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História Levada pelo Mar - Prólogo: O Começo do Fim


Escrita por: Davinna

Capítulo 1 - Prólogo: O Começo do Fim


Era mais um daqueles dias cinzas, em que você só se vê deitada em uma cama confortável pensando em coisas que deveria estar fazendo para que a sua vida não entre em colapso e caia em um poço escuro e sem volta. Mesmo tendo esse risco, continuava ali em volta de meus cobertores, abraçada pelo calor.

O silêncio aguardava o som da voz de minha mãe irromper pela casa me advertindo de que era a hora de sair de meu agradável casulo. "Você não faz nada", minha mãe dizia. Acho que é o que todas as mães dizem, como se aprendessem em uma escola como educar seus filhos.  No quarto ao lado, minha irmã, Anne, pensava em mais uma forma de arrumar a sua incontável coleção de bonecas coloridas. Ela fazia isso no mínimo uma vez por semana, mas não por estar insatisfeita com a maneira em que as bonecas estavam organizadas e sim porque gostava de mexer nelas, e como dizia que já era "grande" demais para brincar, as colecionava, porque isso sim era o que adultos faziam.

A presença de meu pai já havia desaparecido por muito tempo daquela casa, o divórcio de meus pais tinha sido de forma pacífica e sem brigas, o que já era bom, contando que na maioria das separações crianças sofrem por terem que lidar com o conflito de pai e mãe. Via meu pai toda semana, era um encontro agradável, sem muita conversa, somente o suficiente para estabelecer a relação de pai e filha. Íamos todas as terças feiras ao Tony's coffe, antes de largar minha irmã na escola e de meu pai ir para o trabalho.  "O de sempre Mariel?" Perguntava Tony para mim, assim que me sentava em frente ao balcão. Enquanto eu pedia duas torradas com queijo quente e chocolate, Anne preferia panquecas com chantilly, um tanto pesado para um café da manhã, na minha opinião.

-Me vê o mesmo que o dela.- Dizia a voz ao meu lado. Pela entonação e por pedir o mesmo pedido, percebi que a pessoa queria chamar minha atenção. “Ou não, talvez esteja enganada”, pensei. A tentação em olhar me chamava e parecia bem convidativa. Acabei cedendo, e de maneira discreta, e de como quem não quer nada, olhei para sua direção e foquei em um grupo de homens que comiam e riam no fundo do café.

-Eles parecem bem felizes. - Comentou a voz. E dessa vez não tive como evitar fitá-lo. Eram olhos negros curiosos.

 -Prazer, Felipe Simon.- Disse ele sorrindo.

Tenho um leve problema quando o assunto é "agir normalmente com pessoas desconhecidas", principalmente quando elas são homens com belos sorrisos.

-O-oi, me chamo Mariel Ryan.- Disse e ele apenas assentiu e continuou me olhando.

Tony chegou com nossos pratos me salvando da situação constrangedora em que me encontrava. Decidi dar atenção às minhas torradas para evitar mais momentos em que o meu rosto fica vermelho e a minha voz decide desaparecer quando ameaço dizer alguma coisa, mas se passaram alguns minutos ou segundos, não tinha noção se o tempo estava passando rápido ou lento demais, a questão é que ele não puxava mais assunto, estava distraído com o que comia. Então tomei a coragem que estava escondida dentro de mim.

    -Está visitando a cidade? - Perguntei. Já que nunca via o visto por ali.
               Ele olhou para mim e assentiu fazendo surgir o seu lindo sorriso novamente.

-Meus avós moram aqui, estou passando as férias com eles.

-E está gostando? - Perguntei, rápido demais do que o normal.

-Sim e não.- Ele riu e continuou- Não, porque a cidade é pequena e sem muitas atrações; e sim, porque tem uma praia muito bonita e pessoas interessantes.- Ele abriu o mesmo sorriso que havia dado quando eu o olhei pela primeira vez. Dessa vez não desviei o olhar afim de fugir, continuei a olha-lo e sorri também.



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