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História Letters To Camila - Segunda Temporada - I Do


Escrita por: itscamren-yo

Notas do Autor


Hey pessoal,
Então muitaaaaaaa gente pediu para que eu narrasse o casamento e parte da lua de mel, foi exatamente o que eu fiz, mas eu NÃO coloquei hot porque no último capítulo já teve e eu acho que é um momento tão lindo na vida de um casal e deve ser retratado de uma forma mais romantica heheheh
BTW a foto ai embaixo é Lucerna, o lugar na Suíça onde elas casaram hehehe
Para o capítulo de hoje eu sugiro as músicas: When You Look Me In The Eyes dos Jonas Brothers, She do Elvis Costello, Infinity do One Direction, Thinking Out Loud do Ed Sheeran para finalizar a primeira parte do capítulo. Para a segunda parte do capítulo eu sugiro as músicas: Wildest Dreams da Taylor Swift, Water And A Flame do Daniel Merriweather com a Adele, What You're Thinking do Passenger, Le Festin da Camille (eu sei que elas estão na Itália, mas eu quero música francesa) e Home da Gabrielle Aplin.
Boa leitura:

Capítulo 52 - I Do


Fanfic / Fanfiction Letters To Camila - Segunda Temporada - I Do

Me aproximo da janela e sorrio ao ver as diversas flores coloridas que cercavam o enorme hotel com um estilo um tanto quanto medieval, o grande dia finalmente tinha chegado.

Meu casamento com Camila teve que ser pensado nos mínimos detalhes, tanto ela quanto eu queríamos que a ocasião fosse a nossa cara e que nossos convidados se sentissem completamente à vontade. Acontece que preparar um casamento –mesmo que com ajuda de profissionais- em seu país já é difícil, imagina a dificuldade de fazer um casamento do outro lado do oceano sem poder acompanhar tudo de perto.

Nós ficamos noivas por um ano, e hoje, no dia vinte e sete de abril nós finalmente iriamos nos casar. A data havia sido escolhida por três motivos: primeiro porque era o mesmo dia que eu havia lhe pedido em casamento; segundo porque o dia vinte e sete de qualquer mês é um dia extremamente agradável; e terceiro porque quase no final de abril a primavera na Suíça está no auge, o que traz um clima agradável para os turistas.

O hotel que havia escolhido era o melhor de toda Lucerna, ele parecia um enorme castelo medieval, extremamente chique e ficava ao lado do enorme rio que cortava a cidade, a saída de trás do hotel dava direto para uma das enormes pontes que possibilitava a passagem para o outro lado da cidade.

Para o planejamento de convidados e como todos se instalariam em uma cidade onde –a enorme maioria- nunca havia visitado levou muito tempo de estratégia minha e de Camila. Os convidados apenas tinham que se virar em como iriam para Lucerna, mas acabou que no fim Keyci entrou em contato com uma companhia aérea que fez um voo exclusivo apenas para os meus convidados. A hospedagem de três dias ficaria por minha conta, gastos por fora eram de responsabilidades dos convidados.

Acreditávamos que muitos não iriam, mas fomos surpreendidas, afinal fizemos os convites com antecedência e consequentemente conseguimos com que os convidados pudessem se planejar para que pudessem estar presentes na festa. Apenas oitenta convidados de todos não poderiam estar presentes.

- Eu nunca vi a Camila tão nervosa. – Me viro pela primeira vez ao ver Dinah entrando no quarto dos meus pais – Oh... Lauren. – Sorri com os olhos brilhando – Você está maravilhosa.

- Michael já chorou duas vezes de vê-la no vestido. – Minha mãe brinca, com os olhos brilhando.

- Ainda bem que você escolheu esse e não aquela segunda opção. – Normani comenta, ajeitando seu cropped branco.

Uma exigência minha e de Camila era para que todos os convidados usassem branco na festa, de acordo com Camz meus avós haviam feito isso no primeiro casamento e na comemoração das bodas de ouro, minha noiva acreditava que todos de branco poderiam trazer sorte para o casamento, algo que decidi não contrariar.

- Está muito nervosa? – Minha avó segura a minha mão e eu apenas sorrio.

- Acho que nunca estive tão ansiosa em toda a minha vida. – Mordo o lábio inferior e ela ri.

- Eu estava assim quando me casei com o seu avô. – Seus olhos ficam marejados e eu prontamente ajeito sua roupa – Mal podia esperar a hora dele me ver no vestido em que eu estava.

- Eu mal posso esperar a hora de vê-la. – Sussurro e minha avó, acaricia meu rosto.

- Eu imagino... – Ri divertida – Aproveite a noite de hoje, sim?! – Concordo com a cabeça – Estou orgulhosa de suas escolhas, Laur. – Me abraça e eu respiro fundo, estava muito chorona.

- Obrigada por estar aqui, vovó. – Beijo seu rosto.

- Eu não perderia por nada. – Murmura e eu rio.

- Está pronta? – Meu pai questiona e eu respiro fundo – A mulher nervosa na porta está chamando. – Rio e concordo com a cabeça, erguendo a barra do vestido e caminhando até ele.

- Ela está nervosa porque tanto Camila quanto eu deixamos claro que o casamento precisa ser perfeito. – Sussurro saindo do quarto.

O vestido que eu havia escolhido não tinha nada de especial, ele era tomara que caia e seu decote era em formato de coração, ele era bem colado ao corpo e na região um pouco abaixo dos joelhos ficava com um efeito rodado. Meu cabelo por já estar um pouco comprido havia sido preso e o meu salto também branco era extremamente confortável. Um colar delicado brilhava em meu pescoço e meus dedos estavam livres de quaisquer anéis, apenas mais tarde a aliança cara que Camila havia me dado brilharia no dedo anelar esquerdo.

Toda a cerimonia iria acontecer no enorme salão do hotel, que havia sido dividido em dois ambientes e estava lotado de rosas brancas e rosa claro por todos os lados. A decoração havia dado bastante trabalho, inclusive os enormes arcos com rosas que haviam sido feitos em cada entrada do salão e o enorme mural enorme com mais de quinhentas rosas ficava atrás da mesa do bolo, que tinha três andares.

Fui informada que ainda faltavam alguns convidados no salão, mas os que estavam lá dentro já estavam sendo servidos e aguardando que a cerimonia finalmente começasse. Camila e eu passaríamos ao meio de todos os convidados até uma mesa instalada no meio da futura pista de dança, onde finalmente nos casaríamos e trocaríamos nossos votos.

- Ela está vindo. – Escuto Monica, a organizadora do casamento dizer – Está pronta para ver Camila? – Questiona e eu concordo com a cabeça.

- Você não vai vê-la apenas no “altar”? – Normani questiona confusa, ajeitando a parte de trás do meu vestido.

- Não, nós decidimos entrar juntas. – Comento – Mesmo Camila tendo o seu avô eu sei que ela não se sentiria completamente bem ao entrar sem o seu pai. – Minha amiga sorri – Entraremos de igual para igual.

- Segura o coração. – Sofia aparece primeiro e eu sorrio, sentindo meu coração bater extremamente rápido.

- Wow... – Escuto meu pai sussurrar e eu prontamente fixo meu olhar para o mesmo lugar onde ele encarava.

Camila finalmente apareceu, maravilhosa seria eufemismo para descrever como o amor da minha vida estava vestida de noiva. Seu vestido era o famoso vestido de baile; super justo na região do tronco com um tecido bordado, para então ficar solto na região da cintura; o decote também era em coração, mas diferente do meu havia uma pequena manga bordada que escondia seus ombros e deixava o seu colo exposto. O cabelo agora um pouco mais comprido estava perfeitamente arrumado, sua maquiagem realçava seus olhos e lábios.

A sensação que rasgava o meu peito e fazia o meu coração bater tão descompassado podia ser comparada as vezes que eu vi Camila pela primeira vez, aquela vez no parque a primeira vez depois de longos seis anos. O sentimento era indescritível, minha boca não deixava eu colocar em palavras tudo aquilo que eu sentia, mas meus olhos e a minha expressão definitivamente conseguiam mostrar o quão maravilhada eu estava em vê-la daquela forma.

Naquele momento nós duas sabíamos que havíamos nos apaixonado novamente.

- Você está maravilhosa. – Falamos ao mesmo tempo e todos riem.

- Sou uma mulher de sorte. – Camila sussurra segurando a minha mão e colando nossos lábios logo em seguida.

- Não mais do que eu. – Rio, a abraçando.

Eu abracei extremamente apertado, se fosse demonstrar o quão feliz estava através de um beijo nós iriamos ficar nos beijando pelo resto da noite. Camz riu perto do meu ouvido e plantou um beijo em meu pescoço, me deixando arrepiada e ainda mais ansiosa, nós finalmente iriamos nos casar.

- Ok minhas lindas noivas, nós temos que começar... – Monica começa a fazer um sinal para todos entrarem, fazendo questão de nos segurar ali – Vocês se ajeitem lá e nós vamos tirar algumas fotos aqui. – Sorrio sem graça e Camz continua me encarando encantada.

- Eu tenho que carrega-la? – Questiono e o fotografo ri.

- Façam as poses que quiserem. – Sorri gentil – Depois da cerimônia vocês vão dar uma escapada e vamos tirar fotos na parte de fora do hotel, ok? – Concordamos com a cabeça e eu abraço Camila pela cintura, que faz questão de abraçar o meu pescoço e olha no fundo dos meus olhos.

Fomos para outros cômodos do hotel, atraindo atenção de pessoas desconhecidas, que apenas apontavam e sorriam ao nos verem tão felizes. Quando subimos uma enorme escada que tinha perto do salão onde o casamento iria acontecer pude ver a enorme quantidade de fotógrafos do lado de fora e até mesmo alguns fãs, que berraram extremamente alto ao nos verem. Sem me importar com o barulho do lado de fora envolvi a cintura de Camila por trás e encostei a minha cabeça na sua, sorrindo de olhos fechados para a fora, enquanto Camz fazia o mesmo.

Descemos de mãos entrelaçadas e enquanto íamos conversando de volta para o lugar que deveríamos ir os dois fotógrafos iam tirando nossas fotos. Monica pediu para que nós posicionássemos para nossa entrada, Camz e eu tínhamos demorado para escolher qual música iriamos entrar, mas optamos por entrar ao som de She do Elvis Costello.

Conforme entravamos no local todos os convidados sorriam largo, já haviam algumas pessoas emocionadas e outras tirando fotos/filmando o momento da nossa entrada. Assim que paramos na frente do juiz de paz, que tinha um largo sorriso e estava bem charmoso no terno branco com uma rosa na cor rosa clara no bolso do terno.

Não queríamos que a cerimonia demorasse tanto, por isso ele apenas falou algumas palavras, então meus pais e os avós de Camila se aproximaram para serem as testemunhas do casamento. Em seguida vieram os padrinhos do casamento, Camila havia escolhido Tori e Hannah, Dinah e Alex –seu primo-, Ally e Shawn –seu amigo de trabalho e faculdade-, mais Hailee e Jack –seu namorado e também amigo de Camz-. Eu havia escolhido David e Ashley, Normani e Chris, Veronica e Lucy, mais Taylor e meu primo mais próximo Hunter.

- Agora que todos assinaram antes de trocarem as alianças vocês querem dizer seus votos? – O juiz pergunta e Camila concorda com a cabeça, Sofia logo se aproxima, estendendo nossos cartãozinhos.

- Se eu fosse falar sem ter escrito nada não iria dar certo. – Todo mundo ri com a fala de Camila e ela ri, com os olhos marejados – Bom, eu aprendi a me expressar melhor com a Lauren e nem assim eu ainda consigo me expressar direito em público. – Segura a minha mão e sorri – Lauren, nosso relacionamento começou da forma mais inusitada que um relacionamento poderia começar, com cartas. E sempre fui isso que eu quis, desde que minha mãe me lia histórias de amor antes de dormir, queria um amor de conto de fadas e único. – Sorrio, sentindo meus olhos ficarem ainda mais marejados – E é isso que você me proporciona desde o primeiro dia que nos vimos até hoje, um amor verdadeiro, de conto de fadas e único. Você é mais do que eu esperava e muito melhor do que eu poderia pedir. – Acaricio sua mão e suspiro alto, tentando inutilmente controlar o choro – Hoje, como todos os dias, agradeço por você me escolher para passar o resto de sua vida ao meu lado e me dar a chance de lhe presentear diariamente com a mesma felicidade que você sempre me presenteia. - Sorrio, olhando no fundo de seus olhos - Eu te amo.

- Eu também te amo. - Sussurro e ela sorri emocionada.

- A aliança... – O juiz pede e Sofia aparece novamente, entregando a mesma para Camila – Lauren você aceita Camila como a sua legitima esposa? – Questiona e eu abro um largo sorriso.

- Eu aceito. – Camz sorri largo e algumas lágrimas rolam pelo seu rosto, enquanto ela empurrava a aliança que havia me comprado no meu dedo anelar esquerdo, para depois beijar a minha mão.

- Lauren, seus votos... – Olho para o papel em minhas mãos e respiro fundo.

- E-Eu acho que todos sabem que eu sou melhor escrevendo músicas do que discursos. – Camz ri enquanto revirava os olhos – Mas eu prometo tentar me expressar da melhor forma que consigo nesse momento. – Entrelaçamos nossas mãos e eu respiro fundo – Todos esses anos se passaram e você passou a ser muito mais do que apenas a minha namorada, mas também minha melhor amiga, amante, cumplice e agora esposa. – As lágrimas rolavam pelas nossas bochechas e eu permanecia meu olhar fixo no seu – Você me fez lembrar de antigos valores e sempre me lembra de quem eu realmente sou, jamais permitindo que eu mude para agradar qualquer pessoa. – Mordo meu lábio inferior e dobro o papel, porque sabia de cor a minha frase final – Anos atrás nós fomos unidas pela coisa mais pura do mundo, o amor. Hoje mais uma vez eu me rendo a esse sentimento complicado e maravilhoso, que sempre me torna e sempre vai me tornar inteira e completamente sua. - Olho para suas bochechas e vejo as lágrimas rolando pelas mesmas - E eu amo você.

- Eu também te amo. - Repete mais uma vez e eu sorrio.

- Camila? Você aceita Lauren como sua legitima esposa? – Ela começa a concordar com a cabeça, pegando o papel que Dinah entrega para ela, apenas para que ela limpasse as lágrimas.

- Eu aceito. – Sussurra e eu sorrio largo, pegando a aliança da almofadinha que Sofia segurava, para então colocar no dedo anelar esquerdo de Camila, fazendo questão de beija-lo em seguida.

- Pelo poder em mim investido e pelo amor presenciado na frente de todos os convidados, eu vos declaro casadas. – Sorri largo e eu mordo o lábio inferior, encarando Camila, que tinha os olhos brilhando – Você já pode beijar a noiva. – Ele comenta sem olhar para nenhuma de nós especificamente, o que me faz rir e me aproximar de Camila.

Por um rápido instante me permitir admirar o lindo rosto, de agora minha esposa, banhado por lágrimas de felicidades e por olhos brilhando com a intensidade de todas as estrelas do céu. Acariciei sua bochecha e então selei nossos lábios, eu um longo selinho e ao som de aplausos de todos os convidados. Quando separamos nossos lábios pude ver a expressão de Camila ficar ainda mais feliz e pude sentir seus braços rodearem meu pescoço, em um abraço apertado.

Depois da cerimônia Monica nos instruiu a deixar que os convidados que haviam feito parte do momento viessem nos cumprimentar. Confesso que não sei quem chorava mais enquanto Camila e eu recebíamos o abraço, meus pais disseram coisas lindas demais no meu ouvido e quando minha avó me abraçou eu só faltei chorar que nem um bebê, Taylor e Chris me fizeram rir como todos os meus amigos.

Tivemos que tirar fotos na mesa do bolo e brindar, mas logo depois disso resolvemos dar uma volta pelo salão para agradecer a presença dos convidados. Todos os meus familiares e os de Camila, que fizeram questão de estarem presentes na festa, o que nos deixou extremamente felizes. Os oitenta convidados que não puderam estar presentes eram algumas pessoas dos nossos trabalhos e alguns amigos famosos que estavam ocupados, mas que fizeram questão de mandar presentes e felicitações.

Nos sentamos em nossa mesa depois de cumprimentar boa quantidade dos convidados, iriamos anunciar o jantar para só depois continuar com a festa. Camila estava radiante ao meu lado e podia ver o quão extasiada estava ao conversar com Sofia, que ajeitava o cabelo da irmã mais velha com um brilho nos olhos.

- Com licença. – Nos viramos e eu arqueio a sobrancelha ao ver nossos amigos com o microfone, no lugar onde o DJ da festa logo ocuparia – Prometo que nossa interrupção durante o jantar será breve. – Tori comenta.

- Mas nós temos que prestar nossa homenagem as noivas. – Dinah completa a fala.

- Não queremos pegar muito tempo, isso iria acontecer caso todos nós resolvêssemos fazer um discurso. – Normani sorri em minha direção.

- Por isso achamos melhor deixar as pessoas que são extremamente boas falando em público fazerem o discurso. – Ally ri divertida.

- Para ajudar no discurso eu achei que seria melhor ter algumas imagens para ilustrar. – Lucy faz com que uma imagem onde Camila e eu fazíamos uma careta super zoada aparecesse no telão, todos riem e Camz me abraça rindo, plantando um beijo em minha bochecha.

- Bom. – David pega sua taça – Lauren e eu somos amigos desde que nós nos conhecemos por gente, contamos tudo um para o outro e confesso que chorei como um verdadeiro manteiga derretida quando ela me convidou para fazer parte de seu casamento. – Todo mundo ri e ele sorri gentil – Acontece que poucas pessoas sabem que todos que estavam aqui a instantes atrás, ao meu lado, fizeram parte desde o começo da linda história de amor de Camila e Lauren.

- Tudo começou em um novo ano escolar. – Veronica faz um sinal para Lucy, que aperta um botão em seu computador e mostra uma foto bem antiga minha, abro a boca horrorizada e nego com a cabeça, Camila ri, segurando minha mão – Essa mocinha aqui, com dezessete anos decidiu que seria uma boa ideia mandar cartas para uma completa desconhecida, sem nem ao menos saber quantos anos ela tinha.

- O que poucas pessoas sabem é que Lauren, com a ajuda de Veronica e Normani, invadiram o computador da avó de Camila para conseguir o endereço. – Escondo o meu rosto com as mãos e todo mundo começa a rir – Então elas trocaram cartas por meses, muitas cartas. – A foto das nossas cartas aparecem – O dia do grande encontro aconteceu... – A primeira foto que tiramos juntas apareceu.

- Lauren estava tão nervosa que chegava a ser irritante.

- Mas Camila não ficava atrás, antes do grande primeiro encontro nossa adorável amiga chegou a beber três garrafas de água e praticamente fez um buraco no chão da minha casa de tanto andar no mesmo lugar. – Dinah intervém – Depois daquele encontro incrível vieram muitos outros... – As fotos da nossa adolescência passavam – Então o pedido de namoro a beira da praia, com direito a fotos românticas, aconteceu. – Mostra as fotos que Ally tinha tirado naquele dia.

- Depois vieram os momentos difíceis e sofridos. – A foto que apareceu no telão era de um dia que tínhamos ido para a casa de David e Camila ainda estava triste por conta das coisas de seu pai, ela estava encolhida em meu colo e nós olhávamos para o lado, vendo alguém falar alguma coisa – Mas também tiveram os momentos de alegria e todos os momentos magníficos que todos nós tivemos a oportunidade de acompanhar de perto. – David explica.

- Elas passaram anos separadas e então voltaram com tudo, ainda mais apaixonadas e melosas o possível. – Dinah faz uma careta, arrancando risadas e fazendo com que Camila colasse nossos lábios por alguns instantes – Voltaram a passar por momentos difíceis, mostrando para todos o quão forte o amor pode ser.

Normani então faz um sinal para que Lucy pare na foto onde nós havíamos tirado no último aniversário de Camila. Na foto nós sorriamos extremamente largo, Camila abraçava a minha cintura e eu abraçava os seus ombros enquanto com as mãos livres cada uma segurava uma taça de vinho.

Minha visão estava embaçada por conta das lágrimas, meus amigos e minha noiva não estavam muito diferente de mim.

- Vocês duas nos ensinaram o verdadeiro significado do amor. Mostraram que o amor não tem idade ou tempo, e que esse sentimento pode ser o mais verdadeiro e intenso que qualquer pessoa pode sentir. – Normani sorri largo para nós.

- O amor de vocês inspira todos nós e faz desconhecidos torcerem para encontrar alguém que os ame como vocês se amam. – Tori ergue sua taça.

- Estamos todos aqui para desejar toda a felicidade do mundo e pedir para que todos levantem suas taças e brindem a vocês, ao amor de vocês e a futura família que vão construir juntas, ao lado de todas essas pessoas aqui. – Ally falava com a voz embargada.

- Um brinde as senhoras Jauregui. – Todos erguem a taça com a fala de Lucy.

Todos nós brindamos e eles não demoraram nada para vir nos cumprimentar, fiz questão de beliscar todos eles por colocarem fotos zoadas minhas, o que arrancou muitas risadas enquanto eles nos abraçavam e beijavam, mas não demorou muito para que eles voltassem para os seus lugares.

Nós começamos a comer antes de todos os convidados, para que assim pudéssemos terminar primeiro e consequentemente passar em mesa e mesa para tirar fotos e cumprimentar todos eles. Assim foi feito, o DJ deixou algumas músicas mais calmas e ambientes, variando nos cantores e bandas favoritas minhas e de Camila e só mais tarde ele iria tocar todos os tipos de música para que todos pudessem dançar e se divertir.

Minha mão e a de Camila não se desgrudavam conforme caminhávamos pelo salão, perdi a conta de vezes as pessoas nos parabenizaram pela festa e pelo casamento, agradecendo logo em seguida a hospitalidade. Tiramos muitas fotos e eu já sentia meus olhos doerem por conta dos flashes, mas confesso que o fato de Camila sempre fazer questão de me beijar ou acariciar minha bochecha tornava tudo milhões de vezes mais fácil.

Para a nossa valsa, mesmo que quiséssemos dançar ao som de Wake Me Up do Ed Sheeran, que fez questão de estar presente no casamento, era extremamente lenta e por esse motivo ele acabou sugerindo que nós dançássemos ao som de Thinkin Out Loud, o que fez todo mundo soltar gritinhos e se aproximar quando ele subiu no pequeno palco do DJ e tocou as primeiras notas.

Camila abraçou o meu pescoço e eu envolvi a sua cintura fina, fazendo questão de colar nossos corpos o máximo que eu conseguia. Minha esposa fazia questão de me olhar no fundo dos olhos a cada passo e nós duas fazíamos questão de cantarmos a música baixinho junto com o meu grande amigo. Nós havíamos ensaiado com Normani os passos de dança, já que toda vez que tentávamos ensaiar sozinhas Camz acabava pisando em meu pé, mas Mani foi muito útil em ajudá-la a com a dança.

- Isso parece um sonho. – Sussurra e eu a faço rodar.

- A gente se casando? – Seguro sua mão e pouso a outra em sua cintura.

- Também, mas esse lugar... a cerimônia... Ed Sheeran cantando para a nossa primeira valsa como casadas. – Rio, beijando a ponta de seu nariz – Você e eu para sempre.

- Devo lhe informar que você não está sonhando. – Camz encosta nossas testas.

- Ótimo, porque seria mais do que decepcionante acordar e ver que tudo não passou de um sonho. – Continua balançando nossos corpos.

- Se for, é o melhor de todos. – Selo nossos lábios e seus braços envolvem o meu pescoço.

- Eu te amo, Lauren. - Sussurra perto do meu ouvido e eu fecho os olhos, saboreando aquelas palavras.

- Eu também te amo amo, Camila. - Murmuro selando nossos lábios logo em seguida.

Camila e eu dançamos por mais alguns instantes, aproveitando o calor de nossos corpos juntos e o prazer da companhia uma da outra em uma outra noite especial para nós. Era como se naquele momento nós fossemos eternas, mas a grande verdade era que aquele momento em si seria eterno, afinal, seria impossível esquecer uma noite como essa.

- Com licença... – Nos separamos para observar o meu pai e o avô de Camila – Eu posso?

- Com toda certeza. – Rio, entregando Camila ao meu pai e segurando a mão do avô de Camila, que não demorou nada para continuar me guiando pela pista de dança.

- Vocês estão lindas. – Sorrio largo e ele suspira – Obrigada por fazer a minha menina feliz.

- É sempre um enorme prazer. – Sussurro e ele para de dançar para me abraçar apertado.

- Sinu teria se apaixonado por você, Lauren. – Sinto meus olhos ficarem marejados e eu não demoro nada para abraça-lo apertado – Ela ficaria mais radiante do que qualquer pessoa nesse salão ao ver Camila feliz da forma como você a deixa. Assim como Camila, minha filha só queria alguém que amasse suas filhas da forma intensa que eram descritas nos livros que ela lia para as meninas. – Fecho meus olhos e ele acaricia minhas costas – Obrigada por trazer um amor das páginas de livros para a minha garotinha.

- Obrigada por permitir que eu a ame como se tivéssemos em um livro. – Beijo sua bochecha e ele afasta nossos corpos, me girando e então beijando minhas mãos.

Olho para Camila, que tinha os olhos marejados e abraçava o meu pai com força, assim que seus olhos se abriram nossos olhares se encontraram e ela sorriu timidamente para mim, mas logo desviou nossos olhares para plantar um beijo na bochecha do Sr. Jauregui. Sabia que meu pai havia dito coisas tão incríveis quanto Patrick havia dito para mim naquele momento, o que fazia o meu coração se encher de bons sentimentos por ver que meu pai fazia questão de fazer Camila se sentir parte da família mais uma vez.

- Seja bem-vinda oficialmente a família. Toda a felicidade do mundo para vocês. – Suspiro assentindo com a cabeça, o abraçando mais uma vez.

Nós ficamos um tempo afastadas, já que cada hora alguém diferente nos puxava para dançar, então o DJ assumiu o microfone e informou que iriamos dar uma agitada, o que não demorou nada para acontecer quando as primeiras músicas bem mais divertidas começassem a tocar. Não demorou nem cinco segundos, Monica brotou do nosso lado e pediu para que nós a acompanhasse para fora, para que assim pudéssemos tirar outras fotos.

Saímos para o jardim na parte de trás do enorme hotel e tiramos milhares de fotos, entramos até mesmo na ponte florida que levava até o outro lado da cidade para tirar outras fotografias. Acontece que do outro lado da ponte estavam paparazzis, por esse motivo nos apressamos parar tirar as fotos ali fora, que na minha humilde opinião foram as mais lindas por estarmos em uma vista tão magnifica como aquela.

Quando voltamos para o salão Monica informou que nós poderíamos finalmente aproveitar a festa sem mais compromissos e que daqui duas horas, somente, nós iriamos cortar o bolo. Antes que a mulher terminasse de falar, gritei um “obrigada” e puxei minha esposa pela a mão para que finalmente pudéssemos finalmente nos divertir sem ter alguém para ficar o tempo todo dizendo o que devemos fazer.

Os vestidos não permitiam que nós pudéssemos ficar tão à vontade como os outros convidados, mas a bebida permitiu que nós nos soltássemos ainda mais e ficássemos ainda mais felizes para aproveitar noite a dentro com as pessoas que mais amávamos, e que junto a nós selavam meu amor e o de Camila mais uma vez.

(...)

Abro a porta do banheiro e passo a toalha pelo cabelo, vendo Camila esparramada na nossa cama de hotel. Minha esposa estava de bruços e completamente nua, mas a coberta branca do hotel não permitia que eu visse sua linda bunda, apenas suas costas delicadas e maravilhosas. Sem qualquer pressa caminho em direção a cama e subo na mesma, deitando ao lado de Camz para começar a acariciar suas costas e plantar alguns beijos na região do seu ombro.

- Dorminhoca? – Camila nem se mexe e eu sorrio – Amor? – Roço meu nariz em seu braço, sentindo seu cheiro delicioso – Está na hora de levantar. – Pouso minha mão em suas costas, acariciando as mesmas – Camz... – Beijo seu ombro e ela resmunga – Não vai levantar? – Questiono, vendo ela suspirar e virar o rosto para o lado, o que me arranca uma risada baixa.

- Estou cansada. – Resmunga manhosa – Isso não teria acontecido se você não tivesse insistido naquela semi-quarta rodada. – Mordo o lábio inferior e rio baixo.

- E se eu for pedir nosso café da manhã? – Apoio meu queixo em suas costas – Quando eu voltar você vai estar tomando banho? – Ela suspira, sabia que ela não iria conseguir dormir novamente.

- Provavelmente.

- Ótimo, quero te levar para conhecer lindos lugares hoje. – Camila ergue a cabeça e então se vira para mim.

A simples visão de vê-la acordar pela manhã fazia meu peito encher de uma quantidade absurda de sentimentos indescritíveis. Seus olhos estavam inchados por conta dela ter acabado de acordar, o castanho deles estava em um tom mais claro; seus lábios continuavam levemente inchados e suas bochechas levemente rosadas; seu cabelo estava bagunçado e bem enrolado.

- Mas eu já tinha planos para te levar para um lugar. – Faz um bico indignado e eu rio, mordendo o meu lábio inferior.

- Nós temos mais um dia em Veneza, amor. – Acaricio o seu rosto – Amanhã nós seguimos o que eu havia planejado, hoje a gente faz o que você planejou, ok? – Concorda com a cabeça, deitando a cabeça novamente e me tirando uma risada – Levante logo.

- Aí que esposa chata essa que eu fui arrumar. – Revira os olhos com um sorriso tímido e eu sorrio.

- Ande logo. – Me curvo, puxando a coberta para que eu pudesse morder sua bunda, assim faço.

- AI LAUREN. – Ri me dando um tapa e eu solto uma gargalhada – Ridícula. – Salto da cama para não apanhar mais.

- Ande logo, Sra. Jauregui, quando eu voltar vou estar com o nosso café da manhã.

Quando encostei minha mão na maçaneta do quarto pude ver com o canto do olho Camila sorrir por notar que eu lhe chamei pelo nosso sobrenome, algo que me deixou sorrindo sozinha. Foi uma escolha de Camz retirar Cabello de seu nome, ela não queria ter mais nenhuma ligação com o sobrenome ou qualquer coisa que a ligasse ao pai, aproveitou que queria ter o meu sobrenome para já retirar o nome de solteira.

Antes de sair da nossa suíte pego meus óculos de sol e meu celular, que estavam em cima da mesinha da sala, passando a mão pelos meus cabelos ainda molhados para só então sair. Caminho sem qualquer pressa em direção ao elevador, aperto o botão do térreo e coloco meus óculos, fazendo questão de me encostar na parede do local, antes de chegar até o térreo mais três pessoas entraram no elevador e permaneceram em um silencio constrangedor até que chegássemos no lugar desejado.

Sempre achei engraçado o fato de seres humanos só resolverem ser sociáveis quando isso agrega algo em suas vidas, muita gente não faz questão de sorrir ou apenas cumprimentar por pura educação, preferem fingir que a pessoa desconhecida ao seu lado não é merecedora de um gesto gentil.

Fui diretamente até a recepção e o gerente abriu um enorme sorriso ao me ver, sorri timidamente e tirei meus óculos de sol, informei que não havia nenhuma informação para onde ligar quando eu quisesse pedir algo no quarto, o homem explicou o que eu deveria fazer para que não precisasse mais me incomodar em descer até lá, por esse mesmo motivo ele mesmo se encarregou de me guiar até o excelente restaurante para fazer o meu pedido.

A caminho do elevador para voltar até a minha suíte fui parada por um homem sério, ele tinha uma expressão enorme de tédio e parecia impaciente, entretanto ele abriu um sorriso falso em minha direção e pediu se eu poderia tirar um segundo do meu tempo para tirar uma foto com a filha dele, que não estava muito distante de nós e me encarava com os olhos brilhando em ansiedade e expectativa, mesmo sem muita vontade caminhei até a garota.

- Camila está com você? – Questiona olhando ao redor e eu sorrio timidamente.

- Ela ainda está dormindo. – Rio baixo, segurando seu celular.

- Vocês estavam maravilhosas no casamento. – A encaro com um largo sorriso.

- Muito obrigada. – Olho para a câmera do celular e sorrio.

- Espero que vocês sejam muito felizes, vocês fazem um lindo casal. – Me abraça e eu retribuo o abraço.

- Muito obrigada. – Rio baixo e me afasto levemente – Foi um prazer te conhecer. – Continuo andando em direção ao elevador enquanto sentia o meu celular vibrar – Alô? – Atendo sem nem me preocupar em olhar.

- Laur? – Era minha mãe – Como você está, meu anjo? – Sorrio entrando no elevador e apertando o botão do andar da suíte.

- Estou muito bem, como as coisas estão por aí?

- Ótimas, seu pai e seu irmão saíram ontem para acampar e pescar, estou na casa de sua avó e estou esperando Taylor chegar de uma festa. – Isso explicava o horário.

- Mande um beijo para elas. – Ajeito a minha franja e então saio do elevador – E diga que assim que eu voltar vou passar o final de semana com a vovó, ela aprendeu a mexer no celular e agora vive me mandando mensagens. – Rio divertida e minha mãe ri.

- Pode deixar. – Abro a porta e entro na suíte – Eu vou desligar, Taylor chegou, mande um beijo para Camila e lembre-se de tirar mais fotos, quero ver vocês aproveitando aí.

- Pode deixar, Dona Clara. – Mordo o lábio inferior.

- Não se esqueça de usar proteção, não quero netos. – Não consigo evitar de soltar uma gargalhada, ouvindo a sua risada ao fundo - Eu te amo, querida.

- Eu também te amo, mãe. – Após alguns segundos ela desliga.

A primeira coisa que minha mãe me disse quando informei que gostava de meninas para ela foi “Wow... ao menos não terei que me preocupar com netos”, o que me fez parar de chorar e relaxar além de desencadear uma crise de risos no mesmo momento. Minha mãe sempre quis a minha felicidade a cima de tudo, nunca se importou com pequenos detalhes, e eu era muito grata a isso. O fato dela sempre fazer a piadinha sobre proteção era um modo de sempre me lembrar que ela estava feliz por mim, de um jeito único e completamente inusitado.

Entrei no quarto e vi a porta do banheiro aberta, pude escutar facilmente o som do chuveiro e não pude evitar de sorrir ao entrar no cômodo e ver a minha noiva tomando seu banho, ela cantarolava uma música qualquer e assim que me viu abriu um largo sorriso, tirando o shampoo de seus cabelos.

Optei me sentar na pia para que pudéssemos conversar, sempre fazíamos isso, enquanto uma tomava banho a outra apenas ficava dentro do banheiro para conversar. Enquanto Camila contava sobre o seu sonho engraçado, do qual ela que escolhia quais músicas iria tocar em uma balada e nunca conseguia achar as músicas que realmente queria tocar na tal festa, eu aproveitava o tempo para observa-la melhor.

Minha esposa tinha os cabelos na altura dos ombros agora, ela havia ganhado um pouco de peso por conta da enorme quantidade de novas comidas que andávamos experimentando, estava bronzeada e com algumas marcas de arranhões, mordidas e chupões marcavam algumas partes difíceis de se ver com roupa. Era como se a cada dia que se passava Camila ficasse cada vez mais linda e radiante, era como se toda aquela beleza interior começasse a refletir mil vezes no seu exterior.

Camila não demorou nada para puxar a toalha que estava ao meu lado, ganhei um beijo molhado e tive o prazer de escutar sua risada quando minha esposa viu que havia me molhado um pouco. A segui até o quarto e me joguei em nossa cama, podendo ter uma visão privilegiada de Camila se secando e então se trocando, mas não pude ver até o final já que bateram na nossa porta.

- Deus isso está cheirando muito bom. – Aparece secando seu cabelo, agora um pouco mais crespo.

- Eu sei... – A puxei para que ela se sentasse em meu colo – Pedi o mesmo pão de ontem.

- Será que vendem algum pão parecido em New York? – Questiona se curvando pela pequena mesa para servir um pouco de suco em um copo e me entregar logo em seguida – Vou fazer questão de visitar todas as padarias da nossa cidade para ter certeza. – Rio dando um gole no suco de laranja.

- Coma isso aqui... – Puxo a pequena cestinha.

- Parece croissant. – Comenta dando uma mordida e soltando um gemido de satisfação logo em seguida.

- É um cornetto. – Me oferece e eu dou uma mordida – É inspirado no croissant, mas diferente dos croissants os cornettos são apenas doces. – Sorrio e ela concorda com a cabeça.

- Quantas vezes você já veio para a Itália? – Fico em silencio para pensar.

- Acho que cinco vezes, essa é a sexta. – Acaricio sua coxa, livre de qualquer pano, graças ao short jeans que ela usava.

- Eu gostei mais daqui do que da Espanha. – Arqueio as sobrancelhas – As comidas e as pessoas são muito mais legais. – Rio, beijando o seu ombro.

Camila havia tirado férias do hospital, isso nos dava quatro semanas e meia de liberdade para fazermos o que bem entendermos, por esse motivo nossa lua de mel passou por diferentes lugares. Na manhã seguinte ao nosso casamento nós embarcamos para a Espanha, ficamos uma semana lá para depois partirmos para a França, a dois dias atrás havíamos chegado na Itália e depois de amanhã nós partiríamos para a Grécia, passaríamos nossa última semana lá e então voltaríamos dois dias antes de Camila ter que voltar a trabalhar para que fosse possível ela descansar.

Nosso café da manhã foi cercado de beijos, caricias, risadas e planos para o dia. Minha esposa me contou que na noite passada quando ela parou para conversar com o gerente para pedir alguns travesseiros extras aproveitou para pedir dicas de pontos turísticos, ele havia indicado um lindo lugar. tanto que agora ela queria me levar.

Nós trocamos apenas a parte debaixo de nossas roupas, colocando calças jeans. Eu vestia uma blusa de algodão com o decote discreto em V na cor vinho, uma calça jeans escura com alguns detalhes rasgados e meus coturnos. Camila havia optado por vestir uma calça jeans clara também com detalhes rasgados, All Star, um top cropped branco de algodão branco bem simples e um suéter na cor creme que era de abotoar e ela sempre deixava aberto para dar um charme. Pegamos nossos óculos de sol, peguei minha jaqueta e Camila pegou a bolsa de passeio, que nós sempre revezamos para ver quem levava.

Saímos do hotel de mãos dadas e conversando sobre a ligação da minha mãe. Não tem muito por onde andar por Veneza, porque todo lugar que você olha tem uma infinita quantidade de água, por esse motivo não demoramos nada para chegar até o ponto onde poderíamos pegar o Vaporetto, que era como um ônibus aquático para os moradores de Veneza, para que pudéssemos ir nos lugares que tanto desejávamos.

- Quer sentar onde? – Questiono quando entramos no barco e Camila praticamente amassava a minha mão de nervoso, mesmo não sendo grande fã de água ela havia concordado em vir para Veneza, o que era um pouco cômico.

- Em qualquer lugar, só vamos sentar. – Rio, a puxando e então ocupando um acento para que ela ocupasse o acento ao meu lado.

- Não fique nervosa. – Apoio meu braço no encosto do seu banco – Vai ser divertido e logo vamos estar pisando no chão novamente.

- Eu sei. – Olha para as pessoas entrando – O barco não vai virar com tantas pessoas entrando, não é? – Rio, negando com a cabeça.

- Estamos seguras aqui. – Sua mão pousa em minha coxa e ela olha para as casas.

- Imagina você dar um passo para fora da sua casa e cair na água. – Rio, revirando os olhos.

- Eu tenho certeza que eles sempre se lembram onde moram, amor. – Pego meu celular e viro o mesmo para nós, dando um sorriso tímido e recebendo um sorriso nervoso de Camila para a foto – Camz relaxa, é só água. – Sussurro – Nós passeamos em um Vaporetto desde que chegamos aqui... – Ela suspira.

- Mas ontem aquele cara... – Finalmente entendo da onde o medo repentino havia vindo, ontem um cara caiu para fora do barco, mas só porque ele não seguiu as instruções que o piloto passou.

- Ele só caiu do barco porque quis tirar a foto perfeita. – Rio negando com a cabeça – Se você cair do barco eu vou ser a primeira a pular para te ajudar. – Camila sorri, bufando baixinho – Não se preocupe, amor. – Acaricio o seu braço e beijo sua testa.

O homem deu as instruções básicas, por ser apenas o pessoal do hotel ele usou o inglês para passar tudo o que os passageiros precisavam saber. Aproveitamos o caminho todo conversando e prestando atenção nos lugares pelos qual nós ainda não havíamos passado, não demorou muito para que transitássemos por baixo da Ponte Rialto que ligava as duas partes de Veneza e dava acesso para que entrada do lugar que tanto queríamos ir.

Assim paramos no ponto, Camila ficou automaticamente mais animada, querendo sair rapidamente de lá, assim fizemos. Fiz questão de entrelaçar nossas mãos para garantir que não iriamos nos perder no meio daquela quantidade enorme de pessoas, começamos a caminhar pelas ruas e até mesmo chegamos a entrar em uma área onde um tipo de pequena feira acontecia. Estava abarrotado de pessoas em cada pequena barraca, comprando e olhando as coisas que haviam em cada uma, mas por já ter vindo uma vez para cá sabia que as pessoas locais tinham um inglês horrível e sempre tentavam se comunicar através de gestos, o que era horrível.

Camz olhava tudo encantada com o mapa em mãos e o seu celular na outra, havia tirado minha câmera da bolsa e deixei que minha esposa parasse em uma das pequenas lojinhas para analisar as blusas bordadas a mão, não demorei nada para tirar a foto do sol da manhã batendo nela, fazendo questão de capturar o lindo sorriso que ela tinha nos lábios.

- Laur? – Caminho até ela e observo o que ela tinha melhor em mãos – Você acha que Normani vai gostar da bata branca? – A bata era muito bonita e tinha detalhes azuis marinho bordados na barra e nas mangas.

- Definitivamente. – Observo melhor as coisas – E Ally vai gostar do chapéu. – Comento apontando para o mesmo, a mulher logo pega e nos encara fixamente, como se tentasse entender o que nós tanto sussurrávamos – Você realmente vai comprar agora?

- Por que não? – Questiona estendendo o dinheiro.

- Porque teremos que ficar andando com a sacola pelo resto do dia. – Passo a mão pelo cabelo e Camila parece pensar.

- Tenho medo de não achar depois. – Concordo com a cabeça – Você pode embrulhar para presente? – Rio baixo.

- Camz ela não fala inglês. – Minha esposa faz um bico adorável.

- Oh isso não é um problema. – Se vira para a mulher, pensando por alguns instantes

Então Camila começou a falar em espanhol com a senhora, que ao ouvir a palavra “regalo” concordou diversas vezes com a cabeça e começou a embrulhar para presente, minha esposa apenas piscou para mim e pegou os dois embrulhos após alguns instantes, agradecendo a mulher em italiano e depois me puxando pela mão para que nós pudéssemos continuar nossa caminhada.

Tiramos algumas fotos e paramos em outros lugares, comprando o presente de David e Ashley, para só depois continuar nossa caminhada. Quando eu vi um homem parado em sua Gôndola e sem nenhum passageiro abri um largo sorriso, puxando Camz para perto dele e então começando conversar com o homem para que apenas nós duas andássemos naquilo ao invés de caminharmos até nossa próxima parada, ele cobrou mais caro por não poder aceitar mais passageiros, entretanto concordou.

Mesmo aquilo sendo muito mais frágil e não tão seguro com o outro barco que andamos Camila pareceu estar mil vezes mais relaxada ali, até mesmo chegou a me confidenciar que era o seu sonho de consumo andar em um daqueles por Veneza. Nós nos beijamos, conversamos e até mesmo passamos pela famosa Ponte dos Suspiros, que arrancou bons suspiros pela linda arquitetura e bom gosto.

Durante todo o passeio no gôndola não consegui desgrudar meu olhar de Camila, ela ouvia o homem que remava contar uma história qualquer em um sotaque inglês bom, ela ria e seu sorriso era contagiante e me arrancava sorrisos. Eu parecia uma trouxa olhando minha esposa, mas não conseguia me contentar, era como se eu estivesse na frente de uma das maiores obras de arte e todos dissessem que era pecado eu não observa-la, em minha cabeça era pecado não observa-la em momentos como aquele.

Ela era a minha obra de arte favorita.

Quando nosso passeio por ali terminou nós passemos por uma rua onde tinham pequenas lojas, não demoramos muito para entrarmos em algumas e fazermos algumas compras. Tirei algumas fotos dos lugares e até mesmo fui parada para tirar foto, era uma brasileira que aparentemente estava de férias ali.

- O que nós vamos fazer hoje? – Questiono curiosa quando nos sentamos na mesa de um restaurante – Além de compras, é claro.

- Nós vamos a lindos lugares. – Arqueio as sobrancelhas – Eu sei que você ama arte, ama fotografar as coisas e tudo mais, então achei que seria legal se fossemos a Praça e a Brasílica de São Marco. – Entreabro a boca com um pequeno sorriso e concordo com a cabeça.

- Esse é o lugar que ele indicou? – Questiono e ela concorda com a cabeça.

- Laur vamos pedir, eu estou com fome. – Ri tentando mudar de assunto e eu prontamente concordo.

Confesso que estava levemente decepcionada com a escolha de lugar para passeio de Camila, eu já havia visitado aquele local, sem falar que haviam tantos pombos ali que meu nariz começava a coçar só de pensar.

Fizemos o pedido das entradas para logo em seguida pedirmos o nosso almoço, tudo acompanhado do melhor vinho branco do restaurante. Enquanto conversávamos sobre nossos lugares favoritos que havíamos visto hoje Camila ia vendo as fotos que eu havia tirado. Nosso almoço foi simplesmente delicioso e rápido, Camz parecia animada em visitar Veneza.

Depois de pagar fomos de mãos dadas até a Praça de São Marco, haviam muitas pessoas e acho que mais pombos do que a última vez, mas nem isso desanimou Camila. Nós caminhamos pelo local enquanto tomávamos um sorvete e eu explicava o que sabia sobre o local, tiramos algumas fotos da Brasílica de São Marco e a cada passo que dávamos escutávamos um idioma diferente.

Não ficamos muito por ali, voltamos a caminhar e eu já sentia meus pés doerem, mas não parávamos de andar e Camila parecia ainda mais ansiosa olhando aquele mapa que tinha em suas mãos. Continuávamos caminhando e eu queria saber para onde ela estava me arrastando, para ser bem sincera estava com medo de não saber voltar caso escurecesse, meu senso de localização nunca foi muito bom.

Pude ver um fluxo de pessoas voltar a ficar grande, mas então antes que perguntasse para Camila para onde estávamos indo de longe pude obter minha resposta. Nós estávamos indo para um novo ponto turístico. Era um lugar imenso e maravilhoso de lindo, boa parte das pessoas pareciam estar saindo de lá, Camz continuou me puxando até que estivéssemos paradas lá na frente.

- O que é isso? – Questiono confusa e encantada com a beleza do local.

- A maior biblioteca de toda Itália. – A encaro surpresa e não consigo evitar de sorrir – Tenho certeza que Bibbi Bokken está com inveja de nós nesse momento. – Solto uma gargalhada e ela entrelaça nossas mãos, me puxando.

A Biblioteca Mágica de Bibbi Bokken contava a história de dois primos que trocavam cartas de um modo diferente, depois de um tempo eles passam a desconfiar de uma vizinha já que ela tinha uma paixão por livros e sempre acabava levando vários para a sua casa. Acontece que a mulher estava construindo uma biblioteca subterrânea que iria proteger todos os livros de serem destruídos com o passar do tempo, ela queria construir a maior biblioteca do mundo e então realizar seu sonho assim. O livro, de certa forma, é bobo e de fato é para crianças, mas ele tem um enorme significado para Camila e eu, foi o livro que começou a nossa história.

- Ela só queria construir uma biblioteca como essa. – Sussurro assim que entramos no lugar imenso.

- Tenho certeza que a dela deve ser maior. – Mostra a língua para mim e então começa a me puxar para explorar o lugar.

A expressão de Camila era a mesma de uma criança na manhã de natal, doida por algo que tanto anseia. Seus lindos olhos castanhos percorriam todos os lados e observavam rapidamente tudo o que poderia observar em um curto período de tempo que tinhamos conforme caminhávamos junto com os outros turistas ali.

Nós andamos até a mesa da bibliotecária ali e elas nos observou por longos minutos, principalmente nossas mãos entrelaçadas, assim que nós apoiamos nossos braços na bancada a mulher abriu um sorriso forçado e começou a prestar atenção no que Camila falava. Minha esposa se apresentou como “Camila Jauregui” e disse que um amigo já tinha conversado sobre o que ela tanto queria, a mulher apenas concordou com a cabeça e anotou o número do andar, o lado que a prateleira estava e a prateleira, com o número do livro e então apontou para a escada, para que nós subíssemos.

Andamos bastante para procurar o livro que Camila tanto queria, quando finalmente entramos no corredor eu não me importei com quem iria ver ou se não podia, apenas me sentei no chão e esperei que minha esposa encontrasse o livro que havia nos feito andar tanto. Depois de alguns segundos ela finalmente soltou um gemido de satisfação ao tirar o livro do lugar, se virou para falar comigo e riu quando me viu sentada no chão, prontamente fez sinal para que eu abrisse as pernas e ela se sentasse para usar meu troco como encosto.

Abracei Camila e rocei meu nariz em seus cabelos cheirosos, fazendo questão de plantar um beijo em seu pescoço e deixar uma mordida delicada por ali. Minha esposa abriu o livro e começou a observar as páginas, acariciando algumas e então logo passando para a próxima, encantada com aquilo, como se fosse a primeira vez que tivesse um livro em mãos.

- Esse lugar é tão maravilhoso. – Sussurro apoiando meu queixo em seu ombro.

- Eu sei, já parou para imaginar que isso foi construído a anos e anos atrás?! – Sorrio – Eles não tinham muitas informações, mas já faziam coisas magnificas.

- Verdade... – Beijo seu ombro – Mas me dia, Sra. Jauregui, que livro você escolheu?

- A Biblioteca Mágica de Bibbi Bokken. – Arqueio as sobrancelhas e abro um sorriso tímido, ela havia tido o trabalho de ligar mais cedo na biblioteca para pedir para que procurassem o nosso livro – Mas está em italiano, então não vai dar muito certo eu ler. – Rio baixo e beijo o seu pescoço mais uma vez.

- Mas estar aqui, com você e com o que desencadeou nosso amor é mais do que perfeito.

- Eu te amo, Lo. – Vira seu corpo parcialmente e olha no fundo dos meus olhos – E eu acho que nem se escrevessem milhares de livros conseguiriam descrever o tamanho e a intensidade do meu amor por você. – Sorrio, acariciando sua bochecha.

- Eu também te amo. – Aproximo nossos rostos e selo nossos lábios.

Seus lábios estavam macios como sempre e assim que se encostou no meu trouxe aquela sensação aconchegante e maravilhosa que eu sentia toda vez que nós beijávamos, como se selássemos nosso amor mais uma vez.

Mesmo estando casada a pouco tempo eu já tinha em mente o quanto seria feliz no futuro, pelo simples motivo que Camila e eu amávamos sempre nos lembrarmos os motivos e as coisas que nos fizeram ficarmos tão apaixonadas uma pela outra. Naquele momento nós poderíamos comprar nossa vida amorosa com livros. Caso nós não gostássemos de como nossa história estava se desenrolando, simplesmente pegaríamos um novo livro e começaríamos a ler novamente, mas nós jamais deixaremos de “ler”, assim como jamais deixaremos de nos amar.


Notas Finais


Eu espero que vocês tenham gostado desse capítulo, eu estou meia insegura com ele akjsbdkajbsd Espero que vocês tenham entendido essa filosofada no último paragrafo.
Obrigada a todo mundo que está lendo e comentando a história, é mais do que gratificante ter todo o apoio e todo o carinho que vocês me dão, então muito obrigada!! Espero que comentem aqui ou então me chamem no twitter para falar sobre (switch5Hearts), vocês também podem mandar coisas no ask.fm/SushiDaMegan, e já sabem, se quiserem a playlist da história é só pedir aqui ou no tt.
Natália xX(:


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