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História Liame - Celular


Escrita por: AliceFitz

Capítulo 2 - Celular


Pós saga fullbing.

Ichigo olhava pra janela escorrendo a chuva um pouco perdido, numa mistura de tristeza sintomática, que só significava uma coisa: Ausência. Por mais que pudesse e o faria com todas as forças e impulsividade, ir até “lá em cima”, arrastá-la pra ficar com ele debaixo daquele cobertor ou simplesmente deixar ela tomar conta do quarto, desenhando ou lhe perguntando coisas dos mundo humano, ele sabia que seria um pouco insensato. Porque Rukia estava na Soul Society trabalhando e não “passeando”. E seria romântico ao extremo ele interrompê-la, porém um tanto machista e secretamente ele sabia, desesperado.

            Caminhou até o guarda roupas, só pra sentir um pouco seu cheiro característico. Sua missão havia acabado à uns 2 meses e a ingrata sequer havia-lhe dado uma previsão de retorno, especialmente depois dos últimos eventos, quando em cima do telhado da clínica, enquanto conversavam banalidades em uma noite insone, trocaram beijos. Maravilhosos beijos. Uma vez, duas e depois da terceira vez no telhado ele parou de contar. Recomeçou na cozinha, escola, quarto. Cama.

            Infelizmente, não haviam chegado ao “máximo” entre duas pessoas, mas ele sentia que tudo aquilo tinha um sentido particular para os dois, ele era incapaz de ignorar o que haviam compartilhado. Ichigo sentia que havia lhe dado um pedaço de si, que jamais outra mulher teria. O sentimento de conforto, pertencimento e amor lhe fugia do peito.

            De súbito, lembrou-se um instrumento que resolveria toda aquela ânsia em cerca de segundos. “Ela deveria ter ligado? ELE deveria fazer primeiro?”. Ichigo ignorou as milhões de inseguranças e discou o número da Soul Society, especificamente do esquadrão 13.

            -Ichigo? Aconteceu alguma coisa? –A voz era calma, mas parecia surpresa.

            -Não...- Silenciou. “É saudade mesmo”. Ele com certeza era o sinônimo da transparência. Mas jamais verbalizaria aquilo. Ichigo se sentia levemente contaminado pela onda “não sentimental” de sua era, onde ninguém conseguia demonstrar afeto. Mas não era por egoísmo, apenas timidez. –Está chovendo...

            -Ichigo.

            -Sim?

            -Acho bom arrumar um assunto pra conversar. –Tal qual ele se sentia intimidado com ela “ao vivo”, o tom imponente tinha o mesmo efeito. Ichigo riu. –Eu estou trabalhando, idiota!

            -Me desculpe. Só... –O homem suspirou, sentado na cama, jogado entre a parede e o colchão. –Queria falar com você.

            -Hum. Eu também.

            -Como estão as coisas por aí? –Perguntou, preocupado. E se de repente, ela estava sobrecarregada?

            -Bom...Tranquilas. –Rukia estremeceu-se ao ouvir o barulho de algo ou alguém caindo. –Ai meu deus! –Largou o telefone pra ver o que era e voltou rapidamente. –Para o nível da Soul Society. –Ela riu. –Minha secretária acabou de derrubar todos os papéis importantes que precisávamos entregar para o Taicho, então vou ter que organizar tudo de novo. –Revirou os olhos, prevendo mais trabalho inesperado

            -Rukia, estou com saudade. –Ichigo falou, depois de contorcer-se inúmeras vezes de ansiedade.

            -Bom, não posso fazer muita coisa quanto a isso hoje. Mas... Na semana que vem quem sabe eu não peça uma folga. – Como se o céu estivesse debochando, abriram-se as nuvens do lado de fora, parando a chuva.

            -Se você quiser...Quer dizer, não querendo forçar nada mas, você já está aí a muito tempo... –A voz quase sumiu de tanta vergonha, apesar dele ter mantido o tom firme.

            -Ichigo, eu preciso desligar. Até depois! –Ela diz, com pressa.

            -Até depois, pintora de rodapé. –Desligou sem dar tempo pra ela retrucar.

            Minutos depois, uma mensagem:

            Seus apelidos continuam ridículos e sem criatividade, palhaço ruivo.

            Ichigo respondeu:

            Achei que precisasse trabalhar...

            Rukia enviou enviou-lhe um emoji mostrando o dedo do meio. Ichigo resolveu deixa-la em paz, por hora. Mas horas depois, aquela falta tornara-se insuportável e elemandou um pequeno texto, tão sincero que só poderia ter vindo dele mesmo com o auxílio de um celular, pois duvidava seriamente que o faria se estivesse vendo aquele par de olhos púrpura, lhe encarando, lhe sugando.

            Eu te amo. Você faz uma falta absurda, não tem ideia. Eu estou bem de falar com você pelo telefone às vezes, embora não faça isso com mais ninguém, mas preciso de você aqui. Isso de mundos diferentes é um empecilho realmente irritante. Não me deixe sem notícias suas. Me conte qualquer coisa, me deixe saber se alguém derrubou café em uma pilha de papéis ou se você também esteve pensando em mim.

            Rukia recebeu a mensagem, mas sentia-se inábil à responder de tão tumultuada. Uma perturbação boa, é claro. Porque Ichigo tinha esses raros momentos em que ele conseguia tocar-lhe bem no espesso da alma, às vezes sem dizer nenhuma palavra, só olhando por exemplo... Mas aparentemente, agora ele também aprendera a usá-las com maestria.


Notas Finais


:)


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