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História Liar - Inimiga


Escrita por: ShinEunri

Capítulo 9 - Inimiga


Fanfic / Fanfiction Liar - Inimiga

Uma semana se passou e eu nunca estive tão triste. Eu fui da casa pro colégio e do colégio pra casa no automático, mas meus pensamentos estavam em replay no momento mágico onde o Hobi e eu estávamos juntos, quando eu toquei seu rosto, quando eu o abracei, quando eu vi suas lágrimas… fecho meus dedos, sentindo-os formigar com aquela lembrança, enquanto suspiro olhando pela janela da biblioteca da escola com a cabeça sobre os braços.

Então, eu me lembro do que aconteceu quando eu cheguei ao meu quarto depois de me despedir do Bangtan, naquela noite…

 

— Iseul… — Minha mãe me chamou mais uma vez, após eu ir apressada para o quarto sem dar muitas explicações.

Ela tinha me ligado no restaurante e eu tive que correr para atender no banheiro, dizendo que eu ainda estava no hospital e que ela não deveria se preocupar, pois logo eu estaria em casa.

— Iseul? — Ela abriu a porta e me observou. — Você está mesmo bem?

— Estou sim, omma! — Disse, pela terceira vez, respirando fundo.

— Eu liguei para o hospital antes de ligar para você… e eles disseram que você tinha recebido alta! — Ela disse e eu olhei pra Jia tentando esconder minha surpresa e pensando rápido. Não tinha como eu explicar tudo o que tinha acontecido naquele dia pra minha mãe. — Onde você estava, Iseul?

— Ah, deve ter ocorrido algum erro. Teve uma hora que eles tiveram que me transferir para outro quarto, você deve ter ligado nesse momento… — Disse com segurança para parecer convincente. — Que horas você ligou mesmo?

— Perto das 19h.

— É, eu acho que a transferência foi nesse horário… eu não tenho certeza porque eu ainda estava meio drogada com os remédios que eu tomei pra dormir, já que não estava conseguindo pregar os olhos naquela cama desconfortável… — Suspirei com ar cansado. — Enfim, foi um dia difícil, mas eu estou bem… só um pouco cansada, mas agora que tenho a minha cama de volta, vou ficar melhor.

Sentei na minha cama e coloquei o buquê de flores com a carta sobre a cômoda.

— Hum… — Minha mãe olhou para as flores não muito convencida. — E essas flores? Quem te deu?

— Quem poderia ser? — Sorri pra minha mãe. — A minha maior e melhor amiga de todo o universo! — Olhei pra Jia que arregalou os olhos pra mim sem entender o que eu estava fazendo quando eu apontei o dedo pra ela. — Foi a Jia, claro!

— Jia? Vejo que você tem um ótimo gosto, garota — minha mãe sorriu de lado pra Jia que olhou pra ela e pra mim alternadamente. — Deve estimar muito minha filha.

— O-obrigada…? — Jia disse sem jeito e se curvou duas vez em agradecimento à minha mãe.

— Bem, vou trazer alguma coisa pra vocês comerem.

— Não precisa, omma… a Jia e eu compramos alguns hoppangs no caminho, então estamos sem fome.

Jia só balançou a cabeça confirmando.

— Tudo bem… e o que o médico disse sobre você? — Minha mãe perguntou.

— Ele disse que tenho que me cuidar mais, me deu uma nova receita e disse que eu preciso voltar lá pra pegar os resultados dos outros exames — respondi.

— Nenhuma novidade… amanhã você me dá a receita pra eu comprar os medicamentos — ela abriu a porta.

— Omma, a Jia pode dormir aqui essa noite? — Perguntei antes dela sair.

— Está bem, mas não vão ir dormir muito tarde falando desses idols, não, ouviram? Você ouviu o que o médico disse.

— Ouvimos — dissemos juntas, assentindo.

— Boa noite, então.

— Boa noite! — Dissemos e ela saiu.

Então, Jia se sentou na minha cama e sorrimos como se compartilhássemos o maior segredo do mundo. Aí surtamos um pouco, com as mãos na boca.

— Ok, agora me explique: o que aconteceu, exatamente? Como o Bangtan foi parar no seu quarto, Iseul-ah? Me conte tudo, eu não posso mais me controlar! — Jia perguntou depois de se conter um pouco.

Eu sorri pra ela, hesitante. Sabia que Jia iria ficar com peso na consciência se soubesse que tínhamos ocupado o lugar de uma garota que estava morrendo… aquilo era a mesma coisa que roubar aquele dia da outra Iseul do hospital, não é? E a Jia estava tão feliz por ter vivido aquilo comigo, não queria deixá-la triste, se sentindo culpada por ter tomado o lugar de alguém daquele jeito… eu poderia viver com aquilo, ela não.

— Bem, acho que eu não tenho muito o que contar… sabe quando eu desmaiei enquanto eles dançavam BST? — Jia assentiu enquanto eu falava. — Então, eles viram aquilo… na verdade, o Hobi viu. Aí, parece que os outros ficaram sabendo do que ocorreu quando os paramédicos surgiram pra me pegar e eles ficaram super preocupados.

— Sim, eu vi que eles interromperam o show por alguns minutos quando eu e os seguranças chamamos os paramédicos e houve aquela movimentação toda.

— Então… eles descobriram onde eu estava e foram me ver — continuei. — Aí, trouxeram flores e eu quase caí dura no chão quando eles entraram no quarto! Nos abraçamos e eu chorei feito uma louca…

— Imagino — Jia riu.

— E foi isso… você ligou pouco depois do abraço em grupo cheio de lágrimas e eu te chamei pra lá correndo.

— Bendita seja aquela ligação — ela disse e rimos. — Por falar em ligação, eu tenho que falar com a minha mãe que eu vou dormir aqui! Ela me mandou umas 12 mensagens já…

Ela se levantou com um pulo e pegou o celular do bolso, indo em direção ao banheiro. Eu olhei para as flores sobre a cômoda e sorri ao me lembrar do dia maravilhoso que tive, mas, me lembrei também de outra coisa: a carta. Jia não sabia o que tinha naquela carta e, se eu iria mesmo manter o motivo real da visita do BTS em segredo, aquela carta, que provavelmente falava algo sobre isso, deveria ser escondida também. Levantei rapidamente e peguei a carta, abri a gaveta e coloquei a carta provisoriamente no fundo dela, dentro de um velho pijama. Então, ouvi a voz da Jia se aproximar e fechei a gaveta rapidamente, pegando as flores e as cheirando com um sorriso nos lábios.

— Iseul-ah…

 

— Iseul-ah! você não vai mais fazer o ED? — Jia pergunta pela segunda vez e eu gemo sem me mover, ao despertar das minhas lembranças.

Jia me dá um leve balanço nos meus ombros.

— Temos que entregar isso amanhã… já enrolamos muito — ela diz.

Viro preguiçosamente para o lado dela.

— Não estou com disposição — murmuro.

— Faz dias que você não tem disposição pra praticamente nada, Iseul-ah… estou preocupada com você. Não pode ficar assim.

— Eu sei… eu só, queria voltar no tempo um pouco — admito e me levanto, desgostosa. — Você sabe… voltar pra aquele dia com o Bangtan.

Ela me observa e suspira.

— Eu sei… eu também queria — Ela acaba admitindo e sorri. — Foi o dia mais incrível da minha vida.

— Das nossas. Parece até que foi um sonho… Olha aqui, dá pra acreditar que foi com essa mão que eu toquei o Hobi?! — Mostro a mão pra ela e depois toco o rosto dela; ela se esquiva e nós rimos. — Mas, foi com essa mão mesmo! E ele tinha a pele tão macia e perfeita… e o cheiro daquele homem, então?? Eu acho que não há ninguém mais cheiroso que ele na Terra.

— Ah, você teve sorte — ela me dá um empurrãozinho. — Eu queria tanto ter posto as mãos naqueles ombros do Jin… meu sonho.

Suspiramos juntas e sorrimos.

— Vejam só, o casalzinho de perdedoras está aqui! — Vemos Lee Subin se aproximar com suas seguidoras dando risadinhas contidas logo atrás dela. — Só falta vocês se assumirem e andarem de mãos dadas por aí.

Mais risadinhas irritantes.

— Você não tem nada melhor pra fazer não, Subin? — Pergunto com ironia. — Sei lá… ler um livro, comer uma daquelas suas barrinhas nojentas, assinar uma petição online de "salve as baleias"...

— Ah, mas falar com vocês já é uma boa ação, já que ninguém mais faz isso além de vocês mesmas — ela continua dizendo e então, pega a mão da Jia com força, revelando a pulseira que ela estava usando. — O que é isso? Uma pulseira de compromisso?

— Me solta! — Jia pede com um gemido, tentando se desvencilhar dela enquanto as outras se divertem.

— Solta ela, Subin… — Digo entredentes e levanto com as mãos abertas na mesa.

— Olha só, ela também tem uma! — Subin diz soltando Jia e apontando pro meu pulso, ao ver que eu tinha uma pulseira igual a dela. Eu tinha dado aquela pulseira pra Jia como presente de aniversário há um mês. — Elas são mesmo um casal, afinal! Eu disse!

— Se somos, qual o problema? — Digo entre as risadinhas. — Além de ridícula, ainda é homofóbica… aposto que sua mãe teria vergonha do que você se tornou. Aliás, eu sonhei com sua mãe na noite passada e ela me disse que faz tempo que você não leva flores pra ela, então… por que não vai lá fazer uma visitinha a ela em vez de ser uma vadia com todo mundo o tempo todo, uh?

Subin me olha com ódio, eu nunca a vi tão vermelha e raivosa — até suas amiguinhas cobrem a boca e olham umas pras outras sem saber o que fazer — e, por um momento, eu achei que ela ia me bater ali mesmo quando ela levanta a mão, mas ela interrompe o movimento ao ver a aproximação da Sra. Hu. Ok, eu admito que peguei pesado com aquilo… mas, ela mereceu e eu estava cansada dela me perseguindo desde o ensino elementar.

— O que está acontecendo aqui? — A Sra. Hu pergunta nos observando por cima dos óculos e as amigas da Subin se afastam um pouco se curvando à ela. — Eu não posso nem ir ao banheiro que vocês se aproveitam pra causar tumulto?

— Não é nada, Sra. Hu — Jia diz com a mão no pulso se levantando para se curvar em respeito à bibliotecária. — Só estávamos tentando resolver um exercício e… e…

— E a Subin veio nos pedir uma dica de qual livro usar nessa matéria — digo após me curvar também, rapidamente. — Ela não é muito boa com livros, sabe? Mas, nós a ajudamos, porque gostamos de fazer caridade.

Subin nos olha como se pudesse nos fulminar com os olhos.

— Isso é verdade, Subin? — A Sra. Hu pergunta olhando pra ela com desconfiança, que ainda estava petrificada. — Quando eu cheguei, você parecia prestes a bater em alguém…

Subin não tinha escolha, ela tinha sido pega em flagrante e me desmentir só levaria nós todas pra coordenação, mas dessa vez, eu tinha a Sra. Hu como minha testemunha.

— É verdade, Sra. Hu — Subin diz, por fim, se curvando e fingindo inocência após se recompor. — Eu estava… pegando um livro.

A Sra. Hu olha pra todas nós e eu entrego um dos livros que estava sobre a mesa pra Subin com um sorriso vitorioso. Ela me olha com fúria, mas pega o livro da minha mão e inclina a cabeça em “agradecimento”, ciente que estava sendo observada pela bibliotecária ainda.

— De nada — digo.

— Certo… — A Sra. Hu diz relaxando um pouco. — Agora façam silêncio ou eu vou expulsar vocês direto para a coordenação.

— Sim, senhora! — Dizemos nos inclinando.

E a Sra. Hu se afasta devagar, deixando Subin e eu nos encarando.

— Vocês vão se arrepender… de cada palavra — ela diz e sorri malignamente pra Jia e eu.

Então, ela vai andando com suas amiguinhas em direção à saída, mas, antes de sair, bate com o livro que eu tinha dado a ela na mesa de um garoto que dormia profundamente e acorda assustado, limpando a baba do rosto sem entender o que tinha acontecido.

Jia e eu respiramos fundo e nos olhamos.

— Parece que você assinou nossa sentença de morte — Jia diz engolindo em seco e era verdade, acho. — Mas, obrigada por me defender, de qualquer forma…

Sorrio pra ela.

— De nada… — Digo, dando de ombros, e começo a juntar nossas coisas. — Seu braço está bem?

— Uhum — ela esfrega o pulso mais uma vez, mas começa a me ajudar a guardar as coisas também. — Agora que vamos morrer mesmo, não faz diferença…

— Melhor escrevermos um testamento, então — digo e paramos por um momento. Então, começamos a rir do nada. — Shhhhhh!

Eu faço sinal de silêncio e cobrimos a boca uma da outra para abafar o som até a crise de riso repentina passar.

— Eu nunca vi a Subin com tanta raiva! — Jia diz ainda secando as lágrimas. — Ela parecia o Hulk!

— Subin esmaga! — Inflo as bochechas e faço cara de furiosa, mas rimos mais.

— Shhhhh! — Alguém faz, talvez fosse até a Sra. Hu em algum lugar ali perto.

Então, pegamos nossas coisas rapidamente e saímos da biblioteca direto para a aula, torcendo para não encontrar a Subin tão cedo.


Notas Finais


Oi, amoras!
Aqui está mais um capítulo e assim que eu terminar o próximo, eu posto! Espero q gostem <3

Bjsss! :3


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