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História Liberdade para Voar - Consequências


Escrita por: ColorfulHanabi

Notas do Autor


Olá, perdão pela demora em postar, tive algumas semanas conturbadas, mas agora tentarei voltar ao ritmo! Boa leitura ^^

Capítulo 8 - Consequências


– Estou cansada hoje. Podemos conversar amanhã sem falta, tudo bem? – ela só queria cair na cama e dormir abraçada a ele. Sasuke assentiu com a cabeça e foram dormir, como desejavam. A noite havia sido quente e esgotante, e ambos só queriam descansar.

 

Sakura deitou nos braços de Sasuke e ele a abraçou. Caíram no sono rápido.

 

**

 

No dia seguinte à festa, Sakura e Sasuke dormiram até o meio da tarde. A gravidez deixava Sakura exausta todos os dias, e no caso de Sasuke, era o trabalho. Quando acordaram, não saíram da cama, e apenas a companhia um do outro já foi suficiente. Sakura deitou de costas e deixou Sasuke abraçá-la enquanto afagava os cabelos rebeldes dele. Ficar daquele jeito era relaxante, mas lhe dava tempo de sobra para pensar em tudo o que havia acontecido nas últimas semanas.

 

– A uma hora dessas, já deve ter saído a notícia... – ela disse baixinho, e Sasuke mexeu a perna.

 

– Hum? – continuou deitado naquela posição.

 

– A notícia da minha gravidez... deve estar nos jornais agora... talvez até na TV... – ela falava como se não quisesse acordá-lo apesar de ele não estar dormindo. – Mas não importa. – sim, não importava, ela já havia decidido aquilo e não se sentia mais insegura.

 

– Desculpe te fazer passar por isso. – Sasuke ainda não se mexera, e sua voz estava rouca e cansada.

 

– Hm, talvez eu queira um pagamento por aquilo. – sentiu Sasuke soltar um risinho. – Talvez uma massagem, ou que você cozinhe meu prato favorito, ou que lave toda a louça por uma semana... são tantas possibilidades... – Sasuke riu outra vez.

 

– Estou falando sério, Sakura. Desculpe ter te feito passar por aquilo.

 

– Estamos lidando com isso juntos, não é? É óbvio que eu vou estar lá por você em tudo o que precisar, idiota. – ela lhe deu um soquinho na cabeça e ele a abraçou mais forte.

 

– Obrigado.

 

– Ah, mas tem algumas coisas que eu gostaria de esclarecer.

 

– O que? – a voz dele elevou um pouquinho.

 

– Nada muito preocupante. É só... uma coisa que aquela mulher disse ontem que me deixou incomodada.

 

– Mulher? Ah... a velha Senju? – Fumiko Senju era o nome dela, pelo que Sakura se lembrava. Ela era a líder da família Senju, a maior rival dos Uchiha no mundo dos negócios, e essa rivalidade beirava a antipatia e conflitos pessoais. Sakura não queria se meter naquilo e não se importava com nenhum deles, a não ser, é claro, que tentassem ameaçar sua vida pacífica. E no momento, ela estava curiosa.

 

– Essa mesmo. Não fui com a cara dela. – só de lembrar a sensação que teve quando viu aquela mulher se aproximando da mesa toda arrogante, já sentia seu enjoo matinal aumentar.

 

– Meu pai odeia ela. – Sasuke ainda estava grogue, e era fofo vê-lo falar daquele jeito, com o rosto afundado no pescoço dela e abraçando-a, enquanto ela fazia-lhe cafuné.

 

– E você como sempre não parece estar nem aí, né? – ouviu-o resmungar.

 

– Pra que me irritar com isso? Não me importo com nenhum Senju.

 

– Mesmo que eles sejam rivais dos Uchiha?

 

– Meh. Não me importo. – dessa vez foi Sakura quem riu. – Papai diz que são nossos rivais e sempre estão tentando passar por cima dos nossos negócios, mas até agora não conseguiram. Então nem são motivo de preocupação.

 

– São para o seu pai, seu tio e até seu irmão. – não sabia por que o estava repreendendo, mas era engraçado.

 

– Só porque aquela velha fica se intrometendo onde não é chamada, tentando provocar... e o senhor Fugaku Uchiha aparentemente não é tão esperto assim a ponto de ignorar os resmungos daquela velha.

 

– Você não sabe como está divertido te ouvir falar desse jeito morto, Sasuke-kun. – Sasuke riu baixinho de novo. – Mas eu percebi ontem que ela gosta de sondar vocês... e não me pareceu ter boas intenções. Eu estava com a mão na minha kunai quando ela apareceu depois do brinde do seu pai.

 

– Ei, ei, ei, nem brinque com isso...

 

– Mas enfim... o que eu queria dizer é... foi essa mulher que me incomodou ontem. Parecia que ela estava planejando alguma coisa... meus instintos me diziam que algo estava errado com ela...

 

– Hm, legal...

 

– Você sequer está me ouvindo, Sasuke? – ah, impossível como sempre. Ouviu Sasuke suspirar, e ele finalmente se mexeu, deitando-se de barriga para cima também, esfregando os olhos com uma das mãos.

 

– Desculpe. Você disse que a velha Senju te incomodou. Estou ouvindo... – ele virou o rosto para ela, com uma expressão cansada, mas atenta.

 

– Hum. Os olhares que ela deu na mesa para cada um ali, como se estivesse julgando a posição de cada um para usar em algum plano maligno... e a forma como ela olhou para você... como se quisesse te devorar com os olhos ou coisa do tipo... não gostei nadinha... – o olhar foi ficando cada vez mais assassino, mas Sasuke apenas riu.

 

– Ah, isso não é só ciúmes seu? – disse divertido, mas ela logo acabou com aquela gracinha dando-lhe um soco no braço. – Ai, brincadeira, Sakura.

 

– Estou falando sério, criatura. E depois... aqueles filhos rondando atrás dela como se fossem ameaças... e depois... depois do brinde de seu pai, ela disse uma coisa... algo sobre uma Tsubaki, você e Romeu e Julieta... – algo parecia ter despertado a memória de Sasuke.

 

– Ah, isso... não se importe. – e Sakura virou-se para ele com um olhar suspeito.

 

– Você sabe de algo, Uchiha? – ela só o chamava pelo sobrenome quando estava irritada ou séria... ou quando estava fingindo estar séria, mas nesse caso, o olhar feroz não deixava dúvidas.

 

– Não é nada, já disse. Aquela velha só queria encher o saco.

 

– Pois eu acho que você sabe de algo. – e de repente, Sakura estava em cima dele, o corpo dele preso entre as pernas dela, aqueles braços finos, mas tão fortes, de cada lado da cabeça dele. – Não vai me contar, Sasuke-kun? – agora, aquela voz doce e forçada que ela fazia significava problemas, ele sabia.

 

– Não há o que contar, Haruno.

 

– Mesmo? Tem certeza? – a cada pergunta, uma ameaça. Sasuke por fim suspirou.

 

– Lembra que meu pai estava tentando arranjar um casamento para mim? – Sakura torceu o lábio. De alguma forma, sabia onde essa história ia terminar.

 

– E essa Tsubaki era a candidata?

 

– Bem, sim...

 

– Mas... não faz sentido. Se seu pai odeia tanto os Senju, por que iria querer que você se casasse com uma?

 

– Não sei direito, porque não me interessa. Mas Itachi me disse que foi a própria velha Senju que ofereceu essa proposta ao meu pai, como forma de reconciliar as famílias ou qualquer merda do tipo. Meu pai estava prestes a aceitar, achando que assim a velha iria parar de tentar arruinar nossos negócios... mesmo eu dizendo a ele que não iria me casar nem a pau... e aí... você engravidou.

 

– Ah sim, e seu pai precisou cancelar os planos. – Sasuke acenou com a cabeça. Bem, de certa forma, era algo bem horrível de se fazer com seu próprio filho. Obrigar Sasuke a se casar com a filha do inimigo só para obter vantagem nos negócios, estar prestes a aceitar a oferta mesmo o noivo dizendo ‘não’... bem, não que Sakura fosse deixar aquilo acontecer de qualquer forma, e não que Sasuke também fosse aceitar aquilo de bom grado, mas...

 

– Bem, acho que isso explica por que ela me odeia então. – Sakura saiu de cima dele e voltou a se deitar ao seu lado. Sasuke ergueu uma sobrancelha.

 

– Acha que ela te odeia?

 

– Mas é óbvio. Eu sou a mulher pobretona que você encontrou na rua e fez o favor de engravidar antes que a filha dela pudesse colocar as mãos em você. Eu sou a culpada por ela não ter o Romeu e Julieta que estava planejando.

 

– Hum...

 

– Você ainda não está nem aí, né? – ele era realmente impossível.

 

– Não. Essa velha e a Julieta dela não são nada comparadas a você. – Sakura sentiu-se corar levemente.

 

– Idiota. – e deu outro soco no braço dele.

 

– Você me bate até quando eu te elogio.

 

– Porque você é um idiota. – Sasuke a olhou com uma expressão inconformada, mas resolveu fechar os olhos e voltar a dormir. Sakura sentava-se na cama, apoiando as costas na cabeceira, instintivamente olhando para o pequeno calombo em sua barriga. – Ah, sim. Tem outra coisa que me incomodou ontem.

 

– O que?

 

– Seu pai. E você. – Sasuke a encarou, agora um pouco preocupado. – No começo da festa, seu pai estava de segredinhos com você, e eu sei que estou envolvida neles. O que ele te pediu para fazer naquela hora e você recusou? – Sasuke parecia estar bem acordado agora. – Ou talvez precise de um estímulo para se lembrar? – ela levantou o punho fechado, e ele sentiu que não tinha escolha.

 

– Você não deixa passar nada, não é?

 

– Até parece que você não me conhece, Uchiha. – deu um sorriso maroto, ainda com o punho levantado. Sasuke suspirou, derrotado.

 

– Meu pai queria que eu tivesse te pedido em casamento antes ou durante a festa. – ele disse aquilo como se fosse uma coisa irritante.

 

– O QUE?!

 

– Pois é, por isso eu recusei.

 

– Seu pai não conhece limites, Sasuke! Como assim, me pedir em casamento no meio da festa? Se você tivesse feito isso, juro, eu teria te matado ali mesmo com a própria aliança! – ah, ela estava com muita raiva. Estava sendo usada de novo, usada para melhorar a imagem de ter um bebê fora do casamento. – E no fim, seu pai disse que eu era sua noiva de qualquer jeito naquele discurso idiota! Eu não sou sua noiva! Nem usamos aliança! E ainda tive que ouvir perguntas de repórteres imbecis sobre quando seria o casamento inexistente? Se um deles vier me perguntar isso de novo, vou pedir que eles procurem no calendário pelo dia em que perderão a cabeça!

 

– Ok, Sakura, calminha...

 

– Não, Sasuke, ouça! Eu não admito ser tratada dessa forma, não importa se pelo seu pai, sua mãe ou até mesmo você! Quem vocês pensam que são para decidir quando eu me casarei? Se seu pai acha que pode manipular a minha vida só para se encaixar melhor na história da imagem dele, ele está muito enganado!

 

– Eu sei, eu concordo com você! Mas por favor, acalme-se e abaixe esse punho, por favor. – ela percebeu que estava prestes a socá-lo, mesmo ele não sendo o objeto de sua raiva. Bufou e voltou a se sentar na cama, respirando fundo para se acalmar. – Meu pai achou que seria melhor dizer que você era minha noiva ao invés de minha namorada, para não parecer que você era qualquer mulher, e sim alguém com quem eu já estava comprometido. Ele não deveria ter feito aquilo e eu não sabia que ele iria dizer que você era minha noiva, mas por favor, acalme-se.

 

– Da próxima vez que nos vermos, eu vou tirar satisfação com seu pai!

 

– Certo, certo... só não o mate. – o rosto assassino dela ainda estava se mostrando. Sakura bufou novamente, fechando os olhos.

 

– Francamente... não que tenha algo errado em se casar, mas eu quero decidir isso!

 

– Sim, Sakura, você está certa. Pronto, agora se acalme. – Sasuke havia voltado a fechar os olhos. Ele não tinha jeito mesmo.

 

Passaram alguns minutos em silêncio, apesar de agora estarem completamente acordados.

 

– Como estão os enjoos? – Sasuke perguntou em voz baixa logo depois.

 

– Melhorando. E ainda não consigo comer ovos, carne, e só o cheiro de café já me enjoa. Aah... – ela mal via a hora daqueles sintomas chatos passarem.

 

– Ainda parece um sonho tudo isso... – Sasuke de repente falou, olhando para o teto. – Nunca pensei que isso fosse acontecer.

 

– Bem, ninguém pensou. Mas aqui estamos nós.

 

– É... aqui estamos nós... – ele parecia preocupado com algo, mas quando ela estava prestes a perguntar, o celular dele tocou. Sasuke o pegou do criado-mudo e fez uma careta quando viu o número.

 

– Algum problema?

 

– É o número da Karin. – ah, Karin. Sakura lembrava-se vagamente de uma mulher ruiva de óculos que sempre atormentava Sasuke enquanto ela trabalhava para os Uchiha. E também sabia que ele e Karin tinham um histórico... sexual.

 

Não é que ela tivesse ciúmes. Sabia que Sasuke já havia sido um cafajeste cretino de primeira e dormido com muitas mulheres, assim como ela já havia se deitado com vários clientes de Tsunade como parte de suas missões; além disso, ele continuava amigo dessa Karin e ela não iria interferir nas amizades dele. Na verdade, não tinha motivos para ter raiva ou insegurança em relação à Karin ou qualquer outra. Sasuke estava com Sakura agora, e aquilo não iria mudar.

 

Sasuke suspirou antes de atender.

 

– Alô.

 

– SASUKEEEEEEEEEEE! – e Sakura conseguiu ouvir a aguda voz também. Sasuke afastou o telefone do ouvido e a voz de Karin se tornou ainda mais alta. – COMO VOCÊ TEVE CORAGEM DE FAZER ISSO COMIGO?? É MENTIRA, NÃO É? DIZ QUE É MENTIRA! DESDE QUANDO VOCÊ TEM UMA NOIVA?? DESDE QUANDO VOCÊ FICA SÓ COM UMA PESSOA? DESDE QUANDO VOCÊ NÃO ME CONTA O QUE ACONTECE NA SUA VIDA???

 

– Karin, se acalme... – Sasuke tentava falar, mas a gritaria continuava.

 

– E COMO ASSIM BEBÊ?? QUE BEBÊ?? PENSEI QUE VOCÊ NUNCA IRIA SE CASAR NEM TER FILHOS, VOCÊ SEMPRE ODIOU ESSAS IDEIAS, E AGORA EU DESCUBRO QUE VOCÊ TEM UMA NOIVA LAMBISGOIA QUALQUER E AINDA VAI TER O FILHO DELA??

 

Espere, do que ela me chamou?

 

Sasuke levantou-se da cama de imediato, pressentindo que Sakura iria tentar matar Karin através do telefone. Ele tentava gritar palavras para acalmá-la, mas Karin continuava expressando sua indignação. Sakura também havia se levantado, e seu olhar estava pior do que Sasuke previra. Ele tropeçou e saiu do quarto enquanto Sakura tentava segui-lo para arrancar o celular da mão dele e falar umas poucas verdades para aquela mulher.

 

No entanto, no momento em que levantou, sentiu uma súbita ânsia e correu ao banheiro vomitar. Merda. Usou o momento para se acalmar. Não adiantava tentar matar as pessoas agora. Eles já sabiam que haveria uma reação por parte das pessoas, ainda mais daquelas que os conheciam. Ela não poderia perder o controle agora. Escovou os dentes, tentando não se sentir enjoada com o gosto de menta da pasta e abriu a porta do quarto, ouvindo a voz abafada de Sasuke em algum cômodo no andar de baixo. Ele parecia estar tentando se justificar. Desceu as escadas e lá estava ele, andando pela sala, com uma mão na ponte do nariz, tentando fazer Karin entender que a situação era real. Sakura cruzou os braços e ficou parada na porta enquanto ele finalmente desligava o telefone e suspirava, cansado.

 

– Desculpe, a Karin é só...

 

– A mulher que costumava transar com você quando você ficava entediado. – respondeu por ele.

 

– É minha amiga. Eu suspeitava que ela ia fazer um escândalo, e também tem meus outros amigos... Juugo, Suigetsu e os outros... devem estar bravos porque escondi deles esse tempo todo...

 

– Se você quer conversar com seus amigos e explicar a situação, é uma escolha sua. Mas eu não vou permitir que usem aquele tipo de palavreado comigo, e você também não deveria permitir, Sasuke.

 

– Hã? Quer dizer aquilo que a Karin te chamou? Pensei que não se importava com essas coisas.

 

– Bem, pois me importo. Eu não sou uma qualquer, eu tenho nome, nós estamos juntos e eu serei a mãe do seu filho. Sei me defender sozinha, mas quando eu não estiver presente, não permitirei que você deixe os outros me tratarem da forma como entenderem, nem que sejam seus amigos. Seu pai já fez mais do que suficiente me usando em tudo isso, e eu não permitirei que você seja conivente com isso, Sasuke. – ela apontou o dedo na cara dele, saindo a passos furiosos em seguida. Precisava de algo para se acalmar, talvez chá.

 

Começou a ferver a água na chaleira e a escolher o sabor que queria. Sasuke apareceu cauteloso na porta da cozinha.

 

– Ei... – ela se virou para ele, ainda irritada. Não estava se sentindo insegura em relação a si mesma como das outras vezes, não se importava que todos os amigos dele e todas as pessoas no país soubessem, a questão não era essa. A questão era o respeito. Ela já havia sofrido muito na vida, e não iria permitir que pessoas que não sabiam de nada sobre aquele sofrimento a julgassem daquela forma. Ela iria destruir qualquer um que o fizesse. – Desculpe pela Karin... ela sempre foi meio... exagerada. – Sasuke falava com calma, temendo um ataque.

 

A água fervia e Sakura desligou a chaleira e despejou em uma xícara, colocando o saquinho de camomila em seguida.

 

– E o que você disse a ela sobre a notícia? – a voz dela estava brava, e Sasuke pensou com cuidado nas próximas palavras.

 

– Disse que era verdade... que estava em um relacionamento com você... e que você está grávida.

 

– E o que ela disse?

 

– Disse que eu era um idiota. – ela havia dito mais coisas, mas Sasuke não tinha coragem de repeti-las.

 

– Por quê? Porque você escolheu ficar comigo ao invés dela?

 

– Entre outros.

 

– Outros?

 

– Bem... tem também o fato de eu não ter contado a ela e aos outros, e aí ela disse que eu não confiava nela nem nos outros...e o fato que eu não sou mais o mesmo que costumava ser.

 

– Hum. Ela acha que você não é mais o mesmo? Só porque agora está com uma mulher só ao invés de vinte de uma vez? – Sasuke suspirou, não gostava daquele tom sarcástico.

 

– Também... mas também porque ela acha que estou me distanciando dos meus amigos e ficando viciado em trabalho. Não posso dizer que ela está errada... – dessa vez foi Sakura quem suspirou e se virou para ele.

 

– Eu estou te dizendo há muito tempo para parar de fazer isso com você mesmo. Se está infeliz, converse com seu pai. Eu odeio te ver desse jeito.

 

– E eu já disse que estou bem, não disse? Eu quero mudar essas tradições idiotas da minha família, mas para isso, eu preciso me esforçar agora. – Sakura suspirou mais uma vez.

 

– Só não exagere, Sasuke. E converse direito com seus amigos também. – Sakura sabia que teria que lidar com seus próprios conhecidos da mesma forma. As pessoas que trabalhavam com ela no hospital e as pessoas com quem ela tinha feito amizade também.

 

O jornal não citava o nome dela porque Fugaku não havia fornecido essa informação, mas de uma forma ou de outra, aquilo logo iria vazar. Bem, um nome era apenas um nome, e como ela sempre andava pela cidade, as pessoas a iriam reconhecer quando ela andasse na rua, assim como acontecia com os próprios Uchiha. Ela estava preparada para aquilo e estava segura de si. Mas não iria aturar nenhum tipo de desaforo ou insulto.

 

O resto do dia passou de forma calma. Sakura se preparou para voltar à rotina da semana, e Sasuke também. Quando foram dormir, sentiu o corpo de Sasuke se aproximando, beijando-lhe o pescoço, colocando-se lentamente em cima dela, subindo os beijos para sua bochecha e lábios. Respondeu aos beijos, e Sasuke os aprofundou. Sakura sentia que ele já estava excitado, e pensou por um longo momento antes de decidir levantar a camisa dele, mas o próprio Sasuke interrompeu o beijo como se estivesse saindo de um transe. Sakura sentiu aqueles lábios macios subitamente deixarem os seus, e o corpo dele já não estava mais em cima dela, e sim ao lado. Sasuke se deitara com as costas viradas para ela.

 

– Sasuke...? – sussurrou, estranhando aquilo.

 

– Não é nada, desculpe. – ele respondeu em um sussurro apressado, como se estivesse arrependido de ter feito aquilo.

 

Sakura achou aquilo estranho, e começou a ter suas suspeitas, mas não queria incomodá-lo naquele momento, então só acariciou o braço dele exposto a ela de forma afetuosa, apertando aqueles músculos macios e que sempre gostara de tocar, murmurou “boa noite, Sasuke”, e se deixou cair no sono.

 

O dia seguinte correu mais ou menos como ela esperava. Sasuke parecia melhor pela manhã, e ela foi até o hospital começar mais um dia de trabalho. Indo ao vestiário feminino, deparou-se com outras enfermeiras lá, e as que eram suas amigas começaram a lhe encher o saco perguntando se a garota da foto do jornal de mãos dadas com Sasuke Uchiha era mesmo ela. O rumor se espalhou pelo hospital, e até pais que iam levar seus filhos para uma consulta olhavam duas vezes para ela. O jornal estava em todos os balcões da recepção, e por onde ela andava, olhares curiosos a seguiam. Quando saiu para almoçar, a televisão do restaurante mostrou uma reportagem sobre o evento beneficente e claro, uma filmagem dela e de Sasuke juntos, com a manchete escrita na tela: “Mais um Herdeiro Uchiha a Caminho! Quem é a Misteriosa Noiva?”

 

Quando seu turno acabou, alguns de seus amigos vieram encontrá-la no hospital, e todos queriam detalhes. Estavam empolgados e um pouco chateados por ela não ter lhes contado que seu “namoradinho” era ninguém menos do que Sasuke Uchiha, mas entenderam no fim por que ela quis manter segredo. No fim, estavam sugerindo nomes para o bebê e bolando fantasias para o casamento perfeito, criando histórias de amor e superação sobre o mais novo casal. Normalmente, ela teria ficado irritada com tudo aquilo, mas sabia que eles estavam sendo sinceros quando diziam que estavam felizes por ela.

 

Depois de jantar em um restaurante com seus amigos mais próximos de Konoha, voltou para casa e encontrou Sasuke no escritório, digitando alguma coisa e concentrado.

 

– Ei. – ela disse, chamando a atenção dele.

 

– Ei. Como foi seu dia?

 

– Normal. Mas a notícia repercutiu mais do que pensei que iria.

 

– Alguém te incomodou? – ele parecia preocupado.

 

– Só olhares estranhos e comentários pelas minhas costas. Mas não me importo. Qualquer um que vier tentar merda comigo, eu quebro a cara. – Sasuke riu baixinho. – E você, conversou com seus amigos?

 

– Ah... sim. Suigetsu ficou chateado por eu ter escondido isso dele, e Juugo pareceu surpreso, mas não chateado. Os outros reagiram surpresos, e alguns duvidaram, e... bem, pediram para te conhecer. – Sakura fez uma careta.

 

– É, da minha parte também. Ah... por que as pessoas ficam tão empolgadas mesmo quando a notícia não tem nada a ver com elas? – Sasuke abaixou a tela do notebook e reuniu alguns papeis em uma pasta depois de assiná-los.

 

– Porque é assim que as pessoas são. Todo mundo gosta de fofoca. – Sakura suspirou, cansada. Só queria tomar banho e dormir.

 

Viver com Sasuke em tempo integral estava se provando mais fácil e prático do que ela esperava. Sasuke sabia cozinhar (não tão bem quanto ela) e sempre a ajudava quando ela precisava de algo, e vice-versa. Era mais fácil também conversar com ele sobre os problemas, e sentia que eles estavam ficando mais próximos. Naquela noite, foram dormir abraçados novamente, e Sakura sentia-se pronta para o dia seguinte.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, críticas e comentários são bem-vindos. O próximo capítulo será postado daqui duas semanas, dessa vez sem atrasos ^^


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