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História Liar - Para Iseul


Escrita por: ShinEunri

Capítulo 10 - Para Iseul


Fanfic / Fanfiction Liar - Para Iseul

Depois de passar as últimas horas quebrando a cabeça naquele maldito Estudo Dirigido para entregar no dia seguinte, finalmente eu tinha terminado! Me espreguiço e sinto os ossos das minhas costas doerem e estalarem por ficar tanto tempo na mesma posição; esfrego os olhos cansados e olho para o relógio: 00:16h. Eu tinha passado três horas naquilo!

Solto alguns xingamentos enquanto guardo meu material. Minha barriga ronca e eu coloco minha mochila na cadeira e vou pra cozinha à procura de algo pra comer; a casa estava silenciosa, todos já estavam dormindo, provavelmente, e o único zumbi ali era eu. Abro os armários e acho um saco de salgadinhos de camarão e pego uma latinha de suco de uva verde na geladeira. Volto pro quarto, ignorando a regra da minha mãe de não comer esse tipo de coisa ali para não atrair insetos e me sento na cama, abrindo a latinha de suco e tomando um gole antes de colocá-la sobre a cômoda para me dedicar aos salgadinhos.

Após comer algumas porções em silêncio, suspiro ao pousar os olhos sobre as flores mortas na cômoda, dentro daquele jarro. É o que acontece com as flores, elas sempre morrem rápido… a não ser que você as plante, penso comigo mesma. Será que o Bangtan já tinha esquecido de mim? Eles veem tantas fãs em todo o lugar e o tempo todo, estão sempre tão ocupados com os shows, produzindo músicas e ensaiando as coreografias para as apresentações… ok, que nos conhecemos de uma maneira um pouco incomum, mas, isso não me fazia tão especial assim pra eles. Nem para o Hobi… talvez só por um tempo. As lembranças que fizemos juntos eram como aquele buquê que eu tentei manter vivo o máximo que eu pude, mas que logo morreu.

Eu era tão especial pra eles quanto aquelas flores, no final das contas. Sinto meus olhos arderem com a aproximação silenciosa das lágrimas, deve ser a bendita TPM, num é possível! Eu não estava no meu estado normal aqueles dias. Engulo o nó na minha garganta com a ajuda de um gole de suco e coloco a latinha e o saco quase vazio de salgadinhos sobre a cômoda novamente; me levanto, limpando os farelos da roupa e boca e paro em frente a cômoda, hesitando por um instante, mas abro a gaveta e pego a carta de dentro do meu pijama dobrado. Observo o envelope e as letras do remetente, mas logo o abro e tiro a carta de dentro.

A letra era a mesma do envelope, provavelmente tinha sido escrita pelo Namjoon em nome de todos. Viro a folha e vejo os autógrafos de todos eles lá, com pequenas mensagens, mas deixo pra ler depois e reviro a folha para ler a carta realmente.

 

"Querida Army, Iseul,

Quando recebemos a sua carta, ficamos muito tocados com a sua situação. Enquanto a lemos, nos emocionamos muito com as suas palavras e, sendo sinceros, não sabemos o que você está realmente passando e não pretendemos fingir que sabemos como é estar nesse estado. Apenas podemos imaginar como isso deve ser difícil pra você e como você deve estar se sentindo sozinha agora, principalmente enquanto lê isso. Há coisas na vida pelas quais somos obrigados a passar, mesmo sem entendermos o sentido ou motivo dessas coisas nos acontecerem. E agora, você está sendo obrigada a enfrentar algo tão difícil e doloroso, tão cedo… mas, você precisa ser forte e corajosa até o fim, e não desistir de ser feliz em cada dia, hora, minuto e segundo que tiver. Viva intensamente e faça tudo o que você puder para ter as melhores lembranças de todos esses momentos, ok? E não deixe que suas tristezas e dificuldades te vençam pelo cansaço, você não está sozinha, nossos corações estarão sempre com você e sempre a levaremos conosco também, enquanto existirmos. Você, nós e todas as Armys, sempre seremos uma família e somos muito gratos por todo o amor que você nos dedica. Só pedimos que você nos prometa que irá fazer o possível para ser feliz, ok? E lembre-se: sua felicidade será o bastante para todos nós.

Beijos dos seus amigos do BTS, amamos você”

 

Ótimo, isso era tudo o que eu precisava para chorar de vez, penso, com as lágrimas escorrendo no rosto. Viro a carta e leio as dedicatórias de cada um com seus respectivos autógrafos.

Namjoon: “Seja feliz e não desanime, você sempre será nossa Army especial.”

Yoongi: “Não desista de lutar, Iseul. Estamos com você, seja forte.”

Hoseok: “Você sempre estará em nossas memórias e em nossos corações, como um raio de sol.” (coração e carinha feliz).

Você que é o meu raio de sol, Hoseok, penso sorrindo entre as lágrimas e continuo lendo.

Jimin: “Iseul-ah, nós amamos você, então não desista, ok?” (carinha feliz).

Jin: “Nós sempre estaremos com você, seja feliz por nós e deixe seus oppas orgulhosos disso.” (coração).

Jungkook: “Obrigado por todo o seu amor, seja sempre livre e viva com paixão cada minuto” (flor dentro de uma mãozinha).

Taehyung: “Nunca fique triste, agora você tem 7 irmãos pra cuidar de você, então, fighting!”

 

Coloco a carta contra o meu peito e respiro fundo, deixando-me cair sentada na cama. Aquelas eram as coisas mais lindas que eu já tinha recebido, as palavras mais preciosas, meu maior tesouro. Mas, isso não é seu… nada disso era pra você — uma voz no fundo da minha cabeça me acusa sem dó e eu engulo em seco — isso foi roubado, cada palavra. Você as roubou de alguém que estava morrendo e precisava mais disso do que você.

Volto a olhar pra carta como se ela pesasse em minhas mãos. Certo, eu tinha roubado aquilo de alguém e isso era errado… mas, eu também merecia aquele momento com eles, afinal, eu os amo tanto quanto aquela Iseul doente! Além do mais, eu não pedi por aquilo, pedi? Eles simplesmente surgiram na minha frente, eu não podia jogar aquela oportunidade fora daquele jeito… não é? Seria muita coincidência eu ir parar no quarto de uma garota com o nome praticamente igual ao meu e logo depois, eles irem parar justo naquele quarto de hospital pra nada! A outra garota nem estava lá na hora! Aquilo só podia ser o destino me oferecendo aquela chance e eu deveria ser grata por aquilo…

Isso, Iseul, você não precisa mais se preocupar com isso — Levanto com a carta em mãos. — Não vai acontecer de novo, não é mesmo? Você nem vai vê-los de novo… não tão perto assim, porque isso já é passado agora e você não passa de uma lembrança. Morta, como as flores. E a dona da carta.

Seco as lágrimas que voltam a surgir, e então, guardo a carta dentro do envelope e a coloco dentro do fundo falso do meu baú de bijuterias sobre a pequena penteadeira do outro lado do quarto. Era melhor ninguém ler aquela carta… e ainda bem que eu não a li na frente da Jia, imagina como ela ficaria! Além dela não entender nada, isso geraria muitas perguntas pra eu responder com mais mentirinhas ou dizer toda a verdade a ela… Eu não estou pronta pra dizer toda a verdade ainda. Ela não entenderia os meus motivos.

Deito na minha cama e me cubro. Será que a Jia entenderia algum dia? — Me pergunto olhando para o teto, mas acho que já sabia a resposta… e não era a que eu queria ouvir nem de mim mesma, então, esperava estar errada sobre isso.

 

O sinal que anunciava o fim das aulas toca e Jia e eu saímos rapidamente. Vamos para os armários pegar as nossas coisas, seguindo o fluxo dos alunos e quando eu abro o meu armário, uma aranha pula em mim e eu me assusto um pouco, já Jia, solta um grito desesperado ao meu lado assim que vê o bicho: ela detestava aranhas.

— Calma, Jia… — Digo, ao notar uma coisa, mas Jia já estava do outro lado do corredor, toda encolhida no chão.

— N-não toque nisso! O que você vai… — Eu a ignoro e pego a aranha com uma das mãos. — VOCÊ ESTÁ LOUCA?!

— É só uma... aranha de brinquedo — digo sorrindo pra ela ao confirmar minha suspeita.

— O quê?! — Jia não acredita, mas se levanta devagar, hesitante.

— Veja… é falsa — mostro a ela. — Apesar de ser incrivelmente realista.

— Mas, como ela foi parar… aí? — Jia pergunta, se aproximando devagar.

Olho ao redor e vejo Subin e as amigas rindo perto do fim do corredor e entendo tudo.

— Isso é parte da vingancinha terrível da Subin — ironizo e fecho o armário de novo, após pegar algumas coisas e por na mochila. — Que patética… parece que voltamos ao terceiro ano de novo.

— Terceiro ano? Eu quase morri do coração! — Jia coloca a mão no peito e respira fundo.

Então, enquanto Jia pega suas coisas, eu pego uma argolinha que eu tinha, de um dos chaveiros que eu usava na mochila e enfio a aranha nela para improvisar um novo chaveiro. E até que ficou legal… penduro a aranha na mochila.

— Gostei do presentinho, Subin! — Aceno pra ela sorrindo e mostro a aranha pendurada na minha mochila. — Deu um ótimo chaveiro!

Subin faz uma careta e vai embora bufando com as seguidoras dela. Jia me encara sem entender o motivo do meu riso, após fechar seu armário.

— O que você está fazendo? Quer irritar ela mais ainda? — Jia pergunta, de sobrancelhas erguidas.

— Eu não estou tentando irritar ela mais…

— Está sim — Jia me interrompe e vamos andando para a saída.

— Ok, talvez eu esteja irritando ela um pouco… mas, eu só estou fazendo isso porque cansei de abaixar a cabeça pra gente como ela — admito. — Os dias de glória da Subin acabaram e se ela acha que eu sou a mesma garotinha assustada que correu pra se esconder no banheiro quando foi recebida com uma chuva de ovos logo no seu primeiro dia de aula, ela está muito enganada!

Jia dá de ombros enquanto passamos pelos portões.

— Porque você tem tanto medo dela ainda? — Pergunto de repente a observando.

— É difícil não ter medo de alguém que mandou um grupo de garotas te dar uma surra depois da aula só porque você teve coragem de dizer que não concordava com essas ações dela — Jia mostra uma expressão triste ao falar e nos sentamos no ponto de ônibus. — Éramos melhores amigas até ela mudar desse jeito. Entendo que perder a mãe aos 13 anos é algo muito difícil, mas não é motivo pra você se tornar uma pessoa horrível com todo mundo.

— Uhum.

— Mas, aquela surra que eu levei me fez conhecer você, não é? — Jia sorri pra mim e eu assinto. — Sempre serei grata por você tentar me defender naquele dia, entrando na frente daquelas três garotas com um lápis em cada mão...

Rimos enquanto esperávamos o ônibus.

— Aquelas foram as únicas armas que eu consegui arranjar na hora — digo rindo. — Mas, elas funcionaram bem, quando eu disse que se elas não parassem de te bater, eu ia furar os olhos de cada uma…

— Sim! Mas, elas tentaram continuar quando Subin disse que você estava mentindo — Jia prossegue. — E aí, você cortou a mão de uma e quebrou um lápis no braço da outra! Até hoje eu não consigo entender como você fez aquilo…

— Adrenalina? — Rimos mais uma vez nos lembrando dos detalhes.

— Seja o que tenha sido, foi o suficiente para elas ficarem com medo de tentarem de novo.

— E escapamos com vida.

— Sem apanhar de novo até agora… talvez, não por muito tempo.

— Não se preocupe, não somos mais crianças e a Subin não vai se meter com a gente assim de novo — Sorrio e coloco uma mão nos ombros dela. — Se ela tentar, eu tenho sempre uma caixa de lápis novos comigo desde aquele dia...

Jia cai na gargalhada e eu me junto a ela, mas, logo nos levantamos e entramos no ônibus juntas.

 

Chego em casa e sinto o cheiro forte de kimchi vindo da cozinha e se espalhando por todos os cômodos.

— Omma, cheguei! — Anuncio e vou direto para o quarto.

Mas, assim que abro a porta, pego um “rato” de surpresa enquanto ele fechava rapidamente as gavetas da minha cômoda.

— Ah, seu peste! — Grito com meu irmão Hyunjae e corro pra alcançá-lo, mas ele se joga sobre a minha cama e escapa para o outro lado gritando. — O que você estava fazendo mexendo nas minhas coisas, uh?! Quem te deu o direito?

Tento cercar ele.

— Eu não estava mexendo! — Ele grita tentando escapar.

— Estava sim! Como ousa negar mesmo após ser pego em flagrante?! — Me jogo sobre a cama tentando agarrar ele pela camisa, mas ele escapa por um triz.

— Omma!!! — Ele grita correndo em direção a porta, antes de ser acertado na cara por uma almofada. — Ai!

Mesmo depois de atingido, consegue sair do quarto vivo. Bufo com raiva, nem adiantava ir atrás dele, a minha mãe ia protegê-lo mesmo… como sempre. Me jogo na cama de barriga pra cima por um instante antes de me preparar para o jantar.

— Iseul? — Ouço a minha mãe chamar e eu olho pra ela na porta. — Ah, você está aí.

Achei que ela tinha vindo para brigar comigo por causa de alguma mentira do Hyunjae, mas pelo tom de voz dela, parecia que dessa vez não. De qualquer forma, permaneço deitada enquanto ela se aproxima.

— Tenho uma coisa pra você — ela se senta na cama, ao meu lado; então eu me sento também, interessada, quando vejo que ela tinha um envelope em mãos. — Uma carta. Chegou hoje...

— Uma carta? Pra mim? — Pergunto um pouco surpresa e curiosa, mas ela assente e me entrega a carta sem dizer nada.

Olho para o envelope tentando saber quem tinha me enviado aquilo, já que ninguém me enviava nada, e não acho endereço, selo ou qualquer identificação do remetente. As únicas palavras escritas nele, além do meu endereço na parte detrás, eram: Para Iseul.

— Não vai abrir? — Minha mãe pergunta, tão curiosa quanto eu para saber o que tinha ali. Aposto que ela tinha esperado impacientemente pela minha chegada, só para saber do que se tratava.

Baixo os olhos para o envelope novamente e o abro. Então, começo a ler mentalmente.

 

“Querida Iseul,

Espero que esteja bem e que leia isso. Os dias foram trabalhosos e confusos para mim, mas não consegui me esquecer de quando nos encontramos há mais de uma semana e, resolvi te escrever um pouco…”

 

Interrompo a leitura com o coração batendo à mil por hora e olho para a minha mãe, tentando descobrir se ela tinha ouvido aquelas batidas ou não, mas ela continuou torcendo um pano de prato na mão e me olhando com ansiedade.

— E então… sobre o que é? — Ela pergunta se inclinando um pouco.

— É só… um convite para a festa de uma colega minha — digo a primeira coisa que me vem à mente. — Eu só fiquei surpresa, pois não esperava que ela fosse me convidar, já que não somos tão amigas assim…

Minha mãe me olha meio desconfiada e olha para a folha em minha mão, como se estivesse se segurando para não arrancá-la de mim e ver com seus próprios olhos. Mas, eu ignoro, dobro a folha de qualquer jeito, coloco dentro do envelope e o coloco sobre a cômoda, com desinteresse.

Ela respira fundo.

— Bem… o jantar está na mesa — ela diz se levantando. — Venha logo antes que esfrie.

— Ok, eu já estou indo… só vou me trocar rapidinho — me levanto também e abro a gaveta da cômoda à procura de uma roupa.

E ainda de costas, ouço a porta do quarto se abrir e fechar, então, dou uma olhada para conferir se minha mãe tinha mesmo saído antes de voltar a pegar a carta. Eu estava sozinha mesmo. Pego a carta de novo e a retiro de dentro do envelope com mãos trêmulas, sentando na cama. E volto a lê-la mentalmente com o coração acelerado.

 

“Querida Iseul,

Espero que você esteja bem e que ainda possa ler isso. Bem, os dias foram trabalhosos e confusos para mim, mas não consegui me esquecer de quando nos encontramos há mais de uma semana e, por isso, resolvi te escrever um pouco. Foi pensando sobre aquele dia, que eu percebi que um dia não foi suficiente para eu te conhecer e que isso não deve ter sido suficiente para você também. Eu gostaria de poder te dar mais que algumas horas ou um dia, pois isso não é o bastante agora que sei que você dedicou e dedica sua vida à nós. E eu sei que pode parecer estranho, mas… me sinto em dívida com você e, mesmo que seja complicado na nossa situação, eu estou disposto a tentar te pagar por isso. Ao menos um pouco… enquanto ainda tivermos tempo. Eu sei também que eu não posso mudar o seu destino, por mais que eu queira, mas eu acho que posso torná-lo um pouco mais feliz para você, se você me permitir. Você aceita?

Se sim, me envie uma mensagem através do meu contato do aplicativo abaixo, que eu criei recentemente apenas para aguardar sua resposta. Mas, se sua resposta for não, eu irei excluir esse contato em três dias, por questões de segurança… então, pense sobre isso.

 

Com amor, sua Esperança.”

 

Fico encarando a carta e aquelas palavras sentindo um tremor por todo o meu corpo. Não havia mais nenhuma identificação ali de quem tinha me escrito aquilo, além do contato e do nome do aplicativo, mas mesmo sem ter como provar, eu sabia quem era. Senti a certeza arder em mim inexplicavelmente, antes de continuar a ler.

E foi com essa certeza que me vi pegando meu celular, abrindo o aplicativo e enviando a seguinte resposta para o contato na carta, seja lá quem realmente fosse:

Eu aceito.


Notas Finais


Olá, amorinhas!
Mais um capítulo q acabo de concluir e espero q gostem! Esse me deu um pouquinho de trabalho, pois é a partir dele q a história da malandra da Iseul se desenvolve melhor, então, sintam-se a vontade para comentar o q quiserem e até a próxima!
Agora vou lá voltar a escrever meu tcc T-T

Bjsss :*


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