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História Letters To Camila - Segunda Temporada - Bad News?


Escrita por: itscamren-yo

Notas do Autor


Heey pessoal,
Aparentemente eu deixei muitas pessoas nervosas no último capítulo e também acabei descobrindo que alguns leitores são cardíacos, sinto muito por acelerar o coração de vocês diversas vezes aksjdbakbsjd
Para o capítulo de hoje sugiro as músicas: Fix You do Coldplay, Make You Feel My Love da Adele, Tee Shirt da Birdy, Photograph do Ed Sheeran e por último Halo da Beyoncé.
Boa leitura:

Capítulo 45 - Bad News?


Fanfic / Fanfiction Letters To Camila - Segunda Temporada - Bad News?

A parte mais incrível do ser humano é que nenhuma pessoa consegue ser igual a outra, se você tiver gêmeos idênticos eles ainda sim vão ser diferentes, mesmo que seja apenas pelas digitais.

Ninguém sente a mesma coisa que a outra pessoa, mesmo que seja a mesma situação, cada um lida com a dor de uma forma diferente e recebe em uma intensidade completamente distinta, e isso é difícil para algumas pessoas compreenderem simplesmente porque com isso você  nunca vai conseguir entender completamente o que se passa com alguém que está passando por uma fase difícil como você.

Dessa vez conseguia ser pior do que a primeira vez que Camila havia ido ao hospital às pressas, acho que cinco milhões de vezes pior, apenas por eu saber o que ela tinha e o que poderia acontecer caso não chegássemos a tempo ou fosse tarde demais por qualquer outro motivo.

A sirene não demorou nada para ecoar pela rua do meu prédio e os paramédicos entrarem em minha casa correndo, pegando Camila e a levando para dentro do automóvel. Marie teve que acompanhar Camila na ambulância já que eu não sou casada com a minha namorada, o que tecnicamente não me faz da família e consequentemente me impossibilita de acompanha-la até o hospital junto com os paramédicos. Patrick, Sofia e eu tivemos que ir atrás com o meu carro, assim que chegamos no hospital Hailee não demorou para aparecer e pedir para que nós aguardássemos na sala de espera do terceiro andar.

- Laur? – Sofia me chama, a encaro, limpando minhas lágrimas – Não foi a minha culpa ter acontecido isso com ela, não é?! – Nego freneticamente com a cabeça.

- Claro que não, pequena, ela já estava com dores esses dias... – Murmuro a abraçando, Sofia esconde seu rosto em meu pescoço – Ela só teve uma complicação, não é nada, eu tenho certeza... – Sussurro, beijando o topo de sua cabeça.

- Mas e se...

- Nada disso, Sofia. – A repreendo em um tom mais rude do que eu gostaria – Não foi a sua culpa, não se culpe por ela ter passado mal.

Minha namorada havia ficado extremamente nervosa com toda a situação e com o que teria que lidar, isso deve ter ajudado a contribuir para o resultado final, mas Sofia não precisava saber disso para se sentir ainda pior e mais apavorada, qualquer um poderia notar o quão arrependida minha cunhada estava de ter gritado com a irmã e causado toda aquela discussão enorme no quarto.

- Pessoal... – Hailee aparece tirando a máscara, ela estava com uma roupa diferente de quando eu tinha a visto, a cinquenta minutos atrás – Eu só vim dar um recado antes de entrar na sala de cirurgia...

- Sala de cirurgia? – Franzo o cenho.

- O câncer começou a se espalhar... – Comprime os lábios e eu sinto meus olhos arderem.

- Por isso as dores nesses últimos dias? – Patrick questiona e ela concorda com a cabeça.

- Ela vai entrar em cirurgia daqui alguns instantes, vamos tentar evitar que ele se espalhe mais e eu espero que vocês tenham paciência porque a cirurgia vai demorar algumas horas... – Comenta enquanto colocava a touca em seu cabelo – Assim que tudo acabar eu mesma faço questão de vir com o Dr. Campbell para conversar com vocês. – Sorri solidária.

- Hailee antes de você ir... – Tento formular a pergunta que eu queria exatamente fazer – Está se espalhando para onde exatamente?

- Por toda a cavidade abdominal, por isso as dores extremamente fortes em vários locais. – Suspira – Nesse tipo de câncer é muito fácil de isso acontecer, mas o lado bom é que descobrimos antes de se espalhar muito, então pensamento positivo. – Sorri tentando me encorajar – Eu tenho que ir... – Logo começa a se afastar, sem dizer mais nada.

Era assustador, pensar que a vida da pessoa que você mais ama no mundo todo está na mão de desconhecidos, que eles têm a capacidade de acabar com toda as dores e desconfortos que ela sente, assim como conseguem acalmar familiares. Eu confiava nos profissionais que trabalhavam ali e confiava na vontade que Camila sentia de viver, precisava acreditar na minha fé e que tudo daria certo no final.

Não precisávamos dizer nada, não havia o que ser dito. Apenas nos sentamos ali, em silencio, e cada um ficou sozinho com seus pensamentos, provavelmente porque cada um precisava daquele espaço.

Primeiramente liguei para a minha mãe, informando o que estava acontecendo e até mesmo chorando mais um pouco no meio do corredor, um colo dela seria muito bom naquele momento, por esse motivo ela disse que estava indo para o aeroporto de Miami com meu pai e que naquela noite mesmo chegariam em New York. Depois liguei para Normani, que estava no meio de uma aula e não demorou nada para dizer que estava a caminho do hospital e que iria se encarregar de ligar para David, Ally e Lucy, para que eu não precisasse me incomodar em falar mais com eles. Terceiramente liguei para Dinah, que quando escutou o que havia acontecido começou a chorar ao telefone, podia escutar uma pessoa no fundo tentando acalma-la, minha amiga logo disse que estava a caminho.

Quando me sentei novamente ao lado de Sofia peguei uma revista qualquer e comecei a folha-la, vendo uma matéria pequena onde aparecia Camila e eu, era algo sobre eu ter parado a minha turnê para ficar com ela. Depois de ler a matéria peguei meu celular e fiquei passando fotos e mais fotos minhas e dela, como uma forma de me deixar mais calma, o que não adiantou muito já que algumas lágrimas rolaram pelo meu rosto sem que eu tivesse controle.

- Lauren? – David tinha uma expressão apreensiva, sua pele estava pálida e ele parecia afobado em me achar. Assim que meu melhor amigo colocou seus olhos em mim, abriu os braços e eu me levantei, andando em sua direção – Vai ficar tudo bem, tampinha. – Acaricia meu cabelo e me abraça apertado, escondo meu rosto em seu peito – Não precisa chorar, Laur.

- Ela desmaiou nos meus braços e eu não fiz nada... – Sussurro e ele suspira.

- Não havia o que ser feito. – Me abraça ainda mais apertado – Ela tinha que vir para cá e ser cuidada por profissionais, tampinha, vai dar tudo certo. – O abraço ainda mais apertado e ele se deixa ser abraçado, sabendo que eu precisa daquilo mais que tudo naquele momento.

Nós nos sentamos e a sala de espera foi ficando lotada, haviam alguns pacientes esperando seus oncologistas e então havia todos os nossos amigos e seus familiares, todos ali aguardando respostas ou qualquer outra coisa que nos mostrasse que Camila ficaria bem, nós sabíamos que aquilo iria demorar, mas não nos importávamos de esperar.

Mesmo o cômodo inteiro estando lotado de amigos e familiares de Camila ninguém se atrevia a falar nada, as vezes dava para escutar as pessoas conversando bem baixinho, mas não demorava nada para que elas parassem. Ashley chegou quando o sol já havia se posto, a esposa do meu melhor amigo fez questão de me abraçar apertado e ter certeza de que eu estava bem, ficando ao meu lado o tempo todo.

Ally se encarregou de ficar com Sofia, conseguiu até mesmo fazê-la andar um pouco pelo hospital e depois de uma meia hora me mandou uma mensagem alegando que estavam na lanchonete do hospital comendo alguma coisa, ou tentando. Patrick estava extremamente ansioso e podia ver Marie tremer nervosa, o que me deixou levemente tensa, com medo que seu coração não aguentasse essas emoções.

Quando me levantei todos os olhares foram em minha direção, informei que iria ao banheiro e Normani fez questão de me acompanhar. Eu não queria ser acompanhada porque não queria que ninguém me visse ficar desesperada, como aconteceu mais cedo, na posição em que eu estava não podia desmoronar sem que todos comentassem, preferia sofrer sozinha. Assim que entramos no cômodo ainda mais branco que os outros apoiei minhas mãos na pia e senti minha cabeça latejar, assim como meus olhos arderem indicando que as lágrimas vinham com tudo.

Chorava morrendo de medo do que poderia vir acontecer nas próximas horas, eu não tinha qualquer controle sobre o que poderia acontecer e isso me deixava extremamente ansiosa e apreensiva. Normani me abraçava apertado e eu me agarrava na minha melhor amiga, chorando de uma forma que eu não chorava a meses, como se todos os choros que eu tivesse conseguido segurar e sentimentos apavorados reprimidos começassem a sair de mim sem que eu tivesse qualquer controle. É horrível sufocar sentimentos, porque uma hora ou outra eles acabam tendo que sair e quando saem conseguem vir de uma forma tão insuportavelmente dolorosa, mil vezes pior do que caso tivesse lidado com eles antes.

- Lauren... – Segura o meu rosto quando me acalmo um pouco – Camila é forte e está na mão dos melhores médicos da cidade. – Mais algumas lágrimas rolam pelas minhas bochechas – E você viu todo mundo que está na sala de espera? Todo mundo está lá porque amam ela e você, estamos todos aqui para te apoiar e você não precisa ser forte sozinha nesse momento, nós podemos te ajudar a ser forte agora. – Me abraça apertado mais uma vez.

- Eu estou com tanto medo. – Sussurro em meio a um soluço – Não quero ter que ficar em um mundo onde ela não faça parte...

- E quem disse que você vai? – Murmura acariciando minhas costas – Vai dar tudo certo, você só precisa ter fé. – Suspiro alto e fecho meus olhos.

Ficamos dentro do banheiro até que eu me acalmasse de vez e conseguisse me recompor, lavei meu rosto e passei um pouco de água na nuca, ajeitando melhor minha jaqueta jeans e então saindo do banheiro sendo seguida por Normani. Antes de voltarmos para a sala de espera mandei uma mensagem para Tori, informando o que havia acontecido, mas eu tinha quase certeza que ela já havia entrado no avião para voltar ao Canadá por alguns dias.

Foi ficando cada vez mais tarde e então todo mundo foi ficando bem cansado, eu sabia que cirurgia iria demorar ainda mais, não iria sair daquele hospital nem arrastada e iria ficar ali até que recebesse alguma notícia.

Quando deu meia noite David e Ashley decidiram ir embora, afinal ela teria que trabalhar no dia seguinte, Ally conseguiu Sofia a pegar uma carona para o seu apartamento e descansar um pouco. A sala de espera foi ficando sem nenhum outro paciente e o hospital cada vez mais silencioso, de uma forma mórbida.

- Achei que ela não fosse embora. – Dinah murmura quase fechando os olhos.

- Ela está se sentindo culpada... – Sussurro e minha amiga me encara – Sofia descobriu sobre tudo de Alejandro... – Dinah prontamente se ajeita na cadeira e me olha chocada – Camila, Tori e ela discutiram e Camila já estava com dor e eu acho que o desgaste emocional fez a dor piorar... – Passo a mão pela testa e suspiro.

- Que droga. – Rosna passando a mão pelo rosto – Ela não reagiu bem?

- Nem um pouco. – Suspiro – Gritou muito, culpou a Camila e não quis ficar perto da Tori. Quando eu ia conversar com ela tudo aconteceu. – Dou de ombros e me encosto na cadeira nada confortável – Mas acho que agora ela vai pensar melhor em tudo que a Camila falou e eu acho que seria bom entrar em contrato com uma psicóloga.

- Por que? – Normani pergunta confusa.

- Ela está passando por muita coisa, não sei como está conseguindo lidar com tudo sem surtar.

- Concordo com isso... – Dinah sussurra – Mas acho que devemos esperar Camila acordar para que possamos tocar nesse assunto, ou podemos falar com Marie e Patrick.

- Não hoje, DJ. – Murmuro – Eu vou comprar água na lanchonete, alguém quer algo? – Todos negam com a cabeça – Já volto.

Peguei o elevador e assim que a porta se fechou recebi a mensagem da minha mãe avisando que eles tinham acabado de chegar e estariam no apartamento deles, e que logo iriam para o hospital me fazer companhia, isso me deixou extremamente aliviada e um pouco ansiosa, estava com muitas saudades dos meus pais e um pouco de cuidado vindo deles não faria nem um pouco mal.

Conforme caminhava pelo hospital podia notar alguns olhares curiosos, assim que cheguei na lanchonete comprei a água, tendo o olhar arregalado da atendente em minha direção. Uma menina ia se aproximar, mas quando provavelmente viu o meu estado deu meia volta e não se atreveu a pedir uma foto ou qualquer coisa do tipo, o que me fez agradecer internamente.

- Não quer um canudo? – Me viro assustada quando reconheço a voz.

- E-Eu... – Respiro fundo e nego com a cabeça – Eu prefiro pegar um copo descartável mesmo.

- Oh é claro. – Sorri timidamente – Fazia muito tempo que eu não te via.

- Sete anos? – Questiono indiferente.

- Provavelmente. – Austin ri dando de ombros – Você mudou bastante.

Era tão estranho vê-lo ali, provavelmente porque ele foi o segundo pesadelo de todo o meu relacionamento com Camila quando éramos adolescentes, eu não o suportava por ele dar tanto valor a dinheiro e a imagem, sentia vontade em bater na sua cara por viver tentando tirar minha namorada de mim, mas agora eu era indiferente em relação a ele.

Me sentia indiferente na sua frente, provavelmente por causa da confusão que estava dentro de mim naquele dia, ou provavelmente porque ele nunca foi significante para mim e sempre tentou me colocar para baixo, mas diferente de Katherine ele realmente parecia ter mudado e não de uma forma ruim.

Austin tinha assumido seus cabelos meio cacheados, ele havia engordado bem, mas de uma forma estranha parecia estar malhado, seus olhos verdes/azulados estavam brilhando e ele tinha um sorriso idiota no rosto. Era bem diferente vê-lo sem a calça caindo ou aquelas roupas estranhas que ele gostava de vestir, diferente de antes agora ele vestia uma camisa xadrez com magas compridas, calça jeans um pouco justa e um sapato fechado.

- Você não mudou muito. – Abro minha garrafinha, ele sorri sem graça – O que faz aqui? – Pergunto sem muito interesse.

- Minha filha nasceu. – Sorri animado e eu arregalo meus olhos – Eu estava viajando com a minha esposa e Melissa não quis esperar para nascer... – Ri escondendo as mãos no bolso da calça jeans – Nasceu de sete meses, mas os médicos disseram que tudo vai ficar bem.

- Parabéns. – Sorrio fraquinho – Eu realmente espero que ela fique bem.

- Obrigada. – Da um gole no suco – Barbara está dormindo então eu vim comer alguma coisa, a noite foi meio longa. – Não sabia porque ele estava conversando comigo ainda – E você, o que faz aqui? – Suspiro, olhando para trás.

- Camila deu entrada no hospital algumas horas, ela não está se sentindo muito bem. – Sua expressão automaticamente muda, vejo a preocupação ficar estampada em seus olhos – O câncer começou a se espalhar e ela está operando agora.

- Eu realmente sinto muito. – Fala sincero e eu sorrio fraquinho – Sabia o que estava acontecendo com ela graças a mídia, mas eu não sabia que estava tão sério assim.

- Pois é. – Dou dois passos para trás – Eu tenho que ir, o médico dela pode aparecer a qualquer minuto e eu não quero perder nada. – Concorda com a cabeça – Tenha uma boa noite.

- Vai lá. – Murmura ainda meio chocado – E Lauren? – Me viro para encara-lo uma última vez – Vai dar tudo certo, eu tenho certeza. – Sorri gentil e eu sorrio sem vontade.

Poderia ser cômico se não fosse chocante, eu não conseguia acreditar que o menino que eu abominava no colegial seria o mesmo que apareceria em um dos momentos mais sufocantes de toda a minha vida para tentar me acalmar de alguma forma, Austin não era mais o mesmo e qualquer um poderia ver isso, mas isso não me fazia gostar muito dele do mesmo jeito.

A um tempo atrás eu havia conversado com Camila sobre seus romances durante esses seis anos, foi uma conversa mais aprofundada, onde nós realmente não nos importamos de falar com quem havíamos dormido ou então com quem nós havíamos apenas ficado. Minha namorada me tranquilizou dizendo que beijou sim algumas pessoas e até mesmo transou com três dessas pessoas que ficou, mas nenhuma que eu conhecesse, o que de certa forma me deixou aliviada em saber que ela jamais deixou alguém que eu não gostasse tocá-la ou simplesmente sentir o delicioso gosto de seus lábios. Nessa mesma conversa eu descobri que Camila cortou completamente amizade com Austin depois que eles entraram na faculdade, também descobri que Álvaro na verdade sempre teve uma enorme paixonite por Hailee e não por Camila, o que me deixou saltitando por dentro.

Sempre senti uma necessidade muito grande de ser possessiva com Camila, não gostava de quando ela saia perto de mim e muito menos que conversasse com esses garotos, que eu jurava de pé junto, que poderiam rouba-la de mim. Sempre amei tanto Camila a ponto de quere-la o tempo todo só para mim, ter sua atenção tomada somente em minha direção e eu sempre amei ocupar seu coração de uma forma que não deixasse qualquer outra pessoa entrar ali.

Camila é a minha alma gêmea, pertence a mim e somente a mim, como eu pertenço a ela e somente ela. O que nós temos não consegue ser somente um romance de colegial que passou a ser algo maior, é um amor tão grande que não precisa nem ao menos estar sendo vivido para ser sentido por qualquer pessoa. Nosso amor é um daqueles que quando ama não tem mais volta, ama intensamente e para sempre.

- Você demorou, estava indo atrás de você. – Normani sorri sem jeito assim que a porta do elevador abre.

- Eu encontrei... – Comprimo os lábios – Alguém já apareceu para dar alguma notícia? – Nega com a cabeça e eu comprimo meus lábios.

Camila havia dado entrada no hospital as cinco da tarde, levou quase uma hora para que todos os exames necessários fossem concluídos, então Hailee apareceu para informar que minha namorada teria que operar naquele dia mesmo, daqui a quarenta minutos fariam oito horas de cirurgia e ninguém havia aparecido para dar qualquer outra informação, o que me deixava extremamente ansiosa e ainda mais preocupada.

Já é agonizante não ter informações e ficar extremamente ansiosa para descobrir o estado da pessoa que nós amamos se encontra, mas deve ser ainda mais estressante e agoniante para os profissionais que cuidam do paciente, uma coisinha errada e é uma vida a menos no planeta graças a ele, admiro pessoas que trabalham com isso pela coragem, paciência e hombridade de realizar um trabalho tão complicado quanto esse.

Só subi o meu olhar quando escutei a porta do elevador abrindo e uma voz conhecida pedindo informação, prontamente me levantei e corri em direção a mulher empacotada com um casaco na cor creme. Minha mãe me envolveu em um abraço protetor e acariciou minhas costas, se agarrando em mim como se tentasse tirar toda a dor que eu sentia naquele momento. Um perfume masculino não demorou nada para invadir minhas narinas e automaticamente causar paz, meu pai puxou nós duas para um abraço conjunto.

Faziam muitos dias que eu não encontrava meus pais, que por conta da minha avó não podiam ficar muito tempo em New York, naquele momento de minha vida eles faziam muita falta e tê-los ali comigo era extremamente reconfortante e tudo que eu precisava.

- Não precisa chorar, meu anjo. – Minha mãe murmura e eu sinto meu pai beijar minha cabeça.

- Ela vai ficar bem. – Sussurra me abraçando de lado – E nós estamos aqui agora. – Sorri gentilmente.

Meus pais fizeram questão de cumprimentar todos ali, mesmo depois de viajarem não pareciam tão exaustos e abatidos como todo mundo que estava naquela sala de espera, na verdade, eles estavam bem elegantes e até mesmo pareciam mais dispostos, mesmo com as expressões preocupadas.

Pego meu celular assim que sinto ele vibrar, o nome de Taylor aparece na tela e eu suspiro, gostaria que minha irmã e meu irmão tivessem vindo também. “Qualquer coisa que você precisar me liga, tenho certeza que tudo vai dar certo, eu amo você.”, era a mensagem que havia me mandado e só de ler aquilo me senti um pouco melhor e ainda mais confiante. Consegui abrir um pequeno sorriso quando fiz o meu celular voltar para a parte inicial, mostrando uma foto que Camila havia feito questão de colocar na noite passada, a foto havia sido tirada antes de descobrirmos tudo, nela Camz estava em meu colo e eu mordia sua bochecha enquanto ela tinha um largo sorriso mostrando que estava rindo quando a foto foi tirada, só de ver aquilo meu coração acelerou.

- Eu gostei da foto... – Minha mãe murmura e eu viro meu rosto, sorrindo fraco – Vocês fazem um casal tão lindo e qualquer um consegue ver o quanto vocês se amam... – Segura a minha mão e eu suspiro.

- Eu amo muito ela, mãe. – Comprimo meus lábios – Eu amo tanto que daria tudo o que tenho para vê-la sem dor, eu faria qualquer coisa. – Sinto meus olhos ficarem marejados.

- Eu sei que sim, querida... – Acaricia meu rosto – Mas agora ela precisa das suas orações e ainda mais do seu apoio para passar por isso, não considere essa internação e essa cirurgia como uma vitória negativa já ganha, ainda tem tempo de mudar o resultado final. – Segura a minha mão e eu encaro a foto – Não acredite que essa complicação possa ser uma sentença de morte, porque você tanto quanto eu, sabe que Camila é forte demais. – Beija minha têmpora, meu pai se senta na nossa frente e cruza as pernas.

Michael Jauregui estava extremamente fino com aquela calça jeans escura, sapato preto fechado e um casaco preto grosso que não demorou para retirar e mostrar sua blusa de mangas compridas cinza. Meu pai sorriu para mim e se curvou para ficar um pouco mais próximo.

- Você já comeu alguma coisa? – Questiona preocupado.

- Eu não estou com fome, pai. – Passo a mão pelos cabelos – Além do mais algum médico pode aparecer a qualquer instante para dar notícias sobre Camila e eu não quero estar longe quando isso acontecer.

- Já vão fazer oito horas. – Patrick se levanta – Será que ninguém tem nenhuma informação?

- Eu fui perguntar na recepção a instantes atrás e disseram que só vamos ter alguma notícia quando o médico de Camila acabar a cirurgia. – Normani explica.

- Eles podem demorar o quanto for, desde que Camila saia boa de lá. – Dinah murmura impaciente e eu concordo com a cabeça.

- Concordo com você. – Marie se pronuncia e eu as encaro – Não acho que vão demorar muito para alguém aparecer e não acho certo nós ficarmos incomodando os funcionários que não sabem de nada.

Foram mais vinte minutos, todo mundo se levantando, folhando revistas, mexendo no celular ou apenas caminhando de um lado para o outro querendo que o tempo passasse voando e que alguma notícia fosse finalmente dada porque a insegurança e a impaciência misturadas não davam nada certo.

As duas e sete da manhã o doutor Campbell apareceu ainda com a roupa da cirurgia e com uma cara exausta, o que era completamente compreensível, sua expressão era indiferente e eu podia notar que ele provavelmente só queria ir para casa descansar. Antes que ele dissesse qualquer coisa todos nós ficamos de pé e fomos para perto dele, todos com expressões apreensivas e de mãos dadas, preparados para qualquer notícia que aquele médico viesse a dar nos próximos instantes.

- Como ela está? – Sou a primeira a pergunta afobada e ele sorri.

- Ela está ótima, Sra. Jauregui, a cirurgia foi um enorme sucesso. – Era como se um enorme peso tivesse sido retirado das minhas costas – Minha equipe e eu conseguimos retirar sem maiores problemas. – Então sua expressão fica meio triste, o que faz todo mundo parar de comemorar na hora – A única notícia ruim é que tivemos que realmente retirar o útero e dos ovários, mesmo que tivesse começando a se espalhar para o resto da região do abdômen ele já estava entrando no útero. – Comprimo os lábios – Camila está na UTI e vai ficar descansando pelas próximas horas, mesmo a cirurgia tendo sido um sucesso foi algo delicado e ela precisa de repouso absoluto. – Suspira cansado.

- C-Como o senhor não havia visto o câncer se arrastando para o colo do útero? – Marie pergunta indignada.

- Eu previ. – Franze o cenho – Na última consulta Camila veio sozinha e eu a avisei que ele estava se espalhando e foi por isso que adiantamos a data da operação, que estava prevista para daqui a dois dias, fiquei analisando o quadro clinico de Camila e ela mesmo apoiou a ideia de retirar tudo caso oferecesse qualquer outro perigo a sua saúde. – Me encara – Já havia feito isso em uma consulta onde Lauren estava presente e reforçou sua ideia na última consulta que tivemos.

- Essa consulta foi quando? – Pergunto surpresa, eu não sabia que ela havia vindo sozinha para o hospital, jamais deixaria uma coisa dessas acontecer.

- Domingo. – Se recorda rapidamente – Ela não avisou ninguém? – Negamos com a cabeça e o médico comprime os lábios – E-Eu não sabia... – Suspira.

- Ela está fora de risco? – Minha mãe prontamente muda de assunto quando vê o médico completamente desconcertado.

- Só vamos saber disso acompanhando seu quadro clinico nos próximos dias. – Sorri gentil.

- Nós podemos vê-la? – Ele pensa por alguns instantes.

- Quatro visitantes, apenas, vocês não vão poder entrar no cômodo e vão ter que vê-la através do vidro, ok? – Concordamos com a cabeça.

É claro que meus pais e Normani concordaram com a ideia de Patrick, Marie, Dinah e eu irmos ver como Camila estava, por esse motivo não demorou muito para que o Dr. Campbell nos guiasse pelos corredores e pedisse para que nós colocássemos toucas, luvas, máscaras e proteções no sapato, apenas para andar pelo corredor dos quatros da UTI.

Era estranho, os pacientes ficavam praticamente em um quadrado enorme de vidro, uma cama em cada “cômodo” onde só tinha espaço para a cama do paciente algumas máquinas e no máximo três pessoas entrarem. O enorme corredor era extremamente limpo, os cômodos eram ainda mais limpos do que o lado de fora.

Dr. Campbell parou em frente a um dos últimos quadrados de vidro, era o quarto de Camila, ela estava ligada a muitos fios e tinha uma expressão serena no rosto, a roupa hospitalar estava em seu corpo. Quando a enfermeira que estava checando as máquinas se virou pude notar apenas pelo olhar amendoado intenso e levemente marejado que era Hailee cuidando da minha namorada.

Senti meus olhos se enxerem de lágrimas e meu coração acelerar ao vê-la tão frágil daquela forma, Camila parecia ainda mais magra e mais menor do que antes, eu só queria coloca-la em meu colo e cuidar da forma que eu pudesse dela. Me matava por dentro saber que sua doença havia chegado naquele estágio e eu não pude fazer nada para protege-la ou para-la, mas conseguia respirar aliviada sabendo que talvez as dores houvessem ido embora finalmente.

Marie e Patrick pareciam, de certa forma, aliviados em ver Camila ali e eu sabia que para eles deveria estar sendo tão difícil quanto era para mim. Dinah deixava as lágrimas rolarem pela sua bochecha, mas pelas ruguinhas ao redor dos seus olhos podia ver que ela sorria ao observar os batimentos cardíacos de Camila.

- Ela tem grandes chances de melhorar... – Dr. Campbell comenta – Mas não é 100%, vamos acompanhar de perto nos próximos dias para garantir que tudo vai ficar bem e que sua recuperação tenha melhores resultados todos os dias.

- Vai ter, tenho certeza. – Marie junta as mãos.

- Agora eu vou ter que pedir para vocês se retirarem, não é horário de visitas e se meu supervisor nos pegar aqui vou levar uma enorme bronca. – Ele ri e começa a nos guiar para o caminho de volta.

Era como se eu pudesse respirar levemente novamente, estava em paz por saber que agora as coisas realmente poderiam começar a caminhar por um bom lado e talvez Camila realmente apenas recebesse boas notícias dali para frente.

Tiramos tudo o que ele havia nos entregado para entrar no corredor, depois de nos despedirmos agradecemos ele pelo bom trabalho e Marie deve ter abençoado o homem um milhão de vezes, o que fez Patrick a puxar para que a senhora finalmente parasse de agradecer o doutor.

- Como foi? – Meu pai pergunta assim que nos vê.

- Ela está melhor do que eu achei que estaria! – Dinah comenta com um sorriso largo, enquanto limpava as lágrimas – E o médico disse que ela tem grandes chances de melhorar agora e eu só consegui levar isso como um “ela vai melhorar”. – Todo mundo sorri.

- Eu tenho certeza que isso vai acontecer. – Minha mãe me abraça e beija a minha bochecha.

- Acho que devemos todos irmos para a casa descansar. – Meu pai sugere.

- Ela pode receber visitas? – Normani pergunta e eu nego com a cabeça.

 - Eu acho que não, também acho melhor todo mundo deixar para visita-la quando ela finalmente estive no quarto e não na UTI. – Coloco as mãos nos bolsos.

- Concordo plenamente. – Marie diz.

Nós começamos a nos despedir, Normani e Dinah iriam dividir um taxi enquanto eu deixaria meus pais em seu apartamento e levaria os avós da minha namorada para a minha casa, assim todos nós poderíamos tomar um banho e descansar para que no dia seguinte voltássemos aqui e pudéssemos ser o apoio que Camila iria precisar.

Todos nós nos despedimos das recepcionistas, pegamos o elevador e não demoramos nada para sair do hospital, por uma bobeira saímos pela porta da frente e assim que pisamos para fora do edifício uma enorme quantidade de flashes começaram a ser disparados em nossa direção. Abracei Dinah e depois Normani, minhas amigas correram em direção ao meio-fio para pegar um taxi, enquanto todos os paparazzis nos acompanhavam até o meu carro, berrando para que nós déssemos quaisquer informações sobre o quadro clínico de Camila.

Mesmo cansada, extremamente abatida e exausta emocionalmente parei no lugar e eles me cercaram enquanto meus pais e os avós de Camila continuavam andando pelo estacionamento até o meu carro, destravei o mesmo e esperei um tempo até que eles entrassem enquanto eu ficava com a mão sobre o meu rosto e deixava eles tirarem fotos minhas. Estava cansada demais para discutir com eles ou pedir para que eles se afastassem, então simplesmente voltei a andar até meu carro depois de ter certeza que todos haviam entrado e entrei no mesmo com uma enorme dificuldade.

Não conseguimos sair do lugar já que eles ficaram por toda a volta do meu carro, meu pai logo desceu e começou a falar um pouco mais alto para que eu desse ré e consequentemente conseguisse sair dali, foi só sair da vaga que eles cercaram novamente o automóvel e depois de três aceleradas e duas brecadas eu consegui com que eles se afastassem e nos deixassem partir.

- Eu sinto muito por isso... – Murmuro quando finalmente pego uma distância deles.

- Não é sua culpa, Lauren. – Minha mãe me tranquiliza e pelo retrovisor vejo que a expressão de Marie não dizia o mesmo.

- Não sei como eles conseguem ser tão maldosos a ponto de conseguirem tirar fotos suas após você sair do hospital. – Patrick comenta e eu apoio meu cotovelo na porta.

- É o preço da fama. – Comento com escárnio e reviro os olhos.

A fama poderia ter esse lado ruim, mas dali para frente eu iria cumprir a vontade de Camila e Sofia para usá-la para o bem.


Notas Finais


Hummm o que acham que acontece no próximo capítulo? Lembrando que esse foi um capítulo ponte e tals.....
BOA SORTE PARA QUEM VAI FAZER O ENEM AMANHÃ!!!!!!!!!
Qualquer coisa é só me chamar no twitter (switch5Hearts) ou mandar perguntas no ask.fm/SushiDaMegan
Natália xX(:


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