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História Letters To Camila - Segunda Temporada - Feelings


Escrita por: itscamren-yo

Notas do Autor


Heeeeeeeeeeey
Então eu tenho algo importante para dizer, mas só nas notas finais!!
Queria agradecer a Gabi (CoiceDaLauren), uma amiga maravilhosa e uma escritoria incrível, vocês deveriam checar as histórias dela, ela ajudou em um dos diálogos principais!!! Queria agradecer a Bea, por ajudar na construção final desse capítulo e a MyLylasLovato pela ideia incrível <3
Sugiro as músicas: Reflection das meninas, Teacher do Nick Jonas, We Know e por ultimo All Of The Stars do Ed Sheeran.
Boa leitura:

Capítulo 14 - Feelings


Fanfic / Fanfiction Letters To Camila - Segunda Temporada - Feelings

Encaro meu reflexo no espelho mais uma vez e começo a retirar a roupa que vestia, nenhuma delas me agradavam e eu queria colocar fogo no meu closet. De calcinha e sutiã andei até a área aonde meus vestidos estavam e comecei a olhar um por um, acabando escolhendo um vestido preto de couro com mangas que eu nunca havia usado.

Paro com o vestido na frente do espelho e vejo que ele estava ainda mais bonito em meu corpo por eu ter emagrecido, corro para a área dos sapatos e pego um dos meus saltos altos favoritos, os calçando em seguida e voltando para o banheiro passando um batom vermelho, pegando a chapinha para deixar meu cabelo comprido completamente liso.

- ALLYSON? – Grito saindo do meu quarto enquanto fechava a minha bolsa de mão.

- Aleluia, achei que você nunca mais ia... nossa, você está maravilhosa! – Sorrio convencida e ela ri.

- Você também, olha essas pernas! – Assovio e ela ri sem graça.

Ally vestia um macacão que mais parecia um vestido, haviam alguns detalhes na manga comprida que deixavam seus braços parcialmente aparecendo e um cinto que marcava a sua cintura e a deixava com curvas, o salto vermelho de veludo a deixou com uma aparência fina e totalmente sexy.

- Vamos, nós estamos atrasadas. – A puxo pelo braço – Você escolhe o carro que nós vamos.

Para o aniversário de Dinah eu havia entrado em contato com Jeff, um velho amigo que tinha uma das melhores baladas de New York, como depois que passei a frequentar sua clientela triplicou, ele sempre faz de tudo para me agradar. Havia combinado de ele fechar a parte de cima para o aniversário só para os convidados que teriam o nome na lista, não precisei falar duas vezes e Jeff fez o que eu pedi perguntando se eu precisaria de mais alguma coisa.

Tive a ajuda de Normani e Ally para a decoração, como haviam vários telões na área de cima nós usamos aquilo para ficar aparecendo “Happy Birthday Dinah” em todos, as bebidas já estavam todas liberadas para os convidados que tivessem a pulseirinha exclusiva do aniversário que foram enviadas junto com os convites.

Assim que parei o carro na frente da boate havia uma enorme fila, desci do carro e um chofer não demorou para entrar e guiar para uma das vagas do estacionamento na parte de trás, Ally olhava tudo um pouco impressionada e surpresa, apenas a guiei para a entrada aonde um segurança conhecido sorria para nós e já abria a porta para que nós pudéssemos entrar.

Subimos as escadas e já podia ver uma enorme quantidade de pessoas na parte de cima, de acordo com Ally eram todos grandes amigos de Dinah. Um remix de Uptown Funk tocava absurdamente alto nas caixas de som, fazendo todo o lugar tremer e as pessoas dançarem animadas na pista de dança. Nos aproximamos e pude ver Dinah rindo com Normani enquanto tinha um copo na mão, a abraço por trás e ela se vira rindo, me abraçando de volta.

Dinah usava uma calça preta e uma blusa com uma estampa muito legal em degrade de vermelho e um salto alto. Normani também vestia um vestido de couro preto bem justo, porém uma jaqueta branca e preta de couro deixava o visual bem estiloso, o salto branco com detalhes de onça deixava sua marca registrada. Ambas tinham os cabelos com as pontas enroladas e uma maquiagem simples, porém com destaque nos lábios.

- FELIZ ANIVERSÁRIO! – Berro alto para que ela consiga me ouvir.

- OBRIGADA! – Berra de volta e eu rio – ESSE LUGAR É INCRÍVEL!

- EU SEI. – Ela ri e eu abraço Normani, a arrastando para o bar aonde nós poderíamos pegar algumas bebidas.

Alguém não demorou para nos atender, fizemos os pedidos e eles foram preparados bem na nossa frente. Não deu nem dois minutos que nós estávamos paradas ali e alguém parou ao lado de Normani, apenas ri pegando a minha bebida e a deixei sozinha lá, o que fez ela me fuzilar com os olhos.

Quando vi David o agarrei pelo pescoço e o beijei deixando uma marca vermelha em sua bochecha, cumprimentei Ashley e nós engatamos uma conversa animada enquanto meu melhor amigo tentava limpar a marca de batom que eu havia deixado em seu rosto, após algum tempo ele roubou o meu copo sem se importar com as minhas reclamações.

David e Ashley haviam finalmente ficados noivos, ele havia feito um lindo pedido em um dos restaurantes mais caros de New York, Ash ficou tão animada que já disse que gostaria de casar no começo do ano que vem já que a turnê teria acabado e eles poderiam morar mais um tempo junto, já que ela havia se mudado para o apartamento dele. Ambos estavam radiantes e eu não poderia estar mais feliz por eles.

Alguns amigos de Dinah se aproximaram para tirar foto conosco, uma delas disse que sempre acompanhou o meu trabalho e era um grande prazer poder me conhecer, ela elogiou as músicas que haviam a ajuda de David na composição e todos nós acabamos fazendo nossos amigos e até combinamos de fazer algo, o que eu realmente não sei se seria possível com a nossa agenda que começava a ficar apertada, porém não iria me importar de encontra-los novamente.

Olhei pelo local e vi Ally sentada com Normani em uma das mesinhas altas que ficavam em volta da pista, a mesinha tinha vários copos vazios de bebidas e ambas seguravam os cheios em suas mãos, elas riam e conversavam animadamente sem se importar com os olhares de cobiças que recebiam da mesa ao lado. Peguei um lugar na mesa e nós começamos a conversar animadamente, elas riam do homem que tinha dado em cima de Mani quando nós fomos pela primeira vez no bar, o que me deixou com um certo dó dele.

Encarei Dinah que conversava com alguém que eu não conseguia ver, ela ria animada com a pessoa e parecia muito à vontade, podia que ver que DJ estava se divertindo e isso me deixava muito feliz já que nós havíamos bolado tudo rapidamente, porém havia ficado uma festa bem legal. Vejo a pessoa que conversava com ela e sinto o meu coração acelerar, porém perco Camila de vista quando se mistura com as pessoas na pista, estico o meu pescoço para ver se eu conseguia vê-la, porém não havia mais nenhum sinal.

- Lauren? – Rapidamente encaro Mani – Você está no mundo da Lua? Estou falando com você!

- Mais ou menos isso... – Continuo procurando pelo local e escuto a risada delas – Estou procurando Vero e Lucy, elas já chegaram? – Minto na maior cara de pau, só então olho para Ally que tinha uma sobrancelha arqueada.

- Você estava procurando elas? – Prende uma risada enquanto negava com a cabeça – Saiba você, Dona Jauregui, que elas estão do outro lado... – Vira o meu rosto em direção ao bar.

Sorrio sem graça e me levanto, olho para o lado oposto que meus pés me guiavam e acabo decidindo cumprimentar minhas velhas amigas. Assim que grito o nome de Lucy ela sorri largo e me abraça, Vero apenas dá um sorriso torto e aperta a minha mão. Ambas elogiaram a festa e a bebida principalmente, quando Veronica notou que eu não tinha qualquer copo na mão se curvou no balcão e chamou um barman que não demorou para se aproximar e então para fazer o pedido que minha velha amiga havia feito.

Quando nós três estávamos com bebida começamos a conversar e a cada gole ficava muito mais fácil e menos constrangedor de se soltar e consequentemente manter uma conversa legal com ambas, Lucy me encorajava com olhares e sorrio e Vero não parecia tão travada e tão na defensiva como da última vez que nós havíamos nos encontrado, o que facilitou a nossa interação naquela noite.

No segundo copo e meio Lucy avistou David e se afastou de nós, andando apressadamente para irritar o meu melhor amigo. Diferente do que eu pensei Veronica se soltou ainda mais quando ficamos apenas nós duas, dando apenas atenção para ela nós começamos a lembrar do time de Softball e nossas colegas de time, até sugeriu para que nós fossemos assistir um jogo da liga já que ela tinha uma prima jogando no mesmo time que nós jogamos no passado, claro que não pensei duas vezes antes de aceitar o convite.

No quarto copo dela pude ver Veronica começar a olhar do mesmo modo abestalhado que ela olhava para Lucy no colegial, minha amiga secava Vives e tinha um sorriso malicioso brincando nos lábios, foi então que começou a soltar os mais variados elogios sobre a namorada que mal imaginava o quão apaixonada Vero sempre foi por ela.

Quando Teacher do Nick Jonas começou a tocar ainda mais alto pelas caixas de som Normani passou do meu lado me puxando pelo pulso, puxei Vero e nós fomos guiadas para o meio da pista de dança. A pista do segundo andar não era tão grande quanto a do primeiro andar, porém era tão gostosa quanto para dançar. Veronica agarrou Lucy pela cintura e elas foram se afastando enquanto dançavam com os corpos colados, Mani e eu fazíamos uma coreografia só nossa enquanto Ally dançava desengonçadamente do nosso lado com o celular em mãos para registrar algumas partes, prontamente a baixinha se aproxima e eu apoio meu queixo em seu ombro cantando a música enquanto olhava para o iPhone, sabendo que Allyson iria postar no seu aplicativo favorito.

- Oh my oh my oh my oh my God... – Normani berra abraçada em meu pescoço e eu rio balançando nossos corpos no mesmo ritmo – Lauren sua mãe te ensinou como amar ou eu preciso ensinar? – Grita bebendo em seu copo logo em seguida.

- Eu acho que sei me virar com isso! – Declaro rindo enquanto erguia meus braços me movimentando de acordo com a música.

A pista não estava tão cheia, mas isso não deixava tudo menos divertido, tudo ficou ainda mais legal quando Dinah entrou dançando animadamente e se aproximou na nossa rodinha, rebolando com Mani, que a pegava pela mão e a girava enquanto ambas berravam a música pelos pulmões. Alguns convidados observavam a cena, se divertindo com a mesma, outros estavam imersos em suas conversas ao redor da pista de dança e outros as acompanhavam, começando a dançar e animando tudo ainda mais.

Terminei de beber o conteúdo que havia em meu copo e pude ver que com a nossa dança muitas pessoas haviam entrado na pista de dança, sorri de canto e decidi que precisava tomar um ar fresco e fumar um cigarro. Confesso que a minha vontade era de entrar entre as pessoas e procurar Camila, finalmente a confrontando.

Durante toda a semana havia pensado no que iria fazer quando eu a visse, porém de uma forma ridícula quando a vi passando no meio daquelas pessoas a minha vontade foi de dizer umas boas verdades na cara dela, colocar todas as cartas na mesa e exigir todas as respostas que eu mereço, porém como se ela tivesse lido a minha mente acabou sumindo da festa.

Passava entre as pessoas tentando chegar na porta que levava em uma área externa para fumantes, deixei meu copo vazio em uma mesa qualquer e quando cheguei na porta já tinha meu maço de cigarro e isqueiro em mãos, abro a porta e saio para fora. Colo o cigarro entre os lábios e o acendo, dando uma longa tragada, caminhando em direção ao lugar que eu sempre ia para fumar.

Porém eu paro na metade do caminho quando vejo quem em estava no meu cantinho.

Ela estava parcialmente de lado, seus cabelos não estavam tão compridos como da última vez que eu havia a visto, mas estavam enrolados e castanhos como sempre. Camila vestia um short de couro e uma meia calça preta, uma blusa vermelha cobria até o seu pulso e a esquentava naquele vento frio que estava lá fora. Seus pés não apareciam já que ela usava um salto bem alto preto, não parecia mais a menina desastrada de sempre, agora ela tinha um ar mulher exalando em cada canto de seu corpo.

Pensei em dar meia volta e ir embora, porém desisti disso quando ela levantou a cabeça e nossos olhares se encontraram mais uma vez, não queria parecer covarde, retirei o cigarro entre os lábios e dei uma leve batinha nele com a ponta do meu dedão.

- Achei que você tivesse parado de fumar... – Fala um tom mais alto para ter minha atenção.

- Achei que você não tivesse mais nada a ver com a minha vida! – Declaro seca e ela me olha surpresa por responde-la daquela forma.

Eu havia sido bem grossa, mas eu não conseguia não ser, esse cinismo da parte dela me irritava.

- Estava no telefone com Sofia, lá dentro eu não conseguia ouvir! – Fala olhando no fundo dos meus olhos, mesmo sem eu ter perguntado.

Por um momento me permito analisar melhor o seu rosto. Não é tão cheinho como era antigamente, suas maçãs agora eram bem destacadas, seus lábios tinham a mesma coloração rosada de sempre e seus olhos agora tinham um brilho que eu não via antigamente, eram olhos expressivos porém não demonstravam medo em momento algum.

- Entendo... – Do uma longa tragada, estava um pouco nervosa por tê-la do meu lado, porém eu não queria demonstrar isso em momento algum.

Não conseguia encara-la, não queria que ela lesse minhas expressões e soubesse como eu me sentia naquele momento, porém mesmo eu não a encarando podia perceber seu olhar grudado em mim, analisando cada pequeno gesto que eu fazia. Estava constrangida por ter todos os meus movimentos acompanhados por seu olhar.

- Porque está me encarando? – Questiono não querendo deixar minha voz entregar como eu me sentia apreensiva e nervosa, intimidada com a sua presença.

A olhava no fundo dos seus olhos, porém seu olhar não fugia do meu como antigamente, me encarava na mesma intensidade e agora tinha o poder de me deixar extremamente constrangida e envergonhada com a intensidade.

- É que você é mais linda ao vivo do que eu conseguia me recordar... – Sussurra como se dissesse um segredo, trago saliva e a encaro com uma sobrancelha levantada, quando ela dá aquele sorriso charmoso de lado desvio o meu olhar e trago meu cigarro mais uma vez.

Estava desconcertada com aquele comentário. Estava incomodada com ela no meu cantinho. Estava irritada por ela ser tão cara de pau. Porém estava ansiosa para saber até onde ela iria.

- Tem acompanhado o desenvolvimento do projeto? – A encaro por um instante e solto a fumaça pelo nariz.

Podia perceber que Camila aparentava estar um pouco irritada com o fato de eu estar fumando, seus olhos as vezes corriam para meus dedos que seguravam aquela pequena coisa entre eles e seu rosto fazia questão de se contorcer em uma careta involuntária quando eu soltava a fumaça.

- Fui convocada para dar uma entrevista para uma rádio, apenas para falar sobre o projeto! – Respondo sua pergunta, totalmente indiferente, para que ela parasse de flertar comigo de alguma forma – Os sites têm dito que eu “voltei a ser uma boa moça” apoiando essas causas. – Debocho e ela me encara.

- Eles não sabem nada sobre você! – Se aproxima e eu me afasto, por força do habito, olho para o chão e levo o cigarro entre os lábios, olhando para cima e a encarando com uma sobrancelha arqueada.

O que me irritava era o fato de Camila achar desde o primeiro dia que ela me mandou cartas que nós somos as mesmas pessoas de antes, que nós nunca perdemos o contato e que nada absolutamente mudou entre a gente. Me irrita o fato dela ser tão cínica e fingir que esses seis anos não existiram.

- E você sabe? – Questiono com escárnio, ela sorri de canto.

- Mais do que você imagina! – A deixo se aproximar dessa vez, ela mordia o lábio inferior.

- Na verdade, não acho que você saiba mais nada sobre mim! – Sou direta, deixando minha irritação transparecer.

Camila continua me olhando no fundo dos olhos, me deixando ainda mais nervosa.

- Então me deixe conhecer! – Se aproxima e eu me sinto encurralada, seu olhar desce para a minha boca, tricô meu maxilar demonstrando minha irritação – Comecemos com um jantar, eu cozinho...

- Acho melhor não... – Sussurro encarando sua boca e logo em seguida desviando para encarar seus olhos castanhos que me fitavam de uma forma intensa.

Me odiava por ser tão fraca perto dela, por ela ter todo esse efeito em mim.

- Não aceito não como resposta. – Declara.

- Vai ter que aceitar! – Ranjo os dentes e levo o cigarro entre os lábios.

- É apenas um jantar... – Ri debochada, se afastando para que eu não soltasse a fumaça em sua cara – Vamos jantar e discutir sobre negócios, falamos apenas sobre o projeto! – Insiste mais uma vez.

Encaro seus olhos, brilhantes e esperançosos. Fico em silencio, sem saber o que responder.

- Te espero quarta-feira à noite, entro em contato para mandar meu endereço. – Franzo o cenho, eu nem havia aceitado - Mal posso esperar para te ver novamente. – Pisca para mim.

Camila desviou de mim e começou a andar de volta para a festa, viro parcialmente o meu corpo e vejo sua cintura balançar conforme o barulho de seus saltos ecoavam pelo local silencioso e vazio.

- Camila? – Chamo, iria falar um não bem grande e ela iria aceitar.

- Até quarta, Lauren! – Fala alto antes de abrir a porta e entrar no clube de novo.

Sinto meus dedos arderem e só então desvio o olhar vendo o cigarro queimado até o toco, fazendo eu o soltar no chão e então pisar em cima com uma força desnecessária.

(...)

Como sempre ter qualquer forma de contato com Camila me tira o bom senso, me afeta de uma forma que me deixa enjoada, ansiosa e hiperativa, me deixa louca. Isso resultou na minha pessoa tentando achar uma forma de afogar as mágoas e sentimentos, tentando sufocar tudo de alguma forma, acabei bebendo mais do que devia.

Normani dirigia o meu carro e eu olhava para Ally tentando não vomitar no banco de trás do Volvo, porém eu estava muito enjoada, ao invés de vomitar comecei a soluçar e em seguida a rir do meu próprio soluço. Não tinha absolutamente nada de cômico no meu próprio soluço, porém tinha na situação ridícula que eu ficava por apenas me encontrar com Camila.

- Venha, Laur... – Ally me puxa com cuidado do carro e eu quase tropeço descendo do mesmo, Mani consegue me segurar e eu rio as abraçando.

- Eu amo vocês, sabia? – Começam a me puxar em direção ao elevador e a porta não demora para fechar – Olha os numerozinhos ficam mudando... – Mani ri e eu a encaro sorrindo – Oi Manibear, bear... – Repito com uma voz engraçada e ela nega com a cabeça, porém com um sorriso no rosto.

- Venha, Laur, você tem que tomar um banho e comer algo antes de deitar! – Declara.

Assim que entramos em meu apartamento tudo estava escuro, franzi o cenho e o medo de ficar sozinha me atingiu de novo. Me livrei das quatro mãos firmes que me seguravam e me afastei, tendo olhares preocupados em minha direção. Eu odiava o fato desse apartamento ser tão grande, eu não tinha ninguém, era sozinha, era nesse apartamento que eu passava horas do meu dia sem ver uma única pessoa que não fosse Lea.

Com uma certa força Normani me puxou para dentro e fechou a porta, segurei em seu pulso e ela me olhou assustada, eu apertava com uma certa força, porém era um certo pânico que estava me dando. Minha amiga começou a tentar se soltar, porém eu apertava cada vez mais firme, meu pânico e medo eram maiores do que a coragem de soltar Mani por saber que eu estava a machucando. Finalmente a soltei quando Ally começou a acariciar as minhas costas e alegar que eu não tinha que me preocupar com nada, estava mais do que na cara que eu estava tendo um ataque de pânico, elas só não sabiam o motivo.

Dei passos lentos, não querendo que ninguém relasse em mim, andei em direção ao sofá que geralmente ocorriam minhas reuniões com minha equipe menor. Podia sentir meu corpo tremer de frio e tudo girar a minha volta, foco minha visão na foto que eu abraçava Taylor e Chris, tendo meus pais atrás de nós com largos sorrisos, levo minhas mãos até a minha boca sentindo a vontade de vomitar vir com tudo.

- NÃO, NÃO GORFA AQUI! – Mani grita.

- Respira fundo... – Ally começa a acariciar minhas costas – Mani pega água e qualquer chocolate que tiver na dispensa – Sente-se aqui, Laur. – Puxa uma cadeira e assim eu faço.

Olhei para cima e vi a preocupação estampada no rosto de Ally. Senti vergonha por ela ter que me ver nesse estado deplorável. Senti remorso por ver que eu havia sido tão horrível com uma pessoa que nutre tanto carinho por mim. Me senti uma babaca por ter amado tanto Camila. Me senti uma escrota por beber apenas para esquecer de tudo. Me senti um ser humano horrível por ter feito tudo o que eu fiz.

Então comecei a chorar.

Não era um choro qualquer, era um choro alto e desesperador, como se alguém me machucasse e na verdade essa pessoa havia sido eu mesma, acontece que eu só fui notar isso naquele momento.

Escutei passos apressados e vi Normani entrar no cômodo, caio de joelhos no chão antes que Ally consiga me segurar, abraço suas pernas e sinto o choro diminuir, porém sem conseguir soltar as pernas finas e malhadas de Ally que cheiravam a hidratante de morango e eram muito macias.

- Me perdoem... – Sussurro – Meu Deus, me perdoem. – Elas me encaram confusas e eu solto Ally, me levantando atordoada e me afasto delas.

- Laur senta aqui, não vai para ai... – Ally tenta se aproximar.

- Como você consegue? – Ela franze o cenho – EU TE IGNOREI, EU FINGI QUE VOCÊ NÃO EXISTIA E QUE NUNCA SIGNIFICOU NADA PARA MIM. – Grito e vejo que Ally fica com os olhos marejados – Eu tratei vocês como se vocês não fossem nada.

- Lauren... – Mani tenta me cortar.

- E você? Deus, eu te troquei! – Rio sem humor, passando a mão pelos cabelos e batendo em minha testa – Ou melhor eu tentei te trocar, como se fosse muito fácil substituir Normani Kordei! – Cambaleio para o lado – Eu não queria, eu juro que não queria... – Mudo totalmente a minha pose e sinto as lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas – Eu não falava com ninguém, eu excluí vocês do meu mundo porque eu sabia. EU SEMPRE SOUBE. – Grito e ambas me encaram assustadas – Eu sempre soube que eu nunca seria digna o bastante para ter a amizade de vocês!

- Laur não fala besteira... – Ally tenta se aproximar.

- OLHA A BOSTA QUE EU ME TORNEI, ALLYSON! – Berro e ela se assusta – QUE TIPO DE SER HUMANO ESNOBA AS PESSOAS QUE MAIS AMA NO MUNDO? QUE TIPO DE SER HUMANO IGNORA QUEM MAIS O APOIOU NOS MOMENTOS MAIS DIFICEIS? – Vejo que Ally havia começado a chorar – EU NÃO FUI NO ENTERRO DO MEU PRÓPRIO AVÔ, EU DEIXEI A MINHA FAMÍLIA SEM AMPARO, EU NÃO FUI O PORTO SEGURO QUE A MINHA VÓ SEMPRE FOI PARA MIM! EU NÃO TINHA CORAGEM DE ENCARAR A MINHA PRÓPRIA FAMÍLIA PORQUE EU SABIA QUE ELES TAMBÉM IRIAM ME JULGAR, ELES TAMBÉM IAM SENTIR VERGONHA DO QUE EU HAVIA ME TORNADO. – As lágrimas caiam sem que eu conseguisse me conter, bato em meu peito e sinto o meu corpo tremer – OLHA A BOSTA QUE EU ME TORNEI! EU TENHO QUE BEBER PARA ESQUECER A MINHA NAMORADA DO COLEGIAL QUE POUCO SE FODEU COMIGO E NEM ASSIM EU CONSIGO ESQUECE-LA, EU NÃO CONSIGO SUPER-LA, EU NÃO FAÇO NADA DIREITO! – Grito irritada e bato em minha cabeça.

Eu me sentia tão suja, enjoada por ter sido uma vadia e ter tratado todos que eu amo tão mal, eles jamais tiveram qualquer culpa de qualquer coisa que me envolvia e com o que eu sentia em relação a toda pressão da minha vida profissional ou amorosa, porém eu nunca soube como descontar minhas frustrações e medos, acabei descontando em pessoas erradas, as magoando e consequentemente as afastando de mim.

- Lauren se acalma, por favor... – Mani sussurra um pouco assustada, tentando se aproximar, podia ver seus olhos marejados e amedrontados.

- Eu tenho medo... – Confesso – Tenho medo de me apegar as pessoas, e se elas me deixarem como Camila fez? Como vovô fez? – Comprimo os lábios – E se elas forem como eu? Não saibam enfrentar os próprios problemas e fujam, se afastem de mim? – Abraço meu próprio corpo – Eu não quero ficar sozinha de novo, eu não quero sentir que eu não mereço as pessoas que eu tanto amo, eu não quero sentir culpa ou medo por amar demais... – Sussurro olhando para elas, recebendo olhares de pena.

- Laur não é porque com uma pessoa foi, que vai acontecer o mesmo com as outras... – Ally declara baixinho, ela se referia a Camila.

Sou uma pessoa que sempre precisa colocar pontos finais em tudo, só funciono com virgulas se for necessário e só faço um novo paragrafo se a pessoa merecer. Mas com Camila não tive isso, não pude escrever um novo paragrafo na nossa história, não pude usar virgula por não ter uma continuação e muito menos um ponto final para finalmente encerrar a nossa história... ela apenas acabou no meio de uma frase, no meio de uma faculdade.

Me sinto como um copo naquele momento, um copo razoavelmente grande, um daqueles que se deixa perto do bebedouro da sua casa. O conteúdo que há dentro de mim são meus sentimentos –mais negativos do que positivos-, são tantos sentimentos acompanhados de emoções que eles são obrigados a transbordar e cair pelas beiradas, porém não há um registro que eu consiga fechar e cessar tudo isso.

É como se meu corpo e emocional sentissem a necessidade de extravasar sentimentos que ficaram guardados e aprisionados em segredo por muito tempo.

- Eu estou cansada... – Sussurro em meio a lágrimas, caindo de joelhos novamente – Eu estou cansada de esconder meus sentimentos, fingir que eu não sinto mais e que eu pouco me fodo para o que as pessoas falam, porque machuca, como machuca. – Mani se aproxima e me abraça, me encolho em seu abraço – Mani faz parar de doer... – Sinto braços menores me abraçarem do outro lado – Me faz parar de fingir... eu não quero mais esconder nada.

- Você não precisa. – Sussurra – Vai ficar tudo bem...

- Eu sei que não mereço vocês, nem ninguém, mas eu prometo que vou fazer por merecer...

- Shhh, não precisa falar mais nada, Laur. – Ally me abraça mais apertado.

Como uma criança me escondo naqueles abraços aconchegantes e protetores, que definitivamente seriam o melhor lugar para me proteger da pessoa que têm medo de sentir, a pessoa que eu aprendi a ser.


Notas Finais


PRÓXIMO CAPÍTULO TEM O JANTAR COM A EXPLICAÇÃO DO PORQUÊ DA CAMILA TER TERMINADO TUDO! PORÉM EU SÓ POSTO ESSE FINAL DE SEMANA SE A GENTE GANHAR O KCA, POR ISSO VOTEM, VLW, FLW!!! @switch5Hearts ou ask.fm/SushiDaMegan
Natália xX(:


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