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História Liberté: Sangue do meu sangue - No limiar da sanidade


Escrita por: Alexiel_LaRoux

Notas do Autor


Amores do meu core! Desculpem o atraso, eu estou na minha pequena depressão de fim de férias e demorou um tiquinho mais que o esperado esse capitulo. Mas como sempre estamos aqui firmes e fortes.
Obrigadão a todos só comentários recebidos, os estou respondendo aos poucos, mas nunca os deixarei no vácuo. Hoje já aviso para prepararem os lencinhos por cap. Não vou enrolar muito bjjjj mil para todo mundo.

Boa Leitura!

*****

Capa de hoje:
Yukitarina

Capítulo 13 - No limiar da sanidade


Fanfic / Fanfiction Liberté: Sangue do meu sangue - No limiar da sanidade

 

Quando o nome Alexis foi envolvido junto ao jovem que havia dado entrada com um tiro no peito e que ninguém dava nada por ele mais cedo, as coisas mudaram de figura. O Jovem passou a ter prioridade em todos os atendimentos e seus pais e amigos tratados como Vips, o que deixou Kárdia extremamente irritado! Só não tirou o filho do hospital ainda, pois o mesmo teve de passar por uma cirurgia complicada, o que inviabilizava sua transferência nas próximas horas. Naquele momento, estavam no consultório do médico que atendeu seu filho.

- Bom, senhores e senhorita. Milo deu entrada no hospital com um tiro no peito e um quadro de perda de sangue extrema. Ele foi encaminhado a cirurgia e não esconderei que não tínhamos muitas esperanças quanto a seu quadro. Ao abri-lo percebemos que a bala não atingiu seu coração por pouquíssimos centímetros e ao que parece, foi isso que o salvou de seu coração praticamente explodir com o projetil.

Ele colocou um pequeno saquinho sobre a mesa e nele estava o cordão com o escorpião de ouro que Milo nunca tirava. Kárdia olhou para Dégel em choque.

- Nós demos isso para ele pouco antes dele ser sequestrado. – Dégel dizia surpreso.

- E eu consegui recupera-lo e pedi para o Dite entregar para o Milo no natal. Foi isso que salvou a vida dele? – Aiolia dizia feliz por saber que em parte ele também tinha salvo seu amigo da morte. 

- Não diria que salvou a vida dele, mas fez a bala ricochetear e mudar de curso levemente, o que fez o quadro não ser tão grave. O estado do jovem Milo ainda é instável e ele se encontra em coma induzido. A perda de sangue foi muito grande e agora só depende de ele ter forças para se recuperar.

- Ele vai ter doutor – Shun dizia segurando o braço de Afrodite. – Ele tem uma família para conhecer, amigos rezando por ele e um filho para criar. Nosso amigo é forte e vai se salvar! – Todos admiraram a força daquele que parecia mais frágil entre eles.

- É bom saber que nosso filho tem tão bons amigos Shun, obrigada, não nos esqueceremos disso nunca. – Kárdia se voltava ao médico. – Quando posso ver meu filho? Ele vai ser transferido quando?

- Posso permitir que o senhor e seu companheiro vejam seu filho por não mais que alguns minutos, entendo a ansiedade de vocês, mas não mais do que isso. Milo poderá ser transferido de manhã, mas não temos transporte adequado para ele no hospital, vocês entendem, somos muito limitados.

- Sem problemas, providenciaremos isso. – Dégel falava educadamente e se voltava aos meninos – Rapazes, acho que vocês devem ir para casa descansar, ainda estão com as roupas cheias de sangue desde que chegaram.

- E para onde eu vou? Minha casa foi praticamente destruída. – Shun dizia entristecido.

- Shun, pelo pouco que o Aiolia me contou, você também é órfão e menor de idade não é mesmo? – Amy perguntava olhando o garoto.

- Sim, meu irmão era o responsável legal por mim, mas como ele também desapareceu.

- Então você vem comigo, temos lugar no orfanato e você não pode viver sozinho na sua condição. – Ela dizia já em tom de ordem.

- Mas e minhas coisas, a casa dos meus pais? – Ele dizia angustiado. – As gangues locais com certeza vão toma-la de mim, aquele é meu lar.

- Eu cuidarei de tudo Shun, vou mandar buscarem suas coisas, assim como as de meu genro e meu filho. Pedirei que reformem sua casa e a deixem protegida, não se preocupe. – Kárdia respondia as indagações e anseios do jovem.

- Obrigada Senhor Alexis! – Shun dizia e os dois pais de Milo, assim como Amy voltavam a discutir o estado do menino, enquanto Aiolia dava um leve puxão em Dite para um canto.

- Saca que nos dormitórios dos maiores, a única vaga que temos é a do meu quarto que eu dividia com o Aiolos antes dele ir para a faculdade? – Aiolia olhava para Dite como se já armasse.

- Cinquenta pratas para trocar de quarto comigo Aiolia. – Dite era enfático.

- Cem. – Aiolia riu sacana.

- Combinado, trocamos antes que a Amy note. – Dite riu – e sem reclamar de trocar a decoração viu.  

Os dois riram e então os pais de Milo pareciam ter terminado de discutirem o que precisavam com Amy.

- Rapazes, vamos? O motorista do senhor Alexis vai nos deixar em casa. – Amy dizia e os rapazes a acompanhavam depois de se despedirem de Kárdia e Dégel que ainda ficariam mais um tempo junto ao médico.

- Podemos ver o nosso filho agora? – O ruivo inqueria.

- Claro, só precisam passar pela sala de higienização e vestir as roupas adequadas.

Eles seguiram o médico e logo se preparam. Foram a uma sala, vestiram roupas apropriadas, tratando de prenderem bem os cabelos e colocarem as máscaras. O casal se olhou buscando forças um no outro antes de entrarem. Não viam o filho a treze longos anos e não imaginavam que o veriam naquele estado.

Milo estava sobre a cama e vários aparelhos o rodeavam. Ainda estava entubado, os longos cabelos loiros soltos e um curativo grande na testa. Na abertura da camisola do hospital poderia se ver o extenso curativo da cirurgia que teve que praticamente lhe abrir o peito, um método um tanto quanto arcaico, mas uma das poucas possibilidades para o caso e recursos daquele hospital. O som irritante dos aparelhos eram a única coisa a romper o silencio do ambiente e os pais notaram que o filho ainda estava levemente pálido pela perda de sangue.

- Ele ficou igualzinho a você Kárdia! – Dégel dizia passando delicadamente a mão em uma das mechas do cabelo do filho. – Aposto que também tem seu gênio difícil, ele já tinha quando era pequeno.

- Até parece que o seu é fácil. – Ele riu abraçando o marido e observando o filho. – Eu achei que nunca mais ia vê-lo e agora ele está assim.

- Ele vai sobreviver querido. Nosso menininho é um homem, um homem muito forte. Ele vai sobreviver, pelo amor dele, pelo filho. – Dégel recostava a cabeça no ombro do amado que o abraçava por trás e ambos pegavam a mão do filho nesse momento. – Ouviu Milo, você precisa ser o pai que nós fomos impedidos de ser para você.

- E nós precisamos de você para lutar e recuperar o nosso neto, e seu companheiro. Nós queremos ver você feliz e não vamos ficar quietos enquanto não vermos o Camus e o filho de vocês ao seu lado.

- Nos juramos que vamos ajuda-lo filho.

 

 

A transferência ocorreu como o esperado e Milo fora internado em um dos melhores hospitais da Capital, com os recursos mais modernos possíveis. Kárdia e Dégel jamais economizariam na saúde do filho e a ansiedade naquelas duas semanas em que ele de forma alguma parecia demonstrar melhoras era irritante. Com o diagnóstico dos novos médicos, chegou-se à conclusão que a recuperação difícil do garoto se dava por dois motivos importantes, o primeiro a grande perda de sangue com o ferimento e o segundo pela demora no atendimento.

Mas não fora por causa da demora em Shun encontrar Milo ferido, foi a demora com que o hospital havia lhe atendido. Primeiro o socorro que demorou muito a chegar para transportá-lo e segundo o tempo que se passou até se dignarem a dar atenção a um jovem baleado, vindo de uma região onde isso nunca acontecia se não por merecer. A velha e ainda tão presente em tempos avançados, prioridade julgando quem era digno ou não.

Na cama, Milo parecia simplesmente dormir, mesmo que rodeado da mais alta tecnologia de monitoramento de seus sinais. Kárdia, que não saia da cabeceira do filho, revessando de tempos em tempos com o marido, acabou dormindo em uma das confortáveis poltronas do quarto de luxo onde o filho fora internado, Dégel também passava muito tempo ali, mas estava às voltas com papelada do processo que se iniciaria para reaver Camus e exigir que fossem liberadas informações sobre o rapaz, por isso naquele momento deixara o filho aos cuidados de seu outro pai. Os olhos de Milo moviam-se, ainda fechados, e isso indicava que mesmo desacordado a atividade de seu cérebro se tornara intensa naquele momento em que sua mente começava a lhe pregar peças.

 

Se viu em um longo corredor com várias portas e uma grande janela de vidro liso que dava para uma sala ao fim do mesmo. Tudo era impecavelmente branco, assim como as vestes que ele usava. Branco e gelado, o que ele podia sentir pelos seus pés descalços a tocar o chão. Deu não mais que dois passos à frente, não sabia para onde ir, até que um grito forte de dor, um grito de alguém que ele conhecia muito bem, fez seu coração apertar e ele saber exatamente em que direção seguir. Correu desesperadamente por aquele corredor até chegar a janela de vidro e ver algo que o desesperou.

Ele gritava sentindo muita dor enquanto era colocado na mesa cirúrgica, Milo via no rosto de seu amado, nos cabelos vermelhos grudados em sua testa, que as contrações castigavam seu companheiro de maneira sem igual, até um grupo de médicos o rodear e o anestesiar dando início ao procedimento. Nesse instante a cabeça de Camus se moveu para o lado e parecia que ele o via ali, através do vidro.

Os olhos de Milo e de Camus se encontravam e como em todas as outras vezes, transmitiam o amor que sentiam um pelo outro. O ruivo suspirou cansado, seus olhos tinham olheiras profundas e ele uma expressão de completa exaustão e fraqueza. Enquanto os médicos pareciam somente ligar para o bebe, os lábios do ruivo se moveram em um único “ eu te amo”. O vermelho daquele olhar começou a perder a vida e os aparelhos que monitoravam os seus batimentos a disparar de uma vez e Camus estendeu o braço na direção de Milo como se quisesse alcança-lo.

Os lábios do ruivo, sempre tão vivos, foram perdendo a cor, o brilho de seus olhos morrendo, ninguém parecia perceber, ou queria, que todos os aparelhos indicavam que o jovem pai estava morrendo, só queriam saber do bebê. Milo em desespero, batia forte contra o vidro, gritando em angustia e uma dor inimaginável, urrava desesperado em dor. Milo não era ouvido, ele sequer era notado ali.

A mão de Camus, que tentava alcançar seu amado, perdeu sua força, amolecendo enquanto o corpo do ruivo perdia a vida e o aparelho que monitorava seu coração indicava isso. Mas para Milo, ele não era necessário, sua alma sabia que naquele olhar morto, que perdera o brilho e não desgrudava de seus olhos, metade de sua alma havia partido. E os médicos continuavam a dar atenção apenas para o bebê.

Da barriga aberta de Camus, um pequeno ser era retirado e nenhum choro foi ouvido. Os médicos desenrolaram o cordão umbilical, que lhe dava voltas no pescoço, e o levaram dali. Milo deixou seu corpo escorregar pela parede e ele caia ao chão sem nenhuma foça, segurando a dor e a angustia daquele momento. Sentia que ia explodir que seu peito ia se arrebentar de tanta dor.  Ali no chão, ele viu uma das muitas portas se abrir e alguém com um pequeno embrulho de tecidos vir em sua direção.

Ele colocou o pequeno pacote nos braços de Milo, que o olhou com olhos cheios de lagrimas e confuso, até que o homem desapareceu. Teve medo de olhar o que era aquilo, mas moveu sua mão e retirou o tecido que lhe cobria, vendo o pequeno ser em seus braços. A pele clarinha, recém limpa, os olhinhos fechados e a ausência de respiração. Milo abraçou o corpo morto de seu filho, a união dele e de Camus, e gritou, gritou desesperando enquanto sentia seu coração explodir.

 

 

O som alto do aparelho acordou Kárdia em um susto e uma equipe enorme parecia entrar de uma vez no quarto do garoto, correndo em sua direção. Um assustado pai, era afastado para um dos cantos do quarto, enquanto ouvia os médicos darem ordens rápidas e tentarem reanimar ao seu filho. Dégel chegava nesse exato momento e estancava na porta em choque com o cenário que encontrava. Quando o olhar dos dois se encontraram, Kárdia já tinha lágrimas nos olhos e pela segunda vez Dégel viu o marido chorar desde que se casaram.

- O nosso menino... – o loiro sentiu-se ser abraçado pelo esposo com força.

- Ele vai aguentar, eles vão traze-lo de volta, ele tem que viver!

 

 

- Fafner isso é loucura, você não pode fazer esse teste com ele! – Surtr vinha falando enquanto, literalmente, perseguia Fafner que não desgrudava os olhos de seus arquivos.

- E correr o risco de ele fugir novamente, de perdermos nossa melhor cobaia? Já disse esse seu sentimentalismo me enoja Surtr.

- Não é sentimentalismo Fafner! Você pode pôr o bebê em risco! Se ele sofre um aborto, nós colocamos nosso projeto todo em risco e podemos perde-lo. – Ele puxava o outro pesquisador pelo braço, fazendo-o parar e encara-lo. – Todas as cobaias em quem você usou o soro de controle acabaram sucumbindo!

- Elas acabaram sucumbindo ou você fez eutanásia nelas Surtr? – Ele sussurrava entre dentes. Saboreou a expressão de pânico do outro. – Acha mesmo que não sei que anda aliviando o sofrimento de algumas das minhas cobaias? Que tem bancado o Anjo da Morte. É bom ficar calado Surtr, você não é um santo e eu vou adorar contar isso a nosso chefe e te pôr para correr daqui, igual o filhinho dele correu no início do projeto Hibrido.

- Faça o que quiser Surtr, mas saiba que se ele morrer a culpa é unicamente sua!

Ele saia bufando em ódio e Fafner somente sorria vitorioso se direcionando até o quarto de Camus e entrando acompanhando de três dos enfermeiros. O ruivo estava sentado sobre a cama, encolhido, e sequer moveu os olhos para a entrada deles, estava com os olhos vermelhos de lágrimas.

- Vamos, tragam-no, temos que fazer testes no Hibrido.

Fafner dava a ordem e no momento que os enfermeiros tentavam se aproximar, Camus resistiu, derrubando um deles longe e se debatendo ao tentar ser pego. Com dificuldades um dos homens lhe aplicou um choque mais forte que o fez amolecer o corpo e ser seguro pelo outro enfermeiro. Fafner se aproximou aplicando uma injeção no pescoço do ruivo, que sentiu o mundo começar a girar com aquilo. Alguns segundos se passaram e os enfermeiros soltaram Camus que não se moveu, nem reagiu. Seu olhar parecia estar completamente perdido. A droga havia feito efeito.

- Hibrido, está me ouvindo? – Fafner dizia se aproximando.

- Sim doutor... – a voz do ruivo saiu automática, mecânica, sem emoção alguma.

- Faremos uma seção de testes e colheremos algumas amostras agora, oferecera resistência?

- Não senhor, farei o que me incumbir.

- Ótimo, a droga funcionou perfeitamente, mantenham a aplicação da mesma em doses mínimas sempre que precisarmos lidar com ele. Evitem o uso completo até o bebê nascer para não influenciar o resultado dos testes. – Ele dizia com um brilho de satisfação nos olhos. – Venha Hibrido, começaremos a bateria de testes do dia.

Escoltado pelos enfermeiros Camus, caminhou como um boneco de marionete sobre as ordens do pesquisador. Já era final da tarde quando ele foi guiado novamente ao seu quarto.

Camus passou o dia entre testes de resistência, tendo de nadar por horas a fio e testar sua capacidade de mante-se submerso por mais tempo que o normal. Testes avaliaram sua inteligência e capacidade de raciocínio lógico, além de amostras e mais amostras de tecidos, cabelos e etc, que lhe foram retiradas, assim como exames relacionados a sua gravidez. Fora deixado em sua cama exausto e sentindo dor no baixo ventre devido ao esforço em excesso para um avançado estágio de gravidez.

Deixado sozinho, sentia sua mente como se estivesse vazia. Não conseguia pensar em nada, se lembrar de muita coisa, só sentia um vazio interno tão grande, como se algo lhe faltasse. Dormiu por algumas horas e acordou com o som da porta se abrindo e ao abrir os olhos assustou-se brevemente com a imagem que viu a sua frente. Diante de seus olhos, arrumando uma pilha de livros ele a viu, os mesmos cabelos negros presos, a pele alva e o uniforme impecável.

- Agatha? – Ele perguntava se sentando e sentindo a cabeça girar e o corpo inteiro doer.

- Finalmente você acordou, meu menino, eu trouxe livros novos. Você está enorme Camus, mas não perde o habito de ler como um louco não é mesmo. - Ela dizia sorridente como sempre, era com ele.

- Mas eu te vi morrer Agatha... – Camus sentia-se confuso. – Nós fugimos, eu fui para o orfanato depois do nosso acidente.

- Deus me livre disso menino, estou viva e bem vivinha aqui. – Ela ria e continuava a arrumar as coisas dele. – E que história é essa de fugir, eu estou cuidado de você aqui desde sempre, desde que você tinha cinco aninhos. Acho que os testes de hoje te deixaram meio confuso meu menino. Nós nunca saímos desse laboratório Camus, nunca.

- Mas e o Milo, o nosso namoro, o nosso filho. – Ele olhava para o chão desolado e confuso.

- Está falando daquele personagem do livro que eu te dei? O loirinho de cabelos longos cacheados que era cheio de coragem e aprontava todas com os amigos no orfanato onde vivia? Menino, eu te dei esse livro quando você tinha dez anos e ainda se lembra disso! – Ela ria e ia até ele lhe dando um beijo na testa – você está sonhando outra vez e os remédios te fazendo misturar tudo de novo.

- Mas, Agatha, eu lembro, eu não posso ter alucinado. – Ele se sentia perturbadoramente confuso.

- Mas sonhou Camus. É melhor você descansar, quando os efeitos dos testes de hoje passarem você vai se sentir melhor e esquecer isso. – Ela ia saindo do quarto e Camus se deitava na cama. – Até mais meu pequeno!

Camus levou a mão a cabeça confuso, sua mente parecia lhe pregar peças. Se lembrava de Milo, se lembrava do primeiro beijo, da primeira vez dos dois, as cenas vinham a sua mente, mas pareciam tão distantes. Ele teria criado aquilo tudo, aquela vida fora das paredes brancas de seu quarto? Realmente nunca havia saído daquele laboratório? Puxou os cabelos para trás e foi quando algo pareceu lhe puxar de uma vez para a realidade.

- Hyoga?

O bebê se mexeu em sua barriga de maneira forte e fez o pai o sentir muito bem. Camus levou as mãos ao ventre volumoso e sentiu o menino se movendo mais uma vez dentro dele. Tinha uma criança ali, ele estava gerando um filho e aquele filho era o resultado da união de seu corpo ao de seu amado Milo. Não tinha como aquilo ser mentira, não tinha como aquela criança não ser deles. Ele estava alucinando, estava enlouquecendo e era aquele pequeno bebê que o trazia novamente a realidade.

- Eu não posso enlouquecer meu filho, você é real, seu pai é real e você e o nosso fruto. Eu não posso enlouquecer, não posso!

 

 

-Aí Dite, será que nós vamos conseguir ver o Milo hoje? - Shun dizia apertando firme o ombro do namorado, enquanto caminhava levemente mais atrás do loiro que o guiava.

- Eu acredito que sim, os médicos estavam com esperança dele acordar nos próximos dias, mas se não pudermos, por mais que eu sinta muito, posso aproveitar que viemos para a Capital e te namorar um pouquinho em paz em um parque local que o irmão do Aiolia disse ser lindo.

- Nossa, então isso é mais que uma visita ao nosso amigo? – Shun perguntava e sentiu seu corpo ser puxado pelo namorado que o levou para um cantinho discreto do jardim que dava para a entrada do hospital.

- Não, isso é prioritariamente uma visita ao nosso amigo, mas se eu posso aproveitar, eu vou aproveitar.

Ele riu dando um longo e carinhoso beijo no namorado e depois pegando sua mão e o guiando para dentro do hospital quando já estavam recompostos. Receberam autorização para entrar e ao chegarem no andar onde o amigo se encontrava viram Kárdia e Dégel preocupados conversando. Devagar e com muito respeito eles foram se aproximando.

- Senhores, – Dite dizia com calma – vocês estão com uma expressão tão preocupada. Aconteceu algo com o Milo?

- Ah Afrodite. – Kárdia suspirava – O Milo acabou de ter uma parada cardíaca, os médicos estão lá dentro e não nos deram notícias até agora. Eles vão reavaliar o caso e nos dar um diagnóstico em breve. Mas essa demora está me matando!

- Ele... ele vai ficar bem, não vai? – Shun dizia apertando firme a mão do namorado.

- Não sabemos Shun. – Dégel respondia desolado. – Agora nós só podemos rezar e esperar.



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