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História Liberté: Sangue do meu sangue - Reencontrando o passado


Escrita por: Alexiel_LaRoux

Notas do Autor


Atrasada, avariada do meu bracinho (de novo) mas cheguei!

Obrigada pelo carinho de todos, os comentários lindos e tudo mais. No capitulo de hoje, acho que os tiros maneiraram um pouquinho, espero mesmo que gostem!

Bjjj mil, não esqueçam de comentar e boa leitura!


Capa:
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Member: 高良

Capítulo 16 - Reencontrando o passado


Fanfic / Fanfiction Liberté: Sangue do meu sangue - Reencontrando o passado

A casa de seus pais era de deixar qualquer um abismado. Ali cabiam quase que três áreas do orfanato onde cresceu, e o jardim era um caso à parte. Mas aquilo não encheu os olhos de Milo, que sempre sonhou com conforto e o fim do período das vacas magras. Queria aquilo tendo alguém com quem compartilhar, e esse alguém e o fruto deles não estava ao seu lado. Conheceu um pouco da casa e se negou a ficar em repouso em seu quarto, queria e necessitava de ar. Caminhando pelo local, sua memória pareceu fazê-lo se lembrar de um canto especial e guiá-lo até ele.

 

Andando pelo jardim, Milo chegou a uma área que por muito tempo povoou seus sonhos, e agora se mostrava real diante de seus olhos, de forma mais clara. Grandes árvores se faziam belas ali e a brisa era deliciosa. Em um dos cantos daquele pedaço do jardim uma grande casinha estava construída na árvore, de onde também pendia um balanço feito de cordas e madeira. Milo lembrou-se daquele lugar de seus sonhos e sorriu indo para lá.

Sentou no balanço sentindo o leve mover do mesmo e aquilo lhe causou um sentimento nostálgico. A brisa gostosa batia em seu rosto, e era como se ele se visse ali, pequeno, escalando aquela árvore para chegar à casinha, seus pais o procurando enquanto ele brincava de esconder em meio às macieiras do pomar. Mesmo que as memórias lhe fossem tão vagas, Milo sabia que naquela casa ele havia sido feliz. Era uma doce sensação de volta ao lar. Recostou a cabeça levemente na corda e fechou os olhos, suspirando um pouco.

- Esse mocinho deveria estar descansando, não? – Milo levou um leve susto, olhando para trás e se deparando com o sorriso de seu pai Kárdia.

- Me senti impelido a vir para cá. Não quero ficar enfiado em um quarto. E eu queria pensar um pouco também, pai.

- Eu também não gosto muito de ficar trancado em casa. – Ele se aproximava, ainda estava de terno, mas a gravata já havia sido arrancada há muito. – Chega pra lá, deixa eu sentar aí com você, já que você não cabe mais no meu colo como antes! – Os dois riram.

- Sabe pai, eu sonhava com esse lugar. Nunca imaginei que ele era real. Sonhava comigo aqui, sentado no seu colo.

- Esse era o seu lugar favorito na casa. – Kárdia ria – nós compramos essa casa pouco depois que você nasceu.  Você passava a tarde quase inteira brincando nesse balanço, aí mandei construírem a casinha na árvore e nós três dormimos muitas vezes lá dentro, vendo as estrelas e comendo as maçãs fresquinhas das macieiras do jardim. – Ele apertou a mão do filho – E se tudo der certo, e vai dar, em breve vai ser o seu filho correndo e brincando por aqui.

- Ah pai, assim espero. – Eles ficaram calados por algum tempo. – Pai, como foi que... que me levaram? Eu li algumas coisas na internet, mas queria saber do senhor.

- Foram os piores momentos da minha vida, filho. – Kárdia suspirou lembrando disso – Nós tínhamos feito uma festa linda de aniversário para você. Nunca tinha te visto tão feliz como nesse dia, a casa cheia, tínhamos passado semanas preparando tudo, e você brincou tanto que capotou à noite, de tão cansado. Foi no seu aniversário que te demos o pingente de escorpião, um símbolo antigo da minha família, aquele que te salvou de morrer por causa do tiro. No dia seguinte à festa, nós tínhamos um compromisso, uma pequena viagem de não mais que um dia. Saímos e te deixamos com sua babá, e como ela fazia todos os dias, te levou de manhãzinha para passear em um parque aqui próximo. Enquanto vocês voltavam para casa, foram interceptados. Ela apanhou muito tentando não deixar que te levassem, mas infelizmente, acabaram te tirando de nós e ninguém nunca entrou em contato.

- Então não foi um sequestro comum, pai? – Milo perguntava curioso.

- Não. Inicialmente esperamos por um pedido de resgate, mas esse nunca veio. O tempo foi passando e nada de notícias suas. Poucos meses depois o corpo de um menino foi encontrado, e achávamos que seria você. Quando eu recebi a notícia, quase não suportei, passei muito mal e acabei enfartando. Seu pai quase enlouqueceu, achando que além de te perder, também me perderia. Depois de alguns exames de reconhecimento, descobrimos que o menino não era você. Eu demorei a me recuperar, mas quando isso aconteceu, chegamos à conclusão de que, quem tinha te roubado, era alguém querendo algum tipo de retaliação. Na minha carreira inteira eu mexi com muita gente perigosa, busquei punição para muitos. Então, filho, inimigos nunca nos faltaram para tentarmos supor quem havia feito isso e investigar.

- E vocês nunca desistiram de mim?

- Jamais, quer ver?

Kárdia se levantou e pegou a mão do filho, o puxando para dentro de casa. Ele passou pela enorme sala e subiu as escadas até o corredor dos quartos. Milo ainda não tinha tido a chance de explorar o segundo andar da casa. Em dado instante, Kárdia parou diante de uma porta, onde um quadro com um bichinho de pelúcia tinha o nome de Milo todo trabalhado.

- Esse quarto é seu, filho.

Ele abriu a porta e Milo entrou, ficando abismado com a cena. O quartinho era todo pintado em azul e branco. A cama infantil, os móveis, todos muito bonitos e bem cuidados, assim como vários brinquedos em um canto próximos a um baú e estantes cheias de livrinhos infantis. Era um lindo quarto de menino.

- Nós o mantivemos do mesmo jeitinho que você deixou, esperando pelo dia que você ia voltar e usufruir dele. Suas roupinhas ainda estão no armário. – Ele pegava um dos ursinhos e ficava olhando para ele – Sempre que eu sentia saudades de você, eu ficava aqui, lembrando do seu riso, das nossas brincadeiras. De quando desmontamos o berço porque você dizia que já era um “hominho” e queria uma cama.

- Vocês nunca desistiram de mim... – Milo se via emocionado com o quanto era amado e pelo que foi privado de ter.

- Assim como você não vai desistir de seu filho, não desistiríamos de você, meu pequeno. Nós sofremos muito. Sabe, seu pai nunca chora, e eu não estou exagerando. Dégel é uma verdadeira pedra de gelo e eu ralei muito para conquistar o fogo oculto naquele coração de iceberg. Mas às vezes, principalmente nos quatorze aniversários seus que perdemos, ele vinha para cá escondido e passava a noite inteira chorando sua falta.

- Sabe, pai – Milo olhou o pai com carinho – Sempre que eu fazia aniversário, a Amy tinha o hábito de fazer um bolo para todos os meninos que faziam aniversário durante o mês e cantar parabéns para a gente. Eu sempre pedia quando apagava a minha velinha, que minha família não tivesse me abandonado, que um dia eu descobrisse que todos estavam errados e vocês me encontrariam.

- E nós nunca te abandonamos, filho, nunca! Só que agora eu acho que nós guardamos esse quartinho desse jeito para você, mas não vai ser você quem vai usá-lo. Afinal, como dizia quando era criança, já é um homenzinho.

- Não? Esse quarto então não é mais meu? – Milo não entendia.

- Por enquanto ele é seu, mas quero que você o redecore, arrume e compre tudo novinho, para você dar esse quarto para o seu filho. Chega de lágrimas, chega de tristeza. Eu quero que essas paredes agora sejam testemunhas das risadas do meu neto. – Ele riu – Chame seus amigos e não economizem. Preparem tudo, porque em breve será o pequeno Hyoga o dono desse quarto.  

****

 

Algumas semanas depois, os amigos estavam reunidos na casa dos Alexis para ajudar Milo com a redecoração do quarto do pequeno Hyoga. Milo e Afrodite vinham com caixas abarrotadas de coisas para o novo quarto. Shun desempacotava algumas outras com cuidado, já que não tinha como ajudar muito além disso, e Aiolia, como um bom gato preguiçoso, estava jogado em uma das poltronas com uma espécie de tablet moderníssimo de Milo, se divertindo na internet, quando levou um belo safanão do amigo.

- Ei preguiçoso, você veio pra ajudar!

- Ai Milo, eu tô cansado! Você também tinha que trazer o shopping inteiro pra esse quarto? Já não estava prontinho?

- Era o quarto de um menino de três anos, Aiolia. – Shun dizia terminando sua parte, e recebendo um carinhoso beijinho de Afrodite na bochecha. – Tudo para um bebê é diferente!

- O meu lindinho está certo, tudo é diferente, a começar pelo berço que precisa ser montado. – Afrodite arrancava o tablet da mão de Aiolia e se jogava sentado, encostado em Shun. – E a primeira coisa a ser montada é ele, podem começar.

- E você não vai ajudar não, folgado? – Milo dizia rindo.

- E estragar as minhas unhas que fiz hoje de manhã? Jamais! – Afrodite ria e Shun só balançava a cabeça sem acreditar no namorado - Eu sou o decorador, montador de móveis é trabalho para bofes fortões e gatos como vocês.

- Deixa Milo, ele faz isso porque não dá conta desse tipo de coisa, não sabe, saca? - Aiolia tentava provocar.

- E não sei mesmo, bom trabalho para vocês aí. – Ele ria, começando a ler na internet.

- Rapazes, eu juro que se eu pudesse, ajudava vocês. – Shun dizia de forma fofa.

- Nós entendemos Shun, você é o único que tem justificativa aqui, sabe? – Milo dizia rindo de Afrodite, que lhe deu língua.

- Agora eu é que pergunto, teus pais têm dinheiro pra caramba, podem contratar o melhor decorador do mundo para fazer o quartinho mais bonito que o de um príncipe, e tu quer fazer todo o trabalho pesado, Milo? – Aiolia perguntava.

- Por que ele quer que o filho dele sinta que tudo o que ele fez foi com carinho para ele, Aiolia. – Shun dizia e Milo desempacotava o berço – É coisa de pai de primeira viagem, Milo quer dar todo amor ao filho.

- Além de distrair um pouco a minha cabeça de pensamentos ruins. Quero pensar no meu menininho aqui nesse berço dormindo e feliz, enquanto eu e Camus o babamos! – Milo dizia com um leve tom entristecido.

- Então vamos, que o trabalho é longo.

Aiolia se animava e eles começavam o árduo trabalho de montar aquele berço, levando uma verdadeira surra e arrancando risadas, xingamentos e piadinhas dos amigos. Em dado momento, Dite pareceu ficar mais sério ao ler, enquanto os amigos desmontavam pela décima vez a grade do berço que erraram novamente.

- Puta que pariu! – Afrodite xingava com raiva.

- Que foi, Dite? – Shun perguntou surpreso, era difícil ver o namorado xingando assim.

- Milo, parece que sua avó deu uma declaração sobre o caso do Camus e sobre você! – Dite dizia ainda lendo.

- Como é que é? – Milo perguntava e todos os amigos estavam curiosos.

- Isso mesmo, eu vou mostrar, peraí. Sai da frente, Aiolia. – Afrodite fez um simples gesto sobre a tela do tablet, e esse projetou na parede o que era retratado em sua tela finíssima.

- O que está escrito? – Shun dizia angustiado, curioso por não poder ver como os outros.

-  Em resumo, eles falam sobre a vida de Milo, sobre o sequestro, quem são os pais dele e como o caso repercutiu, tudo que a gente já está cansado de ouvir. Aí chegam ao que Milo disse.

“Milo Alexis mal reencontra sua família e já mostra a que veio e que não nega o sangue quente do pai senador, que é conhecido pelos colegas como O Escorpião, - Dite lia a matéria na íntegra - pois o veneno que destila quando deseja alcançar seus objetivos é verdadeiramente mortal. Com revelações chocantes, o jovem acusa as empresas de seu falecido avô, pai de Dégel Alexis, de serem os responsáveis pelo atentado em que foi baleado e sequestraram seu namorado e amigo de infância.

O jovem afirma que seu companheiro fazia parte do grupo de cobaias humanas utilizadas nos projetos do laboratório do avô. O rapaz conseguiu fugir das instalações, crescendo ao seu lado no orfanato onde foi criado. Futuramente descobriram que o cunho das pesquisas e experiências feitas ao garoto criaram a possibilidade do mesmo engravidar, e este esperava um filho seu.

Procurada para prestar esclarecimentos sobre as acusações do neto, a presidente da BioTech Corp, Amelie La Roux, declarou que, abre aspas. – Dite enfatizava essa parte da leitura, mas já percebia Milo ficando vermelho de ódio.  –“Todas essas acusações não passam de delírios da mente desvairada de um louco, influenciado pelo ódio daquele que, infelizmente, é meu filho. Dégel sempre foi um desestruturado que odiou a família e não se conforma por termos lhe  virado as costas. Nossos laboratórios são concorrência direta às pesquisas empreendidas pelo meu ex-filho, sendo o mesmo capaz de qualquer golpe baixo para atacar-nos.”

Inquirida sobre a situação da cobaia a que Milo nomeia “Camus”, a presidente respondeu:

 “Todas as cobaias utilizadas dentro de nossa instituição têm seu monitoramento e acompanhamento de acordo com as normas que regem a lei que autoriza o seu uso em pesquisas. Todo nosso trabalho segue uma política humanitária que prevê a minimização do sofrimento das mesmas. Não existem registros de cobaias fugitivas de nossos laboratórios, muito menos de uma ação orquestrada pelos nossos seguranças para o resgate de alguma delas durante o ano novo. Nós sequer temos pesquisas relacionadas a uma possível produção de gravidez masculina. Como disse anteriormente, isso não passa de delírio de uma mente psicótica como a de meu ex-filho. Se eles têm alguma prova sobre o que dizem, espero que nos mostrem perante a justiça.”

A presidente negou-se a dar maiores esclarecimentos sobre o assunto, deixando a cargo da assessoria de imprensa da BioTech Corp qualquer outra informação sobre o caso. Seria realmente essa mais uma das muitas brigas entre a família Alexis e o império da BioTech Corp? A existência do jovem Camus é real e sua gravidez possível? E se sim, esse filho seria realmente de Milo Alexis ou uma possível armadilha com o intuito de pôr fim à Lei das Cobaias? Mais notícias no especial para a TV sobre o caso, que vai ao ar na noite de amanhã...”

Os amigos olharam para Milo no momento em que Afrodite acabou de ler aquilo, e o loiro só não estava mais vermelho porque não tinha como. Ele sentia tanto ódio que queria pegar a cara daquela velha e arrastar no chão.

- Que família essa do seu pai, hein, Milo? – Aiolia comentava e levava um tapa na cabeça de Afrodite, já que Shun queria ter feito aquilo, mas devido à sua condição não acertaria.

- Eu vou mostrar para aquela velha infeliz quem é o louco, quando eu por minhas mãos no pescoço dela e... – Milo bufava de ódio.

- Milo, ficar desse jeito não vai adiantar nada. Ela quer negar a existência de Camus, nós estamos aqui como testemunhas e a Amy vai estar lá para depor se preciso, isso é jogo dessa velha.

- É isso mesmo, Milo – Shun completava o que Dite dizia – A melhor forma de se defender desse  tipo de pessoa é o ataque. Eles vão querer desacreditar você e seu pai, e vão usar de tudo para isso. Milo, compreenda uma coisa meu amigo, isso é guerra entre tubarões, gente grande e poderosa. A imagem de muitos vai sair manchada, mas tenha certeza que no final quem vai vencer é você.

- É isso aí que o ceguinho disse – Aiolia levou um chutão de Dite – Aiiii, tá bom, eu paro com o apelido. - Shun riu – Se exaltar vai ser pior, deixa isso na mão dos seus pais. Eles vão resolver tudo com calma, eles sabem lutar com esse tipo de gente.

- Eu me sinto um inútil, um inútil! – Milo bufava, se jogando sentado no chão.

 - Mas não é Milo, você só tem de saber usar as armas que o destino te deu e ter paciência, nada acontece por acaso e você tem a gente aqui com você. – Dite dizia solidário.

- Isso aí, agora vamos terminar esse berço para poder comer, que eu já to morrendo de fome e nessa casa de rico a comida deve ser muito é da boa!

- AIOLIA! – Os meninos riram e voltaram ao trabalho.

 

****

 

Camus havia perdido a noção do tempo que estava dentro daquele laboratório, mas agora cuidando de seu filho todo seu sofrimento parecia ter sido amenizado. Assim como prometido, nenhuma droga lhe foi aplicada nos últimos dois meses e Camus colaborava com os testes. Por mais dolorosos que os mesmos fossem, ele sempre pensava em seu filho e no desejo de estar com ele.

Durante aquele dia ele foi testado quase que em toda a manhã, tendo parado apenas para se alimentar e alimentar seu filho, voltando à bateria de testes durante a tarde. Aquilo era desumanamente exaustivo. Sua força havia sido testada, dobrou barras de aço puro, entrou em combate contra criaturas robóticas de inteligência artificial (criadas apenas para esse propósito) e por fim foram avaliadas suas reações à situações de perigo extremo. Camus havia sido trancado, preso em um tanque com água, e deveria mostrar quanto tempo resistiria à submersão, e se conseguiria arrebentar as paredes reforçadas ao seu redor. Somente a imagem de seu filho sozinho, caso sucumbisse, foi o que lhe deu forças para resistir e vencer aquele desafio. Ao final estava esgotado. Sua rotina nos últimos tempos era tão cansativa, que até mesmo seu corpo já havia se recuperado do peso ganho na gravidez.

Retornou para seu quarto depois daqueles testes, dispensou ficar em repouso, pedindo para voltar logo. Ainda tinha os cabelos molhados quando, guiado por guardas, chegou ao seu “cativeiro”. A primeira coisa que fez foi correr na direção de seu filho no berço, e para seu estado completo de pânico, não o encontrou ali.

Entrou no mais puro desespero, virou-se tentando falar com os guardas, mas esses já haviam fechado a porta. Correu até a parede de vidro esmurrando e perguntando pelo menino, sem obter respostas. Já caía ao chão em lágrimas desesperadas. Abraçou as próprias pernas, se culpando por ter de obedecer e deixar o filhinho ali, sem saber o que fariam a ele. Foi nesse momento que ele notou a porta se abrir e correu para lá em aflição. Uma enfermeira entrava com o pequeno Hyoga nos braços.

- Me dá meu filho! – Ele tomava o menininho, que sorriu ao ver o pai, dos braços dela. – O que vocês fizeram com ele?

- Isso não lhe diz respeito. – A mulher dizia de forma fria, como se Camus não fosse absolutamente nada. – Renovei o estoque de fraldas e levei as roupas sujas do bebê, substituindo por outras. Caso ele necessite de algo, avise no espelho.

Camus sequer ligava para o que a mulher dizia, seu rosto ainda estava molhado das lágrimas do medo de perder o filho. Observou o pequeno deitado sobre a cama e instintivamente lhe tirou o casaquinho, observando cada mínimo pedacinho do menino. Notou marcas de agulha na pele alva e alguns hematomas causados por elas. Haviam feito testes no pequeno em sua ausência e isso só fez o coração do ruivo doer mais ainda. Camus fechou os olhos com força e lágrimas verteram deles.

- Me perdoa Hyoga, o papai queria poder te proteger, eu queria que não fizessem isso com você...

Naquele momento de dor, Camus sentiu a mãozinha pequena do filho lhe envolver o dedo indicador, o que fez o ruivo abrir os olhos e observar o pequeno. Hyoga tinha os olhinhos brilhando para ele e lhe abriu um lindo sorrisinho banguela, batendo os bracinhos alegre. Assim como Hyoga sempre ao se mover em seu ventre lhe trazia confiança e força, o pequeno loirinho parecia repetir o gesto, agora que via o pai triste.

- Eu sei meu pequeno, eu vou ser forte, nós vamos superar, nós vamos sair daqui! – Sorriu doce, pegando o bebê nos braços e abrindo sua camisa. – Agora vem, meu pequenino passou a tarde toda longe do papai e deve estar com fome. Duvido que aqueles monstros malvados cuidaram do meu neném do jeito que seu papai cuida.

E naquele momento Camus, em um instante raro, se sentiu feliz, pois ninguém podia roubar aquilo dele, ninguém podia roubar a conexão que tinha com seu filho. Para Camus, Hyoga era sangue do seu sangue, e naquele cenário, só aquilo lhe importava.

 

 



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