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História Liar - Cara, ele tá tão na sua


Escrita por: kpoperatroxa

Notas do Autor


GENTE O QUE FOI QUE ACONTECEU? TUDO BOM COM VOCÊS? MDS EHUHEHUEHUEHE COMIGO NÃO
EU TO NO CHÃO COM TANTA REAÇÃO SÓ PRO PRIMEIRO CAPÍTULO D: Quanto favorito, socorro ehuehuheuhe Eu não tava preparada :') AI, AMO VOCÊS ❤ (eu dramática sempre)
E eu demorei um pouco mais do que previa porque viajei pra caralho e só nesses últimos que consegui focar de verdade em escrever huehuehe
ENFIM bora pro capítulo aaaaaaaa
o/

Capítulo 2 - Cara, ele tá tão na sua


Eu havia acabado de sair da sala do cinema de forma animada. Comentava as cenas do filme que lançara logo na semana anterior – Guardiões da Galáxia vol. 2 ­– com o meu melhor amigo, Min Yoongi, recebendo também falas positivas do mais baixo. Eu era um grande fã de filmes e séries, já que nas lentes as mentiras não apareciam, como eu já havia comentado.

E mesmo que eu não gostasse de lugares com muitas pessoas, como o shopping em que estávamos, a ansiedade para ver qualquer lançamento da Marvel era maior, afinal, eu tinha que aproveitar quando algo conseguia prender minha atenção ao ponto de me fazer esquecer dos laranjas brilhantes ao meu redor.

Laranja como aquele logo acima da cabeleira platinada do meu amigo.

Yoongi era uma pessoa rara. Uma contagem rara. Continuava sendo um número alto, uma questão de quase duas dezenas de milhar, mas ainda sim era a menor quantidade de mentiras que eu já havia visto em uma pessoa de 25 anos.

Um “19185” justificado por uma sinceridade ríspida, muita ironia e uma pitada de mentiras defensivas. É, não era um bom exemplo de pessoa, mas aquele número acabou me prendendo a ele. Não que eu considerasse apenas aquilo em sua pessoa, mas aquela contagem era um fator determinante para eu ao menos não enlouquecer perto de alguém.

Já sabendo de algumas peculiaridades minhas, o Min logo me perguntou onde eu gostaria de comer agora, já que uma praça de alimentação lotada estava fora de cogitação para mim.

– Eu não sei você, mas eu tô com fome pra caralho, então decida logo antes que eu te largue aí e vá atrás de uma comida qualquer. – o loiro falou com seu jeito reclamão de sempre.

Fiquei sem responder, já que na verdade qualquer opção pra mim nunca era exatamente boa. Eu era um verdadeiro bicho do mato.

– Você já foi naquela cafeteria, afinal? Aquela Morning Flavor que sempre ouço falar. – ele perguntou depois de alguns passos por entre as pessoas do shopping.

– Sim, eu fui. Mas eu... Eu não quero ir lá novamente. – respondi sincero como sempre.

– E por quê?

Pois é, eu já esperava por essa pergunta, mas aí que a coisa complicava. Eu odiava mentir tanto quanto odiava as mentiras dos outros, mas eu não tinha como contar sobre esse meu dom para ninguém. Digo, não acreditariam em mim, ou sentiriam medo e se afastariam.

Como dizer que não quero ver aquele Jimin novamente sem mentir, mas sem mencionar que seu número me deixara perturbado ao ponto de sonhar com ele duas ou três vezes nessas semanas?

– Jungkook? – sua voz me despertou e me pressionou a responder logo.

– É um dos garçons. – falei mesmo sabendo que aquilo criaria um mal entendido, exatamente como o próprio garçom citado interpretou.

Aquele sorriso malicioso e o “hm” prolongado apenas confirmaram o que eu já esperava.

– E agora você está com muita vergonha de voltar lá? – debochou já que eu tinha essa fama de tímido. Não que eu não fosse, mas em geral tudo era resultado de situações como essa em que eu me incomodava com o número de alguém, tendo que guardar apenas para mim o real motivo de desviar o olhar e me perder na minha própria fala.

– Digamos que ele me deu o número dele. – contei com medo da reação.

– E você chamou no whatsapp? Ligou? Qualquer coisa?

– Não! – neguei quase horrorizado com as opções.

– Olha, eu não sou de me meter ou ligar pra vida amorosa alheia, mas na boa, você tá muito na seca. – revirei os olhos com seu comentário já que eu teria que me esquivar desse assunto mais uma vez.

– Só vamos logo comer em algum lugar... – pedi tentando não me irritar.

– Sim. Na cafeteria. – insistiu.

– Algum lugar que não seja esse.

– Ah, tá. Porque você me deu muitas opções além dessa pra ter essa moral toda. – suspirei me dando por vencido e passei a segui-lo, sabendo que ele não tiraria essa ideia de me levar até lá da sua cabeça, nem que fosse só para saber quem era o tal garçom.

Fomos até lá caminhando já que o café era bastante perto. O Min vez ou outra soltava algum comentário malicioso sobre o garçom que ele nem mesmo conhecia, já querendo soltar suas dicas de pegador pra cima de mim.

Vou só fingir que ele não tem um namoro firme há dois anos com Jung Hoseok e não perdeu a manha desse negócio de “beijar muitas bocas”. Apenas ri discreto do seu jeito insistente de afirmar que pra ser feliz, tinha que dar uns pegas em alguém, seja esse alguém fixo ou não.

O que eu não posso lhe explicar é que eu quero sim ter alguém. Claro que quero. Ficar sozinho cansa. Eu queria conseguir me apaixonar por alguém apesar de seu número, mas eu já tentei tanto sem sucesso algum, me frustrei tanto com a falta de honestidade alheia... Mesmo em apenas “noitadas” isso me assombrava. A minha primeira vez com uma mulher foi horrível, cada elogio ao meu desempenho sexual era uma unidade a mais na contagem dela. Caralho, eu já recebi até mesmo um nome falso de um garoto com quem fiquei!

Talvez algumas fossem mentiras de fácil convivência, mas aquilo me enojava tanto. Eu simplesmente não conseguia. E agora meu melhor e único amigo queria me juntar com o maior mentiroso que já conheci, olha só que legal.

Foi só colocar os pés no local que logo avistei aquela combinação bizarra de rosa com laranja. Senti minhas mãos suarem com sua nova contagem: 81903. Desviei minha atenção para qualquer mesa mais afastada, definindo-a como objetivo sem nem me importar com onde meu amigo queria sentar. Amigo, este, que me deu um cutucão desgraçado nas costelas que me arrancou uma exclamação de dor.

– É o de cabelo rosa, né? – seu tom malicioso mostrava que ele estava tramando algo.

– Sim, é ele. – respondi rápido, indo de forma determinada para a mesa.

– Oh, ele te viu. Cara, ele tá tão na sua. – o desgraçado não fez nem questão de falar baixo!

– Cala a boca! – aí sim fui obrigado a corar, sentando de costas para o pouco movimento do local de forma que eu não pudesse ver o circular dos garçons.

– Qual é o problema e dar uns peguinhas no garçom?

– Eu não preciso disso agora.

– Jungkook, qual foi a última vez que você beijou alguém, hm? – o loiro perguntou arqueando as sobrancelhas. Não respondi nada. Teria que falar que havia ficado apenas com Yugyeom há pelo menos uns seis meses.

Bufei irritado e agradeci milhares de vezes quando o garoto de sorriso quadrado chegou para nos atender, o que rendeu a Yoongi um suspiro desapontado, porém logo sua expressão se tornou muito curiosa.

– Vem cá, ser bonito é tipo um pré-requisito pra trabalhar aqui? – perguntou como quem não quer nada, deixando o que nos atendia completamente sem graça.

– Hyung! Eu vou ter que te lembrar que você tem um namorado? – questionei com um tom reprovador enquanto pegava um dos cardápios que nos fora oferecido.

– Que foi? Foi só uma pergunta. – deu de ombros e passou os olhos por todas as opções do catálogo, assim como eu.

Como eu não estava com tanta fome assim, acabei pedindo exatamente o mesmo que da outra vez: o tal bolo de chocolate e um café. Não prestei atenção no que o mais baixo pediu por ter percebido que o vidro em minha frente, além de mostrar os carros e pessoas passando, refletia um pouco das imagens do ambiente em que eu estava.

Um sorriso mínimo surgiu em meu rosto quando imaginei um mundo onde enxergaria todos como naquele vidro, sem aqueles brilhos em suas cabeças, pois, como eu já disse, esse poder não funcionava em reflexos.

– Olha o cara conversando com o seu garçom! – a voz do meu hyung me acordou para a realidade e eu olhei instintivamente para o que ele falava. Tratava-se de um homem alto de cabelos loiros, os lábios tão carnudos quanto os de Jimin. Pelo avental que usava, trabalhava aqui também. – Senhor, que boca é aquela?

– O que está acontecendo com você? – perguntei dessa vez rindo. – O fogo tá maior que o normal...

– Briguei com o Hobi. – deu de ombros e eu arregalei os olhos com sua indiferença com o assunto. Mesmo com esse jeito implicante do de cabelos loiros, era muito difícil esses dois brigarem. – Aquela piranha não vai contar nunca sobre a gente para os pais dele? Fui jantar com seus pais na maior disposição em plena segunda-feira e a mãe dele começa um papo de “ai, você é um amigo tão bom para o nosso filho, blá blá blá”. Claro que como o bom cagão que Hoseok é, não deu um pio. Daí tô fazendo greve.

– E isso foi na segunda passada pra você estar nesse nível de fogo?

– Não, foi antes de ontem mesmo. Tá vendo como fica uma pessoa sem sexo? Por isso mesmo que você precisa ouvir a voz da experiência e investir no rosinha aí.

Revirei os olhos mais uma vez naquele dia. Fiquei aliviado quando consegui voltar ao assunto do filme que vimos mais cedo, ficando livre de suas piadinhas pelos minutos de espera da comida e mais o tempo dele comer os salgados que havia pedido. Meu bolo chegou alguns minutos mais tarde e só então pude lembrar do único motivo que eu poderia dizer que gostava da cafeteria.

– Vou ao banheiro. – ele avisou quando terminou de comer e eu apenas concordei sem tirar os olhos do meu prato.

Fiquei concentrado no delicioso doce, completamente alheio às coisas ao meu redor e ao tempo em que Yoongi parecia demorar no banheiro.

– S-Senhor? Seu amigo disse que você me chamou... – assustei-me com o tal Jimin me chamando de repente.

Ah, não acredito que o Min fez isso. Busquei-o com o olhar por todos os lados, encontrando sua imagem odiosa do lado de fora, relaxadamente sentado em uma das cadeiras da própria cafeteria olhando para nós.

– Eu não chamei. – falei ríspido por estar irritado com meu hyung e o sorriso envergonhado do rosado murchando me fez sentir mal. Pelo jeito que Yoongi me fitava através do vidro em minha frente, eu realmente teria que estender aquilo pelo menos um pouco. Ele me infernizaria mais do que já estava infernizando se não o fizesse. – Mas não me chame de “senhor”, devemos ter quase a mesma idade! – tentei amenizar um pouco o clima com um sorriso, vendo seu rosto se suavizar. – Jeon Jungkook. – apresentei-me com um tom de flerte que eu não queria ter tido.

Merda de rosto lindo. Ele faz tanto o meu tipo que toda vez que olho para sua contagem – que havia crescido em apenas um número desde que cheguei aqui –, sinto vontade de começar a gritar sem aviso prévio algum. Merda de dom!

– E-Eu sou Park Jimin. – passou as mãos gordinhas pelos fios rosados, um pouco nervoso.

– Está atendendo alguém agora?

– Não... – negou olhando um pouco ao seu redor. O pouco movimento era evidente.

– Por que não se senta um pouco? – perguntei indicando a cadeira vazia perto de onde eu me sentava na mesinha redonda. Fiquei admirando sua forma tímida de fazer como lhe pedi, tentando decifrar até que ponto ele realmente era fofo dessa forma ou era atuação. Qual é, olha esse número! Tem que ter algo nesse seu jeitinho. – Quer um pedaço? – ofereci com um pouco do bolo de chocolate no garfo. Um de seus preferidos.

– Ah, não, obrigado...

– Certeza? Não é um dos seus preferidos? – não consegui me manter sério e deixei óbvio demais que eu havia notado sua mentirinha. Mas, bem, veremos como ele sai dessa. – Acho que você deve estar cansado de tanto ver esses bolos o dia todo...

– Na verdade... Eu realmente não gosto muito de chocolate, confesso. – ele riu de forma sem graça, suas bochechas ficando levemente rosadas. – É quase como uma regra sugerir algo ao cliente se ele fica indeciso, senão ele pode acabar não pedindo coisa alguma. São estratégias para fazer com que consumam mais. – falou baixo, olhando para os lados de forma apreensiva. – Me desculpe por te enganar. – fez um bico tristonho.

Ele quer que eu confie nele. Por isso me contou algo que se parece com um segredo, aproveitando para desmentir a informação que me dera antes. Isso é quase como um passe livre para ele mentir novamente quando lhe der na telha e qualquer um acreditar fielmente nele.

– Bem, o bolo é realmente gostoso. – dei um meio sorriso e levei um pedaço de bolo à boca, sem saber o que mais fazer ou falar, recebendo em resposta um sorriso aliviado e simplesmente adorável.

Aish, sua aparência fofa realmente não colabora nada.

– Você... – ele começou falando, ficando vermelho de repente. – Você não me ligou. – falou ainda mais baixo do que antes, dessa vez com os ombros tensos e os dedos brincando uns com os outros de forma nervosa em frente ao seu pequeno corpo.

– Ah... – fiquei sem graça também, levando a mão à nuca e coçando ali em sinal de nervosismo. Chegou a hora de explicar, não é mesmo? – Desculpa se passei a impressão errada. É que você tem... algo que... me chamou a atenção, mas eu não diria que me atraiu. – o “ah” desanimado que ele soltou mostrou que ele havia ficado chateado com o mal entendido.

E talvez eu tenha criado outro o fazendo pensar que não é atraente. Mas que droga! Por que mesmo falando a verdade é tão fácil fazer as pessoas se confundirem?

– Não que você não seja atraente. Você é lindo. – falei rápido, tentando consertar a situação, sendo o perfeito retardado de sempre que não segura a própria língua quando está perto de alguém bonito.

Suas bochechas se enrubesceram ainda mais ao redor do sorriso tímido e eu fiquei com os olhos fixos na velocidade da dança nervosa de seus dedinhos gordinhos aumentando.

– Eu sei. – ele falou de forma convencida tentando tornar o clima mais leve, mas sua contagem subindo em uma triste mentira que entregava sua baixa autoestima me deixou ainda mais desconfortável. Era uma situação mais comum do que parecia, mas nunca deixava de ser triste. – Acho que eu que devo me desculpar. Você estava me olhando tanto que... – sua voz morreu aos poucos pela vergonha. – E-Eu tenho que voltar ao trabalho. – levantou-se de repente, sem demorar a se virar e tentar escapar.

– Jimin. – chamei sem pensar, fazendo-o parar e olhar ansioso para mim. Alguma coisa em mim queria continuar a falar com ele, eu estava mais interessado do que queria, mais curioso do que queria. Eu realmente não deveria ter voltado aqui. Seus oitenta mil eram assombrosos demais para eu saber como pensar com calma sobre tudo isso. Antes que ele me perguntasse algo, desconversei: – Não, não é nada. Hm, bom trabalho?

– Obrigado. – falou baixo antes de ir para o que pensei ser a cozinha.

Fiquei ali mais alguns momentos lançando meu olhar mais mortal ao meu “amigo” do lado de fora, enquanto ele dava de ombros e se segurava para não rir. Peguei o meu cartão da comanda, ficando profundamente agradecido por aquele loiro oxigenado não ter deixado sua parte para eu pagar também, coisa que não duvido que faria.

Depois de pagar e ter um vislumbre do Park saindo da cozinha carregando uma bandeja, finalmente saí daquele lugar.


Notas Finais


OI EU TO NERVOSA HEUHEUHUEHUE TUDO BOM?
E aí? Esse Kook é tão... nem sei. Prometo que vou explicar tudo com calma, tá? huehhuueheuhue Eita criança desconfiada :')
Mas sério mesmo, obrigada por todos os comentários no primeiro capítulo, fiquei super feliz com o jeito que esse plot interessou vocês ❤ (e me perdoem se eu demorar pra responder)
Então gente, eu tenho um grupo no whatsapp da minha outra fanfic (My Stupid Boss) e tava pensando se começo a colocar o link dele aqui também... O que acham? Eu gosto muito de me aproximar dos leitores e tal, mas não vale a pena criar outro grupo só pra Liar... Enfim, digam aí o que acham :')
Beijos no coração e até o próximo o/ ❤❤


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