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História Letters To Camila - Segunda Temporada - Dear Grace


Escrita por: itscamren-yo

Notas do Autor


Hey pessoal,
Antes de vocês lerem o capítulo eu só quero desejar um super feliz ano novo, que esse 2016 venha com tudo e que seja um ano repleto de realizações. Lembrem-se de quem faz o ano é você, então de tudo de si, aproveite muito e se divirta muito!!!
Para o capítulo de hoje eu sugiro que vocês deixem a playlist da história no aleatório, eu acho que eu já indiquei músicas demais HAHAHAHA
LEMBRANDO QUE AGORA VÃO FALTAR CINCO CAPÍTULOS!!!
Boa leitura:

Capítulo 55 - Dear Grace


Fanfic / Fanfiction Letters To Camila - Segunda Temporada - Dear Grace

Havia sido aniversário de minha mãe, Camila e eu fizemos questão de viajar para Miami para a festa e para finalmente anunciar o que estávamos planejando a algumas semanas.

Tudo começou com Camila aumentando os seus plantões no hospital, apenas porque depois do lançamento do meu novo álbum que estava tendo diversas apresentações acústicas e intimas ao redor do país enquanto eu saia para divulgar em rádios e programas de televisão, havia optado por trabalhar mais para ocupar o seu tempo.

Quando íamos para Miami todo mundo amava se reunir e aproveitar o pouco tempo que tínhamos juntos, assim não desperdiçávamos nossos momentos, que se tornavam cada vez mais raros de acontecerem.

- Hey. – Abro a porta animada, dando espaço para os avós de Camila entrarem.

- Lauren, como está, querida? – Marie me abraça e eu sorrio largo, abraçando a senhora de volta.

Meu relacionamento com a avó de Camila havia melhorado muito depois de que nós tivemos uma longa conversa, agora ela era a mesma Marie do começo do meu relacionamento com a minha esposa, o que me deixava extremamente feliz e aliviada por ver que eu finalmente havia conseguido sua confiança e sua completa aprovação.

- Podem entrar, todos estão na sala de jantar. – Vejo o portão da minha casa de Miami sendo aberto novamente, era Ally com o seu namorado Troy e Normani no banco de trás – Estacionem ali. – Grito enquanto descia os degraus, apontando para o lugar ao lado do carro do meu pai.

- LAUREN! – Ally grita animada, descendo do carro, apenas para me abraçar – Quanto tempo, acho que fazem bons meses que nós não nos vemos.

- Você se esqueceu de mim. – Falo com tristeza.

- Que calúnia, você que está ocupada. – Rio, a soltando para abraçar Normani – Podem entrar em casa.

- Wow tem certeza que não é uma mansão? – Troy murmura e eu rio.

- Fiquem à vontade.

As únicas pessoas que não poderiam estar presentes hoje eram David, Ashley, Tori e Hannah pelos motivos mais variados do mundo, mas eles já sabiam do segredo e prometeram não compartilhar com ninguém, Tori havia até mesmo sido ameaçada por Sofia para revelar o segredo, mas minha cunhada mais velha foi forte o suficiente para manter o segredo a sete chaves.

Entrei em casa novamente e pude escutar as gargalhadas, mesmo não estando muito perto da enorme sala de jantar. Assim que pisei no cômodo onde todos se encontravam pude ver Taylor conversando com Camila e Dinah, minha mãe conversava com Marie; enquanto meu pai conversava com Chris, Troy e Patrick; Normani tagarelava animadamente com Veronica e Lucy; enquanto Ally ria de algo que Sofia lhe dizia.

O jantar não demorou muito para sair, afinal cada convidado havia optado por levar algum tipo de prato para que pudéssemos todos comer de tudo um pouco. Nos sentamos na mesa e começamos a comer, Camila estava radiante e parecia mais animada do que nunca, o que me fez rir ao ver o quão ansiosa minha esposa estava para dar a grande notícia. Na quarta taça de vinho que todos acabaram, Camila e eu decidimos que seria o momento certo para contar o que tanto estávamos planejando. Me levantei da cadeira e peguei minha taça, Camz fez o mesmo e pude notar que todos não demoraram para se calar em poucos instantes, nos encarando confusos.

- Camila e eu queremos fazer um anuncio. – Abro um largo sorriso.

- Vocês vão se mudar para Miami? – Sofia interrompe animada.

- Não, ainda não. – Camila ri, mordendo o lábio inferior – É uma outra notícia. – Minha mãe me encarava com um pequeno sorriso e com os olhos brilhando, mesmo sem ter ideia do que era que iriamos dizer – Mas para eu explicar até onde eu realmente quero tenho que contar uma história...

- Comece logo, estou curiosa. – Dinah resmunga e todo mundo ri.

- Tudo bem, a história toda começou em um de meus plantões... – Começa e eu sorrio - Como vocês sabem por conta das novas alas abertas no hospital ele sempre está ainda mais lotado e precisando dos funcionários. – Todos concordam com a cabeça - Acontece que eu estava de saída do hospital, com minha bolsa em mãos e tudo mais, quando três crianças deram entrada em macas e todos sujos e com os paramédicos gritando que eles inalaram muita fumaça.

- Eram um adolescente de quatorze e outro de dezesseis, mais uma criança de três anos. – Esclareço rapidamente – Eles estavam dentro de um cômodo que estava pegando fogo e só foram atendidos depois de bons minutos, acontece que a criança, de três anos, tinha asma e foi diretamente para a UTI quando chegou no hospital.

- Eu fiquei para ajudar no atendimento da criança, mesmo não sendo a minha área eu auxiliei como enfermeira em todo o processo e a menina ficou duas semanas na UTI e agora está no quarto, pronta para voltar para o orfanato.

- Orfanato? – Ally questiona confusa.

- É, eram crianças de um orfanato em New York, eles estavam com a responsável na cozinha quando aconteceu o incidente. – Todos concordam com a cabeça – E eu fui visitar essa criança a pedido de Camila.

- Ela é sua fã? – Chris ri divertido e eu sorrio, revirando os olhos.

- Não, ela não é minha fã, ela só tem três anos. – Mudo a taça de mão – Acontece que Camila se apaixonou pela menina, e a garotinha anda extremamente apegada a Camz, então eu fui visita-la.

Todos os dias desde que a garotinha deu entrada no hospital Camila fazia questão de me contar sobre ela, como a menina era encantadora e como parecia extremamente frágil, minha esposa caiu aos pés da criança e ficou extremamente feliz quando a menina acordou, assim podendo finalmente trocar poucas palavras com Camz, que como se fosse possível, se apaixonou ainda mais pela pequena.

Quando eu coloquei meus olhos pela primeira vez na menina entendi porque Camila ficou extremamente encantada. Os cabelos castanhos claro dando sinais de que vão começar a ficar levemente enrolados nas mechas compridas faziam um contraste perfeito com a pele morena e os olhos castanhos sempre brilhantes. 

O mais surpreendente de tudo, mas que para mim foi um novo sinal, foi quando eu descobri que o nome da pequena criança era Grace. Confesso que depois de conhece-la, ver o quão incrível e encantadora a pequena era, soube que sua personalidade fazia jus ao nome maravilhoso que tinha, o que me deixou ainda mais apaixonada e a querendo para nós.

Camila ficou apreensiva ao falar sobre sua vontade de adotar Grace, mas quando eu sugeri pude notar o seu alivio e sua animação com tal, o que me deixou feliz em saber que eu não era a única a ter vontade de ter a garotinha apenas para mim.

- Nós temos uma entrevista essa semana, com uma psicóloga e outra com a assistente social que anda entrando em contato conosco. – Camila murmura tentando controlar sua animação e ansiedade – A assistente social já foi visitar a nossa casa e especificou todas as mudanças que devemos fazer para caso nós realmente formos adotar Grace.

Todo mundo ficou em silencio, encarando um ao outro, podia notar que todos estavam sem saber o que exatamente dizer naquele momento, afinal deixamos aquela informação em segredo a sete chaves para que ninguém soubesse ou sequer imaginasse, para que quando finalmente compartilhássemos fosse uma enorme surpresa.

- Eu vou ser avó? – Minha mãe questiona em um fio de voz.

- Se tudo der certo... definitivamente. – Sussurro abrindo um largo sorriso.

- É MINHA AFILHADA, EU FALEI PRIMEIRO. – Normani berra e Dinah a fuzila com o olhar.

- ELA É MINHA. – Se levanta.

- EU SOU MELHOR, ELA VAI ME AMAR MAIS. – Vero caminha em direção a elas e eu começo a rir.

- Eu sou a tia de verdade, então ela é minha afilhada. – Taylor tenta esclarecer e eu olho para Camila.

 Seus olhos brilhavam intensamente e o seu lábio inferior estava preso entre seus dentes, a abracei pelos ombros e Camila agarrou a minha cintura, rindo baixo.

- Ela nem entrou na família e todo mundo já a ama, imagina quando eles a conhecerem.

Os minutos que se seguiram foram todos nos abraçando e nos parabenizando, minha mãe chorava de soluçar quando viu a foto da pequena ao meu lado, o meu pai ficou emocionado e tentava não chorar –sem muito sucesso. Patrick nos abraçou animado e Marie estava com os olhos marejados também, mas nada superava meus irmãos e Sofia extremamente animados por poderem ter finalmente uma sobrinha.

O jantar todo prosseguiu com Camila e eu falando sobre a pequena Grace, mostrando fotos e até mesmo alguns vídeos. O vídeo favorito de todo mundo foi o último que fizemos, no qual eu fui visita-la com um violão e cantei várias músicas para ela, só que nas últimas músicas eu comecei a fazer gracinhas e caretas, o que arrancava risadas altas dela e o que deixou todos encantados.

(...)

Desde que Camila e eu entramos de acordo que seria uma boa ideia adotar compramos muitos livros sobre crianças, que foram devorados rapidamente, queríamos adquirir conhecimento para que a pequena Grace realmente fosse bem recebida e que realmente conseguisse se ajustar sem maiores problemas.

É sempre apavorante ser avaliado em qualquer situação, mas quando avaliam você de todas as formas para ter certeza que você é bom suficiente para poder fazer parte da vida de alguém é extremamente intimidante e muito desconcertante, porque você passa a duvidar se é realmente boa o suficiente.

Na semana depois que anunciamos para a nossa família sobre nossa vontade de adotar a pequena garotinha começaram as mudanças radicais em nossa rotina, tivemos entrevistas agendadas com uma psicóloga e com uma assistente social. Ambas fizeram perguntas simples até as mais complicadas e constrangedoras, nós tínhamos que contar tudo sem pensar duas vezes. Falamos desde como nos conhecemos, detalhes íntimos sobre o nosso relacionamento, até a nossa renda e coisas constrangedoras como o assunto do pai de Camila, que acabou deixando a minha esposa nervosa, com medo que ele nos prejudicasse de alguma forma.

Meus pais viajaram para New York e ambos acabaram auxiliando a ajeitar a casa da forma que ela deve ser ajeitada para que uma criança possa viver em segurança. Meu pai e eu saímos para comprar proteções de tomada, para quinas de mesas e fomos ver duas proteções para ficar nas entradas da escada para que ela não subisse ou descesse sozinha. Então nós quatro desmontamos um dos quartos de hospedes, ao lado de nosso quarto, para que então se transformasse no quarto de criança.

O futuro quarto de Grace tira uma enorme parede de vidro, que mostrava o lado de fora, mas que era completamente segura. A primeira coisa que me lembrei antes de montar o quarto foi quando a pequena disse que amava estrelas, por esse motivo acabei chamando um eletricista, que retirou as luzes que tinham no teto, colocando pequenas luzinhas para que quando fosse a noite e ela entrasse em seu quarto parecesse um céu, dependendo de quantas luzes ela ascendesse. A cama era branca e com proteções até a metade, haviam abajures e um espaço com vários brinquedos, tinha até mesmo uma televisão.

Minhas mãos tremiam sem parar enquanto eu ajeitava melhor minha camisa social, queria estar perfeita para a entrevista daquela tarde, tudo precisava ser incrível. Eu sabia que tudo estava praticamente certo, mas não tinha como não ficar ansiosa ou apavorada com o fato de Camila e eu não conseguirmos o que tanto queríamos.

- Está pronta? – Olho para Camila, que parecia estar mil vezes mais nervosa do que eu.

- Eu estou. – Sussurro – Lea está terminando de preparar os aperitivos. – Passo uma mão na outra, demonstrando minha ansiedade.

- Vamos descer. – Murmura e eu me limito a concordar com a cabeça, entrelaçando nossas mãos.

Passamos pelo portãozinho da escada e eu abri o segundo, chegando na sala de visitas. Lea apareceu aflita e se contorcendo no lugar para avisar que o porteiro havia informado que a assistente social havia chegado, olhei para Camila e ela fez questão de ajeitar melhor a gola da minha camisa branca.

Já haviam feito dois meses desde que havíamos decidido que adotar era algo que ambas queríamos, pois sabíamos que era isso que faltava para que nós ficássemos ainda mais felizes, seria ótimo aumentar a família e dar a oportunidade de uma criança ter uma boa vida. O engraçado é que a vontade de ser mãe é uma coisa que sempre me perseguiu, mas que nunca se sobressaiu a outros desejos e vontades, foi preciso que poucas coisas acontecessem para que aquilo que menos esperávamos acontecesse.

A campainha tocou. A cada passo que eu dava até a porta sentia o meu coração bater tão rápido que podia jurar que ele iria sair pela minha boca. Abri a porta e a mulher abriu um pequeno sorriso, estendendo sua mão para mim, aperto a mesma e dou um passo para o lado dando passagem para ela.

- Olá, Camila. – Sorri gentil.

- Olá, Alice. – Aperta a mão da assistente social – Nós podemos nos sentar aqui... – Aponta para onde o sofá redondo ficava, sinto minhas bochechas corarem quando eu vejo a enorme quantidade de livros para filhos que eu havia deixado ali, amava ler naquele sofá.

- São muitos livros. – Ela ri quando eu os pego para tirar de lá.

- Sim, nós gostamos bastante de ler. – Rio sem graça, o colocando dentro da gaveta da mesinha.

- Vejo que já colocaram as proteções nas quinas das mesas. – Concordo com a cabeça – É muito bom, mesmo ela tendo três anos sempre pode acontecer dela cair e machucar. – Me sento ao lado de Camila – Vocês fizeram mais mudanças no apartamento?

- A proteção na escada, tiramos tudo de vidro que estaria no alcance dela e todas as tomadas tem proteção. – Camila toma partido, segurando a minha mão, apertando a mesma com uma certa força.

- E vocês já estão preparadas para quais medidas tomar caso Grace tenha algum ataque de asma mais grave? – Questiona séria.

Nós já havíamos sido informadas sobre as crises constantes de asma de Grace, tanto que esse foi um dos vários motivos de famílias não a adotarem ou resolverem devolve-la para o orfanato. Grace é uma menina extremamente linda e educada, mas sua saúde acaba sendo um fardo para outros adultos que querem adotar e o que a deixava insegura em conhecer uma nova casa, mas isso não seria um problema para nós.

Camila ao saber sabendo das condições de Grace leu e me fez ler muitos artigos sobre crianças com asma, minha esposa fez até questão de entrevistar um pediatra do hospital em que trabalha para saber quais medidas tomar em situações de emergência e tudo mais, então o fato dela ter asma não seria o suficiente para não a querermos por perto.

- Então fomos tudo isso que fizemos para tomarmos as medidas de precaução. – Minha esposa declara sorrindo – E se nós realmente conseguirmos a guarde de Grace as pessoas que ficarão com ela, quando não pudermos, também vão estar ciente dos cuidados. – Apenas assinto com a cabeça.

- Isso é excelente. – Alice sorri satisfeita.

- Você quer beber algo? – A assistente concorda com a cabeça, sorrindo agradecida com a pergunta – Eu já volto, vou pedir para Lea...

- Lea? – A mulher questiona confusa.

- Sim, nossa governanta. – Tomo partido – Ela cuida do apartamento e prepara as refeições quando eu não consigo chegar a tempo de prepara-las. – Comento.

- Claro. – Mas antes que Camila se levante Lea está entrando na sala, com uma bandeja em mãos com o suco e os aperitivos – Ela trabalha para vocês a muito tempo? – Pergunta depois que a governanta sai.

- Quase a cinco anos. – Falo depois de fazer as contas – Dois anos só para mim e a quase três desde que estamos juntas. – Aponto para Camila e para mim.

As perguntas sobre porque queríamos Grace especificamente começaram logo depois; então como pretendíamos lidar com a mídia diante daquela situação; como iriamos conciliar nossos horários confusos com a criança; ela até mesmo perguntou se teria algum outro responsável confiável que poderia ficar com a pequena caso precisássemos e fez questão de perguntar se estávamos cientes e preparadas sobre os cuidados que uma criança com asma tem que ter.

Alice parecia extremamente feliz com todas as respostas que dávamos, e não era algo ensaiado, apenas algo que foi pensado e planejado para que nós realmente soubéssemos o que fazer para que Grace recebesse apenas o melhor. Antes de ir embora ela pediu para olhar a casa, nós prontamente nos levantamos para mostrar tudo o que Alice quisesse ver, desde lavanderia até todos o quarto da pequena.

Enquanto íamos para alguns lugares ela fazia alguns comentários e então anotava algo em sua prancheta. Quando subimos para o segundo andar pude notar a mulher ficar surpresa com o tamanho do local, mostramos as duas salas de cima, só então saindo para a enorme sacada. Alice informou que era muito bom ter cuidado com a cama-elástica que estava lá, demonstrando que a ideia de ter aquilo lá a deixava atenta. Mostrei a sala de música, então o escritório de Camila, ambos cômodos perfeitamente arrumados.

Entramos primeiro no primeiro quarto de hospedes, depois fomos para o nosso quarto e ela até mesmo entrou no nosso closet. Quando fomos para o possível futuro quarto de Grace a mulher abriu a boca surpresa ao ver o teto e como tudo estava organizado, Camila fez questão de mostrar o armário que tinha apenas algumas peças de roupas, toalhas de banho e lençóis. O banheiro já tinha algumas coisas, até mesmo alguns adesivos que em relevo colados no canto dos vidros, eram algumas estrelas e foguetes.

- Bom, acho que nós já falamos o bastante por hoje. – Comenta quando voltamos para o sofá redondo – Ao meu ver tudo está perfeito. – Camila e eu abrimos um enorme sorriso e eu sinto o meu coração acelerar – Vou conversar com a psicóloga que entrevistou vocês a duas semanas atrás, mas se for por mim será de grande alivio deixar uma menina boa como Grace na mão de pessoas como vocês. – Respiro aliviada e Camila ri, abraçando o meu braço.

- Obrigada. – Nos levantamos e se evitar eu a abraço, o que arranca um riso surpreso da mulher – Muito obrigada. – Me afasto e Camila ri, abraçando Alice também.

- Nós vamos entrar em contato ainda essa semana. – Começa a caminhar pela área – Lea obrigada pelo lanche, estava maravilhoso. – Minha governanta sorri ainda mais largo depois de ver o tamanho dos sorrisos que Camila e eu exibíamos.

- Oh obrigada. – Sorri envergonhada – Fico feliz que você tenha gostado. – A mulher acena e começa a caminhar em direção a porta.

- Obrigada, mais uma vez. – Camila murmura e Alice ri – Vamos ficar esperando sua ligação.

- Pode ter certeza, eu vou ligar. – Ri divertida, abro a porta – Tchau. – Acena e então caminha em direção ao elevador, que não demora a chegar e ela a partir.

- LAUREN A GRACE PODE SER NOSSA FILHA. – Camila começa a gritar animada e pula no meu colo, me arrancando uma gargalhada, a abraço apertado – Meu Deus, eu vou morar do lado do nosso telefone. – Rio.

- Guarde um espaço para mim, então. – Selo nossos lábios.

(...)

Nós realmente acabamos morando ao lado do telefone, mas quem acabou o atendendo fui eu enquanto Camila estava em um de seus plantões. Grace realmente iria morar conosco, mas não rapidamente. Aparentemente a pequena teve que conversar com uma psicóloga, então nós fomos vê-la no orfanato e passamos um bom tempo conversando com nossa filha, com uma responsável do orfanato por perto.

Quando perguntamos se Grace queria sair de lá só então notamos o quanto ela ficou apreensiva, ela parecia gostar de estar lá, aparentemente no último ano ela havia mudado três vezes de orfanato. Delicadamente Camila e eu fomos quebrando o gelo e falando que seria legal ter uma nova casa, com brinquedos só dela e tudo mais, ela não demorou nada para perguntar se uma de nós iria brincar com ela, o que nos arrancou sorrisos abobalhados e ambas concordando com a cabeça.

A informação de que iriamos adotar acabou vazando na imprensa, o que gerou um enorme alvoroço e muita falação, os paparazzis andavam nos acompanhando para todos os lados e faziam questão de berrar questionando quem iriamos adotar, como a criança era e todas as coisas do tipo, mas nós optamos por não fazer nenhum comunicado sobre o assunto.

Desde o começo do processo, entre entrevistas e visitas, nós levamos quase três meses para finalmente chegar onde estávamos. Hoje seria o grande dia que finalmente iriamos buscar Grace no orfanato para leva-la para casa, não sabia dizer quem estava mais animada com a ideia, Camila ou eu.

De mãos entrelaçadas paramos na recepção da enorme casa com quatro andares, anunciamos nossos nomes e então fomos guiadas orfanato a dentro, subimos dois lances de escadas e então a mulher afastou um pouco a porta, mostrando um quarto com várias camas. Grace estava com no chão brincando com um menino e uma outra menina, ela estava sentada em cima de suas pernas e tinha um pequeno avião nas mãos.

Minha filha estava linda em uma das roupas que Camila e eu havíamos comprado para ela no final de semana e levado para lá. Grace vestia um lindo vestido na cor salmão, que ficava um pouco justo na região do tronco e rodado na parte de baixo. Seu cabelo estava preso de uma forma charmosamente desarrumada.

- Grace? – A pequena olha para a voz da mulher que nos acompanhava – Está na hora de ir, querida. – Ela olha para os amigos e depois olha para nós.

- Você quer brincar mais um pouco? – Camila questiona e ela apenas concorda com a cabeça.

- Mas... – A mulher encara a pequena, com a sobrancelha arqueada.

- Não tem problema algum para nós. – Sorrio de canto para a mulher – Nós temos que pegar alguns documentos ainda, não temos? – Dou passagem para mulher – Nós assinamos as coisas, pegamos os documentos e então voltamos para busca-la.

Assim fizemos, voltamos para a recepção e fizemos tudo o que tínhamos que fazer, Camila guardou tudo dentro de sua bolsa e a cada instante parecia mais animada para subir novamente as escadas e pegar Grace. Haviam se passado bons vinte minutos, então quando subimos acabamos a encontrada sentada em uma cama, com a pequena mochila nas costas e as perninhas balançado.

- Pegou todas as suas coisas? – A mulher questiona, Grace apenas concorda com a cabeça – Nós já conversamos sobre isso, mas você sabe que agora você vai ficar com elas, não sabe querida?! – Assente e a moça sorri – Se comporte sempre e faça visitas de vez em quando, ok?

- Ok. – Murmura – Eu amo você, tia Gi. – Os bracinhos finos envolvem o pescoço da mulher e aquilo aperta o meu coração.

- Eu também te amo, querida. – A mulher a desce da cama – Agora vá. – Aponta para nós e Grace nos encara com um pequeno sorriso, caminhando timidamente em nossa direção.

- Hey, pequena. – Camila se abaixa – Está pronta para ir para casa? – Grace concorda com a cabeça, segurando a mão de minha esposa – Então vamos.

Descemos as escadas com calma, por conta dela. Durante o caminho até a porta a pequena fez questão de acenar para algumas pessoas conhecidas dela. Abri a porta do orfanato e Camila passou por ela ainda segurando a mão de Grace, que desceu os quatros degraus com pulos e parou no lugar assim que viu Big Rob, a garotinha se escondeu atrás das pernas de Camz e eu sorri.

- Esse é Big Rob, nosso amigo. – Me abaixo ao lado dela – Ele sempre compra sorvetes e adora passear por todos os lugares. – Grace me encara, para ter certeza se eu estava dizendo a verdade ou não – Não precisa ter medo dele. – Sorrio de canto – Quer vir no meu colo? – Ela continuava muda, o que me fez morder meu lábio inferior.

- Você sempre compra sorvete? – Olha para o grandão, que ri.

- Com certeza. – Ela sorri – Agora nós precisamos ir para casa. – Olha ao redor – Então venha, eu te ajudo a entrar no carro. – Ela caminha em direção a ele e ele a coloca no banco de trás, eu dou a volta e entro do outro lado enquanto Camila entra pelo mesmo lado que Grace.

O caminho todo Grace ficou sentadinha na cadeirinha com as mãos sobre o colo, apenas olhando o caminho que nós fazíamos, pude notar diversas vezes o olhar sobre nós. Quando entramos no estacionamento pude notar seu olhar correr para todos os lados, um pouco apreensiva com a escuridão.

Camila e eu havíamos conversado com a moça do orfanato, ela nos informou que Grace andava tendo dificuldades em dormir por conta do medo do escuro, que as vezes fazia com que ela fizesse xixi na cama, mas isso seria algo que Camila e eu definitivamente iriamos resolver.

Abri a porta de casa e pude sentir o cheiro delicioso de torta de banana vindo da cozinha, acariciei os cabelos de Grace e a instiguei entrar no apartamento, Camila veio logo atrás com sua mochila em mãos. O seu olhar curioso e fascinado pela casa me deixava sem palavras, ela olhava tudo com tanta surpresa, que chegava a ser engraçado. Quando Lea apareceu com um largo sorriso a menina automaticamente encarou a governanta, olhando em seguida para Camila e eu como se questionasse quem era.

Depois das devidas apresentações Camila perguntou a Grace se ela estava com fome, timidamente a pequena concordou com a cabeça e então eu falei que iria arrumar a mesa para que nós pudéssemos almoçar, assim fiz. O almoço seria a comida favorita dela, bife de frango empanado com macarrão e o suco de laranja.

Nos sentamos a mesa e pude notar que ela encarava curiosa as panelas cobertas, Camila pegou o prato da pequena de sua frente e serviu um pouco de comida, me entregando para que eu pudesse cortar o bife para ela. Assim que coloquei o prato em sua frente, Grace abriu um largo sorriso, o que me arrancou uma risada baixa.

- Você prefere comer com garfo? – Ela concorda com a cabeça – Tudo bem. – Estendo o mesmo, esperando que ela coma para que depois eu possa comer.

- Está gostoso? – Camila questiona.

- Muito gostoso. – Murmura depois de terminar de mastigar – Você pode colocar um pouco de suco para mim? – Questiona olhando para a jarra de vidro e eu sorrio, concordando com a cabeça.

- Do que você gosta de brincar, Grace? – Pergunto ganhando sua atenção.

- Eu gosto de pintar. – Começa e eu concordo com a cabeça – Também gosto de brincar de quebra-cabeças. – Leva um pouco de comida e parece pensar um pouco mais.

- Gosta de ver filmes? – A pequena concorda freneticamente com a cabeça – Quais?

- A Princesa E o Sapo. – Exclama animada – Alice no País das Maravilhas. – Fica de joelhos na cadeira e eu prontamente solto meus talheres.

- Cuidado para não cair. – Sorrio – Quer o copo? – Ela concorda com a cabeça e eu coloco o copo de plástico com um canudo legal mais perto para que ela pudesse pegar.

- E de Frozen? – Camila questiona e eu encaro.

- É claro que sim. – A pequena ri – Toy Story também, é o filme favorito de Marcos. – Sorrimos, mesmo sem saber quem era Marcos.

Nosso almoço foi cercado de perguntas direcionadas para Grace, que ficou ainda mais disposta a conversar conosco depois de ver a sobremesa. Quando terminamos o almoço, ela já estava bem mais solta e a vontade, tanto que até mesmo riu quando Camila fez uma gracinha comigo.

Antes de subirmos as escadas olhei para Grace e deixei claro que ela jamais deveria abrir os portões da escada sem antes chamar alguém, a pequena concordou com a cabeça e segurou a minha mão para que pudéssemos subir, o que me deixou surpresa e feliz com seu ato repentino. Quando chegamos no andar de cima a pequena ficou extremamente animada ao ver o tamanho da televisão da sala, ela ficou apontando e perguntando animada se poderíamos ver algum filme, é claro que não iriamos negar aquilo.

Enquanto Camila ligava a televisão a pequena informou que queria ir até o banheiro e quando eu falei que iria leva-la para o banheiro de seu quarto ela pareceu até esquecer da vontade de fazer xixi, ficando ansiosa para ver onde iria dormir. Quando Camz abriu a porta do cômodo a pequena suspirou e nos olhou, como se pedisse permissão para entrar no local, mas não demorou nada para que Grace começasse a observar e mexer em tudo.

Abri a porta do banheiro e ela entrou no mesmo, informando que sabia o que fazer, o que me arrancou risada, apenas encostei a porta e voltei para Camila, que tinha um largo sorriso e os olhos brilhando de uma forma que eu só havia visto no dia que eu a pedi em casamento e no dia em que havíamos nos casado.

Ela sempre quis ser uma mãe, assim como eu, nós sempre amamos crianças e ter uma só para nós seria excepcional.

- Lauren? – Escuto a voz da pequena.

- Diga, Grace? – Afasto a porta e a vejo parada na frente da pia.

- Eu não alcanço. – Leva as mãos para atrás das suas costas, envergonhada.

- Eu sei que não, pequena, por isso temos isso aqui. – Me abaixo e puxo o suporte que ela poderia subir para ficar do tamanho da pia – Veja se agora funciona.

Assim que subiu e conseguiu lavar as mãos sozinha Grace se esticou, pegando a toalha e então descendo do suporte, não sem antes olhar mais uma vez no espelho, observando atentamente os adesivos ali.

- Oh eu tenho uma surpresa para você. – Comento e ela me olha animada – Camz vamos fechar as cortinas para que ela veja como é legal. – O quarto foi ficando escuro e eu pude notar que ela ficou um pouco nervosa, mas isso até acendermos algumas das luzinhas que estavam em seu teto.

- SÃO ESTRELAS. – Ela grita animada e Camila ri – Olhe, quantas estrelas. – Abre os bracinhos, olhando animadamente para o teto.

- Você gostou? – Camz questiona.

- Eu amei. – Mordo o lábio inferior – Camila? – Encaramos a pequena – Esses brinquedos são meus? – Concordamos com a cabeça – Mas todos eles?

- Todos são seus, por que? – Ela se aproxima da mesinha.

- Então eu posso brincar com todos eles? – Assinto, abraçando minha esposa pela cintura.

- Quer brincar com eles agora? – Ela parece pensar – Você pode brincar mais tarde, podemos ver um filme agora. Você decide.

- Mas se vermos o filme agora, nós ainda vamos brincar mais tarde? – Pergunta indecisa.

- Claro que sim, temos muito tempo para brincar ainda. – Me aproximo – Vamos ver o filme, venha. – Ela segura a minha mão e sai andando ao meu lado.

Nós nos sentamos no sofá e Grace acabou optando por querer assistir A Princesa E o Sapo, eu nunca havia assistido ao filme, então eu definitivamente iria prestar atenção. Camila sentou do outro lado, deixando a pequena entre nós. O filme todo ela ficou quietinha e prestando atenção, mas antes que o final chegasse notei que ela e Camila haviam pegado no sono. Grace estava com a cabeça apoiada no braço de Camz, que tinha a cabeça tombada para o lado. Me levantei e tirei o tênis dos pés da pequena, a deitando com cuidado no sofá e deixando que ela ficasse agarrada na almofada, fazendo o mesmo com Camila.

Eu realmente assisti ao filme até o final, mas acabei pegando no sono na metade do primeiro filme de Toy Story. Acordei da forma mais inusitada da face da terra, os dedinhos de Grace se arrastavam em meu pescoço, podia escutar sua risada baixa e a de Camila ao fundo, optei por fingir que eu ainda dormia e quando Grace parou com as cosquinhas eu soltei um “boo” que fez tanto ela quanto Camila assustarem e acabarem por cair na risada.

O resto do nosso dia foi bem divertido, nós pulamos um pouco na cama-elástica, mas logo tivemos que parar por conta da asma de Grace, depois de usar a bombinha pude notar que ela ficou um pouco abalada com toda a situação. Facilmente notei que ela sabia o porquê de ter sido devolvida ao orfanato das outras vezes. Para tranquiliza-la e trazer novamente o seu bom humor sugeri que nós fossemos para o seu quarto brincar mais um pouco, o que lhe agradou.

Perdi a noção de tempo, ficamos deitadas no chão fazendo vários desenhos coloridos e diferenciados, mas Grace e eu sempre acabávamos rindo bastante dos desenhos horríveis de Camila, que fingia uma falsa mágoa. Lea trouxe um café da tarde no quarto e sorriu feliz ao nos ver ali, nos divertindo e unidas.

Só paramos de brincar no quarto de Grace quando ouvimos passos no corredor e então meus pais apareceram. Minha mãe assim que colocou os olhos na pequena ficou com os olhos cheios de lágrimas, mas sorrindo que nem uma boba, assim como o meu pai. Camila apresentou Grace para eles, que ficaram encantados quando a menina tímida apenas acenou e automaticamente ficou acanhada.

- Por que você não mostra os seus desenhos para Clara? – Questiono e minha mãe me encara, mordendo o lábio inferior.

Ainda era o primeiro dia dela ali, não queríamos que ela se sentisse na obrigação de chamar qualquer pessoa da família pelo que agora eles eram, sabíamos que é um período de adaptação e que é de extrema importância que ela se sinta confortável para fazer tal coisa.

- Você gosta de desenhar? – Grace concorda com a cabeça.

- Sim, Lauren estava me ensinando a desenhar um cachorro. – Sorri orgulhosa, estendendo o seu desenho.

- Esse é um lindo cachorro, querida. – Minha mãe sorri, ainda com os olhos marejados.

- Por que a senhora está chorando? – Pergunta confusa, encarando Camila logo em seguida.

- Estou feliz em te conhecer, apenas isso. – Minha mãe fala com a voz meio embargada e eu mordo o meu lábio inferior – Eu posso te abraçar? – Grace parece pensar por alguns instantes e então puxa minha mãe pela mão, para que ela se abaixe e então ela fique da mesma altura.

Minha mãe fechou os olhos e abraçou a pequena delicadamente, não demorando muito no abraço para que Grace não se sentisse desconfortável. Depois do abraço minha mãe pareceu não ser mais tão interessante assim para Grace, o seu olhar logo correu para o meu pai, que a observava com muito carinho.

- Você é pai de Lauren? – Questiona e ele concorda com a cabeça.

- Eu sou. – Meu pai se abaixa – Fiquei sabendo que você vai morar com Lauren e Camila agora, é verdade?! – Grace concorda com a cabeça – Você gostou daqui?

- Gostei. – Responde rapidamente e nós abrimos um largo sorriso – Camila mostre para eles, mostre as estrelas. – Aponta para o teto e franze o cenho.

As luzinhas já estavam acessas, iluminando o quarto, mas por conta das cortinas estarem abertas e a escuridão não ter tomado completamente conta do céu, não dava o mesmo efeito de quando tudo estava escuro. Mas acabamos por fechar as cortinas e fechar as portas do quarto, não acendendo todas as luzinhas do teto, dando um efeito mais legal, Grace pulava animadamente no lugar e sorria feliz por ver “as estrelas” mais uma vez.

Levamos alguns brinquedos para a sacada e nos sentamos lá, não sem antes colocar um agasalho em Grace. Meu pai fez questão de ficar perto dela brincando de empilhar alguns cubos que tinham por ali, mas por fim eles acabaram entrando e voltando depois de alguns minutos com mais brinquedos.

Todos os artigos e livros envolvendo adoção, ainda mais de crianças que não eram recém-nascidos frisavam milhares de vezes a coisa mais importante que deveria ser feita: conseguir a confiança de sua criança. Isso envolve fazer tudo o que ela pede, estar lá para ela em qualquer choro ou qualquer resmungo, por esse mesmo motivo as visitas de pessoas de fora –mesmo que próximas- precisavam ser reguladas para que a criança se sentisse mais à vontade e confiasse mais rapidamente em que iria a criar.

Meu pai quis pedir pizza de uma das suas filiais em New York, apenas para que Grace experimentasse, a pequena ficou extremamente surpresa quando descobriu que meu pai poderia pedir quantas pizzas quisesse, o que arrancou boas risadas de todos quando ela começou a fazer uma série de perguntas ao meu velho.

Durante nossa janta a atenção de Grace foi completamente para Camila, que sentou ao seu lado, fazendo questão de cortar a sua comida e observar de perto ela comendo enquanto elas conversavam sobre as coisas que tinham na sala ao lado da televisão, que eram alguns aparelhos dos quais Grace nunca sequer havia visto, no dia de hoje nossa filha já havia feito questão de perguntar o nome de tudo e todos que não conhecia, o que me deixava encantada.

- Tchau, Grace! – Meus pais acenam para a pequena, que acena de volta.

- Eles vão voltar? – Escuto sua pergunta para Camila e eu sorrio, fechando a porta.

- É claro que vão, querida. – Minha esposa ri – Eles amaram você e sempre vão vir brincar.

- Eu gostei deles. – Sussurra com um pequeno sorriso e eu mordo o meu lábio inferior.

Seus olhos castanhos já davam sinais de que o sono se aproximava, o que me deixou ainda mais encantada, ela conseguia ficar ainda mais fofa assim.

- Vamos tomar banho, mocinha? – Questiono e Grace concorda com a cabeça – E então vamos dormir, já está tarde e você precisa descansar. – Só então notei ela ficar tensa.

Entramos em seu quarto e Camila entrou no banheiro com ela, para ajudar com o banho, enquanto eu ajeitava a cama e procurava um dos vários livros que tinham ali para que nós pudéssemos ler para ela e então ela pegasse no sono, assim como peguei o inalador para que não houvessem crises durante a noite. Escutei algumas risadas vindo do banheiro para depois escutar o chuveiro sendo desligado.

- Lauren?

- Oi?

- Pegue um pijama, eu esqueci. – Rio, Camila sempre esquecia de pegar a roupa que iria vestir, não me surpreendia nada que ela havia esquecido de pegar o pijama de Grace.

- Pronto. – Abro a porta e estendo o pijama, vendo Grace com uma cara ainda mais cansada.

Camila ajudou a pequena a se vestir e então eu fiquei com ela no banheiro, vendo se Grace escovava seus dentes direito. Apaguei a luz do banheiro e fechei a porta, guiando nossa filha para debaixo das cobertas, pude notar seu olhar curioso quando liguei o inalador.

- O que é isso? – Ela questiona confusa.

- É um inalador. – Camila fala assim que entra – Lembra quando você usava isso no hospital? – A pequena concorda com a cabeça – Todas as noites você vai usar ele para respirar melhor, ok?

- Vai ser rápido? – Questiona curiosa.

- Vai ser bem rápido, e enquanto você usar isso, eu posso ler uma história para você, o que acha? – Ela sorri e concorda com a cabeça.

Camila e eu nos sentamos ao lado da cama de Grace, Camila colocou a pequena mascara no rosto de Grace e a pequena se deitou na cama prestando atenção em mim, abri o livro e comecei a ler as primeiras folhas, fazendo questão de observar o rosto dela relaxar cada vez mais conforme Camila fazia cafuné em seus cabelos e o inalador facilitava mil vezes mais a sua respiração.

Antes que Grace dormisse completamente Camila acabou retirando a máscara que ela usava e desligou o aparelho, eu continuei lendo com uma voz cada vez mais baixa até que notei que a pequena havia pego no sono de vez. Ficamos ali, em silencio, apenas observando a pequena dormir como se mais nada importasse ao nosso redor, e realmente não importava. Nos levantamos do chão após alguns minutos, liguei o aparelho que iriamos deixar ao lado da sua cama e da nossa cama, para caso ela nos chamasse durante a noite.

Tomamos banho, escovamos os dentes e trocamos de roupa, nos deitando na cama. Não sabia dizer quem estava com um sorriso maior e mais besta no rosto, o que chegava a ser engraçado, de certa forma. Era uma felicidade que não cabia no peito de jeito maneira e muito menos tinha como descrever, eu apenas sentia de uma forma intensa e maravilhosa.

- Você acha que ela gostou de ficar conosco? – Questiono a abraçando.

- Eu acho que sim. – Pousa a mão em minha cintura – Ela se divertiu hoje e demonstrou que gosta de nós, não nos rejeitou, como poderia ter acontecido. – Comenta sincera e sinto a caricia.

- Eu só acho ela tão incrível, só quero que tudo seja perfeito e que ela se ajuste aqui, se ajuste a nós. – Confidencio enquanto encarava o nosso teto.

- Tenho certeza que isso vai acontecer, amor. – Beija minha bochecha – Nós temos um tempo para conquista-la e fazer ela se acostumar conosco, sem falar que temos boas cartas na manga para isso.

- Temos? – A encaro confusa.

- Você já viu nossas amigas com Hunter? – Camila ri e eu sorrio – Então... elas são ótimas com crianças, tenho certeza que Grace vai ama-las e se divertir com todas elas, sem falar que Grace ainda nem comeu os cookies de Ally, imagina quando ela comer. – Mordo o lábio inferior e relaxo em seus braços

- Você tem razão. – Me abraça e fecha os olhos.

- Eu sempre tenho. – Sussurra rindo.

Mesmo dizendo aquelas coisas para me acalmar, Camila eu não poderia ter certeza de nada, então após fechar os olhos implorei em pensamento para que Grace gostasse de nós e se apaixonasse por nós tanto quanto nós já éramos apaixonadas por ela.


Notas Finais


Gente eu só quero deixar bem claro que eu estou em um sério caso de amor com a Grace, eu já escrevi uma boa parte do próximo capítulo e eu quero uma criança como ela para mim, então é.
Eu IMPLORO para vocês comentarem, vocês não estão mais fazendo isso e consequentemente isso está me deixando bolada, tanto que eu nem ia postar hoje, mas né. Qualquer coisa é só me chamar no tt (switch5Hearts) ou então mandar coisas no ask.fm/SushiDaMegan.
Natália xX(:


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