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História Liberté: Sangue do meu sangue - Ao Encontro de uma Nova Vida


Escrita por: Alexiel_LaRoux

Notas do Autor


Amores, estou tão feliz!

Ah, o retorno ao primeiro capitulo foi muito bom e eu gostaria de agradecer a cada um de vocês que comentou ou leu em silencio, Obrigada!

O capitulo de hoje, se já não estivesse feito a muito tempo não sairia. A zica anda batendo de novo. Capitulo passado meu teclado estava quebrado, saiu faltando mais letra do que tudo e farei uma revisão em breve, vocês merecem ler o melhor e eu vou corrigir os erros. Agora eu to dodói de novo com a capacidade de digitar levemente reduzida por causa de um problema no braço, mas ao menos essa fic teremos capitulo novo toda a semana com certeza, não se preocupem, só tenham paciência com meus outros trabalhos.

No capítulo de hoje, vamos conhecer um pouco da infância do Camy e o que aconteceu após a fuga. Espero que gostem. Boa leitura!

PS: Sobre a capa do capitulo, ela faz parte do meu banco antigo de imagens, não consegui encontrar a referência a autoria dela, então quem souber avisa nos comentários e eu dou os devidos créditos ao artista.

Capítulo 2 - Ao Encontro de uma Nova Vida


Fanfic / Fanfiction Liberté: Sangue do meu sangue - Ao Encontro de uma Nova Vida

As fagulhas elétricas tomavam conta do motor do carro que se destruiu com o impacto contra a mureta. Camus se sentia zonzo, a perseguição durou bastante tempo e com a habilidade de Agatha em conduzir aquele veículo, eles despistaram seus perseguidores e haviam ganhado uma grande distância, estavam seguros agora.  Porém, quando já estavam próximos a cidade a qual a zelosa cuidadora havia escolhido para abriga-los, Agatha havia desmaiado e o carro acertado uma mureta da estrada, a situação estava cada vez pior. Camus sabia que tinham que sair dali.

- Agatha – ele a sacudia pelo ombro, nervoso e já preocupado com a mulher que tinha a cabeça encostada no volante e sangrava um pouco ali. – Acorda! A gente tem que sair daqui. – Ele saia do carro tentando puxa-la.

- Camus? Você está bem meu menino? – A voz dela saia meio fraca, desesperada com o estado da criança. Ainda estava bem zonza.

- Estou sim. – Ele dizia olhando para os lados, assustado e com muito medo de ainda estarem sendo perseguidos. – Eles ainda estão atrás da gente? – Arregalou os olhos após, só agora notar, a roupa, sempre bem cuidada e impecavelmente branca dela, com uma grande mancha vermelha de sangue.- você está sangrando!

- Isso? – Ela levou a mão ao ferimento e sentiu a região empapada do sangue, julgando que seria aquilo o culpado pelo seu desmaio. Deveria ter sido atingida durante a fuga, mas com o desespero de continuar a dirigir e salvar o menino, não estancou o sangramento. Aquilo parecia ter se agravado ainda mais com o acidente. – Não importa! – Ela dizia descendo do carro e se apoiando no menino, até sentir o corpo inteiro doer e a cabeça girar. Tentou dar alguns passos com o menino e caiu. – Eu não aguento, você vai ter de seguir sozinho!

- Mas como? – Ele dizia e a puxava para seu colo, passando a mão em seu rosto e fazendo algo que nunca havia tido a oportunidade de dar-lhe em sua curta vida: carinho. Chorava copiosamente desesperado. – Eu não conheço esse mundo! Você sempre cuidou de mim e se eles me pegarem? Como eu vou viver sem você?

- Você é forte Camus! – Ela fechou os olhos sofrendo pelo que estava acontecendo e pelo menino. Sentia suas forças se esvaindo, pouco a pouco, e sabia que logo estaria morta. – Faça exatamente como eu disser. Seguindo esse caminho, sempre à beira da estrada, você vai chegar a cidade mais próxima e vai pedir ajuda, dirá que sofreu um acidente comigo e que eu sou sua tia, que você é órfão e só tinha a mim. – Ela puxou a respiração cansada e acabou expelindo sangue pela boca. – Não diga nada sobre o laboratório, para absolutamente ninguém, jamais! Se perguntarem sobre quem você é, faça-se de desentendido, diga que sua cabeça dói muito e finja que perdeu sua memória no acidente e não lembra sequer do seu sobrenome. Seja frio, não fale nada, todos vão achar que é culpa do trauma, fique o mais calado possível! Vai meu menino. – Ela respirava muito fraca, já sem conseguir mais lutar pela vida. – Seja livre...

Seus olhos se fecharam e Camus via a respiração da única pessoa que o amou morrer. A abraçou com força, experimentando aquele sentimento que não sabia bem como lidar, o que era, mas doía muito. Chorou como nunca e ficou agarrado ao corpo daquela que mesmo de forma deturpada lhe foi uma mãe. Criou coragem depois de algum tempo e começou a andar, até ganhar a estrada e seguiu por esse caminho. Pouco tempo depois, ouviu o som alto do estrondo do carro que acabou por explodir. Mais alguns segundos junto ao corpo de Agatha e ao carro e também teria morrido.

Perdeu a noção e quanto tempo havia caminhado, sentia seus pés já doerem pelo longuíssimo caminho percorrido. Avistou alguns prédios a distância e suas lágrimas já haviam secado em seu rosto nesse momento, era uma cidade pequena, uma região isolada do grande centro.

Naquela nova era as coisas funcionavam dessa forma; os mais abastados e donos de recursos inimagináveis, habitavam as grandes cidades, centros de tecnologia e poder únicos. Todo o conforto e bem feitorias eram voltados para essas regiões. Logo abaixo delas as camadas mais pobres, medianas da sociedade trabalhadora. Viviam em complexos de pequenos prédios, as Vilas, onde retornavam de seu árduo trabalho, para descansarem e seguirem com suas vidas honestas e simples, eram as pessoas que trabalhavam para manter os luxos e boa vida das classes altas. E mais abaixo deles estava a classe que era literalmente esquecida pela sociedade.

Com o advento da tecnologia moderna se alterando e crescendo quase que na velocidade da luz, tudo que era produzido e se tornava obsoleto era jogado fora em grandes áreas abertas. Foram nessas regiões, que a parcela menos abastarda da sociedade e que era a responsável pelos serviços que ninguém mais queria realizar vivia. Se existia um nível mais baixo da sociedade, aqueles que nasciam naquele grupo eram os que engrossavam suas fileiras. Mas Camus ainda não conhecia essa divisão social limítrofe, ele só conhecia as quatro paredes de seu quarto branco e o grande espelho que sempre refletia sua imagem. Era agora um pássaro livre que não sabia usar suas asas.

Não havia abandonado seu livro, em nenhum momento, andava abraçado com força a ele, que já tinha algumas manchas de sangue dos ferimentos que tanto ele, como Agatha haviam sofrido naquele espinhoso caminho que agora o menino trilhava sozinho. Chegou ao complexo de prédios observando tudo com muito medo e ao cruzar a pequena guarita que dava para a entrada da, Vila sequer ouvia do guarda que lhe chamava. Sentiu suas pernas cansadas bambearem e o chão se tornar mais próximo quando tudo ficou escuro.

 

 

Seus olhos se abriram devagar e ele sentia a cabeça inteira girar ao fazer isso. Estava deitado sobre uma cama macia e limpa, levou a mão a testa sentindo um curativo ali, devia ter batido a cabeça no chão ao cair. Olhou para os lados e ouviu a voz alegre de uma moça.

- Ele acordou! – Ela ria animada – Veja pai ele acordou!

Camus abria os olhos devagar e via uma mocinha, não mais que treze anos olhando para ele e logo um senhor de meia idade ia se aproximando, sentando-se ao lado da cama do menino e começando a examina-lo.

- Como se sente pequeno? -  o homem perguntava com curiosidade.

- Onde eu estou? – Camus se sentava na cama, meio atordoado.

- Você chegou andando até a entrada da Vila depois de sofrer um acidente. Os moradores locais encontraram o carro algum tempo depois. Foi um milagre você sobreviver sem quase nenhum arranhão. Mas me diga, o que aconteceu, qual o seu nome?

- Camus, meu nome é Camus. - Ele suspirou, fechando os olhos cansado se lembrando do que Agatha tinha lhe instruído a falar. Era inteligente, deveria usar isso ao seu favor para não ser pego novamente e levado para aquele inferno de prisão. – Eu estava viajando com minha tia e o carro bateu, ela me mandou seguir a estrada. Eu ouvi uma explosão e não me lembro de mais nada.

- De onde vocês estavam vindo, e seus pais?

- E não tenho pais, só minha tia. – Ele já não sabia, mas o que inventar para fugir daquele interrogatório. Camus não sabia mentir. – Aí, minha cabeça está doendo...

- Descanse – o homem parou o interrogatório vendo que o menino não estava bem – A responsável pelo orfanato local já está cuidando do caso. Se ela não encontrar ninguém de sua família, fique tranquilo, nós vamos cuidar bem de você. Agora só descanse pequeno, você passou por muita coisa.

Camus se moveu na cama, entregando-se ao sono novamente e sabendo que nada seria encontrado sobre ele. Naquele mundo ele não existia, naquele dia ele efetivamente nascia para sua nova vida. Só temia pelo que encontraria nela.

Com nada sendo encontrado ao seu respeito, Camus passou as próximas três semanas recolhido na clínica local se recuperando do acidente. Agora ele estava caminhando junto a uma moça jovem, que conheceu a algum tempo atrás na clínica, e assim como o médico, havia lhe feito inúmeras perguntas as quais ele foi o mais evasivo possível. Eles adentraram um pequeno prédio, o único que tinha uma área externa gramada e cercada, onde ele viu várias outras crianças como ele brincando. Nunca havia visto outros como ele e isso o deixou curioso e com olhos vidrados nas mesmas.

- Camus – e moça lhe roubava a atenção enquanto adentravam um grande hall do prédio. – Esse é o orfanato da nossa Vila, como não descobrimos nada sobre sua família, é aqui que vai ficar até que alguém apareça lhe procurando ou tenhamos pistas sobre seu passado, já que qualquer documento que tivesse a sua identificação e de sua tia, se destruiu com a explosão do carro. – Com a evolução tecnológica e os combustíveis daquela época, uma explosão como a do carro em que Camus chegou aos arredores daquele lugar, realmente fulminava o que estava ao seu redor- Espero que se adapte bem e que isso seja temporário.

- Eu irei, obrigada por tudo!

Ele disse de um jeito tímido ainda meio encolhido ao lado dela. Ela ia continuar a apresentar o local ao menino, quando um grupo de crianças entrou correndo, vindos do jardim, e uma bola acertou em cheio a Camus que com uma rapidez e reflexo fora do normal a agarrou a milímetros de acertar seu rosto. A diretora do orfanato olhou brava na direção dos meninos!

- Tinham que ser vocês mesmo! Quantas vezes já disse que não é para jogar bola aqui dentro?

- Desculpa tia – O menino de cabelos longos e loiros, com belos olhos verdes dizia sorrindo fingido realmente sentir muito – Mas a culpa é do Milo, ele que não queria passar a bola!

- Hein Kanon, que amigo da onça você está me saindo hein! – O Jovem de cabelos levemente cacheados e de um tom de loiro lindíssimo, ralhava com o mais velho!

- Ele está certo Milo, você é um fominha! – O outro garoto de cabelos loiro e curtos, em um tom bem mais escuro que o dos outros dois, falava rindo da cara enfezada do amigo.

- Até tu Aiolia! Eu to é lascado com uns amigos desses.

- Não quero saber, vocês quase machucaram o novo colega de vocês. Vamos, como é que se faz agora? – Ela dizia em tom de bronca.

- Desculpa! – Os três diziam ao mesmo tempo.

- Podemos voltar a brincar agora? – Aiolia perguntava ansioso e Camus jogava a bola de volta para ele.

- Podem sim. – Eles saltaram de alegria e os três quase iam aos tropeços correndo para fora – Mas você fica Milo.

- Ah por que eu tia? – O loirinho de cabelos cachados ia voltando com uma expressão emburrada.

- Liga não Milo – Kanon gritava correndo para fora- a gente põe o Saga no seu lugar, meu irmão e menos perna de pau que você! - Zoava o colega.

- Viu, agora vão ficar me zuando! Que eu fiz agora?

- Nada, eu quero te dar uma missão. - Ela sorriu e se voltou ao novo morador- Esse aqui é o Camus, ele vai morar com a gente agora e vai ser seu novo colega de quarto. Quero que apresente o lugar para ele e o ajude a se enturmar com os outros meninos.

Milo, somente agora, deu real atenção ao menino que estava com a diretora do orfanado e ficou o observando por um tempo literalmente admirado. Camus estava um pouco assustado, nunca havia tido contato com tanta gente. Observava o menino meio escondido atrás da diretora do lugar. Milo sorriu de forma doce, estendendo uma mão a Camus e sorrindo enquanto coçava a cabeça de forma fofa. Achou o garoto muito interessante com naquele jeitinho tímido.

- Oi eu sou o Milo.

- Eu o Camus.

Os meninos olharam um para o outro e nesse momento os olhos das duas crianças se encontraram. Os olhos de Milo precisam o céu e Camus ficou abismado em como aquela cor era linda. Milo admirou-se com os de Camus e chegou mais perto os observando bem, o que fez o mais novo sorrir sem graça.

- Hein, seus olhos são vermelhos? – Ela riu de forma expansiva. – Cara que irado, eu nunca vi olhos assim!

- Que foi, meus olhos não são normais? – Camus perguntava confuso, desviando o olhar de forma extremamente tímida.

- São diferentes! E bem raros. Eu mesmo nunca vi igual, mas eu gostei, eles são lindos! – Camus sorriu tímido. E sentiu sua mão ser puxada pelo loirinho – Vem, eu vou mostrar nosso quarto! Pode deixar que eu cuido bem dele tia!

Milo saiu arrastando Camus e dando risadas altas como sempre fazia, A diretora do orfanato se pôs a observar os dois subindo as escadas e sorriu. Ali prometia nascer uma amizade extremamente forte e esperava que ao unir aqueles dois, estivesse ajudando a Camus se adaptar a sua nova vida.

- Aqui é o nosso quarto Camus! Você pode ficar com essa cama da direita que a da esquerda já é minha. – Ele olhava para o menino que não trazia sequer uma mala, somente o livro do qual não desgrudava desde o acidente guardado em uma bolsa que havia ganhado na clínica. – Lê cadê suas coisas? E suas roupas?

- Eu não tenho nada, só esse livro aqui. – Abraçou o livro sem graça.

- Livro? Cara que coisa mais antiga, ninguém nem usa mais isso! – Milo perguntava pegando o livro das mãos do menino.

- Não? – Arqueava uma das sobrancelhas de forma questionadora e curiosa.

- Não! Tem um monte de aparelho novo que se usa para ler. Livro é coisa de gente velha, são poucos os impressos hoje em dia, mas se você gosta! As duas primeiras gavetas ali são suas, pode guardar ele lá e depois eu vejo com a diretora umas roupas para você.

- Obrigada. – Ele dizia guardando o livro e sentando na sua cama olhando tudo ao seu redor. Se sentia perdido e olhou curioso para os brinquedos espalhados em um canto do quarto, as coisas de Milo pareciam uma bagunça, assim como a sua cama desarrumada. – Seu quarto é tão colorido.

- E porque não seria? A tia Mya é legal, ela deixa a gente brincar, e arrumar nossas coisas do nosso jeitinho, só vamos ter que combinar, porque eu cheguei primeiro, não vai estragar minha decoração!  - Ele ria de um jeito lindo e Camus sentiu as bochechas arderem. Provavelmente havia corado.

- Tudo bem, pode deixar como está, eu gostei. – Ele dizia de forma tímida.

- E então, você sabe jogar bola? – Milo perguntava numa pilha de animação.

- Jogar bola? Que é isso. – Camus dizia curioso.

- Cara de que mundo você veio? – Milo ria doce- jogar bola brincar!

- Desculpa, eu não conhecia outros meninos, antes era só eu. Não sei brincar... – o mais novo se encolhia um pouco tenso.

- Ah cara, você é estranho! – Milo dizia e pegava ele pela mão e o puxava – Vem, vou te apresentar a galera e vou te ensinar a jogar bola. Vou te mostrar o que é diversão agora Camus!

O loirinho saiu arrastando o ruivo pela mão. Ali nascia um laço extremamente forte, os dois não se desgrudavam mais e pouco a pouco o jeito expansivo e alegre de Milo tirou a retração de Camus e lhe apresentou um mundo divertido que ele nunca imaginou que presenciaria um dia. Se sentia feliz naquele novo lugar e como já era de se esperar, como nada era descoberto sobre seu passado ele foi vivendo ali em paz. Enturmou-se graças a Milo, conseguiu frequentar a escola e ficar na série anterior a de Milo, esse fato encantava a Camus que adorava conhecer cada vez mais o mundo que existia fora de sua antiga prisão.

Já haviam se passado alguns meses que estava naquele lugar e era uma bela manhã em que Camus estava no jardim do orfanato, folheando e lendo seu livro pela milésima vez. Olhava para ele e sentia saudades de Agatha, por mais que tivesse superado essa ausência, com o carinho com que havia sido abrigado ali e pelo fato de pela primeira vez em sua vida se sentir vivo, ele ainda sentia a dor da ausência dela. Agora, conhecendo um pouco mais do mundo, a via como a mãe que não teve, e uma mãe que deu a vida para que ele pudesse ter uma. Nunca seria grato suficientemente a ela. Distraído não percebia a aproximação de um dos meninos mais velhos que lhe roubava o livro das mãos.

- Bem que dizem que você é esquisito e gosta dessas coisas antigas! – Camus saltava tentando tomar o livro que o outro levantava para o alto, aquele era um dos muitos garotos mais velhos e implicantes do orfanato, que adoravam perturbar os mais novos. – Fica quieto oh tomate. - Ele empurrava Camus, que caia sentado na grama sentindo o corpo doer com isso. Ah isso aqui deve ser bem legal para você ne? Não larga dessa porcaria! Olha só, já está até sujo.

- Larga o livro dele! – O valentão olhava para trás vendo Milo se aproximar com o peito estufado e pronto para brigar. Milo tinha fama de sempre estar no meio das confusões do orfanato e Camus sabia que ele estava por um fio de ficar em um belo castigo por causa disso. Não seria nada legal naquele momento ele começar uma briga para defender Camus. – Deixa o Camus em paz!

- Ah! Chegou a namoradinha do tomate para defender ele! Não devolvo! Agora esse livro e meu!

Milo partia para cima do menino com tudo, mas Camus se pôs entre eles pondo as mãos no peito do amigo e pedindo que ele parasse em suplica. Temia por Milo levar uma bronca se aquilo acabasse em uma briga.

- Não Milo, não se mete em encrenca, a tia May vai te por de castigo!

- É isso aí Milo, faz o que o tomate está mandando, obedece a namoradinha! – Ele ria tomando distância. – Ah também não quero mais essa porcaria. – Ele dizia começando a rasgar o livro de Camus.

- Não!

Ao ver o garoto fazendo aquilo Camus, que ainda segurava Milo para não partir para cima do outro, foi quem perdeu a paciência. Empurrando o loiro para trás e com ódio por perder aquilo que mais amava em sua vida, ele partiu para cima do menino e mesmo o outro sendo muito maior que ele, o derrubou facilmente com uma força que não sabia de onde vinha. Socou com vontade o rosto do outro garoto quebrando seu nariz e o fazendo sangrar muito, o valentão quase desmaiara com a força do menino.

Milo observava aquela cena em estado catatônico, nunca imaginou que o frágil e delicado amigo tinha aquela força física e teve de arrasta-lo com muito esforço. Recolheu o livro do chão aos pedaços e puxou Camus pelo braço com força para conseguir retira-lo do lugar antes que fossem pegos. O levou para um lugar escondido, que era somente deles e sentou um nervoso Camus, que ainda estava arfante de raiva.

- Camus você arrebentou a cara dele, eu não sabia que você tinha toda essa força, eu fiquei assustado.

- Eu te assustei Milo? -  Camus olhava para o amigo assustado com o que ele havia dito.

- É modo de falar Camus, você sempre leva tudo ao pé da letra. – Suspirava – É que você é muito forte, mais forte do que qualquer um na sua idade, isso foi estranho.

- Não conta nada para ninguém Milo, por favor, ninguém pode saber disso ou vão desconfiar, não fala nada! – Camus pedia em desespero nítido. – Se contar vão me descobrir! Vão me achar! – Camus estava tão nervoso que esquecia de pensar antes de falar, ele sabia que sua força era advinda dos experimentos feitos com ele, percebeu isso ao comparar-se aos outros meninos, sabia que era diferente em muitos aspectos, a força física era um deles.

- Calma Camus, eu não to entendendo nada do que você está falando. Eu não vou deixar descobrirem, pode deixar eu vou cuidar de você! – Os dois se abraçaram e Milo apertou o menor contra seu peito.

- Milo. Eu sou estranho? – Camus já dizia meio abatido e nervoso – Ele me chama de tomate toda vez. Eu não sou diferente dos outros meninos ne, eu sou normal? Eu sou normal ne? – Ele perguntava angustiado – o meu cabelo, os meus olhos, é por isso que me acham estranho ne. Eu devia raspar meu cabelo de novo, deixar como quando eu cheguei aqui, assim eles não vão ver o vermelho deles.

- Nunca diga isso Camus. Você é lindo! – Milo o olhava nos olhos- Eu adoro o vermelho dos seus olhos e acho até que devia deixar seu cabelo crescer e ficar bem grande. Eu nunca entendi essa sua mania de achar que não é normal, que é diferente! - E eu prometo que ninguém mais vão dizer que você é diferente, eu vou cuidar de você está, eu prometo!

- Milo, Camus? – A voz de May, a diretora do orfanato, chamava por eles e parecia bem séria! – Eu já sei que vocês dois estavam metidos em brigas, apareçam ou vai ser pior.

 Milo apertou a mão de Camus e sorriu para ele o abraçando forte antes de o puxar para fora do esconderijo deles e se mostrarem na frente da diretora. Milo não deixou Camus falar e assumiu que ele havia batido no valentão do orfanato e levou um belo castigo no lugar de seu novo amigo. Milo queria proteger a Camus, queria fazer isso com toda a força de sua alma e nunca mais ver os lindos olhos vermelhos do amigo verterem lagrimas. Quem sabe um dia conseguiria entender o porquê de ele ser daquela forma.

 

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Notas Finais


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