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História Liberté: Sangue do meu sangue - Ano Novo, Vida Nova.


Escrita por: Alexiel_LaRoux

Notas do Autor


Olá amores, mais um capítulo chegando!

Hoje as coisas esquentam, mas vou comentar mais lá nas notas finais. Gostaria de agradecer ao carinho de todos vocês, da recepção da fic e de cada um dos comentários, e principalmente obrigada a minha beta e seu trabalho maravilhoso em me aguentar.

Notas importantes para esse capitulo: ele possui cenas fortes no final, recomenda-se moderação aos que se sentem fracos a elas. É algo triste, não grotesco, mas gosto de deixar sempre o aviso.

Chega de enrola, beijinhos a todos e boa leitura.

*****

Capa: ☆log_11
Pixiv ID: 39301250
Member: たわし

Capítulo 10 - Ano Novo, Vida Nova.


Fanfic / Fanfiction Liberté: Sangue do meu sangue - Ano Novo, Vida Nova.

 

O Natal nunca mais havia sido o mesmo depois da Grande Guerra. O isolamento das pessoas, as dores vividas, acabaram tornando a festa ainda mais íntima, sem grandes comemorações, afinal os menos afortunados, que eram a maioria na região onde o casal agora vivia junto ao amigo cego, não tinham muito o que comemorar. Mas aquela noite, em um pequeno apartamento, três pessoas celebravam, pois em poucas semanas aquela família finalmente estaria completa.

Afrodite havia preparado uma ceia simples para eles, e os amigos lamentavam ele não poder estar presente ali. Para Camus e Milo era duro ter seu primeiro Natal longe dos amigos, quase irmãos, do orfanato. Dite havia sido tão gentil em se lembrar deles, e o casal naquela noite tinha de erguer as mãos aos céus e agradecer a dádiva recebida, de terem o seu filho e de encontrarem abrigo junto a um amigo sincero e gentil como Shun. Tudo parecia estar encaminhado à perfeição.

O trio já havia jantado e Shun aproveitou para se recolher antes do casal de amigos. Camus e Milo ainda estavam diante da janela do apartamento, sentados observando o céu noturno e aproveitando aquele pequeno momento de cumplicidade. Camus estava recostado no forte peitoral de Milo, e esse não se cansava de acariciar a barriga do namorado e sorrir a cada movimento feito pelo pequeno Hyoga.

- Será que ele é grandão? – Milo dizia avaliando a barriga enorme do namorado – Pelo tamanho da sua barriga esse menino parece ser enorme.

- Esse volume todo não é só dele, você sabe. – Sorriu do jeito bobo do namorado –  eu li antes de nós começarmos a fugir, que nesse período o bebê ainda ganha muito peso. Ou seja, o Hyoga ainda vai crescer, e muito, nesse um mês que falta para ele nascer.

- E quando você leu sobre isso, você também não leu sobre... – Ele deu uma mordiscada na orelha do ruivo. – Se é possível transar durante essa fase da gestação?

- Seu tarado! – Camus riu gostoso com o jeito safado do namorado e se arrepiou inteiro ao receber um beijo no pescoço. – É possível sim fazer isso em qualquer momento da gestação, até mesmo agora. Só que com essa barriga, deve ser meio complicado né?

- Eu sou gentil – riu brincando. – Às vezes eu acho que estou sonhando, sabia.

- Sonhando?

- Sim. Primeiro eu tenho você aqui do meu lado esperando um filho nosso, construindo a nossa família. – Continuou o acariciando – E depois de tudo que nós passamos, às vezes eu achava que estaríamos fadados a tragédias, e quem sabe nem chegaríamos a vencer todas elas. Por mais que eu tenha bancado o forte, eu senti medo Camus, em muitos momentos eu senti medo. Aí encontramos anjos em nossas vidas. O Shun nos ajudando, os rapazes nos encontrando, e agora esse carinho do Dite em não nos deixar passar a noite de natal em branco. Tudo parece tão perfeito que às vezes não acho que é real.

- Eu te entendo, nós sofremos demais para chegar aqui. – Ele suspirou e se moveu, ficando de frente a Milo e o olhando nos olhos. – Sabe, eu passaria por tudo de novo, se eu soubesse que acabaríamos aqui, juntos, esperando nosso filho nascer e felizes. Por mais dificuldades que tenhamos, por mais simples que seja a vida que nós temos, eu sou imensamente feliz.

- Camus... – Milo com carinho tocou o rosto do namorado que fechou os olhos.- Eu te amo.

- Eu também te amo Milo – O ruivo sorriu – e vou te amar esteja onde estiver.

Os lábios de ambos se encontraram com o amor que fazia parte somente dos dois. Delicadamente, as mãos de Camus foram subindo pelo rosto de Milo até se embrenharem pelas madeixas loiras, puxando seu amado em um beijo mais forte, mais ardente. Ambos trocavam aquela carícia com intensidade, e Camus sentiu pouco a pouco seu namorado começar a lhe puxar a bata larga que usava, expondo seu torso nu, enquanto sentia a pele clarinha e macia de seu ruivo no sabor de seu toque. Os lábios se afastaram por um tempo, mas eles ainda podiam sentir a respiração quente e ofegante um do outro, tão próximos com suas testas coladas uma a outra. Camus ainda estava de olhos fechados quando soltou um leve suspiro, e Milo soltou um gemido ao ter a coxa apertada pela mão forte do ruivo, que desceu até ali.

- No quarto Milo, o Shun pode nos pegar aqui... – deu um outro beijo demorado no namorado. – Te quero meu loiro, meu loiro lindo e tarado.

- Como o meu ruivo delicioso quiser...

Milo se levantou, e para surpresa de Camus, moveu-se de forma a passar um dos braços pelas pernas do amante e com o outro segurá-lo nas costas, enquanto o erguia para carregá-lo no colo para o quarto. A cena seria extremamente romântica, linda e excitante para ambos, se Milo não tivesse esquecido que Camus estava grávido de quase nove meses e uns 15 quilos mais pesado.

- Puta que pariu, Camus... ai Camus! – Milo soltou um leve gemidinho ficando imóvel.

- O que foi Milo? – O outro perguntava preocupado olhando o namorado de forma séria.

- A coluna... ai... travou! Você comeu foi chumbo na ceia de Natal?

Camus se livrou do namorado, ficando de pé ao seu lado e lhe dando apoio enquanto o outro fazia uma nítida expressão de dor, logo ele era encaminhado para o quarto dos dois, e com ajuda do ruivo deitava na cama devagar.

- Ai Milo, eu não queria te machucar. Mas também, quem mandou inventar de me pegar no colo, esqueceu que eu engordei com a gravidez? – Camus bronqueava com o namorado.

- Eu queria ser romântico, poxa! Ser carinhoso com você, seu pinguim gorducho. – Milo fazia um bico do tamanho do mundo e tentava se virar na cama, para ficar de costas para o namorado e fazer mais charme, mas desistia soltando um gemidinho de dor. – Que foi?

Camus o olhava sério, até que seus lábios se contorceram em um leve sorriso, antes de cair em uma gargalhada alta e raríssima de ser vista por parte dele. Milo ainda o olhou com expressão de quem não gostava, mas logo caía na gargalhada junto com o namorado. Ficaram assim, um rindo da cara do outro com aquela cena cômica até que o ar quase lhes faltasse.

- Ai, desculpa Milo, mas essa eu não vou esquecer nunca, nem te deixar esquecer. – Camus estava vermelho de tanto rir.

- Lindo! – Milo dizia com olhar apaixonado.

- O quê? – O ruivo o olhou com expressão de dúvida e curiosidade.

- Você assim, rindo de gargalhar. – Ele levou a mão ao rosto do namorado lhe acariciando na bochecha rubra. –É tão raro, principalmente nos últimos tempos, mas para mim é a visão do paraíso.

- Seu sorriso também é lindo, Milo. – O olhar de Camus brilhou apaixonado para Milo naquele instante.

- Pena que essa minha ideia doida de te carregar, não vai deixar nós brincarmos essa noite. Minha coluna doeu mesmo!

Camus apenas riu com aquilo e se levantou indo a um canto do quarto pegando o fino cobertor que usavam para dormir em dias quentes. Milo ficou olhando aquilo com ar intrigado.

- O que está fazendo, Camus? – Ele tinha uma das sobrancelhas arqueadas com real curiosidade.

- Você se machucou, não é óbvio – Ele ia tirando suas roupas e ficando apenas de cueca e cobrindo o namorado com o cobertor em seguida. – Estou arrumando a nossa cama.

- E desde quando você dorme pelado?

Camus somente deu uma risadinha como resposta e tirou a roupa íntima que ainda lhe restava. Se deitou ao lado de Milo, lhe roubando um demorado e gostoso beijo, e se posicionava melhor entre os lençóis.

- E desde quando uma coluna machucada impediu de nos darmos prazer? Nem tudo é sexo em si, meu escorpião tarado.- Disse aquilo enquanto ia se enfiando embaixo das cobertas, e Milo se viu forçado a dar espaço ao namorado entre as pernas.

- Camus! – Milo dizia surpreso e sentia o zíper da calça ser aberto. – Pelos deuses.... – Gemeu demorado e sem nem um pouco de pudor, revirando os olhos de prazer. – Uau... Camus!

Ele bateu a cabeça na cabeceira da cama quando sentiu o namorado mostrar-lhe como eles poderiam ter prazer sem o sexo em si. Naquela noite se divertiram apenas em carícias, mas durante o dia de natal, na folga de um Milo com a coluna totalmente e miraculosamente recuperada, Shun não viu os amigos saírem daquele quarto sequer para comerem!

 

******

 

Assim como na véspera do Natal, próximo a passagem de ano Afrodite veio visitar seus amigos e lhes trazer algo especial. Naquele dia, ele prometeu que depois da meia noite daria um jeito de fugir do orfanato e ir passar o início do ano novo com os amigos, depois da queima de fogos. Já bem mais tarde do que de costume, Milo chegava do trabalho com expressão de cansaço, mas nunca sem perder o sorriso ao ver seu amado ruivo. Só que dessa vez não foi com um sorriso que o amado o recebeu.

- Nossa Milo, você demorou muito – ele já bronqueava com o namorado. – Eu estava ficando preocupado!

- A loja estava lotada hoje, parecia que não ia fechar nunca! Tive de ficar fazendo hora extra, o que é bom, assim conseguimos mais dinheiro! – Milo dava um selinho no namorado.

- Ah que bom, mas você deve estar morto de cansado. Anda, vai tomar um banho enquanto eu finalizo nosso jantar. Você não vai querer perder a queima de fogos da passagem de ano, o Shun disse que ele quando enxergava achava a visão da janela da sala a mais bela de todos os apartamentos, mesmo a gente estando longe da vila.

- Ah, não vou querer perder, ainda mais com você do meu ladinho. Mas toma banho comigo, eu to com saudades e depois te ajudo com o jantar.

- Ah, Milo. – Camus revirou os olhos e sorriu – tudo bem, eu vou com você.

O loiro sorriu e ambos foram para o banheiro, Milo não queria nada demais, só compartilhar aquele doce momento com o namorado, trocar uns beijos e saber como foi o dia dele. Era a típica conversa de casal e eles não tardaram muito a estarem enrolados em toalhas, com os cabelos molhados e se arrumando novamente no quarto.

- Você mexeu nas roupinhas do Hyoga hoje, Camus? – Milo dizia vendo várias roupinhas dobradas e muito bem passadas sobre um móvel do quarto.

- Ah, sim! Eu lavei tudo e já as deixei passadas para quando ele nascer. Não sei se vou aguentar fazer daqui a mais tempo, então já deixei tudo pronto. – Ele sorria penteando os longos cabelos vermelhos – ali naquela mala está separado a roupa para quando eu voltar para casa com ele e algumas coisas minhas. Eu achei que essas roupas não iam acabar nunca. O Afrodite encheu esse menino de presentes e fez roupinhas enlouquecidamente.

- Para quem não tinha nada, agora nosso filho tem um enxoval bem rico e variado. Sinal de que ele já vai nascer com bastante sorte nessa vida, apesar de tudo que passamos no início.

- Assim espero, Milo! – Camus sorria já vestido e dando um leve selinho no namorado. – O Shun disse que vai ficar a passagem do ano no quarto dele. Para ele essa data sempre lembra os pais, e ele preferiu ficar sozinho na hora dos fogos. Você sabe, ainda é triste para ele a perda dos pais, você viu como ele ficou no natal.

- Tudo bem meu anjo, nós jantamos juntos e ficamos coladinhos na janela vendo os fogos, como fizemos no natal. – Milo sorria abraçando o namorado.

- Sem a parte da coluna travada depois de tentar me pôr no colo? – Camus fazia uma expressão sapeca com a piadinha e Milo torcia o nariz.

- Ha ha ha, engraçadinho! – Fazia um bico enorme. – Anda, vem comer, tô morto de fome!

Os dois sorriram e foram jantar. Conversaram amenidades, se divertiram como há muito não faziam, relembrando histórias da infância e peripécias de ambos no passado. Pareciam saudosistas naquele dia se lembrando daquilo, como se algo os impelisse a pensar nos momentos de felicidade do passado.

Terminaram a refeição, e como o combinado, foram se sentar próximos à janela. Milo acariciava os cabelos de seu amado, e poucos minutos antes da passagem de ano, se encontravam um de frente para o outro, depois de um demorado e carinhoso beijo.

- Há muitos anos, quando eu ainda era uma cobaia, se me perguntassem o que eu mais desejava da minha vida, eu diria que somente um livro, sabia? -  Camus falava passando a mão no rosto do amante, em uma carícia leve, sem desgrudar os olhos dele.

- Mas por que um livro, Camus? – Milo tinha a mão sobre a barriga do amado, sentindo seu filhinho estranhamento muito quietinho aquela noite.

- Porque eles eram a única conexão que eu tinha com o mundo exterior, com o que eu achava que era a vida. Mas se me perguntassem isso agora, eu diria que eu não queria nada desse mundo mais. – Ele sorriu – Simplesmente porque eu já tenho tudo que eu mais poderia desejar.

- E o que é? – Milo deu um sorriso safado, já imaginando a resposta.

- Liberdade, um filho, sangue do meu sangue, e em principal, você. Nada mais importa, tudo se conquista se eu tenho essas três coisas.

- Eu também responderia isso. O que mais quero desse mundo eu já tenho, você meu amor, aquele que me deu tudo que me é mais precioso. Te amo, nesse ano que passou e em todos que virão.

- Também te amo Milo. Você é minha vida. – Deu um selinho leve puxando o rosto do loiro para perto do seu. – Feliz ano novo, meu amor.

- Feliz ano novo Camus.

Os dois se beijaram de forma intensa, tão intensa como se fosse a última, quando os fogos começaram a estourar e as pessoas pelo mundo comemorarem aquela data de forma animada. Eles se separaram do beijo, parando para observar as luzes dos fogos, quando tudo pareceu acontecer como em um relâmpago, e como o fogo, naquele instante todas aquelas promessas se queimaram.

Um forte estrondo fez com que a porta do apartamento se escancarasse e os dois se ergueram rapidamente. Milo, protetoramente, tomou a frente de Camus, o segurando atrás de si, enquanto via vários homens em uniformes negros e máscaras entrarem pela porta principal, estavam armados. Todos os pesadelos de Camus pareciam estar se tornando realidade, assim que seus olhos se cruzaram com o brasão de espadas bordado sobre o peito do uniforme negro dos homens.

- Quem são vocês? Saiam da nossa casa agora! – Milo dizia alto enquanto os fogos estouravam, deixando o ambiente quase ensurdecedor.

- Milo eles são do... – Camus dizia sentindo seu coração acelerar e a respiração ficar mais difícil, se sentia à beira de um ataque de pânico, e procurava uma forma de fugir dali com o namorado.

- Saia de perto da Cobaia! – Um deles falou em tom de ordem a Milo – Afaste-se do Híbrido, nos entregue-o e não se machucará!

- Vocês nunca vão levar o Camus e o meu filho. Nunca! – Milo partiu para cima deles e como não tinha experiência em lutas, levou um chute forte, que o fez se arrebentar no chão com o impacto. Se levantou mais uma vez e levou uma coronhada que o deixou completamente tonto.

- Não!

Desesperado, Camus partiu para cima deles, e pelo som e distração dos fogos, nenhum dos vizinhos, nem mesmo Shun, tão perto e muito perturbado pelo barulho ensurdecedor para alguém com a audição tão sensível como ele, pôde distinguir que ali estava havendo um embate. O ruivo, com uma força extraordinária, pegou um dos agressores diretos de Milo, o arremessando com força contra uma das paredes o deixando desacordado. Vários homens partiram para cima dele em vão, não podiam machucá-lo, essa era a ordem, e acabavam levando potentes socos do ruivo e muitos ficavam desacordados. Mesmo gestando, a força de Camus era descomunal.

- Contenham a cobaia, sem ferir nem ele nem ao bebê, seus incompetentes. Andem!

Em desespero um deles gritava e Milo, nesse momento, conseguiu se erguer do chão vendo seu amado em meio àquela batalha. Ainda conseguiu socar um dos soldados que veio a sua direção, até que viu algo que o deixou em desespero. Camus levou umas das mãos ao pescoço, ao sentir uma fisgada forte ali. O ruivo sentiu o corpo amolecer, enfraquecer e arrancou o dardo que lhe fora acertado, o olhando de forma indignada.  Ainda tentou lutar contra alguns homens que tentaram segurá-lo, mas vencido pelo tranquilizante, acabou caindo semiconsciente no chão.

- Camus, não!

Milo correu na direção dele, quando sentiu um impacto forte atingir-lhe o peito, o jogando levemente para trás, e uma dor excruciante tomar conta de seu lado direito. A camisa branca do loiro começou lentamente a tingir-se de vermelho vivo. Camus, vendo que o namorado havia levado um tiro, ainda tentou gritar seu nome, que se emudeceu em sua garganta com o efeito do remédio. Caído ao chão, sua mão ainda se esticava tentando alcançar o amado. Milo ia ao chão no mesmo momento em que Camus perdia a consciência.

- O que faremos com o carinha metido a besta aqui? – Um dos soldados dizia, e quando Milo ainda em suas últimas forças tentava se arrastar até Camus, recebeu um pisão com força nas costas, o fazendo cuspir sangue pela boca.

- Deixe-o aí, nós só queremos a cobaia. Ele já está praticamente morto mesmo. Vamos, recolham o Híbrido e o mantenham sedado, levem-no para o laboratório com todo o cuidado possível, principalmente com o bebê. Não queremos que ele entre em trabalho de parto e não dê tempo para o chefe fazer seus testes nele. – Eles iam saindo arrastando Camus com eles, quando Milo gemeu baixinho e o líder deles se voltou a um dos soldados. – Seja ao menos misericordioso cara, faz o fedelho ficar desacordado e não ficar agonizando assim para morrer.

O soldado obedeceu a ordem de seu chefe e deu uma forte coronhada na nuca de Milo fazendo seus cabelos claros se tingirem ainda mais de sangue. Eles deixaram o local como se nada tivesse acontecido, enquanto Milo agonizava no chão, chamando por Camus, antes de perder de vez os sentidos.

No quarto, algum tempo depois, Shun não poderia ter ouvido absolutamente nada, afinal toda aquela ação havia sido orquestrada para acontecer durante o período de queima de fogos, assim nenhum vizinho ou outro morador da casa poderia interferir no resgate de Camus.  O jovem oriental se encontrava entristecido pelas lembranças dos tempos felizes em que viveu aquela data junto aos pais, mas não podia se deixar abater, tinha de ao menos abraçar seus novos amigos e desejar-lhes tudo de bom naquele ano que nascia, afinal, por causa deles estava vivo e não mais se sentia tão solitário. Fora um bobo em querer se isolar.

Saiu do quarto tateando um pouco a parede, conhecia aquele lugar como a palma das suas mãos, mas ainda se sentia um pouco inseguro quando andava sem auxílio, porém resolveu deixar a bengala no quarto. Estava descalço e sentia o chão frio, refrescante para o clima quente daquela noite. Ia andando pelo corredor até que sentiu um cheiro um pouco estranho puxando o ar mais profundamente.

- Milo, Camus? Que silêncio é esse, vocês estão aí? O Afrodite disse que vinha. – Ia andando pela sala. – Ai, tomara que ele consiga...

Shun cortou o que disse, quando sentiu algo viscoso no chão. Tentou dar mais um passo no intuito de se apoiar num móvel para abaixar e tentar descobrir o que era aquilo, mas o movimento o fez escorregar e cair sobre mais daquele líquido estranho. Shun levou a mão suja daquele liquido viscoso até perto do nariz e quando sentiu o cheiro do mesmo seu coração entrou em desespero. Era sangue. Tateando desesperado, ele bateu as mãos contra o corpo de Milo, e sua angústia somente aumentou quando constatou pelos cachos do cabelo que se tratava do loiro.

- Milo? Pelo amor de Deus Milo, acorda! – Ele puxava o corpo do amigo, percebendo que todo aquele sangue era vertido por ele. – Socorro, alguém me ajuda! Camus cadê você?

O jovem já vertia lágrimas desesperado. Tateou o corpo de Milo, até sentir seu pescoço e buscou ali pela pulsação do jovem como havia aprendido junto ao médico seu amigo. Sentiu o pulso de Milo muito fraco, e pela quantidade de sangue que ele deveria ter perdido, não tardaria muito em morrer ou entrar em choque. Desesperado e sem resposta de seus pedidos de ajuda, afinal naquela região, quando alguém pedia ajuda daquele jeito ninguém tinha coragem de ajudar, ao invés disso se trancafiavam ainda mais em suas residências, ele se levantou escorregando mais uma vez e caindo.

Com dificuldade, Shun conseguiu ficar de pé e tateando as paredes foi até a porta. Constatou que a mesma estava escancarada e isso o desesperou, não somente pelo estado de Milo, mas pela falta de resposta de Camus. Quando se sentiu seguro para tal, correu pelos corredores deixando um rastro de pegadas sanguinolentas sobre o carpete do corredor. Bateu nas portas gritando desesperado sem ser respondido. Pedia ajuda e chorava compulsivamente em angústia. Chegando aos degraus das escadarias, ia começar a descê-las quando tropeçou novamente em desespero, só não caiu porque foi amparado por braços fortes.

- Shun, pelo amor de Deus, você está coberto de sangue! – A voz de Afrodite se fazia desesperada e o jovem oriental o abraçou com força.

- O Camus, acho que levaram o Camus. O Milo, o Milo... Sangue, muito sangue – Ele dizia em desespero e sem conseguir dizer uma frase com coesão.

- O que aconteceu com eles Shun? Fica calmo. – Ele dizia isso, tentando conter o jovem oriental e Aiolia, que estava com o amigo, correu na direção ao apartamento, estancando na porta em desespero com a cena que viu.

- Meu Pai eterno! – Aiolia exclamou dando um passo para trás em choque. – Afrodite, por tudo de mais sagrado, ajuda aqui cara!

Ele entrou no apartamento rapidamente e Afrodite puxou Shun consigo. Dite ficou em choque ao ver aquela cena. Milo estava caído sobre uma enorme poça de seu próprio sangue. Os cabelos espalhados pelo chão tingidos pelo rubro do sangue que escorria de sua testa e no peito um ferimento que sangrava muito.

- Shun, eu preciso da sua ajuda. – Afrodite se jogava sem se importar em sujar a belíssima calça em tom claro que usava, e tentava ajudar Milo. – Você estudou com um médico por muito tempo, aprendeu primeiros socorros, diz o que eu faço. Cara parece o que o Milo tomou um tiro e está sangrando muito. – Ele dizia desesperado.

- Tente achar o lugar do sangramento e pressione a ferida, nós precisamos de ajuda urgente.

Afrodite não pensava duas vezes, tirando a camisa que usava e a pressionando sobre o ferimento de Milo. Aiolia andava de um lado para outro sem saber o que fazer.

- Aiolia, caralho, corre e vai chamar uma ambulância, se move seu leão preguiçoso!

O amigo saiu em busca de auxílio como um raio, de tão rápido. Agora só bastava rezar para que o auxílio chegasse logo e que Milo sobrevivesse.

 


Notas Finais


Pois é eu disse que a fase hard ia começar *foge das pedras*. A valeska disse que eu fui de um humor negro terrível com o título desse capitulo, acho que ela tinha razão. O período difícil desses dois agora realmente vai começar, será que nosso Miluxo se salva e o que será de Camy e seu filhotinho?

Espero que estejam gostando e gente, a muito tempo eu não faço isso, mas hoje vou fazer. Deixem comentários ne amores, eu quero ler a opinião de vocês, saber se estão gostando, é tão importante para os autores receberem o carinho de saberem que estão fazendo um bom trabalho ou não. Fantasminhas deem sinal de existência por favor!

Mil beijinhos e até semana que vem!


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