Point of View — Scarlett Hall
Acordo em minha cama, e me sento. Me lembro de Amber ter morrido, sinto falta dela. Me levanto e faço minhas higienes. Ainda estava na casa de Gregório, chato. Sai do quarto mancando, minha perna estava doendo. E muito. Chego na cozinha e vejo uma mesa cheia de comida, estranho, suspeito. Varro o olhar pela cozinha e não encontro ninguém, mais suspeito ainda. Já não aguentava ficar aqui sem fazer nada.
— Então, vamos comer. — murmuro. Me sento e sirvo-me. Tenho que achar algo para fugir, aqui eu não fico. Termino de comer e me levanto, vou à sala que também está vazia. Nenhum som. Joguei-me no sofá, mas sinto algo assim que meu corpo se choca com o movel. Um celular. Como isso foi parar aí? Disco o número de Dom, e no terceiro toque ele atende.
— Quem é? — quis rir por ele ter sido grosso.
— Dom... — me levanto, vou para o quarto e entro no armário.
— Lett. — suspira.
— Tenta rastrear logo, merda. — grito em um sussurro.
— Está bem, pirralha. — ouço murmúrios. — Leon quer falar com você.
— Diz.
— Tá tudo bem? — sorri com sua preocupação.
— Sim. — pauso. — Mas, tá estranho...
— O que?
— Tá tudo silencioso. Não tinha ninguém na cozinha, e na sala e ai eu encontrei esse celular. — Falo.
— Suspeito. — diz. — Vai ver pela janela se tem alguém lá fora.
Saio do armário e vou até a janela. Deus, não tinha ninguém... franzo o cenho.
— Ninguém. — droga. — Leon...
— Calma. — resmungo pela sua demora. — Vai até o escritório dele, cuidado, amor.
— Tá louco? — só pode, respiro fundo. Mesmo assim, saio do quarto, e desço indo para de baixo da escada. Abro a porta e não vejo ninguém. — Ninguém.
— Vai até um notebook ou algo do tipo. — começo a procurar, e não acho nada, vejo um botão e clico. Tecnologia dos bons isso aqui. — Achou?
— Mais ou menos. — Digo. — É tipo uma tela, e tem um tecla também, ela é normal. A tela é diferente.
— Okay. — responde. — Vê as câmeras.
Clico em uma tecla e automaticamente aparece oito telas. Cada um com um lugar.
— Consegue ver alguém por elas? — dou uma olhada e não vejo nada, absolutamente nada.
— Não.
— Scar, sou eu, Justin. — suspiro.
— Fale.
— Sai da casa. — me levanto, olho para os lados, e saio correndo para fora, abro o portão e olho para a rua. — Saiu?
— Si... Ai droga. — bato de cara na parede.
— Que houve?
— Cara na parede. — ri.
— Em um minuto um cara alto, branco, vai te pegar.
— Tá. — desligo e respiro fundo.
(...)
Já estava no avião. Praticamente aterrissando, na verdade. Desço do mesmo. De volta. Olho para frente e todos estão ali. Corro em direção ao Dom, rodeando sua cintura com minhas pernas, o abraço apertado, derrubando algumas lágrimas. Saudade Idiota.
— Ele fez algo a você? — nego, sai de seu colo e vou até Leon. E o abraço, beijando seus lábios.
— Te amo, tá. — assentiu, abraço o resto do povo, e por último Justin.
— Que bom que está bem. — ri baixo, e beijo sua bochecha branca.
Uma semana depois.
Justin e eu nos aproximamos bastante. O que deixa Leon puto. Já contei pra eles de Amber, não fui ao seu enterro. Não estava bem. Leon saiu e ainda não volto, dei de ombros. Ultimamente ele tem agido estranho. Ninguém tinha descoberto o porquê de Gregório ter me deixado "fugir", e não ter me procurado. Ele é estranho.
— Estranho, não? — olho para Justin.
— O que?
— Tudo tá estranho, né. — dei de ombros. — Vamos sair?
— Dom e Leon não iram deixar. — Reviro os olhos. Segurança redobrada. Ridículo.
— Uh, ok. — se levantou. — Quer aprender a atirar?
— Não.
— Por que?
— Não quero entrar nesse mundo. — Falo, o encarando.
— Você é irmã de um criminoso. — Bufei. — Qual o problema de entrar?!
— Eu só não quero, merda. — esbravejei irritada.
— Um dia você terá que pegar um uma arma. E também, você já pegou em uma pelo que eu sei. — garoto idiota.
— Eu não quero é pronto, cacete! — jogo um vaso no chão perto dele. — Me erra, entendeu?
— Tá estressada porque, hein?
— Leon tá estranho comigo desde que voltei. — desabafo.
— Como assim?
— Se afastando, sei lá. — o encarei. — Me responde uma coisa.
— Diz.
— Não fazemos... sexo... sabe, desde que voltei. — suspirou. — Deve ser por isso que ele está afastado?
— Que? Claro que não. — Diz, e segura meu rosto. — Ele seria um arrombado por ter se afastado por isso.
Eu não sei o que pode estar acontecendo, mas estou gostando de ficar perto de Justin.
“— É suficiente dizer o verdadeiro de uma maneira estranha, para que o estranho acabe por sua vez por parecer verdade.”
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