História Liberdade ou Prisão? - Clexa - Quem é Clarke?

       “Eu estava correndo pelo parque, da pista de corrida eu podia ver todas as árvores com seus frutos, podia sentir o cheiro das frutas. Avistei o lago, fui em sua direção e pude sentir alguns pingos de chuva acertarem o meu resto. Me sentei ali na beira, determinada a saborear aquela paisagem e a chuva que chegava.
                Ouço um barulho perto de um matagal, eis que surge um leão com sua rica pelagem dourada. Ele era ridiculamente belo e caminhava calmamente em minha direção, como se eu esperasse por aquilo, fiquei apenas parada, esperando sua presença ao meu lado.
                      Ele deitou-se ao meu lado e ficamos juntos admirando o lago. Ventava descontroladamente, a tempestade se aproximava, mas tudo que eu conseguia sentir era calmaria. Meu companheiro dourado escutou um barulho, olhou na direção de onde veio o som, se levantou e correu, encarando de frente qualquer que fosse o perigo. ”

Acordei. Olho o relógio. São 9 horas da manhã. Me repreendo mentalmente pois perdi a hora mais uma vez. Corro para o banheiro onde tomo um banho rápido e escovo os dentes, visto uma calça jeans, uma blusa preta e um tênis qualquer, não tenho tempo para perder. Desço as escadas correndo, passo na cozinha pego uma maça e vou em direção a garagem, pego minha bicicleta e vou em direção ao restaurante.

Gosto de fazer o caminho que passa beirando o mar, mesmo sendo um pouco mais longo, mesmo eu estando atrasada. Posso ver pessoas caminhando com seus cachorros, pessoas correndo. Uma das vantagens de se morar em uma cidade beira-mar é que a vida é mais tranquila, mais aconchegante. Me lembro do sonho que tive e que me fez esquecer de acordar, fiquei encantada pela tranquilidade do sonho mesmo com uma criatura e tempestade selvagens. Seria um aviso de turbulência?

Cheguei ao restaurante e encontrei minha sócia na porta me olhando com cara de poucas amigas. São 9:30, ok, eu estava uma hora atrasada. Deixei a bicicleta na lateral, e me dirigi até a porta com meu melhor sorriso no rosto.
 

 - Bom dia minha sócia linda e maravilhosa, o que eu posso fazer pra você me desculpar de tremendo erro? – Vou dizendo bem rápido pra não dar tempo dela tornar aquilo numa briga gigantesca. 

- Você poderia começar chegando na hora Clarke! Porra, já é a terceira vez na semana e hoje ainda é quarta-feira. – Ok, ela estava certa, eu me atrasei todos os dias essa semana.

 - Desculpa Raven, eu não sei nem o que te dizer. Ando meio desligada e te peço perdão. – Eu disse e abaixei a cabeça.

 - Ok, ok, vamos trabalhar então, acabei de deixar as compras aqui na cozinha. – Ela disse enquanto ia entrando na cozinha, entrei atrás dela e fui cumprimentado a todos. – Consegui um preço bom no filé hoje, então o prato do dia pode ser baseado nele.

- Já até sei o que vou fazer então, filé com creme de champignon. – Ela sorriu pra mim, nós duas sabemos que é o seu prato favorito. Retribui o sorriso.

- Te amo C. – Ela disse me deu um beijo na bochecha e foi assumir sua posição no caixa.

Nossa sociedade funciona, pois somos amigas por muito tempo, ela se formou em administração e eu em gastronomia. A gente nem precisou pensar muito, estava na cara que essa parceria daria certo. Faziam dois meses que tínhamos aberto o restaurante, e já começávamos a fazer sucesso. Eu coordeno a cozinha e ela coordena o dinheiro, simples assim.

 Fui até o armário peguei meu dólmã branco e já fui dando ordens aos meus assistentes.

 - Vamos começar a preparação galera, Bryan você cuida dos acompanhamentos da carne – Ele acenou positivamente com a cabeça – Monty, você vai cuidar do creme de cogumelos e eu cuido do filé.

- Ok C, mãos à obra. – Monty é um rapaz animado. É fácil trabalhar com eles dois, eles me respeitam e eu respeito eles, mas devo parar de cometer erros, como o de hoje.

 Geralmente a cozinha funciona sem maiores problemas, vez ou outra acontecem alguns acidentes. Cortei filé, temperei, organizei pratos. Era uma rotina, era fácil. Quando o relógio marcou duas horas começamos a fechar e limpar o restaurante, quando estávamos quase terminando alguém bate na porta. Era Finn, abri a porta e o cumprimentei com um abraço. Raven se aproximou disse olá e lhe tascou um selinho.

 Eles namoram desde a faculdade, eu não entendo relacionamentos, por isso não entendo eles também. Eu prezo pela minha liberdade e quando relacionamentos essa palavra geralmente não existe. Sou adepta a vida tranquila, aquilo que me tira a calma, não me convém.
                Enquanto finalizávamos o caixa, Finn diz:
              - Então, o que vai fazer hoje à noite Clarke?
              - Eu estava planejando ver um filme no cinema – Respondi sincera. – Por que?
              - Uns amigos vão fazer um luau na praia, o que acha de irmos? – Ele diz esperançoso – Falei pra Raven te avisar, mas ela nunca se lembra de nada. – Raven revira os olhos.
             - A Clarke não curte teus amigos Finn, já cansei de te falar. – Ela diz, e é verdade. Nunca conheci tanto cara prepotente. Ela continua: Mas eu ia falar do luau, só não tinha tido tempo. Vamos C, você precisa me fazer companhia.
                Dou um meio sorriso, eu deixei ela na mão hoje, ela merece que eu faça algo por ela, e conhecendo os amigos do Finn, estou fazendo um baita favor.
                - Ok, eu vou. – Os dois me olham boquiabertos, como se não acreditassem. – Mas só porque tô te devendo uma.
                - Eu tô adorando isso! Você deveria me dever mais vezes – Ela ri.
                - Combinado então, a gente passa pra te pegar umas 8 horas loira. – Finn diz. Em seguida nos despedimos.

                Fiz o caminho para casa rapidamente, já eram quase 3 horas e eu queria cuidar da jardinagem antes de ir para o luau. Jardinagem é o meu hobbie, colocar as mãos na terra é totalmente relaxante, além disso posso plantar coisas que podem ser usadas no restaurante.
Passo o restante da tarde mexendo no quintal, minha casa é bem rústica toda de madeira e com um jardim bem grande. Quando termino, me deito na rede da varanda e fico escutando música.
                Está quase na hora do luau, subo para me arrumar, coloco um vestido florido meio comprido, arrumo meu cabelo prendendo apenas alguns fios para trás. Me peguei animada para o luau, o que foi uma surpresa pra mim. Escuto uma buzina, coloco uma sandália correndo e desço. Entro no carro do Finn.
                - Uau Clarke, você tá gata. – Ele diz.
                - Gata pra caramba – Raven entra na dele também.
                - Ok Galera, vamos dar uma segurada nos hormônios.
                Nós rimos e seguimos caminho, chegamos na parte da praia onde o luau está acontecendo, descemos do carro. Raven está linda com um vestido branco soltinho e curto. Ela e Finn devem ter vindo combinando pois ele está todo de branco também.
                Caminhamos pela praia até a fogueira. Reconheço alguns rostos, alguns amigos da faculdade, alguns clientes do restaurante e os amigos de Finn. Avisto Bellamy e Octavia, a dupla dinâmica de irmãos, vê-los me deixa feliz, caminho na direção deles com Finn e Raven comigo. Bellamy me olha e já abre um sorriso, Octavia repete o gesto.
                - Ué Clarke, resolveu sair da toca? – Octavia diz e se aproxima para um abraço.
                - Resolvi dar uma chance pro resto do mundo – Eu digo sorrindo ainda envolvida pelo abraço.
                - Assim que eu gosto de ver - Diz Bellamy entrando no meio do abraço. – A gente tava com saudades loira.
                - Vocês são exagerados, nos vimos semana passada – Falo enquanto desafaço o abraço e dou risada.
                - Na verdade eu tô enjoada dela, se puderem guardem ela em uma caixinha pra vocês. - Diz Raven em tom brincalhão,
                - Você me ama – Digo enquanto dou um abraço de urso nela que faz careta.
                - Galera, vou buscar bebida. – Finn diz, e Bellamy o acompanha.
                - E ai Octavia, viu alguém de interessante? – Raven diz levantando uma sobrancelha.
                - Além de você – A outra responde também erguendo a sobrancelha. E caí na risada. – Ainda não Reyes, mas tem alguns rostos diferentes.
                - Vamos arranjar alguém pra Clarke, por favor. – Raven diz.
                - Ei, eu tô de boa – Me defendo – Além do mais, vocês sabem que eu posso ter quem eu quiser daqui. – E dou risada. Os meninos voltam e logo entramos em uma conversa sobre degustação de cerveja.
                A verdade é que eu poderia ter quem eu quisesse daquele luau, o problema é que eu nunca correspondo ao que as pessoas esperam. Atravesso a multidão para buscar uma cerveja já que a minha já acabou, e esbarro em um rapaz. Não o conheço, ele é alto, moreno, forte.
                - Nossa, desculpa moça – Ele diz.
                - Tá tranquilo -  E abro um sorriso, ele abre um sorriso em resposta. Ok, ele é bonito. E minha mãe sempre falou que não podemos perder oportunidades não é mesmo? – Meu nome é Clarke.
                - Eu sou Lincoln. – Apertamos as mãos, ele leva minha mão a boca e dá um beijo delicado.
                - O que acha de dar uma volta, Lincoln? – Ok, eu estava sendo atrevida, mas era o que eu queria fazer. Ele abre outro sorriso e só concorda, ainda com a minha mão na dele saímos andando pela praia.

Conversamos sobre nossas profissões, contei do restaurante, ele disse que é engenheiro. Continuamos conversando até chegarmos em umas pedras de onde nem podemos ver mais a fogueira. Eu sou direta, se eu quero, eu vou fazer. Pensando nisso pego ele pelo colarinho da camisa e chego minha boca perto da sua, ele me beija, me invade com sua língua, enquanto uma mão segura minha nuca a outra me aperta contra o corpo dele. Vou caminhando para trás até encostar na pedra, ainda o beijando, minhas mãos passando por seu corpo, seu peitoral, seus braços. Aperto ainda mais eu corpo contra o dele, sinto seu volume. Eu busco fricção, viro de costas pra ele e começo a rebolar em sua ereção sobre a calça.

- Você não sabe o que você tá pedindo – Ele diz no pé do meu ouvido. Viro de frente pra ele novamente.

- Eu tenho consciência do que eu quero – E o beijo novamente. Ele leva a mão na lateral do meu corpo e começa a subir meu vestido. Nesse momento escuto um barulho entre as pedras. Nós dois paramos. Surge uma morena.