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História Letters To Camila - Segunda Temporada - Cool Stuff


Escrita por: itscamren-yo

Notas do Autor


Hey pessoal,
POR FAVOR LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Sugiro a música Not Alone do McFly e depois Paper Hearts da Tori Kelly.
LEIAM AS NOTAS FINAIS
LEIAM AS NOTAS FINAIS
LEIAM AS NOTAS FINAIS
LEIAM AS NOTAS FINAIS
LEIAM AS NOTAS FINAIS
LEIAM AS NOTAS FINAIS
LEIAM AS NOTAS FINAIS
Boa leitura:

Capítulo 4 - Cool Stuff


Fanfic / Fanfiction Letters To Camila - Segunda Temporada - Cool Stuff

Toco a campainha e espero alguns minutos, a porta se abre e eu sorrio debochada.

David tinha uma toalha enrolada na cintura, seu cabelo estava molhado, assim como o seu corpo. Agora meu melhor amigo era malhado e tinha um corpo bem mais definido. Ele me encarava com os seus olhos castanhos intensos e eu estava levemente desconcertada com aquele olhar.

- Lauren? – Franze o cenho, passando a mão pelos cabelos castanhos claros – O que faz aqui?

- Vim te mostrar uma coisa. – Levanta uma sobrancelha e dá espaço para que eu entre – Eu compus uma coisa ontem à noite e realmente queria saber o que você acha, eu não estou conseguindo achar uma melodia legal e...

Fica me encarando por um longo tempo, por isso me calo.

- Você está falando sério? – Cruza os braços e me encara – Você não pede minha ajuda para músicas a um bom tempo, isso é algum tipo de piadinha?

Aquela pergunta fez eu me sentir uma completa idiota. David e eu havíamos ficado bem afastados, mesmo continuando fazendo parte da minha vida profissional ele não fazia mais parte da minha vida pessoal, meu melhor amigo e eu havíamos tido uma briga um dia e então depois nada nunca mais foi igual.

Tinha dias que tudo parecia voltar ao normal, porém nós acabávamos ficando um estranho com o outro no dia seguinte.

- Eu só tenho saudades de compor com você... – Sinto minhas bochechas ficarem vermelhas e ele me encara.

- Eu vou trocar de roupa, espere aqui. – Some pelo corredor e eu encaro seu apartamento.

Eu nunca havia entrado nesse apartamento, David ganhava muito bem também, porém ele tinha uma consciência muito grande e por isso não gastava muito. Ele e Ashley continuavam juntos depois de tantos anos, ela morava em New York e David tinha planos de pedi-la em casamento e eu só sabia disso porque o ouvi falando com a sua mãe no telefone sobre ela ajuda-lo a comprar uma aliança.

Agora nós éramos dois estranhos, completamente estranhos, eu havia sido a melhor amiga que o ajudou a conquistar a sua futura esposa, porém talvez não fosse a melhor amiga que estaria lá para vê-los ficarem noivos.

- Você é podre de rica e não compra um caderno melhor? – Sorrio sem graça e ele se joga no sofá.

- Eu sou meio apegada a certas coisas... – David concorda com a cabeça.

- Aonde você parou na música?

- Na verdade são nas músicas! – Me encara um tanto quanto surpreso – Eu escrevi a letra de todas elas, porém não consigo achar melodias legais, que se encaixem com as letras, entende?

- Já pediu ajuda para Julian? – Julian me ajudava a montar os arranjos das novas músicas.

Depois da briga que eu tive com David, na qual ele havia me chamado de estrelinha irritante, eu fiz questão de meio que começa-lo a exclui-lo do processo de criar novas músicas e até mesmo das apresentações. Geralmente nos shows eu sempre ia cantar ao seu lado em todas as músicas, depois da briga eu parei de ir cantar ao seu lado ou falar com ele depois e antes dos shows.

Eu havia mudado a muito tempo, com muitas pessoas e não havia notado isso. Acontece que quando você começa ver todo aquele dinheiro entrando, todas as pessoas que você conhece a sua disposição e prontas para fazer absolutamente tudo o que você quiser as coisas começam a mudar. Quando eu vi que as pessoas fariam qualquer coisa por mim o sucesso começou a subir a minha cabeça, e foi ai que eu comecei a desandar, achava que poderia substituir o que pessoas insubstituíveis significavam na minha vida e passei a querer que pessoas que me tratavam normalmente me tratassem como se eu fosse o centro dos seus mundos.

- Não, quero a sua ajuda. Como nos velhos tempos, sabe?!

- O que eu perdi? – Me encara sério, aperto meu caderno de música, sentindo meus dedos ficarem ainda mais brancos.

- Eu sinto muito... – Ele levanta uma sobrancelha – Esses dias eu fui para Miami, minha mãe finalmente jogou na minha cara como eu havia mudado com aqueles que eu amo. E acho que com você foi o pior de todos, porque nós convivemos todos os dias nesses seis anos de carreira e eu fui uma completa idiota com você, muito injusta... – David concorda com a cabeça.

- Não foi só comigo, Lauren. – Cruza os braços – Eu vi as fotos que saíram de você com Dinah, sei que você está tentando se redimir com todo mundo e acho que isso é um grande passo para você, porque Lauren Jauregui, orgulhosa do jeito que é voltando atrás é uma grande evolução! – Ri debochado e eu mordo o interior do meu lábio – Só que você já reparou como você trata Keyci agora? O pessoal da banda e até mesmo suas antigas dançarinas...

- Eles não gostam de mim.

- Mas gostavam! – Os defende – Você mudou demais nesses seis anos, se tornou uma Lauren que eu jamais imaginei que seria. Não perdeu sua essência e muito menos a sua educação e as coisas que seus pais te ensinaram, você só poupa algumas pessoas disso. – Coça a testa, totalmente sem jeito – Eu jamais iria sair difamando você, suas antigas amigas também... mas e essas pessoas que não te conhecem de verdade e só conhecem esse seu lado insuportável de estrela mimada, não pensariam duas vezes em dar um furo de reportagem. – Suspira cansado, encaro minhas mãos – Laur, olha para mim. – O encaro – Não é porque você tem dinheiro e o mundo aos seus pés que você precisa mudar... faça mudanças positivas, ensine as pessoas serem educadas e a serem a Lauren maravilhosa de anos atrás. Você prega uma coisa em frente às câmeras e é totalmente oposta atrás delas.

- É difícil, David. – Sinto meus olhos arderem e ficarem completamente marejados – Sei que o que eu fiz não tem desculpas suficiente, eu só não sei lidar com tudo até hoje. Todo mundo espera tanto de mim, milhares de garotas se espelham em mim, as pessoas acham que eu tenho que ser perfeita o tempo todo e que eu não posso errar... porém existem tantas pessoas esperando apenas um único erro para me julgar para sempre e... – Ele se levanta e segura o meu rosto, me fazendo olhar no fundo de seus olhos.

- Então, Laur... elas se espelham em você, cadê a Lauren gentil, engraçada e humilde de anos atrás? Aquela que tiraria a própria roupa do corpo para dar para qualquer outra pessoa que estivesse precisando? Tenho certeza que todo mundo iria amar se espelhar nessa Lauren – Suspiro e ele sorri – Você está sendo tão idiota, está cobrando tanto de si mesma e descontando em pessoas que não tem absolutamente nada a ver com a sua briga interna consigo mesma. Que tipo de pessoa faz toda comida do camarim ser jogada no lixo porque não gostou de um dos pratos? Ou despedir um segurança por ele ter pisado no seu pé? Lauren não acreditei quando você quase bateu naquele paparazzo porque ele estava te esperando sair do restaurante. – Suspira derrotado - Você quer são tão boa e tenta ser tão superior que esquece que é ótima e superior sem tentar... sendo você mesma.

- David... – Ele levanta a mão, pedindo para que eu fique em silencio.

- Antes você era tão gentil, tocou de graça e fez todo mundo da escola se sentir comovido para ir em uma festa que levantava fundos. Você tirava sua jaqueta para emprestar para as pessoas, abria portas e todas essas coisas que sempre te fizeram a pessoa maravilhosa que é. Só porque você tem dinheiro não significa que você pode fazer o que quiser e menosprezar todo mundo, antes você era como qualquer uma dessas pessoas. Foque nas pessoas que te fazem bem e apenas trazem o seu melhor, seja você mesma e não tenha medo do que as pessoas vão pensar, se você ficar pensando em cada pequena coisa que todo mundo vai dizer, você nunca vai ser feliz! – Conclui e eu limpo uma lágrima que rolava pela minha bochecha.

Sem me conter abraço David, percebo que meu melhor amigo fica totalmente surpreso com aquilo e sem reação, porém ele devolve o abraço e eu o aperto ainda mais contra o meu corpo, suspirando extasiada com aquele contato.

Então eu comecei a chorar, porque tudo o que ele havia dito era verdade. Eu não mudei apenas com as pessoas que eu amo, mudei com todos, passei a tratar todas as pessoas mal e só tratava bem aquelas que pudessem trazer algum benefício para mim... essa foi a forma que eu achei de tentar me ajustar no meio que eu vivia, porém ninguém me forçou, eu fiz isso porque foi o caminho mais fácil.

Quando você é boa todo mundo acha que pode pisar em você, pode usar do seu bom caráter para subir na vida de alguma forma –seja você uma celebridade ou não-, mas você sempre deve ser verdadeiro consigo mesmo e colocar em mente que ser bom não é sinônimo de ser trouxa.

O meu problema é que eu vim de um lugar em que as pessoas que eu fazia questão de me cercar não viam fortuna ou alguma forma de subirem comigo na vida, a partir do momento que passei a ser rodeada por pessoas ruins e com intensões ruins eu acabei perdendo quem eu realmente sou para poder me proteger de alguma forma.

Mas isso não justifica, nada justifica a forma que eu tratei aqueles que amo.

- Me desculpe... – Sussurro e ele acaricia minhas costas.

- Está tudo bem... – Afasta nossos corpos – Me prometa... prometa que você vai ser do jeito que sempre foi, com todo mundo... – Olha para os lados apenas para ter certeza absoluta que ninguém iria olhar o que ele estava fazendo, estende o dedinho, rio e estendendo o meu, entrelaçando os mesmos.

- Eu prometo. – Sorrio e ele sorri piscando para mim.

- Ótimo, agora venha, nós temos músicas para compor. – Me ajuda a levantar, me arrastando para uma sala que era cheia de instrumentos.

Nós nos sentamos, eu no piano e ele em uma cadeira do lado do instrumento enorme com um violão em mãos. Ficamos compondo por cerca de quatro horas sem parar, isso ocupou a tarde toda. Ficamos todas essas horas em meio a risadas, palhaçadas, lembranças de coisas que marcaram a nossa vida e principalmente conseguindo criar todas as melodias para as cinco músicas e meia que eu havia composto.

Começamos a sentir fome e decidimos ir para o McDonalds, o que seria bem engraçado já que sempre dava tumulto, porém David adorava quando isso acontecia, ele gostava de ficar gritando junto com as meninas, o que me fazia rir. Pegamos o carro e eu mandei uma mensagem para Big Rob, David dirigiu sem qualquer pressa para o restaurante e eu fiz uma careta quando vi que o lugar estava lotado, eu iria morrer se acontecesse um tumulto e não tivesse ninguém para me ajudar, acabou que David decidiu descer sozinho.

Enquanto eu mexia no celular alguém bateu na janela do carro e eu encarei, tendo o meu rosto fotografado, respiro fundo e encaro o meu celular, tentando ignorar o barulho irritante das máquinas fotográficas. Eles batiam nos vidros do carro de David –que diferentes do meu não eram escuros para que não desse para ver quem estava dentro dele-, mas é claro que os paparazzis sabiam que eu estava lá.

Escutei gritaria e quando eu olhei para frente vi que algumas meninas estavam em volta de David, o puxando para tirar fotos, ele ria e dava atenção para elas. Porém assim que ele subiu o olhar e encarou o carro cheio de paparazzis ficou levemente nervoso e começou a andar em direção ao carro, as meninas o seguiam e assim que me viram dentro do carro correm em direção a ele, acenando e tirando fotos.

Meu melhor amigo entrou no carro e jogou o saco com os lanches no meu colo, eu sorria e acenava para as fãs que me olhavam totalmente surpresas, David pediu para que elas se afastassem do carro, porém elas não ouviam, abaixei o vidro e o barulho de fotos ficou ainda mais alto.

- Vocês estão namorando? – Um paparazzi pergunta.

- Meninas será que vocês poderiam se afastar, nós precisamos sair... – Sorrio sem graça.

- Você pode tirar uma foto? – Encaro David e ele dá de ombros, apenas concordo com a cabeça e uma das meninas corre, empurrando os paparazzis – Eu amo você... – Sorrio colocando um pouco do meu corpo para fora e então tirando a foto com ela.

- Eu também amo você... – Sorrio e logo as outras meninas começam a se aproximar.

Eu tirei doze fotos ao todo e então me despedi delas, acenando com um largo sorriso por estar fazendo elas felizes com apenas uma foto. Graças ao transito David e eu fomos comendo dentro do carro, o que gerou uma sujeira dentro do mesmo e muitas risadas, já que toda hora que eu ia morder ele brecava o carro para que eu me sujasse inteira.

Ele estacionou na frente do meu prédio e eu me despedi dele, o abraçando e dizendo que no dia seguinte nós nos encontraríamos de novo, antes de eu descer ele sorriu e concordou com a cabeça.

- Ótimo, senti saudades de passar um tempo com a minha melhor amiga. – Pisca e eu sorrio.

É claro que tudo não estava cem por cento ainda, David parecia travado, como se eu pudesse a ser o que eu era desde a última vez que nós nos encontramos... porém sedia aos poucos, nós ainda iriamos voltar a ser o que sempre fomos.

O meu porteiro não demorou para abrir a porta do prédio, entrei no mesmo e sorri largo para o homem, que ficou surpreso com o meu gesto. Entrei no elevador e apertei o botão que levava ao último andar, na cobertura, enquanto subia comecei a encarar o meu reflexo no espelho e pude ver que havia molho no canto da minha boca, limpo aquilo e rio sozinha.

A porta do elevador se abre e eu me sinto ansiosa para entrar em casa, pela primeira vez sem ter aquele sentimento de estar sozinha, mesmo não tendo ninguém para fazer companhia. Andei em direção a porta do meu apartamento e abro a mesma, dando de cara com a escada que levava para o segundo andar, viro o meu rosto e vejo o enorme apartamento completamente organizado.

Fui para a cozinha, abri a geladeira para pegar uma garrafinha de água. Assim que chego na sala das visitas começo a olhar para fora, o meu apartamento era completamente espelhado, o que fazia ficar completamente iluminado pela parte do dia e não importando qual parte do mesmo proporcionando uma vista dos prédios ao lado. Subo as escadas que dava para o segundo andar, vejo a sala da televisão e continuo andando, não sem antes arrancar meus coturnos, os deixando no meio do caminho. Arrasto a porta de vidro que dava para a enorme sacada -que mais parecia um terraço- e sorrio com a vista, da sacada eu tinha uma linda vista da cidade toda, ou parte dela, fora o conforto por conta dos sofás estofados próprios para ficar ao ar livre.

Sem me conter pego meu maço de cigarro dentro do bolso interno da jaqueta e arranco minhas meias, a jogando em cima da grande mesa de madeira escura que tinha para jantares e almoços, tiro um cigarro e jogo a caixinha do lado das meias, tirando a minha jaqueta só depois de ter pego o meu isqueiro. Acendo o cigarro e do uma longa tragada, apoiando meus braços na sacada, encarando aquela cidade que tinha o céu alaranjado, dando os primeiros sinais que o sol iria se pôr.

Para ser bem sincera não havia coisa que me relaxava mais do que aquela linda vista.

Seguro o cigarro entre os lábios e levo minhas mãos até os meus cabelos, fazendo um coque mal feito com o mesmo. Do uma longa tragada e me debruço ainda mais contra o parapeito da sacada, me endireitando logo em seguida com medo de cair.

Agora o sol começava a sumir aos poucos, o sol estava se pondo e tornava tudo ainda mais belo. Se você olhasse para baixo via toda a movimentação louca da cidade que com toda a certeza nunca dormia, via aquelas pessoas que poderiam facilmente ser comparadas a formigas. As pessoas de New York estavam sempre ocupadas, centradas demais em seus objetivos para se importar com as pessoas ao seu redor ou absolutamente tudo o que acontece a sua volta... são pessoas extremamente solitárias, por vontade própria, porém se unem por terem o mesmo objetivo: o sucesso.

Quando me mudei para cá achei a cidade simplesmente maravilhosa, ainda acho, porém com o passar dos dias uma sensação ruim foi tomando conta, essa cidade não te acolhe. As pessoas são extremamente egoístas, só são gentis se isso for útil para elas mais tarde. Você tem colegas de festas, não amigos da vida. Devo dizer que New York além de ser a cidade das oportunidades é a cidade dos interesses, ninguém se importa com você de verdade, não aqui.

Vai ver parte de eu ter mudado tanto havia sido a convivência com essas pessoas vazias, vai ver era apenas eu me adaptando ao ambiente.

Termino meu cigarro e não me movo até que o Sol tenha se posto totalmente, me viro para a mesa, colocando o cigarro no cinzeiro e pegando a garrafinha de água. Entro dentro do apartamento. Começo a andar e tropeço nos coturnos que eu havia largado de qualquer jeito, reviro os olhos e continuo andando em direção ao meu lugar favorito do meu apartamento de New York.

Antes de ir para os cômodos mais privados qualquer pessoa tinha que passar pelo grande corredor, nesse corredor haviam várias portas com diferentes cômodos para se entrar, o corredor extenso também poderia ser considerado o meu hall da fama. No lado direito do corredor ficavam todos os meus prêmios em prateleiras –exceto os do TCA, já que aquelas pranchas ocupam muito espaço-, fazia questão de cada prêmio ali, valorizava cada um... desde o mais simples até o mais importante, todos eram sinônimos do reconhecimento que recebo pelo o que eu faço. Olho para a outra parede e me deparo com meus discos de ouro e os de platina, fora os outros certificados que eu havia recebido com o decorrer da carreira.

Continuo andando e só paro quando fico na frente da porta que ficava do outro lado do corredor da porta do meu quarto, aquele definidamente era o meu cômodo favorito. Abro a porta e acendo as luzes, aquele ato fazia o meu coração acelerar e fazia eu me sentir extremamente acolhida, amada.

Entrei na sala e não me importei em ter deixado a porta aberta, passei ao lado do lado esquerdo do cômodo, que tinha prateleiras com caixas de plástico, em cada caixa continha dos mais variados presentes de fãs... desde ursinhos de pelúcia até livros, presentes como acessórios e roupas eu guardava no meu armário, vivia usando as coisas que meus fãs me davam já que eles tinham um bom gosto e sabiam o que me agradava. Cada caixa era separado por categoria e tinha uma palavra anotada na frente, indicando o que continha dentro.

Na outra parede estavam mais prateleiras e mais caixas, porém naquela parede continha cartas, pinturas e desenhos que ganhava dos meus fãs, porém havia uma divisória das que eu já havia visto dos que eu não tinha visto.

Claro que com seis anos de carreira eu havia recebido muito dessas coisas, por isso de seis em seis meses eu era obrigada a fazer doações ou então guardar meus presentes favoritos em depósito. Os livros eram colocados nas prateleiras do meu escritório, assim como as roupas e acessórios favoritos eram guardados no meu guarda-roupa, DVDs e CDs eram colocados nas prateleiras da sala de televisão. Sempre tentava manter tudo comigo, não gostava de dar essas coisas embora, porque haviam sido dadas para mim com todo o amor do mundo.

Na outra parede estavam porta-retratos pendurados com fotos da minha pessoa de braços abertos e a plateia que me assistia no dia, em cada porta retrato estava gravado o dia e o lugar que eu estava. Amava ter a lembrança de cada lugar que eu me apresentei, principalmente se foi um público incrivelmente enorme como de alguns países.

Ando até o sofá de couro preto, confortável que tinha no meio do cômodo e eu sempre acabava deitando lá e ficava lendo as coisas maravilhosas que me mandavam. Pego o computador que deixava por lá e ligo o mesmo, entro no Twitter e começo a visitar perfis para ver o que havia acontecido, meus fãs eram bem engraçados. Todo mundo estava surtando por conta de ter saído fotos minhas com David, todo mundo sabia que nós sempre fomos melhores amigos, grande parte parecia feliz pela nossa amizade ter voltado.

Digitei algumas palavras no search e comecei a descer os tweets, achando um que chamasse a minha atenção, clico no perfil e vejo que eu não a seguia, começo a ler as coisas que a garota falava e o meu coração começou a ficar minúsculo, ela desabafava sobre como as coisas estavam difíceis em sua vida e como eu era a única coisa que fazia ela continuar, mas que não valia muito a pena mais porque eu nunca iria nota-la. Cliquei no botão para segui-la e então cliquei na DM, escrevendo algumas palavras que eu esperava que fosse reconforta-la.

Me levanto do sofá e encaro aquele cômodo enorme, sem saber o que fazer em seguida, ando até as cartas e pego dez delas, voltando me sentar no sofá para lê-las e então ser reconfortada por pessoas que eu nunca havia visto ou conversado na vida. Em três cartas me mandaram fotos, duas eram de tatuagens uma eu mesma havia escrito ‘Let it go’ para a pessoa tatuar e a outra era a letra de uma das minhas músicas na costela, já a outra era foto de duas meninas abraçadas na carta ela havia me agradecido por ter feito eu conhecer sua namorada.

Fiquei quase duas horas dentro do quarto, ler algumas cartas só queriam me fazer ler mais e mais delas, isso resultava na minha pessoa lendo cerca de trinta e cinco a quarenta cartas de fãs quase todos os dias.

Me levanto do sofá e pego as cartas, as levando para o lado de já lidas. Olho para o quarto pela a última vez, apago as luzes e então fecho a porta. Ando com o celular na mão, um tanto quanto entediada e sem saber o que fazer, desço as escadas e sem prestar atenção em nada a minha volta ascendo a luz da cozinha.

- LEA! – Levo a mão até o peito e a senhora ri – Você me assustou.

- Me desculpe, Sra. Jauregui. – Sorri fraco, parecia bem abatida.

- Eu te desculpo... – Sorrio gentil, colocando meu celular em cima da bancada – Está tudo bem? Aonde está o sorriso da melhor governanta de todos os tempos? – A senhora sorri timidamente – Ah, bem melhor assim.

- Estou passando por alguns problemas familiares, eles só têm tomado conta dos meus pensamentos nos últimos dias... – Suspira, dando um gole no copo de água – Mas isso não importa, está com fome? Posso fazer algo para você comer e...

- Senhora? Assim você quebra as minhas pernas, ainda sou jovem! – Rimos, ando até a dispensa e começo a olhar o que tinha ali – Hoje sou eu que vou cozinhar para nós, você gosta de macarrão a carbonara? – Sorrio de lado e ela levanta as sobrancelhas, levemente surpresa.

- Que isso, Lauren, eu mesma faço questão de...

- Nada disso, hoje eu vou cozinhar! – Sorrio – E faço questão que você escolha um vinho, vamos conversar...

Lea Rodrigues estava comigo a cinco anos, uma mulher de cinquenta e dois anos com uma aparência de mulher batalhadora, nunca invadiu a minha privacidade ou deixou que absolutamente nada saísse daquele apartamento, confio naquela senhora de olhos fechados e nas faxineiras que ela traz para a minha casa para ajudar na limpeza, já que o apartamento de dois andares é enorme. A governanta definitivamente estava na minha lista de pessoas que eu jamais me atrevi a tratar mal, não existiam motivos, ela me tratava como se eu fosse sua filha.

Liguei o som e coloquei uma música legal, prendi o cabelo e lavei as mãos, piquei todos os ingredientes necessários para a comida e comecei a conversar com a minha governanta sobre os mais variados assuntos, isso incluía sua família.

Acabei descobrindo que Lea havia trazido um sobrinho para morar em New York, o garoto estava à procura de oportunidades e acabou achando as drogas, se metendo com um pessoal barra pesada e atualmente estava na cadeia. Não soube o que dizer para aquela mulher, não havia nada que eu pudesse fazer já que de acordo com ela não era fiança e sim pena a cumprir, mas do mesmo jeito disse que iria pedir para o meu advogado cuidar do caso e eu até poderia ajudá-lo a arranjar um emprego legal, depois de uma boa reabilitação.

- Lauren? – Encaro a senhora, enquanto eu misturava os ingredientes com o macarrão – Não me leve a mal, mas eu poderia lhe perguntar uma coisa? – Concordo com a cabeça – Como você não se envolveu com drogas nesse meio?

Suspiro, sem saber exatamente o que dizer.

- Veja bem... quando se está na posição que eu estou muitas pessoas querem te ver para baixo, não querem te ver mais no topo... – Jogo o queijo ralado em cima do macarrão – E eu posso ter mudado sim, mas acredito que eu me adaptei ao ambiente que eu vivo e sempre tive em mente que droga é uma coisa que não tem volta... o caminho que eu escolhi é um caminho completamente esburacado e difícil de andar... porém ele é um caminho que tem volta, entende? – Sorrio fraco, servindo um pouco de macarrão para ela.

O caminho que eu estava me referindo era o caminho que eu ficava sozinha, em meio a bebidas e cigarros.

- Você não é a pessoa ruim que todos tem dito que é... – Suspiro, me servindo dessa vez.

- Eu não sei mais quem eu sou. – Rio sem humor enquanto dava de ombros, me sentando – Mas eu sei quem eu quero ser.

- E quem você quer ser? – Pergunta espetando a comida.

- Uma pessoa que tem os mesmos valores de seis anos atrás. – Sorrio levando o garfo até a boca.

Até o ponto que a minha carreira se iniciou eu tinha tudo planejado, eu sabia tudo o que eu queria e como queria, eu tinha objetivos. Hoje eu já conquistei tudo o que eu queria, tenho tudo o que alguém poderia querer ou desejar de algo material, estava me completando na parte emocional... porém isso levava tempo.

- Tem algo a mais que você queira? – Questiona e eu sorrio.

- Provavelmente um amor... já estou na hora de começar a namorar, não acha? – Lea sorri dando de ombros.

- Não existe idade para isso, você não pode ter pressa, essas coisas acontecem quando menos esperamos... mas você não estava namorando?

- Eu não, aquilo lá era jogada de marketing, agora não aceito mais isso. – Sorrio enquanto bebia um gole do vinho – Eu quero alguém que faça o meu estômago sentir as borboletas, quero meu rosto doendo de tanto sorrir, quero alguém para chamar de “amor”, cometer loucuras, amar intensamente... – Suspiro e apoio meu queixo na mão – E isso dinheiro nenhum compra...

- O que está querendo dizer com isso? – Questiona.

- Já me fizeram namorar por publicidade e eu não quero mais isso, entende? – Me encara, totalmente surpresa – Hoje eu li uma coisa que uma fã estava escrevendo sobre mim e ri sozinha, porque se eu tivesse lido ontem iria jurar que ela poderia estar se referindo a outra pessoa...

- O que essa fã disse? – Pego meu celular e entro na foto que eu havia tirado de uma das cartas.

- “Você faz tudo pelo amor à música e essa é a melhor parte, as pessoas nessa indústria se perdem durante o caminho por perderem os valores do que realmente importam para elas. Você faz questão de se lembrar todos os dias o porquê de estar aonde está.” – Leio fazendo uma careta – Um dia realmente foi apenas pela música, porém fui apresentada a tantas coisas e eu nunca havia visto tantos zeros depois de um oito... – Rio negando com a cabeça – Então hoje eu compus com David e eu lembrei que no começo da minha carreira eu tinha o propósito de mudar o mundo da música e faze-lo se tornar apenas isso: o mundo da música, sem fingimentos ou qualquer coisa. Porque é isso que me trouxe até aqui, o meu amor pela música e é assim que eu quero ser lembrada... uma pessoa que sempre fez tudo pela música e não para aumentar o número na conta bancaria.

Lea me encarava como se eu tivesse lhe dado um tapa bem dolorido no rosto.

- Lauren... – Sorri de canto – Você se subestima... sempre foi pelo amor à música, você sempre deixou isso bem claro, principalmente quando brigou com aquele repórter por ele não saber o que você realmente quis transmitir com a letra do seu single. – Rio tendo a lembrança daquela entrevista – Você mudou em alguns aspectos, mas não em todos. Só não faça coisas que não vão te agradar, não faça coisas que querem te obrigar a fazer para que mais uma ou duas pessoas te conheçam... – Beija a minha testa, tirando o meu prato – Eu lavo a louça.

Quando está em uma carreira como a minha, aonde o que você faz ou deixa de fazer é o que chama mais atenção as pessoas passam a tirar proveito disso. No começo achei que era o máximo ganhar presentes de lojas, porém eram só eles querendo mostrar que eu usava os produtos deles para que mais pessoas os comprassem. Me forçaram a namorar um cara que eu só troquei algumas palavras, tudo bem que não foi uma tortura porque ele era maravilhoso, pelo simples fato de que isso iria ajudar na bilheteria do seu novo filme que tinha uma de minhas músicas na trilha sonora e de bônus tiraria a minha imagem de “princesa do coração vazio”, sem falar que as pessoas achavam que nós fazíamos um casal bonito, mas acabou que Zac e eu viramos grandes amigos.

Não era difícil ser eu mesma, eu voltar aos poucos fazer coisas que me agradavam e correr atrás de pessoas que realmente valem a pena só tornou tudo mais legal e me lembrou que eu tenho opções, que se eu voltar a agir como a Lauren de seis anos atrás muita gente ainda vai gostar de mim... ai estava meu novo objetivo: ser eu mesma e fazer as pessoas gostarem de mim por isso.


Notas Finais


Eu não ia postar hoje (porque essa coisa da vó da Lauren realmente mexeu comigo), porém eu não tinha a menor ideia de quando eu poderia entrar para postar novamente, não tenho postado mais rápido porque eu tava meio desanimada com a fic e tem muitas coisas acontecendo na minha vida que eu não posso ficar dar uma atenção dobrada para a história, espero que vocês consigam entender!!
Estou pensando em postar de duas em duas semanas, porque a minha escola ta meio puxada e eu to começando a ter vida social aksjdbabksjd Provavelmente eu vou postar toda Quinta-Feira ou todo Domingo, mas eu ainda não tenho certeza... não sei se vai ser de duas em duas semanas e muito menos se vai ser uma vez por semana!
Espero que tenham gostado do capítulo e das músicas hahaha
Obrigada por tudo, vocês são incríveis, obrigada por todos os comentários e todo mundo que está divulgando... vocês me dão a chance de fazer algo que eu gosto e me fazem muito feliz com isso!!!!!!!!
Para ler eu reclamando da vida e surtando pelas meninas: @switch5Hearts (vocês podem falar comigo também) ou então me mandar perguntas anonimas que não tem coragem de fazer aqui ou no tt ask.fm/SushiDaMegan
Natália xX(:


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