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História Liame - Equilíbrio


Escrita por: AliceFitz

Notas do Autor


Esse é o último. Eu gostei bastante de escrever isso. Foi muito especial, porque Bleach é meu mangá favorito e eu sou apaixonada por cada personagem, inclusive pela Inoue, que eu matei mas tô tranquila KKK.
Por favor comentários :)

Capítulo 6 - Equilíbrio


Rukia andava inquieta pelos corredor da casa. Sentira um arrepio percorrer sua espinha quando, depois de sossegar Ichika com alguns brinquedos no quarto, um mal pressentimento a colocou de pé e alerta . Minutos depois, uma mensagem apitou em seu pequeno celular. Era um aviso de “passagem”. Ela descobriu essa função de uma maneira infeliz, quando fora visitar Ichigo e ele disse-lhe que sua esposa estava doente. Nunca esqueceu seus olhos abatidos, uma mistura de saudade e angústia. Rukia se lembrava do abraço que trocaram no mesmo dia se culpando a cada segundo. Fora da sala de internação, perto de um armário de limpeza, escondidos eles entrelaçaram os braços com desespero. Quando relaxaram os músculos, pensou que podia mesmo ficar ali pra sempre.

-Rukia?-Perguntou Renji, vindo do banheiro. –Está pensando nele de novo? –Perguntou irônico. De fato, em outros momentos, Rukia poderia ter sentido-se ofendida. Mas naquela situação, com 10 anos de convivência, qualquer coisa que fosse irônica da parte de Renji não lhe atingia. Não por ódio, mas por cansaço. Não era só Ichigo que precisava de paz. Ela também precisava.

-Sim. Você sabe. –Ela cruzou os braços, agitando um pouco a Reiatsu. Renji abaixou a cabeça. Ele nunca ia levantar sua voz pra ela. E ela evitaria qualquer combate, mas também não sabia ser submissa.

-Você podia pelo menos disfarçar de vez em quando. –Ele sentou-se no sofá.Ela sentou ao seu lado.

-Renji... –Ela mordeu os lábios. Ensaiara aquilo a algum tempo, mas sabia que na hora não sairia, o que lhe frustrava. –Ok. Eu não sei ser delicada. Eu também não sirvo pra viver essa vida com você. Eu sempre te amei Renji, mas eu não posso ficar com você desse jeito. –Rukia se perguntara a última vez que ficara tão nervosa. Sentia-se quebrar toda por dentro. Havia trancado aquilo tão fundo em seu peito que enquanto falava, tudo parecia mais um refluxo ao invés de encerramento. –Eu estou terminando com você. –Ela se levantou. Suas sobrancelhas juntas eram um pedido mudo “não resista, por favor, não piore as coisas”.Renji não fez nada.

-Uma vez você me disse que me amava. Era verdade? –Ele perguntou, os olhos esperançosos.

-Um breve afeto. Mas você sabe que é impossível porque...-Ele a cortou bruscamente.

-Não precisa explicar. Está óbvio. A garota morreu, é agora que vocês finalmente ficam juntos. –Rukia baixou a cabeça. Sem a mínima coragem de levantar-se do sofá, Renji colocou as duas mãos na cabeça, bagunçando a trança em um gesto de desolamento. –E Ichika? –Era sua última esperança.

-Ela vai entender.- Rukia não pretendia abordar o assunto com ela mas a garota apareceu, questionando.

-Entender o quê? –A menininha pulou no colo do papai. Rukia deu um tapinha na testa, em negação.

-A mamãe vai se mudar filha. –Ela sentou-se novamente ao lado de Renji, segurando a pequena mão suja de giz de cera. –Pra outra casa, mas eu posso vir te visitar sempre. Ou você pode vir comigo. –Era muito mais fácil pra ela entender uma separação como uma “mudança de endereço” do que como o fim de qualquer coisa. Terminar relacionamento era coisa de adulto. Ichika somente entendia que poderia escolher agora, com quem morar.

-Eu vou poder ver o papai sempre que eu quiser mamãe? –Ela perguntou, triste.

-Sim, claro filha. –E Rukia beijou sua testinha, pra esconder as lágrimas. O mesmo tanto que era libertador era doloroso.

-Então tá tudo bem! –E os agarrou pelo pescoço, rindo.

...

Um mês se passou depois do velório de Orihime na terra. Ichigo aos poucos, foi deixando de lado todas as pendências do mundo humano, a maior delas(Kazui), foi a que deu menos trabalho. Seu filho tinha no coração a mesma sensatez que ele sempre desejou ter na hora de decidir as coisas. Tudo parecia fácil quando ele somente concordava.

-Eu sei que isso te faz feliz papai. Aquela moça de olhos bonitos. Ela é a sua companheira. – Ele sentou com a criança pra falar sobre morar na Soul Soceity. Explicou sobre os shinigamis e o seu futuro. Ichigo sentia em Kazui aquele “desajuste” no mundo humano. Algumas pessoas nascem pra ser arquitetas, artistas de rua, padeiros, médicos. E eles dois só talvez para ser shinigamis.

 Ichigo, Rukia, Ichika e Kazui se mudaram para uma das casas do clã Shiba, na Soul Society, longe do Clã Kuchiki. Rukia decidira que se era pra ser livre, que livre fosse por completo. Ela não sentiria o peso do julgamento de ninguém e uma vez que a paz estava selada entre ela e os irmãos de Kaien e recentemente havia voltado a falar com Renji, então não tinha motivos pra insistir numa nobreza que não lhe pertencia. Bem se via, que delicadeza e cerimônia não era o seu forte.

Depois de preparar tudo para a mudança, Rukia utilizou um último serviço do clã: O salão de beleza. Pediu pra cortar seus cabelos, na mesma altura em que estavam quando foi pra terra, perto dos ombros. Quando se viu no espelho de novo, reconheceu-se. A simbologia daquele momento soava quase “histórica”. Emancipação, liberdade. Amor.

...

A nova casa tinha jardins e um pequeno lago. Os inquilinos bagunceiros destruíam o quintal pouco a pouco, correndo.Se eles não fossem tão unidos, poderiam jurar que eram irmãos de verdade.

Rukia e Ichigo se retirararam. O recém casal agora aproveitava o quarto. Rukia traçava os caminhos de sua pele com elegância e firmeza. Ichigo tateava-a com a boca e as mãos, em um enlace terno. Nenhum dos dois poderia querer mais do que isso.

-Eu disse. Nessa vida, na outra. De qualquer jeito... –Ele sussurrou, separando-se dela momentaneamente, ainda sob seu efeito estonteante.

-Juntos. –Repetiu ela, como um mantra. E assim, dormindo um sobre o outro, em um fim de tarde invernal calmo, do mundo mais adequado e incerto, pelo caminho mais sinuoso, veio a compensação de tantos anos longe, repletos de saudade e amor.

A balança de seus mundos por fim, equilibrou-se.


Notas Finais


E AAEEE? :D Gostaram?


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