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História Liberté: Sangue do meu sangue - Justiça feita?


Escrita por: Alexiel_LaRoux

Notas do Autor


Olá amores!

Obrigada pelo carinho dos comentários no capítulo anterior, pelos novos favoritos e votos de melhora pra mim, que fico muito feliz com o carinho de vocês. O capitulo de hoje está bem tenso, se preparem para cenas fortes. Espero que gostem!
Sobre minhas outras fics, tem surpresinha pra vocês mais tarde ou amanhã, depende do meu tempo aqui.
Bjjj mil. Boa leitura!

Capítulo 18 - Justiça feita?


Fanfic / Fanfiction Liberté: Sangue do meu sangue - Justiça feita?

 

- Eu não tô mais aguentando, não tô. – Milo andava de um lado para o outro no corredor, enquanto esperava a audiência de decisão do juiz ser anunciada.

- Caramba Milo, calma cara! – Aiolia dizia ao amigo e esse bufava.

- Milo, por favor... – Shun tateava tentando achar o amigo, até que conseguiu pegar suas mãos e apertá-las com carinho. – Ficar assim vai te fazer mal, quando o Camus for liberto você quer estar assim pra recebê-lo?

- Ele está certo, filho. – Dégel dizia paciente, mas também já se sentia cansado. – Seu pai fez o melhor dele com o Sísifo, nós temos que confiar.

- E se você não tiver fé as coisas ficam piores, meu amigo – Dite dizia, tentando ter forças, mas também estava angustiado. – Logo saberemos de tudo, Milo.

Naquele instante Kárdia saiu da sala de audiência e fez sinal para eles se aproximarem. Estava visivelmente tenso, tanto quanto o próprio filho.

- Rapazes, o juiz vai dar o veredito agora.

Ele entrou na frente e os jovens se entreolharam, era o grande momento e Kárdia estava extremamente cansado. Todos seguiram para a sala de audiência, onde logo Minos retornou e começou a leitura de todo o processo burocrático da ação, até que chegou o momento por qual todos aguardavam.

- Senhores, tendo em vista as provas e testemunhos apresentados aqui hoje, e de acordo com o vigente em lei, fica decidido que: Sendo comprovada geneticamente a paternidade da criança em mãos da BioTech, como filho de Milo Alexis, a mesma, por possuir consanguinidade com um homem livre e possuidor de todos os direitos civis por nascimento, deverá ser entregue ao mesmo, sendo a guarda do menor de sua inteira responsabilidade. A criança deverá ser testada ainda no dia de hoje diante de um oficial de justiça, o advogado do pai e o mesmo, sendo-lhe entregue imediatamente mediante resultado positivo.

-Isso quer dizer que... – Milo dizia nervoso olhando o pai.

- Hyoga já é seu, meu filho. – Dégel respondeu e os olhos de Milo brilhavam em ansiedade.

- Quanto à cobaia denominada Camus, por aqueles com quem conviveu no período de comprovada fuga: Sendo a cobaia nascida de acordo com as leis vigentes que regem o uso e manutenção de cobaias, e tendo seu nascimento e criação seguido as regras padrões a laboratórios num aspecto geral, a mesma deverá permanecer como propriedade privada da BioTech Corp. A reintegração de posse da mesma é aqui considerada legal e sem direito a recurso dessa decisão. Considero essa audiência encerrada e minha sentença irrevogável. Tenham um bom restante de dia.

Milo e todos os seus amigos estavam absolutamente sem fala nesse momento. Enquanto muitos saiam da sala, o loiro se deixou cair de joelhos no chão, com os olhos marejados. Se sentia o último de todos os homens, totalmente derrotado.

- NÃOOOOOO! – Seu grito ecoou por todo o recinto e ele se sentia completamente inconsolável. – Eu preciso do Camus, o Camus não pode continuar preso, isso é injusto. Eu preciso fazer alguma coisa, eu preciso, PRECISO!

Ele se debatia desesperado quando Kárdia correu e o puxou, o abraçando com força. Milo ainda socou o peito do pai com raiva, como um menino mimado faria, antes de desabar em lágrimas nos braços dele.

- Meu Camus, pai, eu não posso viver sem meu Camus! Eu não posso criar nosso filho sem ele! – Milo o olhava desesperado.

- E não vai filho, eu prometo! – Kárdia o segurava pelos ombros, o fazendo encarar os olhos determinados de um pai que faria tudo pelo seu filho – Nós perdemos parte da batalha, mas não perdemos a guerra! Agora você vai ficar com o seu filho, nós já conseguimos tirar o pequeno de lá, logo derrubaremos essa lei maldita e vai ser o Camus quem você vai estar buscando.

- Pai, o Camus não vai aguentar! Se não falarem para ele que vão me entregar o menino, ele vai ficar louco pai, Camus não vai aguentar ficar sem o Hyoga! – Milo chorava muito.

- Ele é forte filho, vai ser por pouco tempo, eu juro. Agora vamos, nós temos que buscar o pequeno o mais rápido possível.

- Seu pai tem razão, filho. Eu não sabia quem era o pesquisador responsável pelo projeto até vê-lo hoje. É melhor tirarmos nosso neto de lá o mais rápido possível. Fafner tem a fama de se descontrolar quando contrariado. Vamos logo! O motorista leva os rapazes para nossa casa e quando você voltar eles vão estar lá te esperando.

Eles então praticamente arrastaram Milo dali. Muitas fotos do rapaz parecendo a pintura da desolação brilhariam nos noticiários do próximo dia.

 

****

 

Fafner parecia um louco bufando enquanto passava pelos corredores e chegava a sala de observação de sua cobaia. Observou pelo vidro Camus amamentando o filho, enquanto cantarolava para ele. Aqueles eram momentos tão mágicos para Camus que ele sequer lembrava onde estava. O homem ainda presenciava aquela cena quando a porta atrás dele se abriu e ele ouviu a voz de seu companheiro de pesquisas, que o fez sentir ainda mais ódio.

- É verdade, o perdemos?

- Só perdemos a criança, mas aqueles malditos ainda vão conseguir arrancar a cobaia de minhas mãos. – Fafner dizia entredentes.

- Isso não é tão mal. O menino parece ser normal, a carga genética da cobaia o deu poucas vantagens, se comparado a humanos comuns. - Surtr completava, mas já imaginava que entregar aquele menino não seria fácil para Camus. Quem sabe se ele pudesse ser o encarregado disso e contasse a quem o menino seria entregue, pudesse ser mais fácil.

- Isso não me importa, eu odeio perder! – Fafner se virou e Surtr sentiu medo do sorriso vil que se desenhava em seu rosto. – Não posso perder minha cobaia, se ele for libertado ainda quero minha carta na manga. Prepare o híbrido, nós produziremos uma nova cobaia a partir dele. Quero que cruze seu material genético e prepare uma inseminação o mais rápido possível.

- Mais ainda é muito cedo, ele acabou de gerar... – Surtr tentou argumentar.

- Não me interessa, faça o que mando. Quero o híbrido inseminado até o final dessa semana. – Fafner ia saindo a sala.

- O que vai fazer, Fafner?

- O que a decisão judicial mandou, e não se intrometa!

Ele saiu batendo pé e a cena que Surtr viu pelo vidro fez seu coração, às vezes tão gélido, doer.

Camus sorria para seu pequenininho que havia acabado de mamar e estava distraído brincando com os cabelos do pai, os puxando às vezes. Hyoga estava cada dia mais esperto e já começava a ter mais controle dos movimentos dos bracinhos, ficava mais durinho agora que tinha quase quatro meses. Ele adorava o sorrisinho de seu filho, tão puro, tão inocente… Aquela criança era seu alento em um mar de dores terríveis. Passou a pontinha do pano de boca nos lábios do filhinho, limpando a gotinha de leite que lhe havia escapado e sorriu, depositando um carinhoso beijo na testa do filho.

- Eu te amo tanto Hyoga, eu enlouqueceria sem você.

Nesse momento a porta se abriu e Fafner entrou com dois enfermeiros, seguidos de mais dois seguranças. Camus olhou aquilo de olhos arregalados, nunca haviam vindo tantos seguranças ao mesmo tempo para seu quarto, ainda mais agora que ele estava sendo obediente. Abraçou seu filho com mais força, com medo do que estava por vir.

- Peguem tudo que é o do garoto, nós não vamos precisar mais disso.

- O que vocês vão fazer? – Camus perguntava com medo da resposta, se encolhendo agarrado ao filho. Fafner não respondia.

- Contenham o híbrido e peguem a criança, ela vai embora hoje! - Disse de forma gélida e os dois enfermeiros avançaram contra Camus. O ruivo agarrou o filho e chutou um deles com força, o fazendo voar longe. Tentava escapar agarrado ao bebê, que começou a chorar desesperadamente, se agarrando ao pai pelo susto da situação e todo o barulho. Um dos seguranças interveio dando um choque muito forte em Camus, que o fez amolecer e cair de joelhos ao chão, sem jamais soltar o filho, o protegendo com o próprio corpo. Nesse momento Fafner avançou em Camus, puxando com força Hyoga de seus braços. O ruivo ainda tentava resistir.

- Não! Para onde vocês vão levar meu filho? – A criança se agarrava ao pai- eu cumpri o combinado – ele chorava desesperado quando teve Hyoga arrancado dos seus braços. – Me devolve meu menininho! - Hyoga esticava os bracinhos para o pai, com os olhinhos azuis brilhando de lágrimas e o rostinho vermelho pelo esforço que fazia ao chorar. - Me devolve meu filho!

Fafner ia saindo a sala e Camus ainda tentava levantar e correr na direção do homem para recuperar seu filho, mas levou novamente um golpe forte que o fez cair, seguido do choque que amolecia totalmente seu corpo. Os homens foram um a um saindo e a porta se fechou, deixando Camus ali, sozinho. O ruivo, fraco, se arrastou no chão até chegar ao lugar onde os homens passaram e socou a porta com muita força.

- Me devolve meu filho! Me devolve o Hyoga! – Ele socava a porta de maneira enlouquecida, as lágrimas descendo pela face pálida, as mechas ruivas caindo sobre seu rosto como um véu. – Eu quero o meu bebê, me devolve o meu bebê! – Se arrastava e chorava desesperado, ficando em posição fetal. – Eu fiz o que me pediram, não me tira minha vida, não me tira meu menino...

 

****

 

A viagem inteira havia sido angustiante. Milo encarava o lado de fora do carro, mas mesmo olhando para a paisagem, não conseguia ver nada, só imaginava como Camus há anos atrás devia ter ficado desesperado passando por aquela estrada, sendo alvejado por vários tiros e desesperado em fuga. Lágrimas desceram teimosas de seus olhos, imaginando que não estava indo ali para buscá-lo. Tão perto e tão longe.

- Isso vai ser rápido? O Camus está aqui, não é? – Ele disse quase em um sussurro quando o carro parou no enorme complexo de prédios.

- Não sei se vai demorar filho, mas quanto mais rápido for, melhor e menos dolorido será. – Kárdia respondia.

- Só espero que Camus saiba que Hyoga está vindo para os meus braços, ele sofreria menos assim.

Milo disse descendo do carro, e Dégel nesse momento olhou para o marido balançando a cabeça de forma consternada. Conhecendo Fafner como ele conhecia, sabia que o homem faria aquilo ser da maneira mais dolorosa para sua cobaia. Cúmplices, os pais sabiam que precisariam ser fortes e ajudar o filho, e prometiam isso um ao outro só com o olhar.

Seguiram até uma sala onde ficaram algum tempo esperando. Milo sequer conseguia ficar sentado. Em dado momento eles ouviram o som de choro e a porta sendo aberta. Fafner vinha com o menino nos braços, já vermelho de tanto chorar. Milo quase saltou com ganas de esganar o homem pelo estado de seu filho, mas foi seguro pelo pai. Dégel se levantou de forma fria indo até Fafner.

- Esse é o menino? – Dizia mexendo em uma pequena caixinha que tirou do bolso.

- E quem mais seria? – O outro torcia o nariz.

- Não sei. Eu conheço as armações da minha antiga família, esse pode não ser meu neto. – Dégel dava um sorriso de canto com a cara de Fafner.

- Anda, faça logo esse teste.

O ruivo, com dor no coração, espetou o pezinho do neto colhendo uma gotinha de sangue em uma pequena lâmina, que colocou em um aparelho. Indo até Milo pediu a mão do filho e repetiu o processo. Em alguns segundos ele tinha o resultado na tela e mostrava ao filho e o oficial que os acompanhava. Milo quase saltou para pegar o filho nos braços, tentando acalmá-lo.

- Calma meu neném, papai está aqui, não chora. – Ele balançava o pequenininho com carinho e cuidado, tocava seu rostinho e chorava emocionado por sentir seu pequeno em seus braços. – Ninguém vai te machucar, eu vou cuidar de você Hyoguinha. – Beijou a testa do filhinho e então o perfume impregnado nas roupinhas do menino fez seu coração apertar. – O cheiro do Camus... – ele olhou para Fafner e engoliu em seco. – Ele tá aqui, não é? Me deixa ver o Camus, só um pouquinho? Por favor.

- Não. – Ele disse seco.

- Fafner, ele está aqui, isso não vai arrancá-lo de você. Deixe ele ver o menino, ao menos cinco minutos.

- Não Kárdia, o híbrido podia estar aqui do lado dessa sala e eu não o deixaria ver. A cobaia é minha, ele é meu objeto de pesquisa - ria de forma vil - meu brinquedinho e eu disponho dele e da vida dele como eu quiser. Agora saiam daqui, vocês já tem o pirralho de vocês.

Milo puxou a respiração e fechou os olhos se concentrando. Deu um doce beijo na testa do filho e o entregou para Dégel.

- Segura meu filho um pouquinho, pai. – Ele se virou de vez e com uma força enorme acertou um soco fortíssimo em Fafner, descontando o ódio que acumulou o dia inteiro. – O Camus vai ser livre novamente, você não é o dono dele! Ele é meu companheiro, o pai do meu filho, e no dia que eu vir aqui buscá-lo eu juro, eu vou ter movido o mundo para acabar com você e esse laboratório, seu miserável!

- Seguranças!!! – Fafner dizia com o lábio sangrando e os olhos inflamados de ódio. – Acompanhem esses senhores para fora agora! Não parem para nada! E Milo, - ele encarou o menino – Você ainda me paga por isso!

Saiu da sala com ódio, pisando duro. Milo tomou o filhinho nos braços, esse já bem mais calmo. Kárdia e Dégel vinham um pouco mais atrás.

- Nosso filho é um louco do sangue quente. – Dégel disse espantado.

- Adivinha quem ele puxou? - Kárdia sorria de um jeito sapeca e Dégel via ali aquele ar meio insano que adorava no marido, e também o matava de raiva.

- Isso que ele fez foi loucura e você ainda apoia, Kárdia?

- Eu teria acertado o nariz para quebrar, e a coisa teria sido mais bonita e bem mais sangrenta como aquele infeliz merecia.

- Mon dieu, minha família é insana.

Já do lado de fora, antes de entrarem no carro, Milo parou por uns segundos observando o grande complexo. Olhou para o filho e esse estava começando a pegar no sono, mais calmo, parecia reconhecer a proteção dos braços de seu outro pai.

- Eu vou voltar, e quando eu voltar vai ser pra te buscar, meu amor. – Milo chorava - aguenta firme Camus, eu e nosso filho vamos te salvar. Eu juro pelo amor que sinto pelo Hyoga!

 Entrou no carro sem ter coragem de olhar para trás, deixando metade do seu coração naquele laboratório.

 

****

 

Naquele mesmo complexo um jovem pai desolado ainda se encontrava no chão, chorando pelo filho perdido. Em um surto de vontade repentina, Camus se ergueu mais uma vez e começou a socar com força a entrada de seu quarto, uma força sobre-humana.

- Me devolve meu filho seus infelizes, me devolve! Devolve o meu Hyoga!

Camus continuou socando a porta como se sua vida dependesse daquilo, como se quisesse transpassá-las com seus punhos, arrebentar cada mínimo tijolo. A parede chegava a vibrar, tamanha era a força. Pouco a pouco o local começava a ceder, assim como a pele das mãos do ruivo, em breve não iriam mais aguentar o impacto. A pele branca cortava-se, dando vazão ao sangue espesso e vívido do ruivo, mas ele não parava de socar. As lágrimas desciam quentes pela face alva e ele ignorava a dor, porque a dor de seu peito era muito maior que a física.

Quando a exaustão tomou conta de seu corpo e sua voz se perdeu rouca em tantos gritos desesperados, seu corpo se arrastou pela parede indo até o chão. Os punhos ainda colados à porta caiam em direção ao solo, deixando a marca rubra de seu sangue pintar aquela passagem alva e intransponível. Camus se encolheu no chão, exausto.

Ficou ali por alguns segundos, o olhar vazio, morto, pois a vida que ainda habitava neles fora roubada e sua mente pareceu se quebrar. Em um estalo mental Camus abriu mais os olhos, como se se lembrasse de algo, e se levantou correndo até a sua cama. Gotas de seu sangue iam deixando um caminho carmesim de pingos perfeitos sobre o piso minuciosamente limpo e branco.

- Filhinho!

Com um carinho e delicadeza fora do comum pegou sobre a cama, tingindo os lençóis com seu sangue, um pequeno ursinho, uma dobradura feita em uma toalha e amarrada com fitas, que havia feito há poucos dias como um brinquedo para seu filho. Colocou aquele brinquedo em seus braços como se fosse o mais precioso dos tesouros e começou a embalá-lo com carinho, enquanto subia sobre a cama se sentando sobre as pernas. Sua roupa imaculadamente alva já estava toda suja de seu sangue e os cabelos vermelhos lhe cobriam parte da face, bagunçados.

-Calma filhinho, não chora. Papai está aqui. Ninguém vai te fazer mal enquanto eu viver. Shiiii.... Dorme agora...  – Camus tinha o olhar perdido fixo em um ponto vazio, e sua voz rouca de tanto gritar começava a cantar uma das músicas que Milo sempre lhe cantou na infância. – Brilha, brilha, estrelinha. Quero ver você brilhar...

Havia enlouquecido de tanta dor.

 

****

 

A pedido de Amy os meninos não foram para a casa de Milo. Ela imaginou que depois de tantos acontecimentos difíceis o jovem precisaria de um tempo junto aos pais e ao filhinho recém-chegado. Conversando com os três eles concordaram com sua diretora e rumaram para o Orfanato, cansados e arrasados. Afrodite e Shun haviam deixado Aiolia no início do corredor, e agora o casal seguia abraçado para seu quarto.

- Dite, hoje vendo o sofrimento do Milo eu senti tanto medo. – O jovem dizia sentando sobre sua cama com o auxílio do namorado.

- Por que, meu anjo? – Dite falava de maneira calma, tirando a camisa suada e indo até o banheiro do quarto se refrescar, enquanto ouvia o namorado.

- A dor deles. Eu vi o amor que Camus sentia por Milo e vice-versa. Eles parecem feitos um para o outro e a vida vem assim, no momento de maior felicidade dos dois e arranca tudo. – Shun suspirou.

- Entendo como deve ser difícil viver o que eles estão vivendo. - Dite se jogou no chão pegando uma das mãos de Shun e fazendo carinho. Com a mão livre o oriental buscou as madeixas do loiro e as acariciou em um cafuné gostoso. – Mas eles têm uma lembrança boa desse momento de paz que os faz ter forças. Eles vão ser felizes meu amor, e ainda vamos compartilhar da alegria dos nossos amigos.

- Dite, nós estamos juntos há algum tempo e eu venho pensando, nós não temos momentos assim, fortes, que nos sirvam de lembrança.  Eu também quero essa cumplicidade entre a gente, essa intimidade, algo que nos ligue.

- Não vai dizer que quer que eu engravide também! – Dite brincava rindo.

- Não, seu bobo! – Shun riu com o namorado – Mas eu já vivi tão sozinho, perdi tudo e tenho medo de um dia também perder você. – Dite ia dizer algo, mas Shun não deixou - não diz nada, shiii, deixa eu terminar! Eu quero essa intimidade com você, esse momento pra lembrar. Eu sei que não posso ver, mas eu posso sentir, e eu quero sentir que sou seu.

- Você tem certeza Shun? É isso mesmo que você quer? – Dite engoliu em seco – Dar o próximo passo na nossa relação?

- Tenho, depois de ver o Milo sofrendo como eu vi hoje, – Ele disse confiante – Eu quero ter esse momento nosso guardado, como uma força, caso um dia fiquemos separados contra nossa vontade.

- Tudo bem, mas eu tenho uma condição, Shun! - Dite se levantou indo até seu armário e pegando algo.

- Qual, Dite? – O jovem perguntou curioso, sentiu suas mãos serem pegas pelo namorado, e algo ser colocado nelas.

- Eu quero que, do mesmo jeito que você viverá esse momento, eu o sinta também – Shun tateava a venda que Afrodite pôs em suas mãos – Assim como você não verá eu também não quero ver, quero sentir, te fazer sentir!

Shun sorriu, pegou a faixa e com o auxílio do namorado o vendou. Afrodite fechou os olhos garantindo que realmente não veria absolutamente nada. O oriental tateou o rosto de seu amado e o beijou de forma profunda e carinhosa, embrenhando os dedos em suas madeixas suavemente e o erguendo para se abraçarem em pé. O beijo durou um bom tempo, até que Shun afastou o rosto por uns instantes.

- Vamos tomar banho juntos, eu tô suado você também, é melhor. – Ele sorria de forma doce, acariciando o rosto do namorado.

- Mas como? Eu não to enxergando, vou tropeçar nos móveis. - Dite falou rindo.

- Eu te guio Afrodite. Dessa vez sou eu quem vai te guiar...

 


Notas Finais


A alguns meses atrás eu virei pra Amelinda, quando a adoção do meu peixinho não saiu na primeira tentativa, e disse que eu escreveria uma fic onde eu passaria toda minha dor de mãe quando me frustrava nas tentativas de adoção. Bom a sensação e exatamente a que o Camus viveu nesse capitulo, enlouquecer é pouco, vc acha que nada mais tem sentido e vai morrer. Obviamente que na ficção as coisas ficam mais pesadas, mas foi um desabafo pra mim esse cap.
Por favor não me matem o sofrimento agora sim começa de verdade pro Camy. Bjjj e comentem!


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