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História Letters To Camila - Segunda Temporada - Hair Problems


Escrita por: itscamren-yo

Notas do Autor


Heeeeey,
PESSOAL MUITA GENTE NÃO ANDA RECEBENDO NOTIFICAÇÃO DOS CAPÍTULOS AQUI NO ANIME SPIRIT ENTÃO PARA QUALQUER DÚVIDA LEIA O CAPÍTULO PASSADO PARA NÃO FICAR SURPRESO OU CONFUSO COM O QUE VAI ACONTECER NESSE CAPÍTULO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Para hoje vou indicar músicas que já estão na playlist da fanfic: Misguided Ghosts do Paramore, Yellow do Coldplay, We Own The Night da Selena Gomez, Soldier do Before You Exit e Let It Be Me do Ray LaMontagne
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JÁ LEU AS NOTAS INICIAIS?
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Tem certeza que leu o capítulo passado?
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Ok então...
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Boa leitura:

Capítulo 42 - Hair Problems


Fanfic / Fanfiction Letters To Camila - Segunda Temporada - Hair Problems

Aparência é algo que todo mundo sempre diz “não importa muito”, mas todos sabem que no fundo importa. Grande parte dos seres humanos se importam muito mais com aparência do que com o interior, é mais fácil julgar uma pessoa pelo como ela aparenta ser do que realmente conhecer a fundo, por isso pessoas são tão distantes hoje em dia.

Confesso que por ser uma pessoa que está sempre na mídia é impossível não importar em como eu aparento estar, com que roupa estou usando, como minha maquiagem foi feita e se meu cabelo está ou não arrumando, ou então até mesmo se eu estou perfumada o bastante, são coisas que sempre cobro de mim mesma porque sei que muitas pessoas irão comentar em algum momento.

Não consigo ser como aquelas pessoas que tanto admiro, que para ser bem sincera são poucas pessoas, eu as admiro elas sendo famosas ou não. As pessoas pela qual me refiro pouco se importam com o que dizem ou não sobre elas, tenho uma inveja branca delas, que se vestem e agem do jeito que querem por se sentirem bem e não para impressionar qualquer outra pessoa.

Queria ser assim.

Queria, no fundo, que Camila também fosse assim.

A pouco alegria que havia restado naquele dia havia se esvaído completamente depois que Camila finalmente saiu do nosso banheiro na quinta-feira, minha namorada não disse nenhuma palavra relacionada ao assunto, apenas ordenou que Sofia e eu pegássemos nossos casacos para que nós não nos atrasássemos ainda mais.

Seus olhos vermelhos e suas íris mais claras do que o normal entregavam que ela havia chorado durante todo o tempo que ficou dentro do banheiro, mas eu não atrevi a questionar ou tocar no assunto, para ser bem sincera eu estava chocada demais para falar qualquer coisa, acredito que por esse mesmo motivo a noite toda passou como um enorme borrão para mim e minha cunhada, que ficou completamente silenciosa durante todo o jantar.

Faziam quatro dias que todas as manhãs eu acordava com Camila puxando seu travesseiro da cama para que pudesse se livrar de todos os fios de cabelo que haviam caído durante a noite, apenas para que achasse que tudo estava bem quando “acordasse”. Além de tudo Camila andava cada vez mais tensa e afastada, a sua vergonha aparente e seu medo de rejeição a fazia se auto afastar.

- O que está acontecendo? – Paro de andar no meio do corredor.

- Nada... – Camila fala em um tom indiferente.

- Nada? – Dinah questiona irônica – Não se faça de sonsa, você e Lauren estão mal se tocando e toda vez que ela tenta se aproximar de você, você arranja alguma desculpa para sair de perto.

Era verdade, minha namorada andava fugindo de mim como o diabo foge da cruz. Provavelmente estava extremamente envergonhada de eu ter visto o que vi, afinal ela estava perdendo uma das coisas que mais torna uma mulher atrativa, ao invés de me ouvir ou tentar conversar comigo optava por fugir de mim, consequentemente adiando nossa conversa importante.

- As coisas só estão diferentes! – Camila suspira e eu comprimo meus lábios.

- Camila você está afastando ela. – Estico um pouco meu pescoço e vejo que elas estavam sentadas no sofá – O que está acontecendo? – Repete a pergunta.

- E-Eu... – Mordo o interior da minha boca – Eu estou perdendo meu cabelo, Dinah. – Fala finalmente e eu me escoro na parede, passando a mão na testa.

É claro que Camila ficaria completamente diferente do que eu estava acostumada a ver, mas isso não me faria ama-la menos e muito menos querer virar as costas para continuar minha vida sozinha, queria que ela conseguisse ver isso e consequentemente parar de tentar de todas as formas de me afastar.

- E...? – Aparentemente DJ já sabia, ao menos pelo seu tom – Isso te dá razão de ser idiota com sua namorada? – Abro a boca surpresa, apenas Dinah conseguia continuar falando coisas do tipo para ela – Camila a Lauren te ama pra porra e eu não acho que isso vai mudar alguma coisa. – Escuto a risada sarcástica de Camila.

- Ah não? – Questiona – Eu vou perder todos os pelos do meu corpo, Dinah. – Cruzo meus braços – Sabe Deus quando eu vou parar de emagrecer e o meu rosto vai parar de inchar, você acha que uma mulher de vinte e quatro anos maravilhosa como ela vai continuar me achar atraente do mesmo jeito? Por favor, não seja hipócrita. – Rosna irritada, trinco meu maxilar.

- Eu acho. – Fala quase sem voz – É sobre Lauren que estamos falando, ela te olha da mesma forma de sempre, da mesma forma que olhava quando tínhamos dezesseis/dezessete anos. – Sorrio de canto, feliz por Dinah estar dizendo o que eu provavelmente diria - Ela poderia muito bem ter virado as costas cada vez que o seu quadro clinico piora, mas ela não faz, porque ela te ama e quer estar ao seu lado a todos os instantes. – Suspira alto – Você acha que você a afastando vai acontecer exatamente o que? Ela vai achar que você não a quer mais, Camila. – Percebo o seu tom de voz ficar mais baixo – É isso que você quer? Depois de todo o esforço que teve para ter o amor da sua vida de volta vai jogar no lixo? – Respiro fundo, sentindo meus olhos arderem por causa deles estarem marejados.

Naquele momento deveria estar sendo muito ruim para ambas as partes, tanto para Dinah dizer tudo aquilo em voz alta para que Camila pudesse abrir os olhos, tanto para Camila que tinha que escutar tudo aquilo sem poder fugir ou contestar os verdadeiros fatos.

- Você não entende...

- Não entendo o que? – Dinah questiona – Eu nem imagino o quão difícil é passar pelo o que você está passando, mas eu entendo e sei que você tem pessoas que te amam muito e que fariam qualquer coisa para te ver sorrindo. – Olho fixamente para elas, Camila chorava.

- Eu só não quero perde-la, ou deixa-la mal. – Murmura – Ou fazê-la se sentir na obrigação de estar comigo, só porque eu estou doente... – Deita a cabeça no colo de Dinah e começa a receber um cafuné.

- E você acha que uma pessoa como a Lauren ficaria com você só porque você está doente? Camila a Lauren te ama, pelo amor de Deus... – Dinah sorri – Ela parece uma pateta te encarando, só falta a baba escorrer... – Camz ri em meio as lágrimas – Ela te olha da mesma forma que você olha para ela e sente um amor tão grande quanto o você sente por ela.

Eu ainda sou uma das poucas pessoas do mundo que realmente pouco se importa com aparência como um todo. Aparência é importante? Com certeza, mas não é nada perto de caráter. Camila poderia continuar com toda essa aparência maravilhosa que tem hoje em dia e se fosse uma vadia sem coração eu nem iria conseguir ficar no mesmo cômodo que ela, porque esse tipo de pessoa não me atrai nem um pouco, é como se toda a beleza exterior desaparecesse.

Pessoas que namoram sem amar/conhecer como um todo são pessoas que não compreendem ou entendem a capacidade que o ser humano tem de conseguir não olhar apenas o exterior. Aparência um dia desaparece, personalidade permanece para sempre, gostaria do fundo do meu coração que mais pessoas aprendessem isso cedo, para que assim não desperdiçassem meses de suas vidas com pessoas que não valem realmente a pena.

Minha namorada poderia mudar por completo e isso não mudaria nada o fato de que ela é o amor da minha vida e que ela querendo ou não vou continuar amando e a desejando todos os dias de minha vida.

- O que está fazendo? – Me viro assustada e vejo Tori saindo do banheiro, levo a mão até o peito, assustada.

- E-Eu... – Sinto minhas bochechas ficarem vermelhas – Só estava... – Olho para o disco de ouro atrás de mim – Vendo isso aqui. – Aponto para o disco e ela arqueia as sobrancelhas.

- Escutar conversas alheias é muito feio, Jauregui. – Murmura, esticando um pouco o pescoço.

- Eu não est... – Comprimo os lábios – Eu sei. – Cruzo os braços – Desculpa, eu não resisti, só isso. – Tori nega com a cabeça, com um pequeno sorriso.

- Não vou contar, relaxa. – Me abraça pelos ombros – Pessoal olha quem finalmente acordou.

Assim que ficamos no campo de visão de Dinah e Camila ambas se sentaram corretamente no sofá e passaram a mão pelo rosto, fingi que não tinha notado isso e apenas sorri torto, totalmente sem graça por estar atrapalhando uma conversa importante que elas tinham que ter para as coisas, ao menos, ficarem um pouco melhores.

- Finalmente, achei que só eu iria trabalhar aqui hoje. – Dinah se levanta prontamente.

- O que vão fazer? – Tori se joga no sofá.

- Minha linha de roupas. – Coloco minhas mãos nos bolsos, fitando Camila, que desvia o olhar.

- Já pensou em algum modelo de roupa? – Camila murmura curiosa.

- Estou pensando em algo como o que eu visto, mesmo. – Dou de ombros – Dinah é melhor nessas coisas, eu só vou dar minha opinião.

- Ou seja, eu faço todo o trabalho pesado. – Dinah dá um soquinho fraco no meu braço e eu rio.

- É para isso que você é paga. – Mostro a língua e minha amiga abre a boca com a minha resposta.

- Eu deveria deixar suas modelos vestirem sacos de lixo. – Abre a bolsa, pegando um caderno enorme – Vamos logo, Jauregui, temos muito o que fazer.

Optamos por nos sentar do lado de fora, na enorme sacada para que pudéssemos ter mais privacidade e aproveitar o ar mais fresco do dia de hoje, não estava tão frio como alguns dias. O fato de estarmos lá fora iria nos permitir falar o quão alto quisermos e até mesmo observarmos outras coisas para termos mais inspiração, assim como iria permitir que eu me abrisse com alguém sobre todo o assunto.

Dinah e eu discutimos sobre três looks diferentes, até mesmo fomos para o meu closet para olhar algumas roupas e nos inspirar em alguns conjuntos. Enquanto eu separava minhas roupas favoritas minha amiga começou a puxar assunto, soltando algumas indiretas sobre Camila, mas permaneci em silencio fingindo que não era comigo.

- Você está brava com Camila? – Sussurra e eu franzo o cenho.

- Não tenho motivos para estar brava com ela, Dinah. – Puxo um vestido e torço a boca, o voltando no lugar.

- Ela está te ignorando... – Me lembra.

- Respeito o espaço dela.

- Você é uma babaca por ela, isso sim. – Revira os olhos e eu a encaro incrédula – Lauren não é porque você a ama que pode deixa-la fazer o que bem entender com você, entendeu?! Eu a amo e amo o que vocês têm, por isso odeio quando vocês agem como duas crianças. – Suspira deixando o caderno em cima do pufe – Tori e eu podemos levar Sofia para algum lugar e vocês passam a noite sozinhas, conversam e tudo mais...

- Conversar sobre o que Dinah? Camila não quer nem chegar perto de mim. – Suspiro.

- Não é verdade. – Se aproxima – Laur ela só está... – Passa a mão pelo rosto – Ela só está sendo uma completa idiota, está nervosa e com medo... ela acha que você não vai a querer mais quando os cabelos...

- Não diga isso, porque não é verdade. – Trinco meu maxilar.

Eu não saberia dizer como iria me sentir caso estivesse no lugar de Camila, para ser bem sincera eu provavelmente estaria mil vezes pior que ela, ainda mais fechada e apavorada, mas eu sabia que Camz iria fazer aquilo que eu iria fazer por ela para que ela se sentisse mais confortável, uma conversa longa iria resolver tudo.

Dinah e eu nos sentamos no chão e começamos a conversar sobre tudo, eu até mesmo chorei em seu ombro, desabafando sobre como eu estava me sentindo com tudo, porque obviamente a doença de Camila não afetava somente ela. Minha amiga não saiu do meu lado e ouviu todo o meu discurso e até mesmo me instruiu da melhor forma que pode, dando dicas que provavelmente iriam melhorar ambos lados.

Acontece que até o final da nossa conversa arquitetamos um plano onde Camila e eu poderíamos finalmente ter um tempo para conversar, por mais que ela tentasse fugir, iriamos finalmente colocar as cartas na mesa e eu seria franca com ela da mesma forma que esperava que ela fosse franca comigo.

- Ei, vocês. – Olhamos para trás e nos deparamos com Camila – Estão com fome?

- Com toda certeza. – Dinah prontamente se coloca de pé – Vamos, Laurenzo.

Dinah passou na frente e pude ver que Camila ficou escorada na porta, me esperando.

Seus olhos gritavam que ela queria dizer qualquer coisa para mim, apenas para que todo aquele gelo que ela andava me dando acabasse. Sua postura mostrava que ela esperava que eu me aproximasse, como sempre fiz, para que eu ao menos lhe abraçasse. Tudo nela gritava que ela não queria mais sentir vergonha de mim, mas que não conseguia.

Me aproximei lentamente e sorri de canto, Camila sorriu de volta, mas preferiu por não me esperar, saindo na frente para que eu fosse logo atrás. Enquanto andávamos até o andar de baixo pude observar melhor seu corpo no geral. Seus pés eram cobertos por uma meia preta com bananas pequenas, o short branco que ela usava estava um pouco largo, mas o enorme suéter azul cobria parte do mesmo.

Nos sentamos à mesa e nos servimos, pude ver que Camila não iria comer absolutamente nada, então optei por escolher algumas frutas que sabia que seriam mais fáceis dela comer sem sentir enjoos, coloquei em seu prato e seus lindos olhos castanhos me olharam intensamente.

- Quais são os planos de hoje? – Tori questiona.

- Eu tenho ingressos para uma peça de teatro! – Dinah comenta animada – Novo musical da Broadway.

- Sério? – Sofia pergunta curiosa, DJ concorda com a cabeça.

Quem na verdade havia ganhado três ingressos para essa peça havia sido eu, mas eu lhe dei para que ela pudesse sair sozinha com as duas.

- Nós podemos assistir, não podemos, Mila? – Olha para a irmã, que para de morder a banana.

- Eu tenho que entregar uma pesquisa hoje, Sofi.- Sorri de canto – Mas você pode ir com Dinah, se ela quiser, é claro.

- Ela vai! – DJ comenta animada – Depois podemos ir jantar no Burger King e tomar sorvete.

- Podemos tomar sorvete naquela sorveteria da esquina da rua do meu apartamento! – Tori sugere e Dinah concorda com a cabeça.

- Tori você não tem falado de Hannah, como ela está? – Questiono interessada.

- Anda muito ocupada. – Revira os olhos – Mas prometeu que até o final do mês vai conseguir me fazer uma visita, seus superiores andam muito felizes com o desempenho dela lá.

- Ela mata pessoas? – Sofia questiona.

- Sofia. – Camila e eu repreendemos ao mesmo tempo, Tori ri.

- Não, ela nunca matou ninguém. – Minha cunhada mais velha pega o seu copo com suco e cruza as pernas – Mas caso precise ela sabe como.

Acabou que esse foi o assunto do nosso café da tarde, Tori amava falar sobre a esposa e todas as conquistas que a mesma já havia conquistado, era possível ver pelo brilho de seus olhos o quanto amava a mulher e o quão orgulhosa era por ter alguém como Hannah ao seu lado, me fazia bem vê-la tão feliz assim.

Depois do café da tarde informei que precisava sair, ganhando três pares de olhos castanhos extremamente curiosos com a minha saída repentina, iria sair para comprar algumas coisas. Subi as escadas para trocar de roupa, vestindo uma calça jeans, calçando meus coturnos, uma blusa branca e uma jaqueta jeans. Apareci de volta na sala de jantar, baguncei o cabelo de Sofia e me curvei para beijar a cabeça de Camila, dando um tapinha no ombro de Dinah e piscando para Tori, saindo do apartamento logo em seguida.

Para ser bem sincera eu havia refletido o caminho todo o que iria comprar, acabei chegando à conclusão de que iria comprar muitas coisas e que talvez demorasse um pouco.

Primeiramente parei em uma loja de roupas, fui para a sessão de acessórios e comprei algumas toucas, parando perto dos lenços para escolher os dois mais bonitos. A segunda parada foi em uma loja de brinquedos, onde fui parada mais vezes para tirar algumas fotos, mas não demorei nada para escolher o que eu tanto estava procurando, comprando e pedindo ajuda para levar ao meu porta-malas enquanto recebia instruções de como montar. A terceira parada foi em uma joalheria, queria um presente especial.

- Sra. Jauregui. – A vendedora sorri gentilmente – Com o que posso ajuda-la?

- Eu quero ver correntinhas... – Checo o horário e sorrio aliviada, chegaria com tempo suficiente para que Camila não ficasse sozinha em casa.

- Apenas isso? Anéis? Pulseiras? – Pergunta me guiando para um lado da loja.

- Não, apenas correntinhas, eu quero duas e quero ver pingentes. – A vendedora se limita a concordar com a cabeça.

Fiquei muito indecisa, para ser bem sincera, mas queria escolher algo que Camila fosse gostar de usar e que combinasse com nós duas e então me lembrei que Camz não gostava muito de usar correntinhas, acabei pedindo para que então a mulher me mostrasse os anéis que havia mencionado mais cedo.

Optei por escolher dois anéis de ouro branco com pequenos diamantes por toda a sua volta, as joias delicadas e caras combinariam perfeitamente com Camila e comigo, quis que fossem iguais para que de alguma forma demonstrassem que somo iguais. Por serem delicadas e pequenas iriam desaparecer sempre que usarmos outros anéis, como sempre fazemos, seriam nossos anéis de compromissos discretos o suficiente para que ninguém sugerisse nada demais quando nos vissem com eles.

A vendedora colocou ambos em uma caixinha de veludo preta e eu fiz questão de guardar na parte interior da minha jaqueta jeans, depois de pagar me despedi de todos da loja e então voltei para meu carro, estava doida para voltar para casa e colocar todo meu plano em prática.

Estacionei meu carro dentro da garagem e peguei a única sacola da primeira loja, abri o porta-malas e observei o melhor jeito de carregar aquela coisa pesada, acontece que assim que tentei levantar do porta-malas a caixa caiu com tudo no chão, me limitei a fechar o carro e então começar a arrastar com uma enorme dificuldade a grande caixa pelo chão até chegar no elevador.

- DINAH? – Grito assim que termino de esconder a primeira sacola em um lugar onde eu tinha certeza que ninguém iria olhar – DINAH?

- O QUE FOI DEMÔNIO? – Grita irritada e eu rio.

- Eu preciso da sua ajuda. – Continuo arrastando a caixa pesada para dentro do meu apartamento e ela me encara incrédula – Anda logo.

- Eu estava quase dormindo. – Resmunga irritada, levantando facilmente a caixa do chão – Wow o que tem aqui? É pesado.

- Eu sei, preciso da sua ajuda para levar até a sacada. – Comento erguendo a outra ponta com uma facilidade maior.

Subimos as escadas com uma dificuldade maior, com todos os olhares sobre nós, assim que olhei na sala vi Veronica e Lucy sentadas com caras confusas para mim, apenas sorri largo e acenei, continuando levando aquela enorme caixa para fora.

- O que tem aí? – Veronica questiona curiosa.

- Segredo, eu só posso abrir mais tarde! – Cruzo os braços.

- Você some a tarde para comprar uma coisa misteriosa e então não diz o que é? – Sofia resmunga tentando olhar melhor para caixa.

- Exatamente isso, agora vamos entrar. – Sorrio as empurrando de volta.

- Mas eu quero saber o que é! – Lucy murmura e eu rio.

- Eu deixo a câmera que você me emprestou filmando o momento que eu abrir e montar aquilo, ok?

- É de montar? – Tori semicerra os olhos – É um telescópio?

- É uma churrasqueira? – Dinah questiona.

- Acho que é um instrumento novo... – Lucy sugere.

- Não, ela colocaria na sala de música. – Camila murmura – É uma cadeira especial?

- Vocês vão todas ver amanhã, o que estavam fazendo? – Mudo de assunto, me sentando no sofá.

Depois de bons minutos todas elas tentaram parar de ver, exceto por Vero, mas começamos a conversar sobre as mais diversas coisas, mas principalmente sobre minha carreira. Veronica e Dinah iriam começar a trabalhar juntas para montar uma propaganda com minha linha nova de roupas, Vero iria cuidar de divulgar as roupas para Deus e o mundo enquanto DJ ficaria responsável por cuidar das roupas. Lucy me contou sobre o filme, que já haviam excelentes cenas para começar a juntar alguma coisa, mas informou que só estava juntando o “por de trás das câmeras”, deixando para gravar em cima do palco quando eu me apresentasse do MSG.

Nossa conversa durou um bom tempo, mas quando Lucy viu que Dinah havia pedido para Sofia juntar suas coisas para que a pequena fosse para a sua casa chamou Veronica para que elas também fossem, como Tori iria junto na peça aproveitou a ida de todo mundo e em menos de vinte minutos depois de encerrarmos a extensa conversa, elas se foram, mas com a promessa que logo iriamos nos ver.

Quando me virei pude ver Camila subindo as escadas, o que me deixou frustrada por ver que ela ainda continuava com essa coisa de me querer longe, apenas fui até o lugar onde eu havia escondido a sacola e peguei uma touca cinza e o lenço mais bonito dos dois que havia comprado, colocando a touca no bolso de trás da minha calça jeans e dobrando o laço para guarda-lo no bolso interno da jaqueta jeans.

Procurei Camila e a encontrei sentada no centro da nossa cama, haviam vários livros espalhados a sua volta e o computador a sua frente, seus óculos repousavam na ponta de seu nariz delicado e seu cenho franzido indicava o quão concentrava estava naquilo que lia, comprimi meus lábios e cruzei os braços, saindo de lá e indo para sacada.

Abri a caixa e comecei a puxar tudo de dentro dela, deixando tudo separado para que quando Camila fosse finalmente viesse atrás de mim, porque sabia que mais cedo ou mais tarde isso ia acontecer, mesmo não falando comigo durante esses quatro dias de longe seus olhos me acompanhavam a todos os instantes.

Eu tive tempo de pegar meu notebook na sala de música e a câmera, colocando uma música qualquer para tocar pela sacada e então preparar a câmera para quando eu finalmente começasse a gravar e só depois de uma hora foi que Camila apareceu para ver onde eu estava "escondida".

- O que está fazendo? – Escuto sua voz e só então desvio do olhar, estava tão entediada que havia feito um #AskLauren no Twitter – Você comprou uma cama-elástica?

- Eu estava te esperando para me ajudar a montar, e sim, eu comprei uma cama-elástica!

- Lauren é trabalhoso montar isso, além do mais nós podemos nos machucar. – Resmunga revirando os olhos.

- Anda logo, eu não fiquei aqui fora te esperando por uma hora para você dizer que não vai me ajudar a montar. – Pude perceber seus olhos procurarem os meus, querendo saber se o que eu havia dito era verdade – Só vou dizer ‘tchau’ e então nós podemos começar a montar.

Depois de Tweetar uma última vez me levantei, clicando no botão da câmera para liga-la novamente e então fiz um sinal para Camila, que me encarou incrédula por um longo período, se rendendo em seguida. A caixa era bem grande e tinha muita coisa dentro dela, não jurava que a cama-elástica seria tão grande assim, mas não me importei do mesmo jeito.

Camila era excelente em entender instruções, eu era excelente em segui-las.

Enquanto Camz me explicava eu ia juntando a base com a sua ajuda, formando o círculo com as bases de ferro, depois de terminar estendemos a rede de elástico no centro do círculo de ferro e começamos a prender com as molas, as primeiras foram bem difíceis, mas depois que pegamos o jeito finalizamos rapidamente a cama-elástica.

Corri desligar a câmera e quando me virei pude ver Camila em cima do brinquedo, rindo e já pulando, me fazendo sorrir e correr para o mesmo, subindo e então começando a pular com ela. Camz segurou minhas mãos quando eu quase a fiz cair de bunda, então não soltamos mais as mesmas, pulando de mãos dadas e rindo sem nenhum motivo, apenas por estarmos nos divertindo.

- Ei. – Solto uma gargalhada alta quando eu caio e ela continua pulando, me fazendo pular mesmo deitada, então seu ritmo diminui até que ela cai sentada ao meu lado – Vá mais devagar, você pode passar mal, Camz. – Tiro a mecha que caia em seu rosto e ela desvia do meu toque, comprimo os lábios e afasto minha mão.

- Desculpa. – Murmura e eu sorrio tristemente, dando de ombros.

Ficamos um tempo em silencio, estávamos ofegantes e Camila tinha os lábios um pouco mais brancos do que o normal. Naquele momento estava me xingando mentalmente, Camila não podia ficar brincando em coisas desse tipo sem passar mal, havia sido uma péssima ideia comprar aquilo.

Sua expressão havia mudado completamente, podia ver o quanto pular no brinquedo não havia lhe feito bem, sabia que logo uma dor de cabeça ou até mesmo enjoo iriam lhe atingir, a deixando ainda mais desconcertada com toda a situação.

- Lauren? – Saio de meus devaneios e a encaro – Eu não quero que você veja ele caindo. – Desvio nossos olhares - Por isso não gosto quando você encosta nele. – Comprimo meus lábios.

- É só cabelo, Camz. – Murmuro e ela nega com a cabeça.

- Não... – Suspira – Eu demorei muito tempo para começar a gostar da minha aparência, de me sentir bem comigo mesma e então vem isso. – Abraça as pernas – E agora ele está caindo, você já imaginou como eu vou ficar horrível careca? – As primeiras lágrimas rolam pelo seu rosto.

- Você não precisa raspar tudo, pode ficar curto. – Nega com a cabeça.

- A quimioterapia vai continuar, eu vou continuar penteando meu cabelo e ele vai continuar caindo, amor. – Aproximo nossos corpos e percebo que dessa vez ela não se afasta.

- Então você vai ser a pessoa mais linda sem cabelo. – A puxo para o meu colo, ela se aconchega toda em mim, ficando encolhida – Aparência não importa nada quando aqui dentro é lindo. – Aponto para seu coração – Eu te escolhi pela sua personalidade, ou vai dizer que você não se lembra da senhora que eu achei que era você quando marcamos de nos ver pela primeira vez? – Camz ri com a lembrança – Sua aparência não foi o que me atraiu até você, não foi ela quem fez eu me apaixonar de todos os jeitos que uma pessoa pode se apaixonar... – Seguro seu rosto, acariciando o mesmo.

- Eu vou...

- Não sofra por antecedência. – Murmuro – Você é linda e vai continuar linda aos meus olhos, caso se esqueça vou estar aqui para lembrar, sempre.

Camila fechou os olhos e mais algumas lágrimas rolaram pelo seu rosto, meus polegares limparam os vestígios de lágrimas em suas bochechas e então puxei seu rosto para perto do meu, colando nossos lábios gélidos, suspirando satisfeita contra a sua boca por finalmente sentir seu gosto novamente.

- Linda... – Murmuro contra sua boca – Minha linda, Camila. – Roço nossos narizes.

Camila ia abrir a boca para dizer algo, mas colei meus lábios nos seus para garantir que nenhuma palavra negativa fosse pronunciada depois das minhas.

Nós não nos beijávamos a quatro dias, que mais pareciam eternidade. Só nos tocávamos porque tínhamos criado o costume incontrolável de dormirmos agarradas. Nos olhávamos, mesmo que disfarçadamente, a todos os instantes. E nos desejávamos, eternamente.

Uma música com um ritmo gostoso começou a tocar e com o meu braço esquerdo puxei ainda mais o seu corpo contra o meu, acariciando a linha do seu maxilar com o polegar da mão direita, seus braços envolviam o meu pescoço e seus lábios se chocavam contra os meus de uma forma bruta e intima, enquanto nossas línguas acariciavam uma a outra a procura de matar toda a saudade que sentíamos uma da boca da outra.

Podia sentir o meu peito queimar e então os lábios de Camila passaram a percorrer a minha pele, beijando toda a linha do meu maxilar e até mesmo do meu pescoço, voltando para os meus lábios, para que eles fossem atacados pelos seus mais uma vez.

- Eu poderia viver um bilhão de anos e nem mesmo assim conseguiria colocar em palavras o quanto sou grata por sua existência. – Encosta nossas testas – Eu devo ter sido a melhor pessoa mundo na vida passada para merecer você. – Cola nossos lábios e eu sorrio de canto.

- Eu te amo, Camila. – Encaro seus olhos e percebo os mesmos marejados – E vou te amar até depois do “para sempre”.

- Mesmo que eu estiver ridícula?

- Mesmo que você estiver ridícula, aos seus olhos. – Comprimo os lábios – Mas nesses momentos eu vou fazer o possível para fazer você se sentir linda. – Pego a touca no bolso de trás da calça e coloco a mesma em seu colo, tirando o lenço de dentro do meu bolso interno da jaqueta – Mesmo que para que você se sinta linda você precise usar isso... – Camila comprime os lábios abrindo o enorme lenço estampado, enquanto segurava a touca cinza.

- Você...

- Eu sai para comprar alguns lenços e toucas novas, para caso você queira usar, tem de todos os tipos e jeitos, quero que use caso isso realmente faça você se sentir bem em relação a si mesma... – Acaricio sua perna – Comprei a cama-elástica e fiz você monta-la comigo para você ver que desde que fiquemos juntas conseguiremos qualquer coisa, então por favor, não tente me afastar de você. – Suspiro pesado, sentindo o carinho na minha bochecha – E eu comprei mais uma coisa...

- Mais um presente? – Ri surpresa, passando as mãos pelas bochechas.

Levo minha mão até dentro da jaqueta e pego a caixinha de veludo, vendo os olhos de Camila se arregalarem e sua boca se abrir, minha namorada parecia apavorada e seu pavor ficou ainda maior quando eu abri a caixinha.

- Esses são nossos anéis de namoro. – Sorrio de canto – Quando éramos adolescente eram muito caros para que eu pudesse comprar para nós. – Rio pelo nariz e tiro o dela, segurando sua mão – Então esses podem representar aquela época, representar o quanto eu ainda te amo e tempo que eu vou ficar com você, ou seja, até o final. – Coloco no seu dedo anelar da mão direita.

- Vamos usar iguais? – Concordo com a cabeça e ela comprime os lábios sorrindo, enquanto as lágrimas rolavam pelo seu rosto – Você não precisava, Lauren...

- É a minha forma e mostrar que estamos comprometidas, Camila, que enquanto usarmos esses anéis não podemos pensar como duas e sim como apenas uma. – Murmuro – Esses anéis são a minha promessa a você de que eu sou eternamente sua e você eternamente minha. Minha promessa de que sempre vou querer você, da mesma forma que espero que você sempre me deseje na mesma intensidade. – Camila morde o lábio inferior e então pega o outro anel dentro da caixinha, empurrando para o meu dedo anelar direito, colando nossos lábios logo em seguida.

- Eu sempre vou querer você... – Sussurra perto da minha boca.

Quando nossos lábios se encontraram mais uma vez foi como se fosse totalmente diferente de todos os outros beijos que já tivéssemos dado desde que descobrimos sobre o câncer de Camila e quaisquer outras notícias ruins, naquele momento nós realmente nos entregamos de corpo e alma uma para outra, naquele momento realmente passamos a ser apenas uma, pela primeira vez não de um modo carnal.

Deitei o corpo de Camila na cama-elástica e fiquei por cima do seu corpo, não soltando todo o meu peso, suas mãos me puxavam pela gola da jaqueta e nossos lábios se roçavam uma no outro de uma forma bruta e apressada, mas ainda sim amorosa. Minha namorada não demorou muito para começar a puxar a minha jaqueta, me fazendo sentir um frio na barriga.

Seriam beijos, apenas beijos.

As mãos de Camila passeavam por todo o meu tronco, como se ela nunca houvesse me tocado antes, alisava meu braço, dava puxões delicados em meu cabelo e arranhava a minha nuca enquanto nossos beijos só ficavam mais e mais intensos a cada roçar de lábios e encontro de línguas. Meus lábios foram para o seu pescoço e sem me conter permaneceram no mesmo lugar, me dando certeza que dentre algumas horas Camila teria uma pena marca ali, assim como eu teria as marcas dos seus arranhões na minha nuca.

- Amor... – Murmuro afastando nossos lábios, ela estava perdida e com os lábios entreabertos.

- Hum? – Roça o nariz no meu pescoço.

- Eu acho melhor nós... entrarmos. – Trago saliva quando ela sorri contra a pele do meu pescoço.

- Tudo bem, nós podemos entrar. – Cola nossos lábios uma última vez.

Camila não se moveu, quando tentei me mover minha namorada desceu suas mãos do meu pescoço para meus ombros, impedindo de me movimentar, me fazendo ficar apenas ali a encarando, quando na verdade quem me olhava minuciosamente era ela. Camz me observava com seus lindos olhos castanhos brilhantes, os cantos de sua boca estavam curvados em um sorriso e toda a sua expressão demonstrava o quão feliz parecia estar, diferente dos últimos dias.

- Você parece feliz... – Murmuro acariciando seu rosto.

- Eu estou. – Fecha os olhos, apreciando o carinho – Você me faz feliz, como nenhuma outra pessoa pode me fazer no mundo todo. – Suspiro, sorrindo de canto.

- Você também me faz feliz. – Me curvo e colo nossos lábios.

Naquele momento, ali com a minha namorada e o amor da minha vida cheguei à conclusão de que é difícil, mas não é impossível, ser feliz em momentos difíceis da vida.


Notas Finais


Eu amei tanto esse capítulo que ele ta tatuadinho no meu coração aksdjbajkbsd O que vocês acharam? O que acham que vai acontecer agora?
Eu iria agradecer do fundo da minha alma se vocês informassem seus abiguinhos que leem a história que ela foi atualizada, porque muita gente não está recebendo notificação do anime e eu nem sempre consigo avisar todo mundo que lê a história!
Caso alguém ainda não tenha o link da playlist no spotify: https://open.spotify.com/user/itscamren-yo/playlist/4szdl8GEneb8Hc4Tj6roim
Você pode me encontrar no twitter ou no wattpad (switch5Hearts), também pode conversar comigo no ask.fm/SushiDaMegan caso não tenha conta em nenhum desses lugares hehehe
Natália xX(:


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