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História Liberté: Sangue do meu sangue - Cobaia.


Escrita por: Alexiel_LaRoux

Notas do Autor


Olá amores.
Antes que me apedrejem por estar lançando uma fic nova, sem terminar as anteriores, eu tenho uma ótima justificativa. Essa é uma fic presente, para uma pessoa muito especial! Ela tinha que ser lançada nesse momento e não vai atrapalhar o andamento das outras, pq ela já está com 50% de adiantamento na escrita, ou seja é só betar e enviar capitulo.

Bom essa fic merece um textão de abertura porque ela é para uma pessoa muito especial. Quando eu pensei em começar a escrever, eu não imaginava que teria um retorno tão grande com leitores como eu acabei tendo com o decorrer do tempo. Isso me deixa incrivelmente grata. Obrigada a todos vocês que leem minhas histórias. Porem no meio dos muitos leitores uma certa pessoa ganhou de pouquinho um pedacinho muito especial na minha vida, e esse alguém é você Petit Scorpion!

As vezes ela é uma chatinha, confesso, quando eu to cansada e ela fala, fala e fala e fica me pedindo para mandar áudio no WhatsApp para ela, mesmo eu odiando isso. Mas ela foi chegando de mansinho na minha vida virtual, se acomodando aqui, montando um cantinho dela ali, até que quando eu vi, invadiu meu coração de vez e me deu uma nova amiga virtual que se não fosse pela distância, eu já tinha abraçado e apertado até não poder mais. Porque mesmo ela odiando ser chamada de fofa, ela é a minha FOFA!

Até hoje eu não entendi porque ela me chama de Mestra, nem de Okasan. Eu só tento por um pouco de juízo nessa cabecinha de vez em quando, mas adoro a reação dela quando digo que vou enfia-la num esquife de gelo já que ela diz que eu sou uma versão do Camus! Adoro quando eu chego na escola e meu celular apita com um belo bom dia, pq ela sempre lembra de ser a primeira a me alegrar e me dar bom dia, antes mesmo dos meus alunos.
Gosto quando ela reconhece meu estado de espirito e se preocupa comigo, eu gosto de tudo em você minha pequena e por isso eu te chamo de minha Petit, pq você e minha pequena que eu tenho vontade de cuidar. Obrigada por ser exatamente como você é, e eu escrevi essa história para você! O feliz aniversario vai ficar para o seu dia, com um capitulo muito especial dessa fic que já reservei para essa data!

Agora queridos leitores, depois das dedicatórias vamos aos detalhes da história. Sei que muitos não gostam desse estilo de fic, eu tb tenho meu receio com ele, mas ela é um presente, então fiz o que a presenteada mais gosta. Aos que não prestaram atenção no gênero, essa fic é sim um Mpreg! Esse não é um foco principal da fic, ela tem uma trama toda elaborada com carinho para chegar a esse ponto, mas sei que muita gente não gosta de fics assim, então já estão avisados para não se surpreenderem lá na frente. Agora a aqueles que mesmo não gostando do estilo, que quiserem encarar esse que é um desafio para mim, obrigada.

Sem mais demoras, vamos ao capitulo porque eu sei que tem alguém se roendo de ansiedade por ele a semanas, não é Lucy? Quem gosta de Camus sofrendo e Milo fofuxo, se preparem, isso não vai faltar! Bjjj

Boa leitura!

Capítulo 1 - Cobaia.


Todas as lembranças que tinha na sua curta vida eram daquelas paredes brancas e o grande espelho que dava para a sua cama. Odiava espelhos, odiava sua imagem refletida nele depois de tantos anos naquele quarto. Aliás, algum dia de sua vida se viu fora daquele quarto?  Pelo que se lembrava não.

Moveu seu pequeno corpo na cama um pouco cansado do tédio constante. Já havia lido praticamente todos os livros daquela remessa que lhe havia sido trazida. Era sempre assim, uma das únicas pessoas que tratavam dele, com que tinha contato, era uma jovem senhora que fora quem o ensinou a ler e lhe trazia, de tempos em tempos, alguns livros, alguns volumes seletos. Era ela quem sempre cuidava dele, quem o alimentava, mantinha se cabelo sempre extremamente baixo, quase raspado, como o padrão estabelecido para o ambiente ao qual ele fazia parte. No alto de seus seis anos, ao menos essa era a idade que ele achava que tinha, só sabia que seus fios eram vermelhos como fogo, esse que só conhecia pelos desenhos de seus livros, afinal nunca o pode ver diante de seus olhos, pois ele sempre os observava caírem ao serem cortados e recolhidos pela sua cuidadora.

Já estava quase dormindo quando ouviu o som da tranca se abrindo. Levantou-se pondo as mãos para trás do corpo e o mantendo ereto, numa postura rígida, quase militar, como sempre o haviam ensinado a fazer, como era o protocolo. Sua cuidadora trazia uma pequena bandeja que colocou ao lado da cama no único pequeno móvel que ali ficava e onde também eram guardados os poucos livros do garoto. Sorriu disfarçadamente para o menino, aquilo era proibido, demonstrações de carinho eram julgadas desnecessárias para com ele em sua condição, mas ela sempre o fazia ainda assim, era um modo de encoraja-lo. Aqueles pequenos gestos dela eram as únicas demonstrações de afeto que o menino conhecia, ela era a única que dava isso a ele.

- Camus? – Das poucas pessoas com que ele tinha contato, ela, que era a única mulher. Fora que lhe dera aquele nome e sempre o tratou por ele, enquanto os outros só se referiam a ele por um número. – Deite-se pequeno – o menino, obediente e regrado, fez o que lhe era pedido sem questionamentos imediatos. – Eu vou colocar um acesso intravenoso e lhe aplicar uma injeção.

- Eu passo mal toda vez que tomo isso. – Dizia lançando um olhar de medo para a agulha na mão de sua cuidadora - Tenho mesmo que dormir? Eu tenho mesmo que tomar? – Ele a olhava com uma expressão de suplica e se segurava para não verter lágrimas de seus olhos marejados. Tocando disfarçadamente a mão dela com carinho.- Dói tanto quando acordo, eu fico enjoado!

Ela o olhou com uma expressão de dor indescritível. A cuidadora de Camus tinha os cabelos negros muito bem presos em um coque apertado e suas vestes eram uma saia alinhadíssima de material sintético e blusa branca de mangas três quartos com o brasão de espadas se cruzado bordado no peito. Aquilo era um uniforme. Ela sabia que não podia sentir nada pelo garoto. Sabia que naquele mundo, com a infelicidade de ter nascido mulher e daquela classe social, só podia servir sem sentir, ainda mais naquela situação.  Era esse seu trabalho, cuidar daquele menino, instrui-lo na fala, obediência e leitura, nada mais do que isso. Nada podia sentir, não podia ama-lo, trata-lo bem, lhe dar carinho. Lhe dar um nome já havia sido loucura! Camus era uma cobaia, um experimento descartável, mas como não amar aqueles lindos olhos vermelhos vividos que lhe pareciam suplicar por uma mãe, pelo amor de alguém.

-Eu não posso! – Ela disse com pena dos olhos tristes de garoto enquanto lhe colocava o acesso intravenoso. Sabia que ele passaria por inúmeras intervenções, quem sabe até mesmo cirúrgicas. Sempre era um sofrimento, pois era ela quem cuidava e presenciava os momentos de dor pelo qual ele sempre passava ao voltar para seu quarto – Mas eu vou diminuir um pouco a dosagem e colocar outro remédio para diminuir o enjoo quando você acordar. Você vai ficar melhor eu prometo.

-Obrigado.

Ele disse de forma doce já ficando meio zonzo enquanto o liquido ia adentrando sua veia e sentia os olhos pesarem. Ao contrário das outras vezes, não caiu em um sono profundo, ficou em estado de semiconsciência. Depois de um tempo percebeu algumas pessoas entrarem e o colocarem em uma maca. Pela primeira vez, mesmo que de forma tão confusa, conseguiu ver algo fora de sua gaiola. Passava por enormes corredores, com muitas pessoas a caminhar de um lado para outro. Nunca havia visto tanta gente junta, nunca tinha visto muito mais que seu quarto e sua cuidadora! Logo, com sua visão embaçada, percebia que estava em uma grande sala e que fora colocado sobre uma mesa. Aquele lugar era tão diferente de seu tão conhecido quarto.

- Parece que ele ainda está um pouco consciente. - Um homem que ajeitava o corpo do menino sobre a mesa dizia enquanto começava a prepara-lo para os procedimentos vindouros.

- Não importa, logo a nova anestesia vai fazer efeito! – Dizia gélido um rapaz relativamente jovem que se aproximava do outro lado e começava a trabalhar também lidando com alguns frascos. – Se não a aplicação do soro vai derruba-lo.

- Dizem que a aplicação desse soro com os Nano robôs é muito dolorosa, é verdade?

- E o que isso importa? Assim como as outras cobaias, duvido que essa sobreviva a essa fase das pesquisas! A maioria é descartada nessa fase. – Falava aquilo como se não se importasse nem um pouco e realmente não se importava.

- Como você consegue ser tão frio Dalton? – Dizia com um tom recriminatório o outro que se demonstrava indignado com a frieza do colega de trabalho.

-Para o avanço das pesquisas, não se pode ter compaixão.  Ele nasceu para isso! Se morrer, é porque foi um protótipo falho, se não acontecer, é porque o soro está funcionando e ele vai se tornar a matriz, o procriador perfeito que tanto estamos procurando. Sua prole não vai ser nada além de soldados perfeitos, vendidos a quem pagar mais, até que esse menino não suporte produzi-los e ser sacrificado. O destino dele é morrer, basta saber se vai ser rápido ou se ele vai gerar lucro por mais tempo até isso acontecer.

- Oras, mas esse projeto não se destinava a solução com o problema de procriação gerado pela guerra? Isso era pra ser algo benéfico, não usado em guerra como você mesmo diz. – O jovem pesquisador dizia de forma angustiada, aquilo realmente era uma novidade a ele. O que acreditava era que aquele projeto se destinava a uma solução humanitária as consequências da última guerra.

- E você acredita em contos de fadas Vincent? – o outro riu – Obviamente que a intenção desde o inicio seria produção de um ser perfeito, pra ser usado na guerra. Salvar a humanidade foi só uma desculpa!

- Isso é cruel! – O outro dizia indignado.

- Reclame com o chefe! Anda vamos logo com isso, prepare o soro e ligue a câmera. – Dizia iniciando o procedimento.- Nova Europa, 27 de janeiro de 2118, hibrido número 11, iniciando testes com o soro P-07.02. Iniciando aplicação...

Camus, sem conseguir compreender o que realmente eles discutiam, sabendo apenas se tratar dele, sentiu o soro invadir sua veia como fogo liquido. Não gritou, ou esperneou com a dor indescritível que sentiu, devido aos remédios que sua cuidadora lhe havia aplicado e que o entorpeceram de tal forma ao ponto de ele não conseguir se mover. Pouco a pouco sua consciência ia se perdendo e ele apagou por completo.

Não sabia quanto tempo havia ficado dormindo, horas, quem sabe dias. A verdade era que onde viva, ele não conhecera noção de tempo tal era o seu isolamento do mundo externo. Tentou se mover e sentiu o corpo inteiro doer como nunca e a dificuldade em manter os olhos abertos. Passou a mão pelo corpo e sentiu o curativo, uma espécie finíssima de segunda pele altamente tecnológica que implantava analgésicos no ferimento de tempos em tempos, arder com o toque. Haviam feito algum procedimento cirúrgico nele enquanto estava desacordado. Percebeu também uma serie de aparelhos ligados a seu pequeno corpo o monitorando. Desistiu de fazer qualquer outro movimento, aumentaria sua dor.

Suspirou cansado tentando não ligar par ao incomodo da dor. Era como se houvessem mexido em seu corpo inteiro, até mesmo os fios de cabelo curtíssimo pareciam arder, era como se algo nele estivesse mudando mais rápido do que realmente deveria. Observou a própria mão ao pensar nisso, tudo nele aparentemente parecia normal. A pele branca, que nunca havia sequer visto o sol não mais que algumas mínimas horas por dia, tudo estava no lugar. Porque sentir aquilo aquela mudança? 

Fitou o teto branco, tão alvo quanto as paredes de se quarto. O menino odiava aquela cor, aquela claridade fazia doer seus olhos. Mas como saber e aquilo era realmente uma sensação boa ou rui? Ele não tinha parâmetros para comparar, não sabia o que era sentir, como sentir, não sabia o que significavam as emoções.  Sua vida, desde sempre, era aquele lugar, a mesma cuidadora, as ordens que ele sempre seguia à risca, sua rotina e a dor horrenda que sentia ao acordar depois de o colocarem pra dormir e o submeterem a novos procedimentos.

E assim os anos se passaram, tempo esse que o menino não significava nada, pois nada em sua existência mudava.  Ele crescia e ao longo do tempo que se passava, exames e mais testes eram feitos, sendo agora inclusos os fiscos e mais pesados entre eles.  A aplicação dolorosa do soro havia se repetido mais algumas vezes, tão dolorosas quanto antes. Naquele momento ele corria a mais de uma hora na esteira. Já tinha por volta de seus oito anos de idade e mesmo sendo uma criança que não demonstrava sinais de que se tornaria um homem extremamente forte, aparentava que teria uma grande resistência física invejável.

- De todas as cobaias, ele foi o que demonstrou maior resistência aos testes e procedimentos? Não me parece que se tornará muito forte. – Um homem vestido em um alinhadíssimo terno negro,  de cabelos vermelhos como o fogo, perguntava ao chefe daquela pesquisa ao seu lado, enquanto observavam através do vidro o menino correr sem demonstrar estar cansado.

- Ele pode ainda ser pequeno, mas é superior em todos os testes- O homem e cabelos brancos e que aparentava mais velho que seu superior ao seu lado, falava projetando no ar, com um simples movimento de mão, alguns relatórios e vídeos de Camus durante os testes. – De todos ele foi o que melhor se adaptou ao soro. Seus órgãos têm demonstrado um desenvolvimento acima do esperado e sofrendo as mutações esperadas adequadamente. As alterações genéticas, no caso dele, foram perfeitas. Além de tudo, ele é o mais apto intelectualmente, é praticamente um gênio e de um raciocínio lógico invejável.

-E as outras cobaias? – Dizia enquanto lia os relatórios.

- Praticamente nenhuma chegou a fase e idade em que ele se encontra. Morreram no processo ou foram descartadas devido a defeitos encontrados. – Ele dizia frio como se não estimasse em nada aquelas vidas e o tratamento a elas destinado.

- Temos o hibrido perfeito então? – Dizia sem tirar os olhos dos relatórios.

- Precisaremos agradar o processo da puberdade se iniciar, para termos certeza da totalidade do sucesso nos procedimentos.

-E então teremos nosso reprodutor perfeito. – sorriu satisfeito e olhou o menino  que ainda corria-  Trabalhe com as cobaias mais novas da mesma forma que com ele. Colham amostras de tecido, fios e sangue para possíveis clonagens, quero todo tipo de material genético de ressalva. Preparem o hibrido para a transferência ao laboratório de treinamento militar, para acompanharmos sua evolução nessa fase e o seu treinamento se iniciar. A partir dele, finalmente, teremos nossa supremacia e em algumas décadas, nada mais será capaz de gerar o caos do passado. Essa tecnologia vai nos gerar muito poder e dinheiro. Coloquem o rastreador nele assim que ele descansar desse teste e puder entrar em procedimento cirúrgico para isso.

- Quando pretende transferi-lo senhor? – O outro já dizia fazendo anotações e sorrindo de um jeito altamente medonho pelo destino que aguardava o menino.

- Ao entardecer de amanhã, vocês têm até lá para tirarem as amostras.

Enquanto os dois chefes daquele projeto discutiam mais detalhes, não se derem conta de que estavam sendo observados pela cuidadora do menino. A mulher saiu dali correndo e se trancando dentro do banheiro. Sabia que perderia o seu menino, aquele a quem tanto se afeiçoou. Já esperava por isso um dia, mas sempre achou, que assim como os muitos outros de quem cuidou, ele também não vingaria. Mas seu Camus era forte e sobreviveu a todos aqueles torturantes testes, mas no seu íntimo ela sabia que ele não sobreviveria ao treinamento na zona militar, e se sobrevivesse, seu destino de progenitor, matriz, seria terrível. Não podia negar ao seu menino ter uma vida. Conhecer a liberdade

Estava decidido, tiraria o seu Camus dali e seria agora! Teria de cuidar da alimentação dele dali a algum tempo, tinha que se preparar para ajudá-lo a fugir justamente quando fosse cuidar disso para não levantar suspeitas, nem que isso custasse sua própria vida. Cuidou para que Camus tivesse uma alimentação reforçada naquele dia, separou alguns livros novos para ele e deixou um bilhete que explicava seu plano dentro do livro. O menino comia sua refeição, cansado pelo exercício forçado daquele dia, quando observou sua cuidadora o olhar com curiosidade.

- Não vai olhar o livro novo que trouxe? – Ela o inqueria com um disfarçado sorriso no rosto. O menino deixou a comida de lado, lendo o que estava escrito e arregalando os olhos para ela.

- Sério?

- Você sempre disse que queria conhecer o que via em seus livros não é mesmo?

- Mas como? – Ele a olhava curioso.

- Só seguir o que está no livro, deixe sua mente livre pequeno.

Ela disse aquilo e sorriu para ele juntando suas coisas e saindo do quarto, mas não trancou a porta, a deixou encostada. Camus pensou por um instante naquela proposta que ela havia lhe feito e suspirou cansado. Desejava ver o mundo lá fora, o que era retratado em seus livros, todas as modernidades daquele novo século, as pessoas e em principal, acabar com aquele sofrimento que eram os constantes testes, que era sua a vida.  Olhou a porta e observou seus livros. Decidido, pegou um deles, seu favorito, uma lembrança de onde veio e do único amor que sentiu durante todo aquele tempo pelas mãos de sua cuidadora, a pessoa que agora lhe salvaria e sequer sabia seu nome.

Abraçou forte o seu livro e respirou fundo saindo dali no momento indicado. Fez como a carta de sua cuidadora indicava. Arrumou a cama como se fosse dormir no horário de sempre, tudo na sua curta vida era regrado, fingiu dormir por um tempo e estão se levantou, deixando a cama como se ainda estivesse ali. Abraçou se livro e foi em direção a porta.

O corredor estava vazio devido ao horário. Ele teve medo de seguir em frente, era um grande passo, era o mudo fora daquela caixa que se tornou seu quarto. Criando coragem, ganhou o corredor temendo pela insegurança de não saber para onde ir.  Andou por um tempo com cuidado até chegar a um corredor com várias portas e ao passar por uma delas, se assustou ao ser puxado de uma vez para dentro e sua boca tapada para não gritar com o susto.

- Sou eu Camus! – O menino suspirava aliviado com a presença de sua cuidadora – Vamos, vista essas roupas. – Ela dava algumas peças a ele.

- Como e vou sair daqui? É tudo muito grande, eu to assustado! – o menino dizia com uma expressão de medo em seu rosto enquanto trocava de roupa

- Calma, se você se desesperar vai ser pior. - Ela o viu terminar de se vestir e tomou o rosto do garoto entre as mãos de forma carinhosa, fitando aqueles raros olhos vermelhos. – Eu vou te levar escondido no meio das roupas que vão para a lavanderia, você não vai se mover ou fazer barulho até eu te avisar que pode certo? – Ele fazia que sim com a cabeça. – Eu não vou deixar você sofrer, nunca mais.

Camus entrou no carrinho com as roupas e se encolheu, agarrado ao seu livro, assustado. Temia o que poderia acontecer com ele e principalmente com sua cuidadora. Tinha receio do que encontraria do lado de fora. Sentiu a movimentação começar e o som de conversas do lado de fora. Não conseguiu ter muita noção do que diziam ou o que estava acontecendo ao seu redor fora do carrinho, foram longos minutos assim, até ele sentir seu coração quase sair pela boca ao ter o tecido que lhe cobria retirado.

-Acalme-se Camus. Rápido, entre no carro e fique abaixado eu vou te cobrir com um cobertor, só se mova quando eu disser.

- Por que? Por que está me ajudando? - Inqueria com preocupação em seu olhar, mesmo jovem era muito inteligente para perceber que o que fazia era arriscado.

- Para te salvar de seu destino, para te livrar do inferno!

Ela ocultou o menino que ficou quieto, sentindo a movimentação do carro até que o mesmo parou e pode ouvir a voz de sua cuidadora falando com alguém.

- Dia longo cuidando dos pirralhos Agatha? – Camus puxou uma pequena fresta do cobertor, observando o lado de fora. Um homem alto, vestido de negro e com o mesmo brasão que Agatha usava sobre o peito estampado no dele conversava com ela. Ele se dirigia a sua cuidadora, que finalmente em anos descobrira o verdadeiro nome, de forma galante. – Soube que está de folga amanhã. Nós bem poderíamos nos ver não?

- É algo a se pensar! – Ria disfarçadamente- Mas hoje só quero pensar na minha casa e minha cama! Estou cansada, amanhã eu te ligo e marcamos um horário pode ser?

- Ótimo, eu conheci um restaurante novo que...

Ele foi interrompido quando uma mensagem holográfica surgiu emitida pelo bracelete que o soldado usava e Agatha engoliu em seco ao perceber que podiam ter sido descobertos. Camus sentiu a garganta secar e o coração disparar de medo.

 - Atenção todos os postos de vigilância – a imagem daquele que todos sabiam ser o chefe de pesquisas, dizia em tom de ordem para todos os soldados do complexo, aos quais a mensagem era transmitida. – A cobaia número 11 do Projeto Hibrido está foragida, ninguém entra ou sai do complexo sem ser revistado!

-Pois é Agatha, acho que seu descanso vai ter de esperar um pouco...

Mal ele terminou de falar isso, ela arrancou com tamanha velocidade com o caro que Camus sentiu o corpo sacolejar com a potência do arranque do veículo. A fuga desesperada se iniciava e o menino encolhido podia ouvir os vários estampidos que ele não sabia se tratarem de tiros contra o carro em fuga.

- Fique abaixado Camus – ela disse dirigindo a uma velocidade que somente carros daquela época, de tão avançada tecnologia, eram capazes de produzir – fique encolhido ou será atingido! – Em meio a aquele desespero o menino já não conseguia conter o medo. Seriam pegos e isso seria seu fim.

***


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Comentem! Bjjj


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