Capítulo 5 - Capitulo 5
--como dói.--disse ela me acordando do meu cochilo.
--como algo que pode ser tão bom doer tanto??
--esse é o preço para entrar num mundo de prazeres mas admito..foi um belo ritual.(rs)
--não deboche!(rs) creio que também sangrou igual a mim.
--claro que sangrei mas nunca pedi com tanta gana como você fez.eu tremi na minha primeira vez.o menino que me levou para a cama era inexperiente,um zé ninguém mas que tinha uma bela moto.ele juntou durante meses alguns trocados e me levou para um motel de beira de estrada.eu era tão idiota naquela época.ele queria apenas me comer e só falava o quanto isso seria bom e o quanto ele seria gentil comigo mas..não foi bem assim.
--o que aconteceu?
--ele..foi um dos babacas mais imbecis que conheci na vida.acredita que nem a porta ele fez questão de fechar?(rs) dou graças a deus por isso.
--vocês..
--não..não transamos.ele preferiu brincar de ficar bêbado e de me surrar do que isso.foi ai que conheci minha ex.ela me salvou,quebrou a cara dele,tirou minha virgindade e ficamos com a moto.(rs) ela era incrível mas nunca prestei para conhecer pessoas boas nessa vida.
--você me conheceu.
--você foi exceção.(rs)--ela agarrou em mim e ali cochilamos por um tempo.
Pela manha me acordei e não vi luana em meu quarto.com certeza ela tinha voltado para casa antes mesmo do galo cantar e acordar o kraken.Vitor para os íntimos.
Meus lençóis praticamente tinham sumido,me levantei e me vesti.
um short jeans e uma regata qualquer era o bastante.escovei os dentes e ajeitei meu cabelo nas pressas quando senti o cheiro de café me atraindo para a cozinha.
Luana estava entretida com o preparo da mesa e isso era encantador.ao me ver ela abriu seu belo sorriso envergonhado.talvez por lembrar do que fomos capaz na noite passada.
--medrosa.--provoquei.
--como?queria que eu ficasse ate essa hora,as nove da manha em sua cama?meu pai cortaria minha cabeça se não me visse dormindo em minha cama as quatro.
--ah tinha me esquecido.os caipiras levantam bem cedo por aqui.
--Alex..poderia parar com essas provocações ao meu pai?
--claro se ele concordar fazer o mesmo!
--meu pai é um homem antigo com pensamentos de outro tempo!não espere que ele se adapte a nós.
--a nós??não me diga que vai assumir seu lado lésbico de ser.
--(rs)...creio que isso já estava em mim muito antes de você aparecer.você foi a primeira que senti vontade de tornar isso alem dos meus pensamentos.
--isso me deixa tão excitada.me diz pensava no quanto eu sou gostosa desde do dia que cheguei naquele inspirado dia de bebedeira?
--(rs)..uma surpresa inesperada.
--vai fala te excitei não foi?
--não.
--fala (rs)--insisti a prendendo entre meus braços na pia não deixando passagem para ela esquivar de minha pergunta.ela sorriu apenas mas nem sequer me dei conta de Vitor parado a na entrada da cozinha nos observando.
Foi como ter um ataque,me separei de Luana enquanto ela abaixava a cabeça escondendo seu olhar envergonhado.
--vim buscar o bolo que sua mãe pediu.--disse ele entrando na cozinha.
--sim senhor.--disse ela com a voz fraca seguindo ate a mesa de onde retirou um dos bolos e o entregou.
Durante todo esse processo ele me encarou tão fixo que parecia que pudia ver minha alma nua em sua frente.
--Luana lembre-se que vai nos ajudar hoje com os preparativos da festa de São João na cidade.--disse ele para meu alivio..parecia que não tinha ouvido nossa conversa.essa foi por pouco..
--sim pai eu não me esqueci.
--que preparativos??vamos ter uma festa?(rs)
--a cidade é pequena mas sempre faz esse tipos de festivais.(rs) o de São João é o meu preferido!--retrucou Luana bem empolgada.
--se vai participar disto Alex espero que não atrapalhe as preparações do festival e deixe Luana trabalhar.--disse Vitor já me alertando.qual é?eu só a pessoa mais indicada para ajudar alguém.
--como quiser.
Pela tarde tive a melhor das surpresas que poderia ganhar,a visita do meu melhor amigo.
--(rs) Miguel!!--corri dos degraus da varanda com um sorriso de orelha a orelha e ele me recebeu de braços abertos como se esperasse uma filha.
Não me contive em apenas abraçar-lo mas com um pulo o fiz me segurar em seus braços.
--oh mi pequena.(rs) no sabes a tristeza que es mi vida sem ti.--disse ele todo sentimental.
--sei bem!(rs)
da varanda Luana me observava com um sorriso no rosto enquanto que de longe Vitor apenas assistia nosso reencontro com sua cara fechada.
--diga-me, como esta vivendo a garotinha da cidade grande nesse fim de mundo.não me esconda detalhes.
Eu contei tudo a ele.desde da minha eterna batalha com Vitor como também minha sofrida conquista de Luana.
Miguel era de sorrisos e olhos atentos a cada palavra que saia da minha boca.ele via minha diferença.
--é muito bom ver que mi pequena conseguiu um novo amor si.(rs) agora tenho uma noticia que pode ser de seu desagrado Alex.--falou ele fechando seu sorriso para falar algo mais sério.
--o que foi Miguel?aconteceu algo com minha família?--perguntei preocupada.o que podia ser??
--não..na verdade é sobre Angel.
--mas que droga.será que você ficou maluco falando dela logo aqui!
--me desculpe..
--essa garota é como o demônio não se evoca!!
--mil perdões mas eu pensei que quisesse saber que ela passou na casa de tu padre.estava atrás de ti..
--eu não quero saber nada sobre a Angel.estou bem como estou e nada me interessa saber da minha ex.--falei cruzando os braços já irritada com aquela conversa.logo agora..mas é como dizem não se foge do demônio uma hora ele te acha..
--eu não nasci ontem.--disse ele me encarando.
--disso eu sei bem.(rs)--como eu adorava chamar-lo de velho.acabava com o ego dele.
--(rs) sou mais novo do que Vitor!e sei bem a influência que Angel tem sobre você.
--e é por isso que eu quero ela bem longe de mim..ela não vai me ferrar de novo Miguel..
Miguel não resistira,provou da deliciosa comida de Luana e de seus inúmeros doces e sua visita se prolongou foi apenas por se deliciar com tais quitutes e por incrivel que parecesse ele ate tentou conversar com Maria mas o medo que sentira de Vitor o fez recuar.(rs)
Apesar de tudo que eu disse Angel não saia da minha cabeça.
Aquela garota sempre fez da minha vida um perfeito desastre e com minha ajuda fez alem.
--Alex?..--ouvi Luana me chamar e mesmo ela estando na minha frente pareceu tão longe.
--(rs) pequena,a realidade te chama!—continuou Miguel.
--desculpa gente..eu estava pensando.
--uma novidade!--debochou Miguel de mim.
--(rs) Luana estava me contando que terão uma festa!espero que tenha se livrado daquele seu pequeno probleminha com a bebida.
--ela não bebe desde do dia que veio pra cá.
--es un grandioso milagre!!(rs) espero que continues assim.
--fala como se eu fosse uma alcoólatra!
--e tu eras!(rs)--sarcasmo..sempre ele.
--quanto aos preparativos Luana..
--não se preocupe.íamos apenas no fim do dia mesmo.tire o tempo para ficar com Miguel.eu tenho muito o que fazer.se me dão licença.
Luana se despediu e saiu da casa grande nos deixando a sós.Miguel nem ao menos conseguia esconder seu sorriso de orelha a orelha.
--ela é perfeita!!um anjo caído dos céus..se gosta mesmo dela Alex deve manter este amor.não o deixe escapar.
--se fosse tão fácil..
--es fácil amar-la!difícil es vivir disto.aparecerão outras..(rs) sempre aparecem.bem...já matei minhas saudades.tenho que voltar.direi a seu pai de sua melhora.
--(rs) não perca tempo.
--só falta me dizer que não quer voltar.é isso que quer??
--(rs)...
--espero que na minha próxima visita você tenha a resposta.(rs)adiós.
O carro de Miguel desapareceu pela estrada saindo da fazenda e isso me enchera de ansiosidade.como uma criança deixada na creche pela primeira vez ou coisa bizarra do tipo.era como se ele estivesse me deixando naquele lugar novamente,só que desta vez eu não estava ansiosa para ir e sim para continuar vivendo daquilo...de Luana.
****
--vamos todos juntos.
--na carroça??!(rs) essa porcaria não vai chegar lá com tanto peso.
--vai.o cavalo é forte e a carroça aguenta.
Subimos todos naquela carroça.ai como eu odiava essa carroça!Maria e Vitor foram na frente enquanto que Luana e eu fomos atrás no compartimento de carga.na verdade essa parte foi ate divertida.
Maria estava levando alguns bolos e outras delicias tipicas da festa então esta ao lado de Luana e tão perto daquele cheirinho de comida caseira foram mais do que tentações.
Como a estrada era longa e demoraríamos algum tempo para chegar ate vila velha Luana e eu fomos pegas pelo tédio daquela mini viagem.
Maria e Vitor permaneciam na frente em silêncio e isso acabava comigo.
Contudo,Luana teve uma rápida ideia.ela puxou de sua bolsa uma caderneta e um lápis começamos a conversar de outra forma.
--você vai embora??--escreveu ela.era incrivel.Luana estava preocupada com a visita de Miguel.peguei de sua mão o lápis e sem demora respondi no papel.
--não sem você.
--eles não vão deixar.
--eles não precisam.
--eu quero que eles saibam.quero que eles compartilhem nossa felicidade.
Ao ler aquilo eu não resisti.fui movida pela imensa vontade de beijar-la.
vendo isso Luana gelou com a possibilidade de fazer isso nas costas de Maria e Vitor,seu olhar me dizia não mas eu queria aquela emoção.
Enquanto ela desviava seu rosto soltei o lápis e apoiei minha mão sobre sua coxa.apenas com meu toque ela se arrepiou.
Aquele jeito dela,tão tímido me excitava tanto..seus olhos estavam fixos em seu pai mas seu semblante era desejoso misturado ao medo que sentia.
Aquele pescoço nu atraia meus lábios e da mesma forma que ela dizia baixinho que não eu insisti.
Nossos olhos permaneciam vidrados em Vitor e Maria enquanto minha boca encontrava-se com a cheirosa pele de seu pescoço Luana tremia tentando me afastar dela mas sentia a força de suas mãos a negar fazerem isto enquanto apertava minha carne.
--pára..--falou ela com uma fraca voz audível apenas para mim.
--não quero..--retruquei ao mesmo nível de voz.
--eles vão ver..
--você queria isso.--falei puxando seu queixo virando sua boca pequena para prazer da minha.eu a beijei.fora o momento mais intenso da minha vida!!
quando Vitor virou seu olhar para nós já estávamos longe uma da outra.ela escrevia em sua caderneta e eu olhava para a estrada atrás que se estendia.
Ele não era capaz de ver mas meu sorriso,foi o mais demorado que já fiz.
Logo a noite escureceu toda a estrada e apenas as luzes de vila velha nos guiavam naquele caminho.
Me surpreendi com o tamanho daquela festividade,toda a cidadezinha estava participando e boa parte das estruturas das barracas já estavam montadas.diria prontas!!
ao chegarmos lá Maria nos entregou as varias caixas de comidas e nós fez caminhar entre as inúmeras barraquinhas ainda em preparo,sendo carregadas de boa comida e bebida,a musica já tocava animada e diferente da ultima vez que pisei naquela cidade o lugar agora estava cheio.tinha ate um grupo de quadrilha pronta para se apresentar.eita lasqueira,vamo pulá fogueira.
Depois de tudo organizado com apenas uma hora Maria tinha sua barraquinha e estava mais do que satisfeita com os clientes devorando cada pedaço de suas delicias.uma inveja aparente de cada um me abalou.poderia ser eu comendo ali.
--certo meninas.quero que as duas procurem algo mais para fazer.ficaremos ate o fim da festa então a noite ainda é uma criança.
--nunca pensei que ouviria você falar assim Maria.
--tentem não entrar em problemas ok.
--sim pai.
--estava falando com ela.
--ok papai.não enche.
Maria nos recomendou uma velha amiga sua que no momento estava procurando alguem para cuidar de uma barraquinha ironicamente era uma barraca de beijo.
O mais engraçado de ser uma garota da cidade grande é que todos criticam e comentam sobre a forma como ando,como falo e ate mesmo como visto isso principalmente.sou como uma et para eles mas coloque uma em uma barraquinha dessas que você vera a fila de homens que desejaram provar dessa peça exotica.era como ir ao Japão e ser uma coisa exotica para tanta gente estranha.
Enfim cada beijo meu estava custando dois reais mas eles não ligavam para isso.na verdade estavam pagando muito mais.eu não era muito boa em matematica mas sabia que teriamos algum trocados dali.
Perdi a conta de quantos selinhos dei.beijei uns meninos que insistiam em querer colocar a lingua onde não precisava,beijei uns caras que tremiam na base apenas em lembrar das namoradas ciumentas que tinham deixado pela festa,só não beijei um velho padre.isso era demais.
Enquanto eu contava as notas na minha mão Luana me olhava irritada.
--o que??você não quis esse trabalho.
--é mais..
--eu sou a garota certa para essa coisa!(rs) vai me dizer que você queria um beijo também.
--nem brinque!
--qual é?!olhe em volta ninguém liga.quero dizer ninguém esta vendo.ou estão ocupados bebendo como também estão interessados demais comendo.
--meu pai esta por ai trabalhando e minha mãe pode vir aqui a qualquer momento como também seus clientes.
--(rs) vai..experimenta.
--pára de me atiçar!
--estou em uma barraquinha de beijo e só pedir que eu faço de graça.ok..isso soou estranho.
--(rs)..--Luana riu e olhou ao seu redor apenas comprovando minhas palavras.ela fora rapida em seu beijo mas pelo seu sorriso sentiu o mesmo que eu estava sentido no momento.a mais pura alegria.
--viu..ninguem percebeu.
Faltava apenas algumas horas para o fim da festa junina e com isso Maria nos deixou aproveitar melhor o resto da festa.
Levei Luana para jogar nas inumeras barracas de jogos e não sei como não consegui ganhar na pescaria.Luana pelo contrario ganhou um peixinho dourado em um saquinho como recompensa.
Logo a fome bateu e eu não resisti em me entregar as delicias de Maria.não seria capaz de trair sua barraquinha.
Quando percebi lembrei que havia deixado Luana se divertindo na barraca de jogos com seu peixinho.
Caminhei rápido pelas ruas para encontrar-la ainda lá mas fui pega de surpresa pelo caminho.
Fui agarrada pela cintura e tive minha boca selada por uma mão fria demais.
Essa pessoa me puxou de uma vez e me levou para uma das ruas que tinha sido esquecida pela comemoração junina.Um local escuro demais comparado a festa.
--shhhiii bonitinha.(rs)--disse a voz feminina ao meu ouvido.eu conhecia aquele tom despreocupado.
--será que lembra quem sou??--perguntou ela retirando a mão da minha boca.
--Angel??--respondi surpresa e ela me virou de uma vez já exibindo o sorriso perturbado dela e o maldito vermelho do seu cabelo.
--(rs) demorei mas te achei..quando descobri que te mandaram para esse fim de mundo eu tinha que ver se era verdade..--disse ela despreocupada com a palidez do meu rosto e como eu queria correr daquela ruiva..ela não mudou em nada!sempre com seu estilo rebelde rockeira de botas sujas.eu tinha a quem puxar..minha ex musa da inspiração.
--c-como você me encontrou?!!
--não há ninguém nesse mundo que possa se esconder de mim Alex.(rs) e você realmente não seria essa primeira.me diz..por que??
--nossa ultima saidinha me custou isso.
--(rs) porra só por causa do carro?!!(rs)--disse ela a debochar.não tinha como conversar com ela sem sua infantilidade apitar.
--não foi por causa do carro você sabe!
--claro..o acidente.(rs)
--a gente matou um garoto!!
--hey!!nada disso!!!você matou o garoto.quando jogou o carro encima dele.--filha da mãe.que sínica.sem um pingo de remorso ela me diz isso??
--os detalhes nesses momentos sempre te faltam não é?você estava bêbada e me fez dirigir.
--(rs) que coitadinha.graças ao seu papaizinho e sua mamãezinha você não parou atrás das grades.felizmente estou aqui e você vai me dar uma ajudinha.
--que ajudinha??
--nossa brincadeirinha me custou caro também..eu tive que sumir e dinheiro não sai da minha bunda como sai da sua.--ela segurou meu rosto e aproximou aquele rosto de mim.que droga de sorriso perturbado.
--fala pra mim..vai ajudar sua namoradinha não vai??
Encontrei Luana na barraca de jogos ainda com seu peixinho e simplesmente a peguei pela mão e a levei dali o mais rápido possivel.ela não entendia porque estava quase correndo e muito menos o meu desespero.
eu não queria ter reencontrado Angel.eu não queria que ela descobrisse tudo de bom que eu estava vivendo agora.
--Alex?!!espera..
--não a gente tem que ir agora pra casa!
--você andou bebendo!??---ela se soltou da minha mão e parou e isso me fez fazer o mesmo apenas mostrando a ela minha cara apavorada.
--o que aconteceu??
--eu não bebi nada!!...só vi alguem que não queria.
Voltamos pra casa grande na mesma carroça Vitor ate estranhou meu semblante paralisado e a falta da minha voz na conversa animada entre Maria e Luana ao lembrar tudo de bom que havia acontecido na festa.
Eu só conseguia imaginar o que a presença de Angel naquela cidadezinha me afetaria daqui pra frente.
Quando chegamos na casa grande Maria e Luana se despediram porem Vitor me segurou pelo braço antes que eu pudesse chegar na varanda da casa.
--o que você aprontou??andou bebendo??!
--não eu não fiz nada!!
--ta calada demais e nada que vem fácil assim é a toa.
--eu já disse!!..estou bem e sóbria.só cansada.
Ele olhou pra mim ainda pensativo e do bolso retirou uma parte do dinheiro que ganhamos na festa e me deu.
--eu nunca fiz isso mas..por nos ajudar.foi de grande ajuda.
–..obrigado.--não era muito mas significou tanto pra mim..pelo menos,uma coisa boa depois de uma noticia tão ruim.