História Letters To Camila - Segunda Temporada - The Losers

Meu single havia ficado em primeiro lugar em quarenta países na primeira hora que havia sido lançado, o que me deixou gritando pela minha casa em Los Angeles com David, Dinah e Normani enquanto a gente estava na piscina aproveitando a noite extremamente quente da cidade. Simon ficou extremamente satisfeito com o resultado, assim como eu. Por conta das pessoas terem aceitado tão bem a música, fiz questão de ligar para Meghan para agradece-la na composição e até mesmo a convidei para um jantar quando ela voltasse de sua turnê da Europa que havia começado recentemente.

Os quatro dias seguintes foram bem loucos já que nós tivemos que ficar por Los Angeles divulgando o single, fui para vários programas em diferentes horas do dia e até visitei algumas rádios para gravar vídeos e fazer rápidas entrevistas seguidas de uma rápida apresentação de Sledgehammer com a banda e minhas dançarinas.

- Estão cansadas? – Rio colocando meus óculos de sol.

- Estou exausta. – Dinah resmunga e eu a encaro, vendo suas olheiras começarem a dar sinais.

- Não estou tanto... – Mani comenta, entretanto, seu bocejo entrega seu verdadeiro estado.

Nós estávamos chegando em New York e por conta da agenda cheia dos quatro dias não tivemos muito tempo para descansar, já que íamos de lugar em lugar, chegando bem tarde na minha casa para descansar por pouquíssimas horas. Agora que estávamos finalmente em NY, tanto LA Reid quanto Simon queriam que eu acabasse meu próximo álbum o mais rápido possível para que ele fosse lançado e consequentemente uma boa quantia de dinheiro entrasse em seus bolsos, afinal, apenas com Sledgehammer eles puderam ter a noção do quão boa as vendas daquele álbum seriam.

- Como foram de viagem? – Big Rob questiona assim que saímos do aeroporto.

- Muito bem, mal posso esperar para chegar em casa. – Comento – As deixe primeiro em suas casas, elas estão tão cansadas quanto eu. – Pego meu celular.

“Mal posso esperar para te ver, estou morrendo de saudades” sorrio a ler a mensagem de Camila piscando em minha tela. No domingo à noite eu havia ligado para ela e nós ficamos um bom tempo conversando, Camz havia assistido minha entrevista com Ellen e disse que era para eu levar os paninhos para ela que talvez nós realmente pudéssemos usar um dia, o que me arrancou boas risadas. “Vamos nos ver essa noite, mal posso esperar(:”, digito rapidamente a resposta para Camila.

Como ainda era cedo, meio dia, daria para nós descansarmos na parte da tarde –assim como o David-, para que a noite estivéssemos todas recuperadas. Era quarta-feira e seria o único dia que todos os meus amigos estariam em New York ao mesmo tempo antes que o casal Canadense voltasse para seu país de origem, por conta desse detalhe nossa reunião dos velhos tempos aconteceria naquela noite, apenas para matar um pouco as saudades de vê-los todos juntos.

- Tchau, Laur... – Mani acena com a sua mala em mãos.

- Tchau, Mani, tente não sentir saudades! – Grito rindo e minha amiga revira os olhos abrindo a porta do edifício onde mora.

- Nós vamos nos ver hoje à noite, não tem como sentir saudades da sua cara branca feia. – Mostro a língua e posso escutar a risada baixa de Big Rob no banco da frente – Até mais tarde! – Acena entrando no prédio.

A próxima parada seria em minha casa e eu não via a hora de tomar um longo banho, comer alguma coisa e ir para debaixo das cobertas ter o belo de um sono maravilhoso que me faria guardar energias para a noite. Então no meio do caminho minha nova música começou a tocar no rádio e eu comecei a gritar, a sensação nunca ficava velha, Big Rob levou um susto e eu não demorei para começar a gravar, era a primeira vez que eu ouvia no rádio em um momento totalmente não combinado.

Tirei o cinto de segurança e comecei a filmar, colando o meu rosto no de Big Rob e filmando nós dois, meu segurança começou a cantar junto comigo e por seu tom extremamente grave me soltar algumas gargalhadas altas, seguida de um “Obrigada por pedirem nas rádios, eu amo vocês!”, não demorei nada para entrar no Twitter e postar o vídeo, sentindo meu celular vibrar com as notificações.

Momentos assim eram momentos que não tinham preço, era quando eu realmente sentia que valia a pena passar por tudo que eu passava, era mais do que gratificante ver algo que você colocou todo o seu coração e trabalho duro ter algum retorno. Gostava de saber que meus fãs haviam gostado da música e principalmente já haviam começado a fazer os pedidos em rádios locais, era um trabalho conjunto, eu divulgava em rede nacional e eu eles iam pelas beiradas ajudando ainda mais a conseguir que meu trabalho fosse um enorme sucesso.

Assim que meu segurança estacionou o carro desci do mesmo, peguei minha mala no porta-malas, abraçando Big Rob e então começando a correr em direção ao elevador.

- MINHA MÚSICA TOCOU NA RÁDIO! – Berro escutando Big Rob rir.

- VAI DORMIR, CRIANÇA. – Escuto a porta do carro batendo e então entro no elevador, finalmente subindo para meu apartamento.

Assim que entrei em casa pude sentir um maravilhoso aroma de comida, larguei a mala perto da porta e então caminhei em direção a cozinha, encontrando Ally e Lea, ambas me receberam com abraços apertados e lindos sorrisos enquanto faziam nosso almoço. Enquanto elas faziam tudo contei como haviam sido meus dias em Los Angeles e o que havia acontecido alguns instantes atrás, arrancando boas risadas ao mostrar meu vídeo com Big Rob.

Fiz questão que Lea se sentasse conosco, coisa que ela não achava correto de se fazer quando haviam amigos ou familiares meus em casa, mas como eram apenas nós três minha governanta acabou se rendendo e optamos por comer na bancada da cozinha. Elas me contaram as novidades e Ally fez questão de me lembrar que logo mais ela não precisaria me “incomodar” mais estando em minha casa, o que me fez revirar os olhos e querer enfiar um pedaço de carne na boca dela.

Ter minha velha amiga morando comigo era algo diferente de tudo que eu havia vivenciado, nunca tinha convidado ninguém para morar comigo depois de que David e eu dividimos um apartamento no início de nossa carreira, mas Ally tornava tudo gostoso e muito mais fácil. Allyson sempre foi extremamente gentil, organizada e maravilhosa, então ter sua companhia por perto sempre foi incrível, além do mais ela fazia com que aquele apartamento enorme não parecesse mais tão enorme assim.

Confesso que o sentimento que me afligia antes não tinha mais esse efeito, não queria ficar sozinha, entretanto sabia que agora minhas melhores amigas sempre estariam presentes em meu apartamento, assim como Camila. Sabia agora que meu apartamento não precisaria de hospedes ou companhias para estar cheio, ele estaria cheio por eu estar transbordada de sentimentos e não vazia como antes de todas elas voltarem em minha vida.

Logo após meu longo banho vesti um pijama e fiz questão de ligar o ar do quarto, me escondendo debaixo de dois edredons enormes, deitando no centro da minha enorme cama para ter certeza que eu teria um bom tempo de sono.

(...)

Nos dias que passei em Los Angeles fiz questão de entrar em contato com Simon para informar sobre a pessoa incrível que eu havia encontrado, alguém que talvez ele realmente sentisse um enorme interesse em gravar algo, ou apenas conhecer para fazer uma audição rápida. Na noite de hoje eu faria com que Simon visse Tori cantar, sendo minha última tentativa para que ela não desistisse daquilo que a mais faz feliz.

Confesso que não sabia para que eu estava mais animada, presenciar Simon com Tori ou ter todos meus amigos reunidos novamente. Estava feliz por eu ser a causadora dessas reuniões, de certa forma eu era o elo que havia juntado todos e estava feliz por ser o elo que iria reuni-los novamente.

Por conta de saber que iria dormir a tarde toda para descansar havia combinado com Lea depois do almoço o que deveria ser servido no jantar, então minha governanta teve que fazer algumas compras. Sabia que não precisava me preocupar com algo para entreter meus amigos depois do jantar, mesmo tendo algumas ideias para isso, afinal todos eles ficaram conversando até enjoar um da cara do outro, como sempre aconteceu.

Não havia tido tempo de preparar uma janta legal e muito menos pensar em alguma coisa para entreter meus amigos depois que nós comêssemos, mas nós iriamos acabar conversando até não poder mais, como sempre fazíamos.

- Lauren? – Mani chama e eu começo a descer as escadas – Conseguiu achar?

- Consegui, já estou indo. – Falo um pouco mais alto.

Desci as escadas e deixei meu celular perto da caixa de som, selecionando a playlist que tinha vários tipos de músicas, provavelmente músicas que agradariam todos os convidados em algum momento da noite.

Enquanto Lea preparava as entradas e começava o preparo do jantar Mani e Ally me ajudavam a levar os petiscos até a mesa que havíamos arrumado, Ally roubava algumas coisas enquanto Normani cantava de uma forma super engraçada a música que ecoava pelo apartamento, arrancando boas risadas de nós. Chequei se as bebidas que estavam dentro do suporte prata com gelo estavam geladas para que quando os convidados chegassem estivessem no ponto, o que não demorou muito para acontecer.

Os primeiros convidados a chegarem foram David e Ashley, que estavam sorrindo até para as paredes e pareciam verdadeiramente felizes, meu palpite era algo envolvendo o casamento ou uma transa super legal antes de virem. Dave sentou ao lado de Mani, meu amigo não demorou nada para tirar uma cerveja do gelo e pegar a água para sua noiva, que estava ao meu lado conversando comigo.

Aparentemente Ashley e eu éramos as únicas pessoas adultas daquele cômodo, Normani começou a irritar David, que devolvia as provocações infantis enquanto Ally se contorcia de rir na cadeira.

Veronica e Lucia chegaram logo em seguida, Vero cumprimentou todos bonitinho até chegar em David, a adolescente no corpo de mulher fez questão de apertar fortemente o mamilo de David, que a xingou de todos nomes possíveis enquanto ela soltava uma gargalhada alta por conta da revolta de nosso amigo.

Acontece que todo mundo sempre amou provocar, fazer pegadinhas e irritar David, provavelmente por conta dele ser um amor de pessoa, ele nunca devolvia as brincadeiras pesadas que fazíamos com ele –talvez uma ou outra-, Dave era como um irmão mais velho, protetor e extremamente irritante, que no fundo todo mundo deseja ter. Para a tristeza do nosso querido melhor amigo nós acabávamos sendo as irmãs mais novas terríveis que viviam trazendo problemas e aprontando todas contra o coitado.

Quando fui mudar a música pude ver meu maço de cigarros jogado em cima da mesinha de centro. Eu havia diminuído bastante a quantidade de cigarros por dia, entretanto, ainda acabava fumando um –no máximo dois- por dia. Todos eles viviam pegando no meu pé para que eu parasse e eu não queria ter mal hálito na hora de beijar Camila, então quando estava com eles optava por não fumar.

A campainha tocou novamente e Ally foi correndo animada atender a porta, enquanto disfarçadamente eu ia esconder o maço de cigarro. Olhei para a porta de entrada e pude ver Dinah, Camila, Tori e Hannah entrando em casa, elas acenavam e sorriam largo a ver todos ali reunidos.

- Laurenzo porque você convidou esse tipo de pessoa? – Vero aponta para Dinah, fazendo uma falsa expressão de nojo, sem me conter solto uma risada baixa.

- Você me ama, sua sapatão com desejo encubado pela minha pessoa. – Dinah rosna e todo mundo começa a rir.

- Meu Deus, acho que voltamos no tempo. – Ally finge uma expressão de choque, tirando mais algumas risadas.

- Espero que não ocorram as agressões físicas, apenas as verbais. – Tori nos recorda, enquanto ocupava um lugar e puxava a esposa para sentar ao seu lado.

Acontece que minhas amigas sempre foram um pouco brutas, extremamente competitivas e amavam se provocar, por conta disso sempre ocorriam xingamentos e as vezes um tapa ali e outro aqui, mas nada nunca sério.

- Nada para se preocupar, qualquer coisa David as separa – Mani dá de ombros e Hannah nos encara levemente assustada, achando que nós realmente falávamos sério – Relaxa, estamos apenas brincando. Seja bem-vinda e não se assuste, todas as pessoas dessa sala nasceram com parafusos a menos. – Pisca para a esposa de Tori e a mesma solta uma risada nervosa, abraçando a esposa pelos ombros.

- Psiu... – Olho para o lado, vendo Camila com um largo sorriso, todo mundo se acomodava a mesa.

- Hey... – Sorrio timidamente, roubando um selinho rápido – Como você está?

- Muito bem... – Sorri enquanto mordia o lábio inferior, sem desviar seu olhar do meu.

Seus lindos olhos tinham uma cor em um tom mais claro do castanho de costume, brilhavam intensamente e complementavam o lindo sorriso que havia em seu rosto delicado e com traços marcantes. Camila não hesitou em momento algum entrelaçar nossas mãos, continuávamos nos encarando sem dizer mais qualquer palavra. Ela estava simplesmente maravilhosa naquela saia preta e branca xadrez, com o top cropped preto e o touca preta na sua cabeça, tendo –como sempre- os saltos altos nos pés.

- Casal? – Lucy chama em voz alta, Camila e eu cortamos o olhar e a encaramos, só então percebendo que todos nos encaravam, sinto minhas bochechas ficarem extremamente vermelhas – Vão ficar fazendo cosplay de Edward e Bella a noite toda ou vão se sentar conosco e aproveitar nossas companhias?

- E-Eu vou ver se Lea precisa de ajuda com algo... – Solto nossas mãos e beijo sua bochecha, puxando a cadeira para que ela sentasse a mesa.

Pude sentir o olhar de Normani queimando na minha pessoa, Mani ainda não aprovava minhas atitudes e ainda não gostava de Camila, me perguntava quando ela finalmente concordaria que tudo já tinha passado e que não fazia nada bem guardar rancor de uma pessoa que ela tanto se deu bem um dia. Pretendia conversar com ela qualquer dia desses apenas para tentar melhorar o clima entre elas de alguma forma.

Quando entrei na cozinha pude perceber a casa de apavorada de Lea, assim que meu viu ela ficou extremamente branca, quando me aproximei do fogão pude ver a comida queimada, o que me arrancou algumas risadas já que isso nunca aconteceu antes. Minha governanta informou que teve que procurar um tempero e então a comida queimou, pedi para que ela não se preocupasse e ligasse para uma pizzaria pedindo algumas pizzas, escrevi os sabores e abracei ela, que andava bem nervosa nos últimos dias por conta de seu sobrinho problemático.

Voltei para o cômodo onde meus amigos se encontravam e pude ouvir as risadas e as mais variadas conversas, todos já haviam pego alguma bebida e alguma das entradas que estavam postas na mesa. Ocupei o lugar entre Ally e Camila, tendo a mão de Camz em minha coxa alguns segundos depois de me sentar, um costume que ela sempre teve.

Tori e Veronica conversavam animadamente sobre qualquer besteira, mas era claro a animação contagiante que tinham a falar sobre suas apostas; Hannah explicava o que exatamente fazia em seu trabalho, conseguindo ter toda atenção de Normani para si, que ouvia atentamente o que a mulher falava; Ally morria de rir com David sobre alguma outra piada que ele havia contado, os dois sempre foram bem próximos; Lucy, que estava sentada a frente de Camila conversava sobre um fotografo muito famoso que ambas conheciam; Ashley, Dinah e agora eu conversávamos sobre um desfile que teria semana que vem em New York, quando informei que poderia conseguir os ingressos em um estalar de dedos ambas quase tiveram um ataque, pedi para que Dinah me lembrasse no dia seguinte para que pudesse conseguir bons lugares para elas.

Senti o olhar de alguém cravado em mim, assim que parei de dar um pouco de atenção sobre o assunto moda encontrei Camila me analisando com um sorriso tímido nos lábios, entrelacei nossas mãos e sorri de volta. Camz parecia extremamente radiante em estar ali, com aquelas pessoas e principalmente na minha companhia, assim como todos deveriam estar se sentindo.

- Eu amei sua blusa. – Camila comenta, era uma blusa preta com a estampa da Nirvana.

- Obrigada. – Sorrio sem graça – Eu ganhei de um fã, eles dão excelentes presentes.

- Eu imagino, alguns deles sabem tudo sobre você.

- Isso é verdade, tem coisas que eles sabem que eu nem me recordo. – Camila ri – É sério, uma vez eu estava sendo entrevistada e tinha alguns fãs na plateia, Jimmy perguntou o que eu tinha ganho na premiação e eu não lembrava, então a menina listou os três prêmios que eu tinha ganho e eu até brinquei falando que ela era uma Lauren Jauregui melhor que eu. – Rimos e eu pego minha bebida.

Finalmente começamos a conversar entre nós, comecei a contar sobre minha entrevista com Ellen, tendo sua atenção e contando mais detalhes que não deu tempo de contar no telefone quando nós falamos no domingo. Quando perguntei como esses dias haviam sido ela falou sobre seus passeios com Hannah e Tori, assim como contou uma história bem engraçada de um casal que deu entrada na emergência com fantasias, eles estavam algemados um no outro e por algum motivo o retardado havia engolido a chave da algema, o que me arrancou gargalhadas altas e atraiu atenção de todo mundo, fazendo com que Camila contasse a história novamente.

Acontece que Camila e Hailee são responsáveis por uma ambulância, da qual a parceira de Camila dirige e obviamente que precisam levar os pacientes para o hospital para resolver alguns problemas e foi esse o caso. Eles estavam tentando apimentar o relacionamento vestindo fantasias extremamente vergonhosas e ridículas, de acordo com Camila, e eles se algemaram, acontece que enquanto eles faziam algo e ele tinha a pequena chave presa entre os dentes acabou engolindo, a mulher teve que chamar a ambulância e consequentemente eles tiveram que ir algemados e fantasiados ao hospital.

Enquanto Camila contava a história arrancando boas gargalhadas de todo mundo pude escutar a campainha tocar, Lea já estava perto da porta, me levantei para ajudá-la a equilibrar todas as pizzas e consequentemente pagar. Levamos as pizzas até a mesma e espalhamos as mesmas nos espaços onde as panelas deveriam ficar, então a confusão não demorou quase nada para começar, todo mundo falava ao mesmo tempo e tentava agilizar para ajudar Lea com tudo. As pizzas estavam nos lugares certos e na hora de servir cada um queria um pedaço que estava longe demais, Beyoncé começou a tocar –consequentemente fazendo Dinah e Normani começar a berrar a letra de Drunk In Love-, Ally ria da situação enquanto servia fatia da pizza para David, Veronica tentava falar com Camila e para isso falava extremamente alto, Tori ria baixo olhando a cara da esposa que parecia assustada com a confusão.

Nós estávamos extremamente à vontade e parecia uma noite de anos atrás, sempre nos sentimos muito bem naquela loucura que chamávamos de reuniões amigáveis. Os anos poderiam se passar, mas quando juntássemos sempre iria acontecer a mesma coisa: gente rindo, gritando, conversando alto, discutindo por comida e principalmente feliz por estar reunido com aqueles que tanto amam.

- Vocês deveriam brigar com Lauren! – David comenta bebendo sua cerveja depois que todos nós estávamos sentados e conseguindo conversar civilizadamente.

- Porque comigo? – Questiono enquanto cortava a fatia que estava em meu prato.

- Porque você que tem alguns tracks prontos no seu celular para serem colocados no álbum e não se atreveu a mostrar para ninguém! – Comenta como o combinado, ele tinha um sorriso cumplice no rosto.

- Você está confundindo as coisas, estou gravando várias músicas a muito tempo, então não dá para saber quais vão entrar no álbum! – Apoio meus talheres no prato – Mas pretendo fazer uma reunião com algumas pessoas para que as músicas possam ser escolhidas para entrarem no álbum. – Pego os talheres depois de beber o vinho.

- Nós poderíamos ouvir algumas hoje! – Normani sugere animada – Eu gostei de Like Mariah!

- Como assim você tem uma música chamada Like Mariah e não me falou? – Dinah faz uma careta, se fingindo de ofendida – The nerve, Lauren. – Solto uma risada.

- Tudo bem, eu posso colocar algumas mais tarde, ou então podemos fazer um acústico já que David está aqui, podemos pegar os violões e tem um cajon que Tori pode tocar! – Olho para ambos, que parecem concordar no momento, me fazendo sorrir de canto – Nós podemos tocar três músicas que eu tenho certeza que vão entrar no álbum e depois podemos fazer alguns covers, como antigamente.

- SIM! – Ally comemora animada – Vai ser tão legal, por favor, vamos. – Todo mundo ri da reação da pequena.

- Lauren vamos cantar Cry Me a River! – Vero sugere animada.

- É melhor você deixar Lauren cantar, amor. – Lucy beija a bochecha da namorada.

- Verdade, quando você cantava essa música estourava os tímpanos de todo mundo. – Tori lembra todos, arrancando gargalhadas altas e uma cara frustrada de Veronica.

O jantar todo foi cercado de piadinhas naquele estilo, assim como muitas palhaçadas e principalmente recordações dos passeios, encontros, jogos e comemorações que havíamos vivido juntos em grupo, memórias que jamais iriamos esquecer. Aos poucos as caixas das pizzas foram ficando vazias, assim como as garrafas de cerveja e vinho, todos estavam controlados e continuavam conversando animadamente, aparentemente sem querer ir embora e animados para continuar ali.

Tanto Camila quanto eu fazíamos questão de ficar com nossas cadeiras bem próximas uma da outra, tanto que quando acabamos de comer eu a abracei pelos ombros e ganhei uma serie de beijos no meu pescoço e bochecha, até mesmo no canto da boca e na boca, já que ninguém prestava atenção em nós e apenas queríamos aproveitar o pouco tempo que tínhamos juntas.

Olhei para o relógio e sorrir a constar que daqui a pouco meus convidados especiais estariam por ali, convidei David e Tori para subirem, assim nós poderíamos pegar os instrumentos e descer para que pudemos finalmente começar a fazer a nossa roda e consequentemente cantar algumas coisas legais.

Entramos na sala de música e pude ver os olhos de Tori brilharem intensamente com a imagem de tantos instrumentos e o quarto completamente a prova de som, mostrei que o cantinho que dava para gravar algumas coisas independentemente e pude vê-la sorrir extremamente animada com aquele cômodo. Estendi um violão para Tori, pedi para que David levasse o cajon, já que o instrumento era pesadinho, peguei outro violão mais o meu caderno de música, logo começamos a descer as escadas, tendo a visão de todos os nossos amigos sentados no sofá em formato de U perto das paredes de vidro que cercavam o andar debaixo do meu apartamento.

Na ponta do sofá estava Hannah, que tinha Ally ao seu lado esquerdo, então Camila que conversava com Dinah ao seu lado, Normani estava bem no centro do sofá tendo Lucy ao seu lado e Ashley do lado da morena, Vero estava sentada no chão, na frente de Lucy onde ela tinha acesso a sua cerveja em cima da mesinha de centro. Puxei dois pufes, David colocou o cajon no chão e pegou o violão para se sentar em um dos pufes enquanto Tori se sentava em cima do outro instrumento, peguei meu celular e então me sentei no pufe, ajeitando o violão no meu colo.

David instruiu como deveria ser o ritmo da música e eu sorri a saber qual era que iriamos cantar primeiro, Over, apenas David e Lucy haviam escutado aquela, porém eu sabia que seria um bom jeito de introduzir as minhas novas músicas para eles com aquela. Antes de começar a cantar contei a história por de trás da composição, antes que falasse demais abri o caderno com a letra da música, fazendo um sinal com a cabeça para que começássemos. Tori se curvou um pouco e começou a bater no instrumento, iniciando as primeiras notas acompanhada de David e eu no violão.

Uma coisa é você cantar para quem você realmente escreveu, outra totalmente diferente é cantar para pessoas que você ama sem nunca ter colocado os olhos. Enquanto cantava pude perceber todas elas sorrirem com os olhos brilhando, fechei os olhos e finalmente cantei o refrão olhando para elas em alguns momentos, com um pequeno sorriso no rosto. Como estava fazendo nos últimos meses optei por deixar a música falar por mim, expressar o que eu queria tanto dizer.

A música foi se aproximando do final e eu pude ver que todo mundo continuava balançando os corpos no ritmo e tanto David quanto Tori faziam os “Na na na’s” no fundo que antes apenas Dave fazia. O final finalmente chegou e a sala ficou um enorme silencio, todo mundo me olhava um pouco surpreso e todos tinham as bocas entreabertas, levei minha mão até a nuca e sorri desconcertada.

Um público enorme não me intimidava, entretanto, essa pequena plateia de pessoas conseguia ser bem intimidadora do meu ponto de vista.

- Mas a festa não pode acabar. – Vero resmunga assim que eu acabo de cantar a música, fazendo todo mundo rir baixinho.

- Obrigada por me fazer chorar, Laur. – Ally limpa as lágrimas e Camz a abraça pelos ombros, me fazendo suspirar.

- Porra. – Normani exclama, o que me arranca uma risada – Acho que eu já tenho a minha favorita, antes de escutar o resto do álbum... – Sorrio tímida e solto uma risada pelo nariz.

- Tem mais? – Ash questiona interessada.

- Qual você sugere agora? – Questiono para o meu melhor amigo.

David pensou alguns tempinho enquanto eu bebia água e então encarou todo mundo, olhou para Dinah e se recordou –provavelmente- da revolta de mais cedo.

- Vamos continuar com Like Mariah. – Dinah bate palmas.

- Finalmente. – Exclama e eu rio.

- Tudo bem, quando chegar o refrão depois que eu terminar de cantar e eu apontar para vocês, vocês repetem ‘singing like Mariah’, tudo bem? – Concordam com a cabeça – Ótimo, podemos começar agora.

Após instruir Tori e tocar as primeiras notas comecei a cantar, perto do refrão Tori se confundiu um pouco e a instiguei a continuar tocando para que o refrão finalmente fosse cantado, depois do refrão rapidamente apontei para todas, que cantaram bonitinhas junto e me fez sorrir animada com David. Depois do penúltimo refrão Dinah já cantava comigo e eu podia sentir sua animação em fazer aquilo, perto do final parei de tocar e fiz sinal para que elas batessem palmas e então cantassem a última linha comigo, sendo aplaudida em seguida.

- Essa dá vontade de dançar. – Mani comenta – Vai ser legal montar a coreografia dela. – Sorrio animada.

Depois daquilo resolvemos fazer alguns convers da Mariah Carey e como todo mundo sabia as músicas é claro que cantamos todos juntos, Always Be My Baby, seguida de We Belong Together e por último Shake It Off. Tanto Ally quanto Dinah tinham vozes extremamente legais, por elas realmente gostarem das músicas cantaram junto comigo o tempo todo, tendo Tori nos acompanhando em algumas partes, já que ela não sabia a letra toda.

- Isso foi muito legal. – Hannah sorri bebendo o conteúdo dentro do seu copo.

- Nós sempre mandamos muito bem. – Dinah fala como se fosse obvio e todo mundo revira os olhos, rindo.

- O que vocês vão tocar agora? – Camila questiona curiosa, roubando o copo de Dinah.

- Essa música é uma das minhas favoritas. – Rio um pouco ansiosa – Confesso que foi a minha favorita para escrever e eu não gravei nunca ela, mesmo tendo a escrito a tempos...

- Sério? – Ally pergunta surpresa.

- Com quem você escreveu que não quis gravar contigo? - Vero pergunta acariciando a perna de Lucy

- Tori! – Exclamo e todos os olhares do cômodo vão em direção a ela, que franze o cenho – Na verdade eu nunca pedi para ela gravar comigo, mas nós compomos juntas essa canção.

Podia perceber minha amiga um pouco confusa e de quebra chocada, Camila me informou que esses dias que eu estive fora Ed e Tori ficaram bem amigos e até mesmo escreveram algumas coisas juntos, então aos poucos ela estava se acostumando novamente com a ideia de ter a música em sua vida, algo que era exatamente o que eu queria que ocorresse.

- A sete anos atrás, depois de um tempo dela ter se mudado para Miami eu tinha começado a escrever uma música, sobre uma pessoa que sabia como era por dentro mas não tinha ideia de como era por fora. – Olho rapidamente para Camila e então me viro para Tori – Acontece que eu tive um problema com parte da letra e Tori acabou se juntando a mim em um intervalo para me ajudar... – Me recordo com um sorriso, olhando para meus amigos – Acabamos terminando a música e até mesmo a tocamos para todo mundo que estava por perto, não teve uma pessoa que não gostou da música. – Tori não dizia nada.

- Então toquem. – Mani instiga.

- Nós vamos! – Confirmo – E ela ainda vai gravar essa música comigo um dia. – Rio ajeitando o violão.

- Do que você está falando? – Tori parecia mais apavorada do que qualquer outra coisa naquele momento.

- Estou falando que chegou a hora de correr atrás dos seus sonhos! – A encaro – Eu quis trabalhar com cada pessoa dessa sala, tanto para ajuda-las em suas vidas profissionais, quanto para tornar o meu trabalho melhor e o mais real que possa ser... e eu adoraria que você fizesse parte disso. Se nós voltarmos a compor juntas e a cantarmos, ao menos uma música, isso só vai mostrar que eu continuo verdadeira a música que eu sempre quis fazer!

A campainha tocou e eu sabia exatamente quem era, ele havia chego no momento certo. David se levanta para abrir a porta e eu mudo de lugar, me sentando no lugar que David ocupava, Tori me encara um pouco perdida e então olha sua esposa, que tinha um largo sorriso encorajador no rosto.

Tori conseguiu ficar branca como um papel quando viu quem entrava na sala, todos da sala abriram a boca e ficaram completamente chocados quando viram Simon Cowell sorrindo largo ao lado de Louis Walsh, eles cumprimentaram todo mundo e eu podia ver a animação dos meus amigos dobraram ao ver os dois homens com roupas casuais.

- Hey pessoal. – Sorri dando um aceno com a cabeça.

- Oi Simon. – Cumprimentam.

- Como estão? – Louis sorri gentil, mostrando suas lindas covinhas.

- Bem! – Falam juntas.

- Posso ver que chegamos em uma boa hora. – O homem fala sugestivo a ver os violões, todos juntos e o cajon.

- Definitivamente. – Me levanto, o abraçando e fazendo o mesmo com Louis - Simon, essa aqui é Tori Kelly, a mulher que eu te falei... – Os apresento e Tori continua em estado de choque.

- É um prazer... – Estende a mão, minha amiga se levanta e aperta a mesma.

- Estava mostrando as músicas do novo álbum para eles! – Ele sorri.

- Já escolheram suas favoritas? – Louis questiona – Eu gosto de Over!

- É a nossa favorita também, senhor. – Ally comenta e todo mundo ri.

Tori estava muda, entretanto todo mundo foi puxando assunto com aqueles dois homens, que não demoraram para se sentar nas poltronas que eu havia empurrado para a roda. Diferente do que muita gente pensa tanto Simon quanto Louis são pessoas incríveis e muito gentis, amigáveis e fáceis de trabalhar, acontece que na televisão e naqueles programas ambos acabam assumindo uma postura mais séria e consequentemente ficam com fama de chatos.

Louis Walsh se tornou um grande amigo desde a minha primeira ida ao UK, era tudo o que LA Reid nunca foi para mim, o senhor foi tão legal que pediu para que eu mandasse minhas novas músicas para ele pessoalmente, tanto que ele já sabia a letra de Worth It e estava cantando a mesma para minhas amigas, que riam com o homem.

Simon conversou baixinho comigo por alguns instantes, podia sentir seu olhar fixo em Tori, com o pequeno sorriso soube que ele havia gostado do estilo de Tori de se vestir, quando me encarou por um instantes com a cara de “então?”, pude perceber que ele estava curioso e ansioso para ouvi-la cantar, o que me deixou ainda mais animada e esperançosa.

A primeira coisa que Simon e eu havíamos combinado caso ele gostasse da voz da minha amiga seria que ele assinaria um contrato com ela, informei que eu a auxiliaria em tudo que ela precisasse e até mesmo a deixaria abrir a minha próxima turnê para que o trabalho dela pudesse ser divulgado. Depois de horas e horas no telefone com Simon consegui convence-lo a ir até a minha casa, ouvi-la e dar uma chance.

- Está tudo bem? – Me sento ao lado de Tori quando Simon pede licença para usar o banheiro.

- O que você está fazendo? – Me olha apavorada – O que eles estão fazendo aqui?

- Eu falei de você para Simon, ele vai te ouvir cantar e...

- Lauren eu já tentei e não deu certo, porque daria agora? – Questiona levemente irritada.

- Porque agora é diferente, nós duas sabemos que você é capaz, tem todo o conhecimento necessário e sempre quis isso mais do que qualquer coisa, tanto quanto eu! – Assumo uma postura séria e totalmente cuidadosa – Hoje você tem uma oportunidade, você precisa mostrar o quanto quer isso para eles... – Me encara apavorada – Dear No One pode estar no meu álbum, pode ser o seu single e muitas coisas podem acontecer... é só você mostrar o quanto quer isso, se você não quiser nós podemos parar por aqui e eu posso falar para Simon que você acha que não seja uma boa ideia, você volta para o Canadá esse final de semana e então volta a trabalhar com...

- Não. – Segura a minha mão.

Sabia que era difícil para ela assumir aquela postura, sabia todo o medo e insegurança que Tori sentia, entretanto eu não queria deixar que ela jogasse uma chance como aquela no lixo.

– Ok, eu quero tentar... – Murmura.

- Tori, é o seu sonho, você não pode desistir dele... – Sorrio terna, acaricio suas mãos – É isso que te move, se ele se realizar vai ser uma das melhores sensações do mundo, te garanto! – Olho para o lado e vejo Hannah, se abaixando do seu lado.

- Você tem algo a ver com isso? – Questiona e Hannah faz uma cara de desentendida, o que me faz rir.

- Você me ajudou a seguir o meu sonho, porque eu não faria o mesmo com você? – Suspira com um pequeno sorriso, acariciando o rosto da esposa – Nunca se é tarde demais para conseguir o que quer, você tem talento, é esforçada e agora tem uma oportunidade.

Tori nos encarou por um longo tempo. Eu entendia ela, de uma certa forma. É frustrante você tentar algo por anos e anos, respirar e viver lutando por algo que você quer mais que tudo e nunca conseguir sair do lugar. Eu tive a sorte de ser encontrada em um pub, Tori teve sorte de tropeçar no pé de Katherine e se tornar minha amiga, eu estava apenas abrindo uma porta que alguém já deveria ter aberto faz tempo para ela.

- E-Eu... posso cantar outra coisa? – Sorrio de canto, consegui faze-la mudar de ideia – Uma música nova?!

- Como você quiser... – Sorrio – O pufe é seu... – Rimos baixo e então eu me levanto, piscando para Hannah e indo me sentar ao lado de Camila.

- O que está acontecendo? – Camz questiona.

- O sonho de Tori está se tornando realidade... – Sussurro vendo Simon ocupar a poltrona, abraço Camila e beijo sua cabeça.

Todo mundo foi parando de conversar aos poucos quando perceberam que Tori se levantava e ajeitava o violão. Minha amiga pegou a palheta com David e todos se calaram, ela se apresentou e disse que diferente do que eu havia dito iria cantar uma outra música, antes de começar ela pediu para Hannah, Vero e Lucy começarem a bater as mãos em um certo ritmo; se aproximou de mim, Ally e David pedindo para que nós fizéssemos um barulho com a boca –e quando ela fizesse um sinal nós deveríamos falar determinadas palavras-; pediu que Normani, Camila e Ash estalassem os dedos em um ritmo. Após isso como se fosse um maestro organizou o ritmo e começou a tocar as primeiras notas no violão, sorrindo timidamente e começando a cantar.

No final da do primeiro refrão quando ela segurou a primeira nota mais alta, Simon me encarou surpreso e eu sorri dando dado de ombros enquanto fazia o som com a boca. Durante a música todo mundo já sabia o refrão, o que gerou várias segundas vozes, porém todo mundo parou quando ela fez uma nota fodidamente alta, continuou cantando e soltou uma risada nasal por ter causado aquela reação.

- Ain’t nobody love like you do-oo-o... – Cantou a última linha e todo mundo começou a aplaudir de pé e gritar em apoio, o que fez Tori rir sem graça e negar com a cabeça.

Percebi o sinal que Simon havia me dado, apenas comecei a convidar o pessoal para irmos pegar bebidas, o que todos eles logo entenderam e como não são nada discretos começaram a falar alto e agir totalmente de uma forma estranha. Quando entramos na cozinha todo mundo se calou, ficando perto da porta para ouvir o que eles falavam, Camila tinha o corpo colado no meu e Dinah empurrava a cabeça dela para poder ouvir melhor.

- Não vai dar para ouvir, gente... – Sussurro.

- Se você não calar a boca a gente não vai conseguir ouvir nada mesmo... – Dinah rosna.

- Grossa... – Reclamo e Camila ri enquanto me olhava, seguro em sua cintura e pisco para ela.

Dava para ouvir uma palavra ou outra, mas nada concreto. Sabia que Simon iria pedir para que ela fosse até os estúdios e outras pessoas pudessem ver sua voz melhor, consequentemente opinar e então dar o veredito final, mas Tori ter cantando aquela música foda e alcançando as notas foi praticamente como um chute na porta da Syco Records, que definitivamente iria assinar com ela.

Nós ficamos todos ali na cozinha e então escutamos passos, a cena foi cômica: David e Vero voaram para a geladeira, aonde começaram a procurar alguma bebida; Ally e Ash se sentaram nos banquinhos altos e começaram a fingir que conversavam; Lucy, Normani e Dinah começaram a rir no canto da cozinha; puxei Camila pela cintura e beijei a ponta de seu nariz, ela ria da cara de pau dos nossos amigos fuxiqueiros.

Tori e Hannah tinham sorrisos enormes e minha amiga parecia que estava a ponto de ter um surto, porém ela estava contida já que Simon e Louis estavam atrás, ainda abraçada em Camila ofereci algo para eles beberem e ambos aceitaram. Todos nós acabamos agindo normalmente e nos sentamos novamente, apreciando um bom vinho e conversando.

(...)

- Elas não vão acordar... – Abraço Camila por trás, que observava Dinah e Ally dormindo no sofá.

- Também acho que não. – Rimos baixinho e eu a puxo escadas a cima – Onde estamos indo?

- Ver a mais linda vista da cidade. – Empurro a porta da sacada.

Todos já haviam ido embora, afinal era um pouco tarde, e como Ally e Dinah estavam mortas no sofá achei que seria legal entreter Camila antes dela ir embora, afinal queria passar um tempo sozinha com ela. O céu tinha algumas nuvens extremamente cinzas que deixavam a noite meio feia, iria chover a qualquer instante.

Puxei Camila pela mão e nós nos deitamos no sofá que tinha ali, ela deitou com a cabeça sobre o meu braço e me abraçou, ficando completamente agarrada mim, seus cabelos longos ficaram espalhados pelas almofadas e sua touca já havia caído de sua cabeça. Nós nos olhávamos estava aquele clima gostoso de quase beijo, fiquei meio de lado e acariciei o rosto dela com a mão que eu podia, colando nossos lábios por alguns segundos logo em seguida.

- O que você fez por Tori foi incrível... – Camila comenta enquanto brincava com as pontas dos meus dedos, sorrio de canto e levo uma mecha de seu cabelo para trás da sua orelha.

- Tenho certeza que ela faria o mesmo caso estivesse no meu lugar! – Concorda com a cabeça – Todos os dias pessoas me dizem que eu os instigo a irem atrás dos seus sonhos e até mesmo conseguir realiza-los, que tipo de pessoa eu seria se não ajudasse as pessoas a minha volta a realizarem seus sonhos?

- Você é incrível, sabia? – Reviro os olhos.

- Só faço o que eu gostaria que as pessoas fizessem caso eu estivesse no lugar deles. – Aproximo nossos rostos.

Camila fechou os olhos e deu um pequeno sorriso, roço nossos narizes e sinto um carinho delicado em meu maxilar, não demoro a ser puxada em sua direção. Nossos lábios se roçaram superficialmente, mordo levemente seu lábio inferior e não demoro para chupar o mesmo, roubando uma série de longos selinhos que sempre ameaçavam se tornar beijos mais intensos.

- Humm... – Resmunga assim que separo nossos lábios – Eu acho que senti um pingo.

- Eu também... – Me curvo, capturando seus lábios novamente, sem me importar muito com o que ela havia dito.

Nosso beijo começou bem simples, sua língua percorreu todo o meu lábio inferior, o sugando por um bom tempo e me deixando levemente arrepiada com a forma que ela havia feito aquilo. Assim que sua mão foi para a minha nuca invadi sua boca com a minha língua, a sentindo pressionar seu corpo ainda mais contra o meu. Sempre que nós nos beijávamos era como se eles apenas ficassem melhores e mais intensos, quando terminavam deixavam aquele gostinho incrível de quero mais.

Separei nossos lábios e me ajeitei melhor no sofá, Camila fez o mesmo e eu logo a puxei para se sentar no meu colo, tendo uma perna sua em cada lado do meu corpo e ela sentada de frente para mim, apenas para iniciar um novo beijo.

Minha mão acariciava sua cintura e eu a puxava o máximo possível contra mim, apenas para sentir o calor gostoso do seu corpo contra o meu. Seus lábios se chocavam contra os meus a procura de um contato maior e nossas línguas se buscavam sedentas para que saciássemos a vontade e saudades que sentíamos uma da outra. Minhas mãos desceram acariciando suas coxas macias que estavam um pouco geladas e Camila começou a distribuir beijos pelo meu maxilar, parando perto da minha orelha e mordendo o lóbulo da mesma.

Ela tinha razão quando disse que um curto período de tempo é o suficiente para nos fazer ter saudades uma da outra.

- MEU DEUS, SERÁ QUE VOCÊS PODEM PARAR SÓ UM POUCO DE SE AGARRAR? – A voz de Dinah ecoa pelo local e Camila se afasta um pouco de mim, arregalo os olhos assustada – Eu estava preocupada com o horário por conta do seu plantão amanhã e você se agarrando com a fantasminha ai. – Revira os olhos – Karla isso é jeito de uma mulher com saia se portar? Depois sou eu que faço você passar vergonha, né?! – Solto uma risada baixa e Camila sai do meu colo, puxando a saia um pouco para baixo.

- Eu já vou, Dinah. – Rosna irritada e eu rio ainda mais.

- Estou lá embaixo, não me façam subir de novo. – Reviro os olhos e então nos levantamos do sofá.

- Dinah consegue ser tão desagradável as vezes. – Comento, com um sorriso sem graça.

- Muito desagradável... – Sussurra e eu rio, puxando seu corpo contra o meu, colando nossos lábios em seguida – Mas eu amei passar a noite com todo mundo e com você.

- Digo o mesmo... – Roubo um selinho e roço meu nariz em seu pescoço – A gente combina de ser ver ainda essa semana, certo?

- Uhum... – Segura o meu rosto e cola nossos lábios mais uma vez.

Não pudemos nos beijar por muito tempo, uma grossa chuva começou a cair, rindo separei nossos lábios e a puxei pela mão, correndo para dentro de casa aonde estava bem mais quente e definitivamente mais seco. Passo minhas mãos pelo cabelo e rio, vendo Camila com uma roupa meio molhada, me aproximo e beijo seus lábios, tendo meu pescoço envolvido por seus braços finos.

- Eu te acompanho até a porta, vamos.

- Tudo bem... – Entrelaça nossos braços e começávamos a descer as escadas.

Acredito que se apaixonar é como a chuva, começa fininho e sem você perceber já é algo intenso e assustador. Mas o engraçado é que, em dias de chuvas fortes, apenas os corajosos têm coragem de andar pelas ruas a enfrentando, assim como são apenas os corajosos que tem coragem de enfrentar e aceitar o sentimento tão intenso que é o amor.