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História Letters To Camila - Segunda Temporada - We Have a Problem


Escrita por: itscamren-yo

Notas do Autor


Hey pessoal,
Alguém ai pediu capítulo novo? Interação Camren? Reviravoltas?
Eu queria dedicar o capítulo para a Nathalya (minha xará com outras letras) que ama a história e essa semana conversou comigo sobre ela e sobre outras coisas, até mesmo chegando a partilhar a história de vida dela!! Então eu espero que apesar de tudo, você goste do capítulo!!
Para hoje sugiro as músicas: Next To You do Chris Brown feat Justin Bieber, Blue da Beyoncé, Yellow do Coldplay, Not Just You do Cody Simpson, Because of You da Kelly Clarkson e Yestarday Leona Lewis.
Boa leitura:

Capítulo 41 - We Have a Problem


Fanfic / Fanfiction Letters To Camila - Segunda Temporada - We Have a Problem

Continuo mexendo no celular, estava no Twitter, todos os dias meus fãs levantavam uma tag diferente de apoio para Camila, algo que me deixava extremamente emocionada e feliz.

Muitos não apoiavam meu relacionamento com a minha namorada no começo, mas agora todos eles eram muito receptivos, todos viam o quanto fazíamos bem uma para outra e o quanto nós realmente nos amávamos. Os que não gostavam de Camila a aceitavam porque sabiam o quanto ela significava para mim, ainda mandavam uma indireta ou outra, mas nada que fosse relevante ou necessário ser mencionado.

- Olha você, de novo. – Sofi ri divertida, encarando a televisão.

Subo meu olhar e vejo minha nova propaganda para a Clear and Clean, sempre grandes quantidades de produtos deles eram enviados para a minha casa, havia gravado uma série de comerciais durante a turnê para que passassem durante alguns meses nos mais variados canais. Worth It estava na propaganda de um carro e de um chocolate. E a Toyota estava tentando assinar contrato comigo para que eu fingir que dirigia um de seus novos carros ao som de Worth It no fundo.

- Você realmente usa isso? – Questiona e eu sorrio.

- Alguns produtos, sim. – Confesso – Eles são realmente bons. – Dou de ombros e ela ri.

Minha atenção continua na televisão quando eu vejo que estava no E!, como estava perto da hora do almoço deveria estar passando um daqueles programas de fofocas dos famosos, como Sofia que estava no comando do controle apenas fiquei quieta observando a televisão. Minhas suposições estavam corretas, estava passando E! News onde eles faziam as chamadas sobre o quais seriam os assuntos em pauta, foi então que um trecho de um vídeo meu beijando a bochecha de Camila no tapete vermelho na premiação que fomos juntas e meu nome apareceu na parte de baixo.

- Vão falar de vocês. – Sofia aumenta o volume e eu ajeito minha postura.

Primeiramente falaram sobre Taylor Swift e seu novo romance, depois comentaram sobre um possível novo lançamento de um novo álbum de Adele e então introduziram Camila e eu.

- Acho que não existe uma única pessoa conectada que não sabe sobre Lauren Jauregui e sua namorada Camila Cabello. – Ela havia pronunciado o sobrenome de Camila de uma forma diferente, mas de uma forma divertida.

- Elas são definitivamente o casal mais adorável do momento. – A ruiva fala suspirando -  Atualmente Lauren se afastou de sua carreira para que pudesse acompanhar o tratamento contra o câncer de Camila, como nós já havíamos comentado alguns dias atrás – Meu vídeo dando a declaração sobre meu afastamento aparece atrás delas.

- Na noite de ontem elas foram vistas saindo de um supermercado em New York. – Então as fotos começam a aparecer, em todas elas Camila estava agarrada em meu braço e de cabeça baixa - Tudo bem que foi algo totalmente inconveniente deles as incomodarem, mas acho que após reparar nos macacões iguais todo mundo iria adorar uma foto delas, afinal tem como não amar um casal que combina até as roupas que vão usar na hora de sair?! – A mulher ri divertida.

- Simplesmente adorável. – A outra comenta – Desejamos que Camila melhore logo para que os sorrisos de antes possam voltar com tudo. – A mulher pisca para a câmera e uma foto minha e de Camila rindo de mãos dadas aparece no fundo.

Sofia deixa a televisão muda e eu a encaro, sua sobrancelha estava arqueada e os lábios comprimidos.

- É isso? – Me encara – Elas falaram sobre suas roupas iguais e depois passaram para próximo tópico babaca? – Murmura confusa.

- Eu sei, totalmente fútil. – Reviro os olhos – Mas é assim que fazem dinheiro. – Dou de ombros – Como se o fato de Camila e eu usarmos esses pijamas caretas de Dinah fosse algo que irá revolucionar o mundo. – Me deito no sofá novamente.

- Só não entendo... – A encaro – Não me leve a mal, mas como eles podem priorizar notícias assim do que notícias que realmente importam e possam fazer a diferença na vida de outras pessoas? – Suspiro, buscando as palavras corretas.

- Vivemos em um mundo onde as pessoas não se importam de verdade uma com as outras. – Encaro seriamente – Eles querem fazer dinheiro, celebridades movem o dinheiro porque fazem propagandas de mercadorias e são uma própria imagem em si. Vivemos em um sistema capitalista, o dinheiro move o mundo, mercadorias movem o dinheiro. – Deixo o celular ao meu lado – Crianças passando fome, homens e mulheres morrendo em guerras, coisas desse tipo não interessam a massa. As mesmas pessoas que compram revistas de fofocas, assistem esses programas e entram nesses sites são as mesmas pessoas que vão acabar comprando os macacões que Camila e eu usamos. – Rio pelo nariz – São as mesmas pessoas que fecham os olhos para coisas que realmente importam, porque sabem que é muito mais fácil dar atenção para algo fútil do que tentar mudar algo difícil, seria muito mais esforço para eles.

Eu tinha o mesmo pensamento que Sofia para esse aspecto da mídia, todos eles poderiam usar toda essa atenção que tem para algo bom, para mudar a mente das pessoas para que todas elas pratiquem o bem e façam algo que realmente mude a vida do próximo. Mas esses programas são horríveis, nesse canal por exemplo, ditam que a mulher deve ser extremamente magra para que seja bonita e apoiam uns aos outros a levarem aquele que está ao nosso redor para baixo, porque isso fará você se sentir melhor sobre si mesmo de alguma forma.

Vivemos em uma sociedade onde o ódio é propagado de uma forma gratuita e sem moderação, onde o amor só é ensinado e propagado a poucos. Vivemos em uma sociedade onde está tudo bem colocar defeito no sistema, assim como está tudo bem fechar os olhos e tapar os ouvidos e boca para nenhuma mudança seja feita. Vivemos em uma sociedade onde devemos seguir aquilo que nos é ensinado e proposto, caso contrário esqueça a chance de participar de um grupo com opinião diferente da sua.

Nós somos a sociedade e me entristece saber que temos condições de mudar o mundo para melhor, mas que não movemos um único dedo para que isso aconteça.

- Por que você não muda isso? – Murmura e eu a encaro – Você pode mudar o mundo da mídia de alguma forma. – Sorrio de canto, descrente de suas palavras.

- É mais difícil do que parece.

- É sério, Lauren. – Fala se ajeitando no sofá – Lembra quando você fez todos aqueles famosos divulgarem e doarem para o projeto de Camila, assim como milhares de pessoas desconhecidas que apenas te acompanhavam nas redes sociais?! – Sorri largo – Você tem a mídia, seus fãs e um mundo todo aos seus pés. A mudança pode começar com você, Laur.

- Sofi eu poderia fazer o que? – Rio pegando o controle – Quer que eu mande eles tirarem os lixos da rua?

- Não, algo sincero, que os toque de alguma forma. Use um assunto que você tem um extenso conhecimento! – Pensa por um instante – E se você documentasse o que acontece que Camila e você no dia a dia, para eles verem como é?!

- Sofia não acho que sua irmã vá gostar disso, não acho que seria certo expô-la a todos de uma forma tão intima assim! – Minha cunhada me encara - Além do mais porque eu faria isso?

- Para que eles vejam como é difícil, até mesmo para uma pessoa com condições. – Murmura tristemente – Você pode lançar uma campanha depois, instigando pessoas a fazerem exames para que o câncer seja detectado antes que seja tarde demais, conseguir arrecadações para doações ao redor do mundo... não sei, só algo do tipo, algo que revolucione a mídia e a converta para algo bom. – Da de ombros.

- Sofi? Lauren? – Nos viramos e vemos Camila na escada – O almoço está pronto. – Desligo a televisão e me levanto.

- Vou pensar e conversar com ela. – Sussurro antes de abraçar Sofi pelos ombros e começar a andar em direção a minha namorada.

Envolvi a cintura de Camila e Sofia desceu correndo na nossa frente, diferente de nós que descemos sem pressa alguma de chegar no andar de baixo. Nos sentamos à mesa e sorri de canto, agora que a notícia sobre a doença de Camz havia esfriado todo mundo havia dado um espaço maior para ela respirar, mas mesmo de longe não deixavam de prestar apoio.

Minha namorada optou em ocupar o lugar ao meu lado depois de servir um pouco da comida para Sofia, que não demorou nada para atacar, sem nem ao menos esperar Dinah se juntar a nós na mesa. Me servi, pegando um pouco de tudo e sentindo o meu estomago roncar, o cheiro da comida estava maravilhoso e era o meu prato favorito.

Hoje Camila teria uma consulta no hospital, Dinah fez questão de estar presente já que depois seria realizado uma sessão de quimioterapia, por conta desse motivo Ally ficaria responsável por Sofia, já que Normani estaria ocupada com a organização do seu aniversário essa noite, algo que ela estava aguardando a meses.

Era um grande dia, o médico iria agendar a cirurgia de Camila para que o tumor fosse finalmente retirado e então a quimioterapia continuasse para que não houvesse maiores problemas, todo mundo estava ansioso e aguardando boas notícias, afinal Camz estava seguindo todo o tratamento à risca.

Os olhos de Camila brilhavam como a dias não acontecia, ela parecia em paz com sigo mesma e com toda a situação, feliz apesar de tudo. Na noite passada após nosso banho de banheira deitamos na cama e ficamos trocando carícias até que finalmente o sono nos consumisse e acabássemos finalmente adormecendo uma no braço da outra depois de um dia incrível.

- Isso está muito bom. – Dinah elogia – Lea você fez um ótimo trabalho!

- Amaria receber os elogios apenas para mim, mas Camila me ajudou a preparar o almoço hoje e posso dizer que os créditos são definitivamente dela também. – Ri enquanto servia um pouco do suco no copo de todo mundo.

- Lea está sendo modesta, eu apenas cortei algumas coisas. – Ri divertida enquanto erguia seu copo para ser servida.

- Mas isso não muda o fato que a comida está maravilhosa e que você ajudou. – Beijo sua bochecha e pisco para ela.

Foi de partir o coração ver todo mundo com um lindo prato em mãos, devorando a comida deliciosa e cheirosa, enquanto Camila apenas observava tudo e até mesmo salivava com vontade de comer o que comíamos. Por conta da quimioterapia que seria realizada no dia de hoje minha namorada havia optado por ficar de jejum, já que isso a pouparia de uma série de crise de vômitos mais tarde. Minha namorada se limitava a dar goles em seu suco e se concentrar ao máximo no que conversávamos, mas mesmo assim seus olhos ainda paravam em nossos pratos diversas vezes.

Acho que pior que deixar alguém com fome ou vontade de comer é algo, é ter a oportunidade de dar aquilo que a pessoa tanto quer, mas isso não acontecer.

Mesmo com a vontade de comer e a insegurança do que o médico iria dizer mais tarde minha namorada exibia um lindo sorriso. O suéter creme que ela usava estava um pouco grande, isso o fazia deixar seus ombros parcialmente expostos; a calça jeans branca com detalhes rasgados era nova e por isso do tamanho correto; ela usava um coturno bege com estampado por dentro que só dava para ver já que eles estavam desamarrados.

Linda, tão linda.

Pude ver Lea caminhar até a porta e então a abrir, revelando Ally carregando várias sacolas.

- Hey família. – Sorri largo.

Minha amiga tentava equilibrar tudo que tinha em mãos ao mesmo tempo não deixar a touca que tinha na cabeça e a bolsa que tinha no ombro caírem. Sua calça jeans era escura e bem justa, seu corpo pequeno quase sumia no casaco preto grande e seu tênis branco estava desamarrado. De uma forma adorável Ally continuava incrível, irradiando felicidade.

- ALLY! – Sofi se vira animada. Elas sempre se deram muito bem, principalmente depois da minha melhor amiga ensinar minha cunhada a fazer seus famosos cookies.

- Você vai almoçar, querida? – Lea pergunta a ajudando com as compras.

- Oh não, já almocei com Troy, não precisa se incomodar. – Sorri entregando as compras, minha governanta não demora nada para levar tudo até a cozinha – Se eu não estivesse tão satisfeita definitivamente iria aceitar um pouco, o cheiro está ótimo.

- Camila que preparou o almoço hoje! – Comento dando mais uma garfada.

- Eu não fiz nada demais. – Camila ri revirando os olhos.

- O que trouxe em todas aquelas sacolas? – Dinah pergunta pouco se importando com o que estávamos falando.

- Passei no mercado, Sofia vai me ajudar fazer um tipo novo de cookies essa tarde! – Pisca para a minha cunhada que sorri animada, Sofi amava cozinhar.

- Meu estômago já aprovou isso. – Dinah mexe as sobrancelhas e todo mundo ri.

Foi só Ally chegar e o clima de tudo pareceu ficar ainda mais leve, como minha melhor amiga não estava comendo aproveitou para começar a conversar animadamente com Camila, que acabou esquecendo um pouco sobre a comida, ao menos era o que aparentava ter acontecido.

Depois do almoço não comemos uma sobremesa por não ter uma, os doces não eram mais permitidos em casa já que Camz não podia consumi-los e consequentemente não seria legal toda vez que ela entrasse na dispensa visse as barras de chocolate, por isso Sofia havia uma gaveta secreta em seu quarto.

Durante o tempo que ficamos matando os minutos para que as horas corressem mais rápidas e o horário da consulta finalmente chegasse minha mente voltava para a conversa que eu havia tido com Sofia mais cedo, sobre registrar um pouco os momentos que eu tinha com Camila no dia a dia, poderia conversar com ela sobre aquilo e então talvez nós realmente começássemos a colocar aquilo online.

Confesso que o nervosismo me consumia, hoje iriamos descobrir se a doença de Camila estava avançando ou não, se a quimioterapia estava fazendo efeito ou se tudo aquilo não servia para nada e consequentemente a cirurgia realmente seria necessária para que o tumor fosse retirado e Camz ficasse livre. Estava nervosa por ver minha namorada cada vez mais frágil, tanto emocionalmente quanto fisicamente, mas a exaustão e a tristeza já não eram mais tanto presentes, como se cada dia ela se conformasse com tudo aquilo.

- Vou apenas escovar meus dentes e pegar nossos casacos, estejam prontas quando eu voltar. – Afasto a cadeira e me levanto.

Subi as escadas rapidamente e então caminhei em direção ao meu quarto com Camila, indo diretamente ao banheiro. Peguei minha escova de dentes e coloquei a pasta na mesma, quando escutei passos olhei para a porta, me deparando com Camz que tinha um pequeno sorriso nervoso.

- Você ficou calada de repente, aconteceu algo? – Murmura se aproximando, franzo o cenho e nego com a cabeça.

- Estava pensando. – Murmuro tentando não babar a espuma que tinha em minha boca, arrancando risadas de Camila.

- Humm pensando? – Se senta na escada da banheira e eu a encaro pelo espelho – Pensando no que, amor?

Amor. Amava aquela palavra sendo pronunciada por ela. Quatro letras que quando saiam da boca de Camila tinham a capacidade de causar mais de quatro mil sentimentos diferentes em mim, sentimentos que eu nem mesmo tinha conhecimento, mas que preenchiam o meu peito e me faziam sorrir que nem uma boba.

- Em uma coisa que Sofia me sugeriu mais cedo. – Comento depois de enxaguar minha boca.

- Parecia sério quando cheguei para chamar vocês. – Se levanta e eu corro meu olhar pela bancada, procurando meu rímel.

- E é, de certa forma. – Sinto seus braços envolverem minha cintura e seu corpo quente se aconchegar no meu – Ela disse que eu tinha o poder de mudar o mundo com toda a influência que tenho na mídia. – Camz abriu a boca surpresa com a minha fala – Nós estávamos vendo um programa babaca e ela disse que a mídia prioriza coisa babacas, eu concordei, então ela sugeriu que eu fizesse a mídia priorizar coisas que podem fazer a diferença.

- E ela te deu uma ideia? – Ri divertida e eu comprimo os meus lábios, começando a passar meu rímel – Ela deu? Qual ideia? – Pergunta interessada – Laur... – Aperta minha barriga fraquinho e eu suspiro.

- Ela sugeriu que nós documentássemos nosso dia a dia... – Murmuro – Ela queria que as pessoas vissem que não é só porque temos condições que a doença é menos difícil para você, entende? – A expressão de Camila muda – Então ela sugeriu que com toda a atenção que ganhássemos em cima disso fizéssemos campanhas e arrecadássemos dinheiro para pessoas que não tem condições de terem um bom tratamento... – Começo a passar o rímel e Camila se afasta.

Minha namorada não disse nada, ficou em silencio, seu olhar era vago e por sua expressão séria pude perceber que ela realmente pensava no assunto, permaneci em silencio por não saber o que lhe dizer e optei por terminar de maquiar, usando esses minutos para pensar melhor no que poderia dizer quando me virasse.

Quando citei o fato de ajudar pessoas com campanhas e arrecadação de dinheiro para tratamentos de câncer pude ver o quanto aquilo havia sido a coisa que lhe fez pensar, se Camila topasse seria somente para ajudar os outros, não seria para mostrar o quanto aquilo era ruim e o quanto lhe deixava exposta de todas as formas.

- Vamos fazer. – Murmura e eu me viro, franzindo o cenho.

- Camila foi só uma sugestão... – Nego com a cabeça – Não acho que seja bom para você se expor dessa forma e...

- Lauren nós vamos escolher o que vamos mostrar para todos ou não...

- Mas vamos te expor. Vamos expor nossas intimidades. – A encaro no fundo dos olhos – Camila foi uma ideia boba, existem pessoas que ficam falando besteiras e...

- Vamos fazer. – Repete – Lauren isso pode inspirar pessoas e pode mesmo arrecadar fundos para uma boa causa... – Suspira – Muitas pessoas não descobrem a doença a tempo porque não se preocupam em fazer exames e procurar saber o que sentem. Assim como muitos países não tem recurso para realizar o tratamento. – Se aproxima – Se nós não gostarmos e vermos que não está dando certo podemos apagar e...

Ela passaria por cima de toda a vergonha que tem de ficar em público, ignoraria a dor insuportável de ter que mostrar como se sentia não só apenas para a família e amigos –mas para o mundo todo- e ainda por cima iria topar as críticas, apenas para que outras pessoas tivessem uma chance de se curar.

- Camila uma vez na internet, para sempre na internet. – Murmuro alisando seus braços – Não dá para voltar atrás e eu não quero que pessoas babacas fiquem comentando besteira ou coisas do tipo...

Pensando melhor na ideia não era algo muito legal de se fazer. Camila ficaria extremamente exposta e querendo ou não ela está frágil, falariam muito de sua aparência e até mesmo absurdos que sempre falam, não duvido nada que falem que ela está se aproveitando da sua doença para me ter do seu lado, coisa que eu já li. Não queria que pessoas desconhecidas ditassem o que minha namorada era o não, que elas pegassem esses momentos bons e de vitória para transformarem em coisas ruins e babaquice.

Camila nada mais disse, ela parecia frustrada, dei o assunto como encerrado. Fui para nosso closet e peguei dois casacos, o tempo só ficava cada vez mais frio e consequentemente se tornava cada vez mais ruim de deixar o apartamento. Descemos as escadas e Dinah nos esperava, Camila pegou sua bolsa e eu fiz o mesmo, me despedindo de Ally, Lea e Sofia.

Entramos todas no carro e Dinah não demorou nada para conectar seu celular no meu rádio, colocando suas músicas para tocar, fiquei em silencio sem saber o que dizer, Camila parecia bolada comigo e eu não queria que isso acontecesse, ainda mais antes de sua sessão e da consulta importante com o doutor.

Dinah começou os seus snapchats e pelo retrovisor podia vê-la dançando e cantando enquanto Camila ria e revirava os olhos, DJ não demorou nada para se curvar entre nós e começar a filmar Camz e ela, minha namorada prendia a risada enquanto nossa amiga cantava perto do seu rosto e fazia caretas. Pude ver que ela tirou uma foto minha e até mesmo tentou gravar um vídeo meu enquanto eu esperava o sinal abrir e encarava Camila.

- Eu estou falando sério, eu sei dançar sim! – Dinah exclama indignada enquanto saia do carro.

- Dinah você sabe dançar mais ou menos. – Camila continua provocando.

- Normani me ensinou, eu sei até fazer twerk agora. – Sem nos conter Camila e eu rimos enquanto eu fechava o carro.

Quando entrelacei minha mão com a de Camz pude ver que ela não recuou, até mesmo apertou forte meus dedos entre os seus, o nervosismo deveria estar se aproximando. Os apertos foram ficando cada vez mais frouxos na medida que Dinah ia tentando fazer twerk enquanto andávamos, isso começou a arrancar risadas de Camila e minhas, que ficavam cada vez mais altas na medida que Dinah fazia as gracinhas.

- Dinah você é ridícula. – Nossa amiga sorri largo quando analisa a expressão divertida que Camila tinha, agora, no rosto.

- Vocês me amam! – Joga o cabelo e começa a desfilar exageradamente na nossa frente, abrindo os braços por saber que a porta de entrada do hospital abriria.

- Ela está com você, não comigo. – Camz murmura rindo envergonhada e eu sorrio de canto.

Entramos no hospital e por conta de Dinah recebemos alguns olhares, tanto reprovadores quanto com ar de riso. DJ e eu permanecemos um pouco afastadas, enquanto Camila ia até a recepção e era recebida com largos sorrisos pelas amigas, que não demoraram muito para indicar onde ela deveria ir.

Primeiro a sessão de quimioterapia iria acontecer, depois nós iriamos nos encontrar com o médico, de acordo com a recepcionista o médico de Camila havia informado que seus exames iriam chegar dentro de uma hora, então para não atrasar em nada poderíamos inverter os horários para não perder tempo.

Entramos na sala e diferente do hospital de Los Angeles ali era tudo bem diferente, parecia mais como uma sala de espera com poltronas do que qualquer outra coisa. A enfermeira, provavelmente reconheceu Camila, pois a abraçou forte e começou a conversar animadamente com a minha namorada enquanto nos guiava até o lugar que deveríamos ir. Dinah e eu puxamos duas cadeiras perto da poltrona, Camz se acomodou na poltrona onde ficaria pelos próximos cinquenta minutos e aguardou que sua amiga começasse a colocar tudo que seria necessário nela.

Pude perceber o olhar atento de Dinah, sua animação não estava mais tão presente e sua curiosidade tomava conta. Era a primeira vez que ela veria Camila fazendo uma sessão de quimioterapia, não a culpava por ela ficar sem saber o que dizer nos primeiros momentos, era algo totalmente compreensível.

- Não dói. – Camila murmura sorrindo para Dinah, que tenta mudar rapidamente de expressão.

- Oh eu não estava... – Comprime os lábios e eu me remexo desconfortável na cadeira.

- Dinah, tudo bem. – Ri divertida – Anna aqui é extremamente boa no que faz, fez doer menos do que a enfermeira de Los Angeles. – Comenta sincera e a enfermeira sorri – E eu estou b...

Os olhos de Camila reviraram e sua cabeça cai para trás, ficando apoiada no encosto da poltrona. Dinah se levantou rapidamente, fazendo a cadeira cair, arregalei meus olhos e olhei para Anna, que franze o cenho e então começa a rir baixo quando vê Camila abrindo os olhos e começando a rir.

- Idiota. – DJ rosna irritada e eu fecho a expressão.

- Você ficou apavorada. – Camila zomba e eu tento, mas não consigo segurar o riso.

- Não tem graça, Camila. – Pega a cadeira e se senta, de braços cruzados.

- Nós deveríamos ter gravado isso. – Camz murmura para Anna, que ri negando com a cabeça.

- Pronto, qualquer coisa é só chamar, tente não se mexer muito! – Olha séria para Camila, que concorda com a cabeça, prendendo a risada.

- DJ foi só uma brincadeirinha, não fica brava. – Sorri mordendo o lábio inferior.

Camila sempre havia feito aquilo, contado piadas e feito gracinhas para quebrar o clima tenso, não havia sido diferente naquele momento. Dinah a olhava com pena, esse é um olhar que qualquer ser humano abomina, inclusive Camila Cabello, que por não aguentar o olhar acabou optando uma brincadeirinha, de mal gosto, mas uma brincadeirinha.

Depois de muitos bicos e pedidos de desculpa depois Dinah acabou aceitando as desculpas de Camila, me levantei para pegar uma mesa e quando voltei nossa amiga embaralhava as cartas do UNO, ajeitei a mesinha e então me sentei. Dinah distribuiu as cartas e então virou uma no centro, deixando ao lado da pilha das outras cartas, então começamos a jogar.

Tanto eu quanto minha namorada estávamos nos acostumando com as sessões de quimioterapia, por esse motivo sabíamos o que nos aguardava nelas. Por serem cinquenta minutos em uma sala acabamos aprendendo que é sempre levar algo para passar o tempo, naquele dia a escolha havia sido o jogo de cartas que tanto Sofi quanto Camila amam jogar.

O líquido estava quase no final quando Camila nos venceu pela quarta rodada consecutiva no UNO, Dinah estava revoltada por ter perdido mais uma vez e eu ria de sua reação, nossa amiga continuava insistindo que minha namorada estava roubando de alguma forma, algo que eu duvidava muito, Camz apenas era extremamente boa no jogo.

Anna entrou minutos depois, ficando ao lado da poltrona de Camz, apenas aguardando a dose chegar ao final, algo que não demorou muito para acontecer. A enfermeira retirou tudo que estava em Camila, checando se minha namorada estava bem, quando comprovou que ela estava bem abriu um largo sorriso e se despediu.

- Onde vamos agora? – Dinah questiona.

- Camila precisa esperar seu nome ser chamado para que ela entre no consultório do seu oncologista. – Murmuro ajudando Camila a se levantar.

Pegamos nossas coisas e começamos a acenar para os pacientes que estavam lá e para as enfermeiras, todo mundo era extremamente gentil, provavelmente por serem muito compreensíveis.

- Talvez demore um pouco... – Camz murmura, abraçando minha cintura e deitando sua cabeça em mim enquanto andávamos pelo corredor.

- Ele quase sempre demora com alguns pacientes. – Murmuro para Dinah, me sentando no sofá da sala de espera, elas logo fazem o mesmo e minha namorada deita sua cabeça em meu ombro.

- Está tudo bem? – Pergunto acariciando seu rosto.

- Só está batendo aquelas pontadas de dor de cabeça... – Murmura fazendo um bico, ela sempre tinha leves dores de cabeça depois das sessões.

Enquanto esperávamos sentadas na sala de espera observávamos o movimento das pessoas que trabalhavam no hospital, todos sempre estavam fazendo alguma coisa e tinham algo em mãos. Minhas mãos permaneciam entrelaçadas com a de Camila, sua cabeça agora estava deitada no ombro de Dinah, que tinha o cenho franzido e parecia pensativa.

Doutor Campbell não demorou muito para aparecer na recepção com os pacientes que estavam em sua sala, após se despedir deles voltou para a sala, fazendo um sinal para a enfermeira que estava na recepção, a mesma não demorou nada para chamar Camila. Pedi para que Dinah esperasse ali, não iriamos demorar, iriamos apenas pegar o resultado dos exames feitos no começo da semana.

Dei duas rápidas batidas na porta e empurrei a mesma, Camila foi na frente e eu entrei logo atrás, fechando a mesma e indo na direção de Jason para cumprimenta-lo. Nos acomodamos nas cadeiras confortáveis na frente da mesa dele e pude sentir os pelos do meu corpo se arrepiarem, o ar do seu consultório estava bem gelado e uma sensação estranha me consumiu quando vi o quão tenso ele parecia.

- Como está se sentindo? – Pergunta para Camila.

- Bem, ontem eu não tive dores, enjoos ou dores de cabeça. – Comenta – O remédio que você receitou para insônia tem ajudado muito, estou dormindo melhor. – O homem sorri, fazendo anotações, olho para minha namorada e sorrio de canto, entrelaçando nossas mãos.

- Isso é ótimo. – Ele faz mais algumas anotações e então puxa um envelope branco – O resultado do seu exame chegou a poucos instantes. – Seu tom automaticamente se torna mais cuidadoso, Camila aperta meus dedos com uma certa força, ela também havia notado a mudança na voz dele – E bem, as notícias são diferentes das que eu esperava. – Fala sincero.

- Diferentes como? – Me atrevo perguntar, sentindo meu coração acelerar.

- Não são boas... – Murmura cuidadoso e eu sinto meu coração apertar.

Depois de alguns instantes me atrevi encarar Camila, que tinha o maxilar trincado e os olhos já marejados, seu lábio inferior começou a tremer, a cor começou a sumir de seu rosto e seus lábios não estavam mais tão rosados. A tristeza consumia seus lindos olhos castanhos da mesma forma que a frustração estava estampada em seu rosto. Calmamente envolvi sua pequena e delicada mão com minhas duas mãos, acariciando a mesma, tentando confortá-la de alguma forma e demonstrando que ela não estava sozinha naquele momento.

- E quais são as notícias? – Camila pergunta com a voz falha.

- A quimioterapia não está diminuindo o tumor... – Suspira, retirando os exames de dentro do envelope – Está até mesmo dando indícios de estar aumentando. – Vira a tela do seu computador para nós – Esse foi o primeiro exame que você fez com o Dr. Jackson e esse é o que você fez essa semana.

Enquanto Campbell explicava tudo ia apontando e comparando as duas imagens. O tumor de Camila estava maior do que da última vez, existia até mesmo novos pontos brancos pequenos por perto do tumor maior, a doença estava começando a se espalhar.

- Nós vamos precisar te operar o mais rápido possível, Camila. – Fala firme – O seu óvulo e trompa esquerda vão ser retirados para que não se espalhem para outros órgãos e evite de tomar conta. – Minha namorada apertou minha mão e eu voltei a acariciar a mesma, prestando atenção em cada palavra que ele dizia.

- Q-Quando eu posso operar? – Questiona.

- Vamos agendar hoje mesmo, tudo bem? – Concordamos roboticamente com a cabeça.

- E se eu tirasse tudo? – Camila comenta depois de alguns minutos em silencio, em momento alguém ela se atreve a olhar para mim.

- Tirar tudo? – O médico arqueia as sobrancelhas – Camila isso não é...

- O meu câncer pode facilmente se espalhar para o meu útero, então para a outra trompa e para o meu outro óvulo, eu não quero correr esse risco. – Trinca o maxilar – Eu poderia retirar tudo? – Repete a pergunta.

- Você está nervosa e de cabeça quente para sugerir algo como isso. – O médico tira as palavras da minha boca – Tirar tudo seria um absurdo se não fosse risco a sua saúde, caso retirarmos você terá algumas limitações, isso inclui não poder ter filhos...

Eu não poderia dizer que jamais havia pensado em ter uma família com Camila porque estaria mentindo, quando era mais jovem eu via nitidamente Camz e eu em uma casa legal, com dois ou até mais filhos, todos felizes e se divertindo com o que a vida tem a oferecer para nós e eu queria que um desses filhos fossem gerados por ela. Não era uma decisão minha, afinal é o corpo e a saúde dela, mas eu gostaria ao menos que ela pensasse um pouco antes de dizer algo como aquilo.

- Eu prefiro não ter uma criança a ter uma e ela ter que passar pelo o que eu estou passando.

Ouvir aquela frase foi como se um milhão de tapas houvessem sido distribuídos na minha cara. Aquilo não havia sido justo, comigo ou com ela. Camila estava irritada, com medo e apavorada, podia ver o quão impaciente ela estava por ter que ficar ali e ouvir tudo aquilo, o quanto o seu estado estava se agravando e que o médico não poderia fazer muita coisa para resolver.

Eu me sentia uma completa inútil por não conseguir tornar tudo pelo que Camila estava passando mais fácil de alguma forma.

Para ser bem sincera o resto da consulta foi um grande borrão, por mais que eu tentasse prestar atenção as duas imagens comparativas ficavam aparecendo na minha cabeça, indicando que a cada dia Camila ficava mais e mais doente, que todos os cuidados e tratamento que estava tendo não conseguia resolver absolutamente nada, sua fala rude ecoava na minha cabeça.

Saímos do consultório e pude ver Dinah ficar completamente pálida quando viu nossas expressões, apenas escondi minhas mãos no bolso do casaco e continuei caminhando pelo hospital, escutando os passos das duas logo atrás de mim. Quando chegamos no estacionamento fomos lado a lado para dentro do carro, observei DJ pelo retrovisor e ao analisar melhor sua expressão pude ver que ela já tinha uma ideia do que havíamos escutado.

Chegamos em casa depois de um caminho todo silencioso e constrangedor, assim que abri a porta um cheiro delicioso de biscoitos invadiu minhas narinas, mas minha boca não chegou nem a salivar, murmurei que iria tomar banho e comecei a subir as escadas, correndo em direção ao meu quarto e entrando rapidamente dentro do banheiro.

Meu coração batia muito rápido e minha cabeça doía, eu sentia uma vontade enorme de vomitar por estar tão nervosa. Eu não conseguia acreditar no que Camila havia dito, era como se meu cérebro com a ajuda do meu coração repelissem aquelas palavras para que meu subconsciente não se sentisse culpado por eu dar tudo de mim e mesmo assim ainda não ser suficiente.

- Laur? – Escuto sua voz e respiro fundo, limpando minhas lágrimas.

- Oi? – Murmuro fechando meus olhos para que as lágrimas parassem de rolar pelo meu rosto.

- Você pode abrir a porta? Eu quero falar com você... – Podia perceber o quanto sua voz estava calma e levemente envergonhada.

- E-Eu vou tomar banho. – Passo a mão pelo meu cabelo, puxando mais ar para meus pulmões para que minha voz não falhe novamente.

- É rapidinho... – Sua voz sai mais baixa e eu fecho os olhos, ia ficar tão na cara que eu estava chorando, não iria adiantar lavar o rosto.

Destranquei a porta e abri a mesma, assim que Camila me viu pude ver seus olhos marejados, senti meu lábio inferior tremer e então seus braços finos envolverem o meu pescoço, abracei a sua cintura e escondi meu rosto em seu pescoço, desabando a chorar. Eu sabia que tinha que ser forte, ao menos na frente dela, era uma promessa que eu havia feito para mim mesma, mas ela sabia que eu não estava bem.

Eu não queria que ela escondesse como se sentia para mim, porque eu iria esconder como me sentia para ela?

- Desculpa. – Fala com a voz tremula e mais rouca que o normal – Eu fui egoísta ao dizer tudo aquilo e...

- Não... – Afasto nossos corpos – Deus, Camila. – Passo a mão pelo rosto – Eu não consigo tornar isso mais fácil para você, eu não estou conseguindo cumprir a minha promessa e eu juro que estou... – Cobre meus lábios com a ponta de seus dedos.

Seu rosto se contorceu em uma cara de descrença, como se eu tivesse acabado de dizer o maior absurdo de todos os tempos, o que não era verdade, eu apenas tinha dito em voz alta o que eu sempre pensei e agora tinha comprovado.

- Você está tornando tudo mil vezes mais fácil... – Passa seus polegares por debaixo dos meus olhos, para limpar as lágrimas – Seria milhões de vezes pior se você não estivesse comigo agora. – Encosta nossas testas – Jamais pense que eu não aprecio ou que você não faz a diferença nisso tudo, porque isso seria totalmente o oposto da verdade. – Fecha os olhos e sinto nossas respirações se misturarem – Eu disse aquilo no sentido de tudo o que eu faço vocês passarem, Lo, é horrível ver todos vocês sofrendo comigo e pior ainda é ter que submeter todos vocês a pararem suas vidas de alguma forma para que eu continue com a minha.

- Mas isso não é nada, Camila. – Seguro o seu rosto – Você não é um peso na vida de ninguém, nós fazemos tudo o que fazemos porque te amamos muito. – Acaricio suas bochechas, sentindo minha respiração normalizar – Nós queremos dividir sua dor, ou o mínimo dela, é isso que fazemos quando amamos alguém e essa pessoa não está em um bom momento. – Suspiro – Não se sinta culpada por nós te amarmos. – Seu lábio inferior treme.

- Eu não quero que você fique triste... – Suspira – Me desculpa. – Deita a cabeça em meu ombro, me obrigando a abraça-la, seus braços envolvem a minha cintura – Me desculpa, Lauren. – Fecho os olhos.

- Não tem pelo que desculpar... – Murmuro.

- Eu não vou poder dar uma família para você. – Sua voz falha e eu fecho os olhos, ela não havia tirado a ideia de retira tudo da cabeça – E essa não é a minha escolha, eu sei que vou ter que tirar tudo, amor, os exames não mentem. – Suspira – Eu só sugeri que ele fizesse aquilo de uma vez para que quando ele tire tudo mais para frente não seja tarde demais.

A ideia que a operação, seu tratamento ou qualquer outra coisa fosse tarde demais e consequências ainda piores chegassem me deixavam atordoada e querendo destruir tudo a minha frente para que depois eu socasse todos os médicos possíveis até que um deles fizessem algo de útil para que Camila finalmente tivesse sua cura.

Permaneço em silencio, não sabia o que dizer, para falar bem a verdade eu só queria deitar e dormir pelo resto do dia para tentar no mínimo organizar minhas ideias e digerir todas aquelas informações.

- Eu te amo. – Me aperta em seus braços e eu suspiro longamente.

- Eu também te amo. – Beijo sua testa e a aconchego melhor no meu abraço.

Minha cabeça estava uma verdadeira bagunça naquele momento, como se eu estivesse completamente de mãos atadas, eu não queria que ela se sentisse culpada por estar doente e muito menos que se sentisse culpada por todo mundo estar com os hormônios a flor da pele, era tudo tão confuso e novo para nós.

Optei por esquecer do banho, ao menos por alguns instantes, nos deitamos na nossa cama e Camila se aconchegou de frente para mim, eu a abraçava apertado em meu corpo e respirava fundo. Não queria que nada de ruim acontecesse com ela, isso seria minha ruína. Exausta de toda a nossa rotina Camila acabou pegando no sono, eu apenas continuei com o cafune enquanto refletia sobre tudo aquilo.

Acredito que tudo acontece por um motivo, mas o motivo de isso acontecer justamente com Camila não entrava na minha cabeça.

Por que ela?

(...)

Acordei com Ally me chamando, assim que foquei em seus olhos castanhos estiquei meu braço esquerdo, procurando minha namorada e constatando que ela não estava mais ali e que eu estava sozinha na cama.

- Onde Camila está? – Pergunto me sentando.

- Ela está na cozinha comendo algo. – Concordo com a cabeça – Vocês vão hoje no aniversário de Normani?

- Com certeza, Camila comprou o presente de Mani e está animada para dar para ela. – Reviro os olhos, saindo da cama enquanto prendia meu cabelo – O presente que comprei para ela também já está na sala de música, acho que ela vai ter um enfarto quando ver.

- Vai ser divertido... – Ally sorri timidamente.

Apenas pela sua expressão e tom de voz podia ver que ela queria me perguntar alguma coisa, algo que eu já tinha muita consciência do que era, por esse motivo antes de entrar no banheiro para lavar meu rosto e escovar meus dentes me escorei no batente da porta e sussurrei o que o médico de Camila havia dito, algo que fez minha amiga cobrir a boca com as mãos e então andar na minha direção para me abraçar apertado.

- Allyson não acredito que você me compra com comida só para roubar minha namorada de mim enquanto me alimento! – Camila semicerra os olhos e faz uma expressão séria, sorrio de canto.

- Desculpa, Mila, não resisti ela. – Ally agarra meu pescoço e Camila solta uma gargalhada alta.

- Poxa. – Ela faz um bico adorável e eu rio, abraçando a cintura de Ally com uma mão e puxando Camila pela outra.

- Tem Lauren para todo mundo. – Abraço as duas e ambas levantam a cabeça e se afastam.

- Você não sabe escolher uma? – Ally questiona entrando na brincadeira.

- Ally venha aqui, você é minha agora. – Camila a abraça e me deixa de fora do abraço.

- Poxa gente, é assim? Cadê o amor no coração de vocês? – Ambas riem e eu sorrio.

Fui para o banheiro e deixei as duas conversando sobre qualquer coisa, depois de colocar creme dental na escova e voltei para o quarto não tive sinal das duas, mas escutava as vozes, comecei a procura-las e encontrei dentro do closet. Me escorei na porta do closet e continuei escovando meus dentes enquanto Camila mostrava o lado dela do closet, nós havíamos dividido bem, assim como eu havia dado embora uma boa quantidade de roupas embora. Antes de voltar para o banheiro pude ver Camz pegando o vestido branco que eu havia comprado para ela e mandado para a mesma durante a turnê, apenas por achar que ele combinava perfeitamente com ela, algo que eu tinha muita razão.

Assim que voltei para o closet me sentei no pufe que tinha ali e Ally continuava olhando as roupas de Camz, minha namorada se sentou no meu colo e eu ganhei um beijo rápido. Enquanto elas conversavam entendi o motivo de estarem ali, procuravam uma roupa para a noite de hoje, Ally não sabia o que vestir e assim como eu Camila tinha muitas roupas, então iria emprestar qualquer coisa para Allyson, que estava animada com isso.

Sofia e Dinah chegaram depois de um tempo, minha cunhada ficou toda animada ao ver minhas roupas, apontou até mesmo para alguns sapatos que havia gostado. Dinah passou a ajudar Ally a escolher uma boa roupa para a noite, quando viu o vestido que Camila havia escolhido para a noite de hoje abriu um largo sorriso, minha amiga não havia me ajudado a escolher aquele para ela, mas quando lhe mostrei DJ apoiou muito a escolha.

- Nós já vamos, porque vamos começar a nos arrumar. – Ally murmura.

A festa de Normani seria algo bem casual, iriamos sair para jantar e depois elas iriam para uma balada, nós não iriamos por causa de Camila e Sofia, que não pode entrar nesses lugares. Todos os amigos dela estariam ali e seria muito bom prestigiar Mani de alguma forma, ela merecia todo carinho e atenção de todos.

- Sofia use a roupa que eu disse. – Dinah murmura saindo do quarto.

- Espero que não seja nada muito curto. – Camila comenta e eu sorrio, a abraçando por trás enquanto acompanhávamos nossas amigas.

- Talvez um pouco. – Dinah provoca e eu rio.

- Você fala isso e ela vai acreditar! – Sofia resmunga – É uma calça, Mila, relaxa. – Sorrio acariciando a cabeça da minha cunhada.

Acompanhamos nossas amigas até a saída, elas gritaram que mais tarde nós nos encontraríamos na festa. Fui para cozinha depois de pedir que Camila e Sofia subissem para escolher um filme legal para nós assistirmos, peguei alguns biscoitos e então subi as escadas e me joguei no sofá com elas, vendo que Sofia havia escolhido A Escolha Perfeita para nós assistirmos.

Diferente do clima de antes tudo parecia melhor, não sei, provavelmente por conta de Sofia estar ali tudo ficava com uma áurea mais pacifica e muito mais relaxada, era como se nosso subconsciente mostrasse que não precisávamos nos desesperar, nem na frente da pequena e muito menos em suas costas, porque tudo daria certo no final.

Quando o filme acabou Sofia foi no quarto falar com uma amiga, Camila disse para ela não demorar muito porque não queria se atrasar, mas eu sabia que não ia dar certo porque Sofia ficaria muito tempo no telefone, como aconteceu das outras vezes. Fomos para o quarto e eu retirei minha roupa, tomaria banho primeiro porque minha namorada sempre gosta de enrolar para tomar banho e eu para me arrumar.

- Já sabe o que vai vestir? – Questiona curiosa enquanto eu lavava meu cabelo.

- Dinah separou uma roupa que ela acha que vai combinar com a sua. – Rio passando as mãos sobre os olhos já que havia entrado shampoo neles.

- Tenho certeza que a roupa da Sofia combina com a nossa também. – Solto uma gargalhada, isso era bem provável – Ela ama fazer isso.

- Verdade, ela gosta quando combinamos nas roupas. – Olho através do box, vendo Camila me observar pelo espelho – Nós fazemos isso mesmo sem perceber, às vezes.

- Você tem razão. – Caminha em direção ao box – Temos mentes conectadas. – Sorrio de canto quando ela empurra um pouco o box para tentar me beijar, estico meu pescoço e colo nossos lábios.

- Lábios também. – Camz ri – Talvez almas. – Concorda com a cabeça e eu a puxo para debaixo do chuveiro, escutando seu grito – Agora corpos também.

- Lauren, olha a minha roupa. – Rosna e eu rio alto – Não tem graça, poxa. – Envolvo sua cintura e deixo nossos lábios bem próximos.

- Você ia entrar aqui de qualquer jeito e foi você que veio aqui querer me beijar. – Sorri de canto e envolve meu pescoço, colando nossos lábios.

Confesso que sentia falta de um contato a mais com Camila, mas meu corpo aceitava muito bem quando nós apenas dávamos esses beijos longos e extremamente apaixonados, era como se o amor carnal fosse suprido com isso.

Separei nossos lábios e ajudei Camila retirar sua roupa molhada, abri o box e joguei a mesma dentro da banheira, me fechando lá dentro com ela novamente para que nós pudéssemos nos beijar mais um pouco. Levei minha mão até o cabelo dela e antes que eu o soltasse Camz afastou minha mão apressadamente, dando um sorriso sem graça, para logo em seguida capturar meus lábios com os seus, fazendo questão de soltar os seus cabelos durante o beijo.

- Você precisa começar a se arrumar. – Morde meu lábio inferior.

- Eu não quero. – Murmuro colando nossos lábios novamente, acariciando sua cintura.

- Mas você precisa, aproveita e veja se Sofia já está no banho. – Resmungo e Camila ri, segurando meu rosto me dando vários selinhos.

- Você não está ajudando muito. – Reviro os olhos e ela sorri contra a minha boca.

- Quando voltarmos da festa você ganha mais beijos. – Abro um largo sorriso e ela nega com a cabeça.

- Vou contar os minutos... – Abro o box e puxo a toalha, escutando sua gargalhada.

Depois de me secar fui para o closet, optando por usar uma lingerie preta rendada, vesti a calça jeans branca com detalhes rasgado e a blusa preta meio transparente que tinhas detalhes xadrez branco, calcei o salto alto preto e sai do quarto e dei duas batidinhas na porta de Sofia, ouvindo sua voz pedindo para que eu entrasse, assim fiz.

Sofia, diferente do que eu achei, já estava pronta e terminando de secar o seu cabelo, minha cunhada vestia uma calça preta e uma blusa branca com uma estampa preta, o seu Vans preto parecia ser novinho e pude ver sua jaqueta em cima da cama. Informei que logo nós iriamos para o jantar, mas ela começou a zombar de Camila, dizendo que ela que tanto apressa iria acabar nos atrasando.

Como minha conversa com Sofia estava muito boa acabei ficando por ali mesmo, sequei meu cabelo com o seu secador e então pedi que ela viesse comigo para que nós apressássemos Camila, que provavelmente nem estava pronta ainda. Minha cunhada e eu fomos na ponta do pé, a porta do banheiro estava aberta e a luz acessa, indicando que ela ainda estava lá, mesmo que o chuveiro estivesse desligado.

Sofia e eu assim que ficamos de frente com a porta paramos de fazer qualquer movimento quando vimos o que vimos. Eu já havia sonhado com aquela cena, mas o que senti vivenciando não foi nem um pouco perto do que eu imaginei que iria sentir caso acontecesse.

Camila tinha a escova de cabelos em mãos e na outra mão havia uma boa quantidade do seu cabelo que ela estava tirando da escova, quando dei dois passos para frente pude notar um pouco mais em cima de um papel. Por isso ela não quis que eu encostasse em seu cabelo no banho, ele começou a cair.

Assim que escutou o barulho do salto no chão Camila se virou apavorada e encarou nós duas, pude ver milhares de expressões percorrerem o seu rosto, mas vergonha foi a que permaneceu até o momento que ela fechou a porta, nos impedindo de entrar.


Notas Finais


Eu não sabia muito que musica escolher, então optei por essas aksjdbabjksd Espero que apesar de tudo vocês tenham gostado do capítulo!!!
Lembrando que eu ando bem ocupada, talvez eu comece a fazer um estágio, mas ainda não é certeza e eu fique com menos tempo para escrever ainda, mas espero que vocês não me abandonem mesmo com o rumo que a história está levando e com a demora de sempre, juro que um capítulo por semana vocês vão ter, eu vou tentar!!!
Qualquer coisa é só chamar no switch5Hearts no twitter ou então mandar coisas no ask.fm/SushiDaMegan
Natália xX(:


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