História Liars Secrets - Verdades ditas

Point of View — Dominic Hall

Eu estou totalmente perdido, não sei o que fazer. Meu pai, meu próprio pai, está fazendo isso com ela. Não podemos fazer nada nesse momento. Não posso contar, nem sei como contaria sobre tudo isso a mesma.

— Dom. — Scarlett disse. Encaro-a confuso, ela direciona o olhar para chão. Não sei o que fazer. Suspiro pesado.

— Pai, solta ela. — Peço, tentando ser calmo. Eu tô me segurando pra não fazer nada com ele, com Scar aqui. Ele solta uma gargalhada.

— Qual é, filho? Já está na hora dela saber, não é? — Falou. Nego com a cabeça com raiva. Ele não pode contar, tem que ser eu. Ela nunca irá me perdoar, e com razão.

— Saber do que? — Scarlett perguntou chorando. Só quero saber como esse desgraçado entrou aqui, sem os seguranças verem. — Fala, Dom!

— Nada, saber de nada. Não acredita nele, amor. Ele nos abandonou, anjo. — Falo. Ela assentiu ainda confusa.

Gregório Brown, você está totalmente fodido. Ele não vai fazer nada com ela, disso eu tenho certeza. Saio dos meus pensamentos com um barulho. Olho para Scarlett, que agora está por cima de Gregório. Apontando a arma para ele. “Como ela fez isso?” Pergunto-me.

— Scarlett, solta isso. — Peço calmo, tentando pegar a arma de sua mão. Ela joga a arma no chão e pula no meu colo me abraçando. Aperto-a contra mim. — Vai lá pra cima, tá?!

— Não. — Murmura. Olho para Leon, e ele entende.

— Vem amor, eu vou com você. — Ela assentiu e subiu com Leon.

(...)

Eram exatamente onze da noite. Estava esperando Lett acordar para falar com ela. Leon teve que dar calmante para fazê-la dormir. Só queria saber como é que a mesma fez isso, já que Gregório é bem maior que ela. Justin e sua equipe já foram embora, agradeço por isso. Magnus e Simon estão dormindo. Leon está com Lett, em seu quarto. Pego um copo e coloco um pouco de água. Olho para a porta da cozinha e vejo Lett me encarando.

— Você vai me contar tudo? — Perguntou-me. Apenas assinto.

— Senta. — Falo, e, assim ela faz.

— Desde o começo. — Falou.

— Eu sou um bandido. — Confesso, fazendo com que ela arregala os olhos, que se encontravam marejados. — Desde que nosso pai sumiu. Ele também era, só que, como ele sumiu do mapa, eu tive que ficar no lugar dele. Eu sabia que ele era bandido desde sempre. Quero que você entenda que, se eu não ficasse no lugar dele alguém nos mataria. Mesmo não tendo o sobrenome dele, seus inimigos nos matariam. Ele não teve coragem para nada, apenas foi embora e nos deixou sozinhos. E é por isso que estamos vivos até hoje: Nossa mãe tirou o sobrenome dele do nosso nome, pois ela sabia que se alguns deles soubessem que ele tinha filhos, nos matariam para fazer algo contra o mesmo.

— Por quê? Me diz só isso.

— Foi para a sua proteção que não contei pra você. Desde sempre venho me martirizando, tentando te contar de todos os jeitos. Eu só queria que você ficasse bem, independente de tudo, eu queria o seu bem. Se eu te protegi até hoje, irei te proteger sempre. Mesmo você me odiando de todas as formas possíveis. Mesmo que não confie mais em mim, eu te entendo. — Falo, suspirando. Queria ser forte nesse momento. Queria que nossa mãe estivesse aqui conosco.

Nós nos encontrávamos chorando. Por tudo: pelo medo, pela confiança, pelas mentiras que contei, por não contar antes... Levanto-me e vou até ela, abaixando-me até ficar entre suas pernas.

— Eu te amo, sempre e para sempre. Eu perdi a sua confiança? Perdi, claro. — Ela assente. — Mas saiba que estarei aqui, com você.

— Ainda bem que sabe. Você perdeu minha confiança, eu iria entender se você tivesse me contado antes. — Suspiro. — Só me responde uma coisa. Leon, Magnus e Simon também são?

Assinto com a cabeça. Seus olhos ficam marejados. Ela odiava que mentissem para si.

— Pede para Leon sair do meu quarto, por favor. — Assinto e me levanto. Subo as escadas e vou até o quarto dela. Abro a porta.

— Leon, acorda. — Falo, balançando-o. Acorda me olhando, confuso. — Ela não quer você no quarto dela.

— Você contou tudo? — Assinto. Mesmo sabendo que não é verdade, nunca vou contar tudo para ela. Ele assentiu e saiu do quarto, logo Lett aparece no cômodo. Ela aponta pra porta, e saio.

(...)

"— A confiança perdida é difícil de recuperar. Ela não cresce como as unhas."