logo a razão de não poder ir para casa, o que você fez?

- Eu não apareci lá desde que cheguei.

- Como assim? – Jiyong franziu o cenho, não conseguia entender o que Seunghyun queria dizer. Sentou em sua cama, bem na ponta, ao contrário do Seunghyun que já estava acomodado embaixo das cobertas.

- Eu não quis aparecer, dar satisfações para meu avô ou para a família.

- Mas você apareceu na escola, eles vão saber. – Sem prestar muita atenção em suas ações, Jiyong começou a deitar, com os olhos presos em Seunghyun. – Não devia ter ido em lugar óbvio, então.

- Fui lá para ver você. – Seunghyun sorriu bobo. – Pena que acabei chegando tarde e te encontrando com o Hong Jun.

- Você não parece afetado por isso.

- Eu deveria? – O mais velho aproximou os rostos e isso fez com que Jiyong ficasse com as bochechas quentes.

- Você tem que ir para casa, seus pais e sua irmã querem ver você.

- Eles esperam. Eu fiquei muito tempo longe de você. – Tentou tocar o rosto do menor, mas ele o impediu.

- Família em primeiro lugar, Seunghyun.

- Eles estão bem, eu os verei depois. – Jiyong continuou contrariado com essa atitude, mas não quis teimar.

- Por que não foi para seu apartamento, então? – Rebateu, interessado em saber.

- Meu avô sabe desse apartamento, aliás, o Simon pediu para que eu não fosse para lá, ele disse que eu deveria irritar meu avô, então, estou fazendo isso. – Riu infantilmente.

- Você está parecendo uma criança birrenta, tão infantil, Seunghyun.

- Eu não poderia passar a noite fria sozinho assim, nem você. Vamos nos aquecer, Yonggie.

- Pede para sua esposa fazer isso. – A voz ácida não escondia o quão revoltado ele estava.

 - Se eu quisesse ela, não teria vindo até você, meu bem. – Correu as pontas dos dedos pelo braço do menor que deitara lateralmente para que pudesse observar o rosto de Seunghyun. – E ela não é minha esposa, você é quem eu quero, meu futuro esposo. – Brincou, sem conseguir notar as bochechas coradas do felino.

- Você é muito cara de pau. – Sentou-se, irritado. As mãos tocaram as maçãs do seu próprio rosto e evitou olhar para o mais velho. – Por que não faz isso certo? Tem que dificultar tudo dessa maneira?

- Eu disse que vou resolver tudo. – Garantiu, sentando-se também.

- Mas você torna a aparecer na minha frente como se nunca tivesse ficado longe, pare de forçar as coisas, Seunghyun.

- Eu estou forçando você a ficar comigo? – Deixou que sua mão corresse pela perna esquerda do selvagem e a pousou na coxa dele, aquecendo o lugar.

- Aparecer na minha casa sem minha permissão é o que para você?

- Sinto muito, Jiyong, mas eu não consigo evitar a maldita atração que tenho por você. Eu tenho que te ver, matar a minha saudade, sentir o seu corpo em minhas mãos, você é o meu vício. Mas se eu estou te perturbando tanto, irei embora. – Ameaçou se levantar, dramático, no entanto, Jiyong o interrompeu.

- Não vá. – Pediu em um sussurro. – Eu só... às vezes acho que você está brincando comigo. Está gostando do desafio de conseguir ficar comigo, coisa de garoto mimado. O Hong Jun...

- O Hong Jun não sabe de nós dois, ele pode saber de vocês dois, mas de mim com você, só nós dois sabemos. Eu não vou me intrometer no envolvimento de vocês, porque isso ficará no passado, não haverá mais, a partir de agora será só nós dois, outra vez, meu bem. – Percorreu o indicador e médio pelo maxilar até o queixo dele até levantar um pouco o rosto para que pudessem se encarar melhor.

- Eu dei mais uma chance para o Hong Jun. – Jiyong desviou o olhar novamente.

- Como? – Tentou não acreditar no que seus ouvidos haviam escutado.

- Eu não posso terminar com ele assim do nada, não é como se nós pudéssemos romper e eu dizer que “Seunghyun voltou, não preciso mais de você” – Ironizou no final, fazendo careta.

- Mas, Jiyong, você tem que resolver isso. – O menor encarou-o como se tivesse crescido um terceiro olho em sua testa.

- Sério isso? – Cruzou os braços em frente ao peito. Riu anasalado e sem humor.

- Não vamos discutir isso agora, por favor. – Abraçou o corpo esguio, lateralmente. Deixou um selar rápido no maxilar do mais novo e sorriu com a cabeça encostada no ombro dele. – Quero falar de você. Me fale de você.

- Seunghyun, é sempre eu a falar, sempre eu no centro de tudo. Não pode ser diferente? – Afastou o outro com as mãos nos ombros dele para que pudesse ter uma boa visão de sua face.

- O que quer falar de mim? – Questionou, curioso. As mãos passaram nas coxas em movimentos rápidos para aquecer-se e tirar o nervosismo, não tinha costume de falar de si próprio assim.

- Comece, depois digo alguma coisa.

- Hum... – Pareceu pensar, buscava informações interessantes sobre si, mas não conseguia lembrar de nada que pudesse chamar atenção ou ser agradável compartilhar com o amado. Suspirou decepcionado com a falta de conteúdo e prendeu um bico em seus lábios, ele não sabia o que dizer para agradar o Jiyong. – Eu não sei o que tenho de bom. – Confessou, timidamente. Prendeu o lábio inferior entre os dentes e começou a encarar os dedos das mãos.

- Como não, Seung? Você é um aluno nota dez! – Lembrou-o. – Nem parece estudar muito, mas consegue ser um aluno excepcional, isso é grandioso.

- Mas eu não tenho muito o que falar. Só isso. – Bufou, chateado. Jiyong sorriu graciosamente e levou a destra até a face do maior, sua mão pequena sendo aquecida pelo calor do rosto do outro. – Só posso completar que sou um bobo apaixonado por você. – Movimentou-se ligeiro, pegou a mão que anteriormente tocava-o e encheu-a de beijinhos rápidos.

- Pare com isso, Seunghyun! – Puxou a mão, trazendo o Seunghyun junto consigo e deixando-o bem próximo de si.

- Queria me deixar mais pertinho? Era só falar, meu amor. – Foi ousado em levar as mãos até os quadris pequenos e tocá-los de leve.

- Sabe, Seung, eu ainda acredito que você esteja comigo apenas por curiosidade. – Tornou a falar o que perturbava sua mente.

- Pare de pensar isso, Yonggie.

- Porra, Seunghyun, eu não tenho peitos grandes, não tenho um corpo com curvas femininas, eu não sou uma mulher. Você diz que nunca se relacionou com um outro homem, isso me dá medo, penso que vai acontecer em alguma hora, você vai me deixar para ir viver uma vida perfeita. – Seunghyun fez uma trilha de beijos do ombro até o canto dos lábios de Jiyong, o menor estava procurando motivos para eles se desentenderem, era isso que parecia ao levantar aqueles questionamentos.

- Eu te amo, Jiyong. – Sibilou e logo selou os lábios finos, demoradamente, com paixão, as mãos em cada lado do rosto do mais novo fazia com que ele ficasse a mercê do contato, não que ele fosse recusar, é claro. Assim que os lábios se afastaram, Seunghyun tratou de encostar sua testa na dele, não querendo se distanciar.

- Droga, Seunghyun. Por que falou isso? – Estalou a língua possesso de raiva. Seunghyun não tinha pena de si. Se declarar no meio de uma guerra era muito infeliz.

- Por que eu amo você, eu quero passar a minha vida ao seu lado. Eu já imagino abrindo uma filial da minha empresa na América, irmos para lá, casarmos e vivermos tranquilamente, você com seu sonho de criação da sua própria marca e eu com meus projetos. Levaremos o seu vira-lata, talvez, arrumemos mais bichos, uma casa com piscina, pois Seungri adora piscina. Quem sabe, crianças... – Riu ao pensar em ter que cuidar de crianças. – Falando em voz alta parece ser bem melhor. – Jiyong escondeu o rosto no peitoral do mais velho. Não sabia que ele pensava e fazia planos para os dois juntos futuramente.

- Não faça planos por nós, por favor. – Os dedos pressionaram os bíceps fortes e seus olhos voltaram ao rosto do maior. – Vai ser diferente... Nós dois... Não vai ser a mesma coisa que era com as mulheres, não quero que se decepcione comigo.

- Seria ridículo se eu esperasse que fosse igual, mas não é algo que pareça ser ruim ou que eu acredite que seja ruim, eu não tenho experiência, mas acredito que com o tempo iremos adquirir isso. Podemos errar no começo, mas logo aprenderemos como se faz.

- Aprenderemos como se faz? – Atônito, quis saber. Seunghyun não se segurou, riu da inocência do Jiyong. Deu mais um selinho nos lábios finos do felino e mordiscou o lábio inferior dele, puxando-o com vontade, o que fez com que o corpo dele fosse em sua direção. As mãos apoiaram no peitoral extenso. Seunghyun ajeitou-se na cama e Jiyong pediu para aprofundar o contato, iniciaram um beijo calmo que logo foi finalizado.

- Sim, sexualmente. – Seu timbre grave e rouco fazia o Jiyong recordar os poucos gemidos que arrancara do Seunghyun. Seus pensamentos foram para o vídeo que tinha assistido e comentado com o Taeyang. Então, eles ainda iriam fazer aquele tipo de coisa? As bochechas coradas forçaram ele a esconder seu rosto no pescoço do maior. – Não precisa ficar envergonhado, Yonggie. – Disse, arrastado. Mal imaginava o que se passava na cabeça do Jiyong.

- Seung. – Falou abafado por conta de onde estava apoiado.

- Huh? - Afastou-o minimamente para que pudesse falar melhor.

- Seunghyun, se me ama como diz, me diga, qual o problema com mostrar o seu corpo para mim? – Perguntou em um fio de voz. Estava com a esperança dele contar qual o motivo de se guardar daquela maneira. Já havia prolongado demais, era a hora de se abrir.

 


Notas Finais


Quero agradecer a @leemonkey que se voluntariou para fazer uma capa para a fanfic <3
Quero agradecer, também, a todos que acompanham esta fanfic.
Obrigada! ^.^


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