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História Liars - Sala Precisa


Escrita por: FanfictionMe

Capítulo 2 - Sala Precisa


Rose Weasley estava mordendo nervosamente os lábios rubros, enquanto Malfoy abria a porta da Sala Precisa. Ela olhou nervosamente para os lados, aliviada do corredor estar deserto, entrou rapidamente na sala. Uma vez ali dentro, segura, rodeada de paredes mágicas que não a deixariam ser pega, ela respirou aliviada, mirando Malfoy, que exibia um sorriso vencedor.

— Finalmente aqui, não é Rose? — Disse Scorpius com uma voz cálida. Ele passou a mão pelos cabelos loiros, em êxtase. — Tem tudo que precisamos, não é?

Ela olhou para a sala, a avaliando. Realmente, ela tinha atingido um tamanho impressionante e ela se perguntava como aquela sala se acomodava na estrutura de Hogwarts. Haviam fileiras intermináveis de livros, caldeirões espalhados em uma longa mesa de mogno, estátuas prateadas vestidas como guerreiros. Ela estava impressionada, então pela primeira vez naquela manhã gélida, esbouçou um sorriso para ele.

— Acredito que tenha. Ninguém pode nos achar…Nunca Scorpius. — Ela colocou as mãos em seus cabelos avermelhados, os enrolando e soltando na ponta dos dedos. — Isso é muito errado, muito errado! Somos pessoas ruins, não somos?

— Acho que somos sim. — Disse ele, em um tom que beirava o cínico. Para ele, era um tanto mais fácil. Ele tinha deixado de se importar com o mundo bruxo e seus valores há muito tempo. Claro, que sua fachada de jovem esportivo e alegre não deixava isso aparente. Mas quando encontrou Rose, então ele soube, soube que não era o único que se sentia assim. Ele nunca teria imaginado que a garota certinha tinha um lado, um tanto obscuro. — Mas quem se importa Rose, não acha que eles merecem? Depois de tudo que fizeram conosco?

Ela hesitou em responder, as complicações morais eram muitas. O desejo de vingança que pulsava em seu peito contrastava com o desejo de ser uma boa pessoa, de ser aceita e ser amada. Mas não era assim que tinha sido por anos? Ela se humilhava, implorava pelo amor dele…E ele estava lá, pronto para ignorá-la. E sua mãe estava logo ali, a cobrando até Rose não aguentar a pressão. Seu pai não era melhor, desdenhando Rose discretamente, porque ela não era ligada em nada que ele considerasse bom. O resto da família tinha outras preocupações, tudo era mais importante do que a pobre Weasley. Em Hogwarts, tudo era superficial, tudo era horrível para ela. Depois do incidente então, a escola tinha se tornado um verdadeiro inferno até ela se aproximar de Scorpius.

Para Scorpius, os tormentos não eram tão diferentes. Ele tinha que ser a redenção da família Malfoy, mas, ao mesmo tempo, ele deveria aguentar todos o humilhando constantemente. Nada que ele pudesse fazer impedia que Hogwarts inteira o odiasse. Filhos de antigas desavenças de seus pais e aqueles que tinham perdido família na Guerra achavam que descontar nele era bom, era o correto. Ele estava cansado e por mais que sustentasse uma máscara de adolescente feliz e que se contentava com a atenção superficial que ganhava pela sua aparência, ele estava no limite. E o incidente tinha mudado tudo, tinha levado a situação há um novo patamar.

— Acho que eles merecem tudo de ruim que conseguirmos fazer. — Rose suspirou, deixando a vergonha de lado. Sua necessidade de ser amada não podia ser maior que seu amor próprio e orgulho. Não podia usar eternamente aquela máscara de falso agrado. — Sempre haverá outros não é? Seria um bom choque, fazê-los ver que nada mudou. — Falou com uma fúria contida. — Acho que pior do que o choque é ver que vem do próprio sangue deles, não é?

— Sim Rose. — Ele se aproximou da ruiva e colocou seus lábios sob o dela. Um beijo urgente foi compartilhado por ambos. Não era nada sério, entretanto eles sempre acabam assim, colados um no outro. Ele interrompeu o beijo e sorriu, indo examinar a imensa sala.

Rose deixou uma lágrima solitária escorrer pelo seu rosto, mas a secou tão rapidamente quanto surgiu. Para Scorpius, era fácil a beijar e em seguida cair sob os lábios de outra, sua máscara sempre tinha sido ser um mulherengo sem freio. Mas ela nunca havia beijado antes dele, ela nunca tinha se aproximado tanto assim de alguém e às vezes simplesmente o odiava, por que em alguns minutos ele beijaria outra, abraçaria outra. E mesmo que repetisse que era uma farsa um milhão de vezes, ainda doía. Mas ela tinha mentido por tantos anos, fingido ser feliz e fazia o mesmo com o loiro agora. Aparentemente, mesmo quando deixava a máscara de lado, uma mentira nova sempre surgia.

— Rose, vem cá! — Chamou a voz doce de Scorpius e ela se permitiu sair dos pensamentos sombrios que estava tendo. Aproximou-se do garoto que olhava maravilhado uma imensa prateleira de livros velhos. Ela sorriu para fingir interesse. — Todos de magia das trevas!

Ela olhou para prateleira imensa, perguntando-se, a animação dele não era exagerada? Ele, no entanto, acreditava no sorriso falso e tremendo de alegria, beijou os lábios dela novamente. Ele estava enérgico, apenas queria se vingar logo, queria que todos pagassem pelo modo que o tratavam. Ela desprendeu-se do beijo dele, o deixando confuso, mas a euforia abafava tudo.

— Por favor, tenha cuidado ao brincar com isso. — Advertiu Rose, ele assentiu brevemente. Por dentro estava irritado com a cautela dela, com seus receios infinitos. O que adiantava ela se portar como boa moça até mesmo naquele momento? Não era uma brincadeira, era sério. Às vezes ele duvidava da determinação dela.

Francamente, ele pensava em seu íntimo em como seria bom se não fosse ela sua parceira. Mas além dele, só ela se sentia daquela maneira. Ele, de certo modo, temia por ela. Ele a achava frágil e delicada demais para o plano e tentava negar para si mesmo que aqueles sentimentos vinham de uma forte necessidade de protegê-la. Porém, ele sabia muito bem que os beijos dele deveriam significar pouco, ela era apaixonada por outro, um outro que jamais a notaria. Ele era o prêmio de consolação dela, enquanto queria ser o dono do seu coração.

Ele foi caminhando pela sala, olhando de canto de olho Rose ir para perto da área de poções. Suspirou, pensando no que faria se eles fossem descobertos. Era o plano perfeito em suas mentes, mas qual plano era realmente perfeito na prática? Ele só poderia esperar pelo melhor. Olhou para Rose novamente, vendo seu olhar concentrado inspecionando os caldeirões. Ele não poderia deixar aquilo dar errado, estragaria toda a vida da ruiva.

— Scorpius! — A ruiva chamou em um tom irritado, o que indicava que sua mente estava vagando há tempo demais. Ele sorriu e caminhou até ela, rapidamente se colocando em sua frente. — Olha que incrível o estoque de ingredientes! — Falou empolgada e começou a mostrar diversos ingredientes para ele.

De fato, a fachada de boa aluna não era tão irreal assim. Scorpius sorria e assentia a cada palavra que escapava dos lábios dela, simplesmente pelo fato de gostar dela feliz. Ele roubaria ela dele, iria sim. Rose Weasley seria sua algum dia, talvez quando aquela imensa bagunça que a vingança era acabasse. Ele a puxou para um abraço repentino, mas ela retribuiu rapidamente. Ela tomou a iniciativa para o beijo, esticando-se na ponta de seus pés para alcançá-lo.

Ela achava que estava começando a gostar de Scorpius, ainda que não fosse da maneira que gostava dele. Ela simplesmente não se permitia gostar mais dele, porque sabia que ele sempre estaria com outras. Essa até podia ser a máscara dele, mas era uma máscara que ele gostava muito de usar. Como ela poderia deixar-se encantar por ele, sendo que ele sempre estaria com outras?

— Vamos, Rose. — Ele disse, puxando ela pelo braço com um sorriso brincalhão. Asseguraram se que ninguém estava por perto com um item que tinha ganhado de Sirius, ela sempre chamava o primo pelo segundo nome, o Mapa do Maroto. Não tinha sido ganhado de boa vontade e sim após sucessivas apostas perdidas. Olharam o mapa e rapidamente perceberam o caminho livre.

Uma vez fora da Sala Precisa, cada um foi para um lado, ele ainda pensando em como todos se arrependeriam de como tinham o machucado e ela pensando em como ficava cada vez mais confusa e incerta que a vingança era um bom caminho.



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