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História Liberté: Sangue do meu sangue - Liberdade, ainda que tardia


Escrita por: Alexiel_LaRoux

Notas do Autor


Olá amores!

Sinceramente, esse foi um dos capítulos que eu mais esperei pra escrever quando planejei Liberté e um dos mais difíceis de fazer. Queria que ele envolvesse tantas emoções que espero atingir o coraçãozinho de vocês em cheio. Obrigada pelo carinho dos comentários, a todos que continuam acompanhando. estou respondendo a vocês devagarzinho, mas respondo a todos viu! mas vamos deixar de enrola que o grande reencontro finalmente chegou!

Boa leitura

capa: ミロカミュ
Pixiv ID: 22231007
Member: jeng

Capítulo 23 - Liberdade, ainda que tardia


Fanfic / Fanfiction Liberté: Sangue do meu sangue - Liberdade, ainda que tardia

 

- Malditos, malditos, malditos! - Os vários tubos de ensaio eram jogados contra a parede em ódio e ele caminhava de um lado ao outro no laboratório. – Eles não podem ter vencido, não podem!

-Senhor Fafner? – Uma moça entrava no laboratório assustada - Eu ouvi o barulho. O senhor está bem?

- Eu pareço bem por acaso! Eu não estou bem! – Ele bufava de ódio. Andava de um lado para outro como um louco -  Quero que preparem o carro de transporte de cobaias, urgente.

- Mas senhor, eu vim justamente informar. Chegou uma ordem de que nenhuma de nossas cobaias pode ser tocada até que o auditor da justiça chegue e as encaminhe para o abrigo, elas não são mais nossas propriedades.

- Eu te perguntei alguma coisa, criatura incompetente? – Ele bufava empurrando a moça e saindo a sala. – Eu não vou perder a minha cobaia! Não vou!  

Ele saia como um louco pelos corredores. Estava disposto a fazer uma loucura.

*****

 

Milo parecia que estava sentado em brasa dentro do carro todo aquele caminho. Mexia no cabelo, mudava de posição, olhava para fora angustiado e seu pai somente ria de canto com aquilo. O filho parecia uma pilha de ansiedade e saudades naquele instante.

- Filho, ficar assim não vai fazer você chegar mais cedo. – Kárdia dizia apertando carinhosamente sua mão.

- Eu sei pai, mas eu to angustiado. – Ele dizia inquieto, também apertando a mão do pai.

- Mas nós já vencemos filho, nós vamos tirar o Camus de lá agora e o pesadelo acabou.

- Não sei pai – Milo olhava para fora – Eu sinto que tem algo errado, eu to com meu peito apertado, to com muito medo.

- Vai dar tudo certo filho, confia em mim!

Kárdia disse aquilo, mas isso não acalmava o coração de seu filho. A viagem ainda demorou mais algum tempo e logo eles estavam diante do grande laboratório. O carro de Dégel chegava poucos minutos depois e ele vinha com o pequeno Hyoga e a ordem judicial. Milo quase saltou sobre aquele documento, entrando na frente de todos.

Uma burocracia gigantesca se deu início, assim como assinaturas de papéis e mais papéis por Dégel, que assumiria a tutela e responsabilidade da reintegração de Camus, como previa a nova lei, e o representante direto do laboratório de seu pai que conferia tudo com olhos atentos. Milo estava a ponto de ter um troço ali, angustiado, quando viu uma moça adentrar o local falando com o representante do laboratório, seu superior.

- Senhor, Fafner parece estar enlouquecido e quer tirar uma das cobaias do laboratório. – Ela dizia isso e Milo arregalava os olhos, já prevendo algo

- Você não passou a informação de que não era para tocar mais nelas?

- Passei, mas ele parecia inconformado em perder o Hibrido, aquela cobaia que chegou aqui esperando uma criança – ela dizia isso e imediatamente teve o braço agarrado por um Milo em fúria.

- Onde fica essa cobaia, onde está o maldito desse Fafner? – A menina ficou assustada com aquilo e Kárdia tentava dissuadir o filho a manter a calma, apesar de ele mesmo estar ao ponto de também fazer o mesmo, mas se segurando. – Ele é o meu Camus, não é?

- Eu não posso contar isso senhor. – Ela dizia e o representante da empresa, somente tomava a frente abrindo a porta.

- Deixe ela senhor Alexis, venha eu levo os senhores até o Hibrido e dou um jeito em Fafner.

*****

 

Camus estava sentado em sua cama como de costume. Lia um livro enquanto passava carinhosamente a mão sobre seu ventre, havia sentido os primeiros movimentos do filho a pouco tempo e isso afastou um pouco o cansaço dos últimos dias, lhe dando animo. Estava complementado com a leitura, quando viu a porta de seu alojamento se abrir violentamente e Fafner entrar com uma seringa em mãos.

- Você vem comigo! – Ele ia na direção do Hibrido, que se assustou encolhendo-se sobre a cama o olhando de forma surpresa. – Eu não vou te perder, nós vamos sair daqui agora!

- O que vai fazer comigo? Eu estou sendo obediente, eu segui as regras! – Dizia em pânico com medo de apanhar, foi quando sentiu a agulha lhe perfurar a pele e a droga de controle lhe ser aplicada em uma dosagem alta. – Não faz isso, vai machucar meu bebê, eu obedeço, vou com você!

- Tira as mãos dele seu maluco!

Naquele momento um furacão enlouquecido, adentrava a porta escancarada, agarrando Fafner pelo colarinho e o batendo com força contra a parede. Camus se encolheu em um canto com medo, olhando a cena de modo abismado começando a sentir a letargia do remédio.

- Você nunca mais vai tocar nele! O meu Camus é livre! – Milo chegava a trincar os dentes de tanto ódio. – Livre de você seu cretino!  

- Ele é meu, é minha pesquisa, a minha vida está investida nele, você não vai me rouba-lo novamente! – Fafner dizia quase cuspindo em Milo. – Eu vou levar o que é meu!

Aquilo foi demais para Milo que socou Fafner com força, o fazendo bater a cabeça contra a parede com isso. O Loiro teria arrebentado com o outro se não tivesse ouvido o choro assustado de Camus e sido puxado por um dos seguranças.

- Acalmem-se! – O representante dos laboratórios dizia, enquanto dois seguranças afastavam Fafner e Milo. – Levem Fafner daqui a cobaia que você quer está aqui senhor Alexis, se controle!

Milo soltou o homem, mesmo que sua vontade fosse de matá-lo. Os pais estavam observando aquilo assustados com a reação do filho. Hyoguinha parecia acordar naquele momento, no colo do avô ruivo. Milo foi se acalmando aos poucos, enquanto Fafner era arrastado para fora dali. O jovem olhou para Camus ali encolhido, assustado e com medo, e se sentiu mal com a imagem do namorado. Ele tinha olheiras profundas, o olhar sem nenhum brilho. Abraçava as pernas em pânico com tanta gente ao seu redor.

Se aproximando devagar, Milo tentou tocar Camus estranhando aquela reação dele. O ruivo se encolheu mais ainda se livrando do toque de seu amado e Milo percebeu que ele aprecia não o reconhecer. Não viu naquele momento o brilho e alegria que esperava encontrar no vermelho dos olhos de Camus, não era como ele sempre sonhara com aquele momento.

- Não me machuca, eu vou obedecer, não machuca a gente. – Camus parecia que queria se fundir com a parede de tão assustado que estava.

- Camus, meu amor, sou eu. – Milo dizia aquilo e notou o ruivo o observar melhor. – O seu Milo, olha o nosso filho está comigo.

- Milo? – Camus ia abaixando a guarda devagar – Mas Milo é o personagem do meu livro. O menininho loirinho que aprontava no orfanato. Eu lembro – Milo percebeu o vazio nos olhos de Camus, como se ele estivesse quebrado – Eu não tenho filhos, não ainda...

- Eu não sou um personagem meu amor, eu sou de verdade, o seu Milo, seu namorado – Milo olhava o pai e pegava o filho dos braços dele – Eu vim te buscar, eu e nosso filhinho, olha é o Hyoguinha! – As lágrimas desciam dos olhos do loiro.

- Hyoguinha? – Camus olhava, perdido, o vazio – eu gosto desse nome, ele é bonito, mas eu não tenho nenhum filho com esse nome. Hyoga e Milo eram fantasias da minha cabeça perturbada, eu estava louco quando imaginei eles, mas eu não to mais louco. – Ele dizia de forma perturbada. Dégel e Kárdia olhavam aquilo em choque. – A Agatha me disse que eu imaginei tudo, eu nunca sai daqui desse quarto. Como você sabe que meu nome é Camus, só a Agatha sabia esse nome, foi ela quem me deu. – O jeito de Camus falar parecia uma criança inocente.

- Camus – Milo chorava compulsivamente – O que fizeram com você meu anjo?

O loiro não acreditava no que via e olhava os pais implorando por o auxílio. Nesse momento ele percebeu o filho se mover em seus braços, agoniado, e abrir os bracinhos para Camus.

- Pa... pa... – ele balançava os braços jogando o corpinho na direção do ruivo. – Papa, papa!

Todos olharam para o menino naquele momento, Hyoga ainda não tinha dito suas primeiras palavras e o fizera exatamente naquele instante. Camus olhou a cena e pareceu que algo em sua mente se quebrou nesse exato momento. Ele se moveu na cama, colocando as pernas para baixo e se aproximando de Milo. Piscou sacudindo a cabeça como se quisesse fazer algo voltar ao lugar.

- Hyoga? – Ele tocou a face do filho, nesse momento o reconhecendo. – É você mesmo filho? – Milo se emocionou quando o namorado reconheceu o filho e ele viu um lampejo de sanidade em seus olhos. A mão de Camus foi até o rosto do loiro e ele o olhou nos olhos por alguns segundos. – Milo – ele acariciava o namorado – Meu Milo. Você demorou tanto meu amor.

Naquele relance de lucidez, a mente de Camus se quebrou o trazendo novamente a realidade. Com carinho ele se aproximou de Milo e colou seus lábios aos dele em um beijo com gosto de saudade. Seus lábios se moveram devagar e o loiro sentiu o coração disparar com o carinho empregado naquele beijo, que não durou mais que alguns segundos, antes de Camus desmaiar sobre a cama, exausto sob o efeito da droga que Fafner lhe aplicara.

Dégel tomou rapidamente Hyoga dos braços de Milo o entregando a Kárdia e indo averiguar o genro. Milo estava em pânico olhando o namorado, averiguando-o. Passava incessantemente as mãos pelo seu rosto, conferia seu corpo, cada detalhe e notou algo nele que o deixou intrigado por um instante.

- Ele desmaiou de exaustão e por causa do remédio. Ele vai ficar bem filho. – Dégel tentava tranquilizar o filho.

- Pai, esse não é o meu Camus, ele enlouqueceu, ele esqueceu de mim. – Ele chorava copiosamente – o que fizeram com meu ruivo pai.

Milo desceu a mão pelo corpo de Camus e com medo, ergueu sua blusa revelando a barriga escondida pelo tecido largo. O loiro levou as mãos a boca em choque ao ver o ventre do amado e olhou para o pai com expressão de pânico. Eles não podiam ter feito aquilo com ele, não mesmo!

**********

 

Horas mais tarde, Milo o observava dormindo como um verdadeiro anjo. Dégel havia sugerido levar Camus para um hospital, uma avaliação médica mais profunda, mas Milo intercedeu dizendo que não queria mais que o seu namorado se enfiasse em um quarto branco ou qualquer coisa que lembrasse seu cativeiro como uma cobaia. Ele agora tinha um lar e era lá que deveria ficar junto ao namorado e ao filho.

A pedido de seu pai, o loiro decidiu não levar o namorado para o seu quarto, ele pensou na situação de Camus que mal o reconheceu e que talvez isso pudesse colocar ainda mais sua mente em estado de angustia. Dégel já havia retirado algumas amostras de sangue do ruivo e prometeu ao filho confirmar o mais rápido possível o que aplicaram em seu namorado e iniciar estudos para entender o que ocorria com ele. Um psiquiatra de inteira confiança também chegaria em breve, quando Camus estivesse acordado, para avaliação do estado mental do mesmo.

Milo havia acabado de trocar as roupas de seu amado, tirar aquele branco que ele sempre soube ser a cor que Camus mais odiava. Se pegou observando aquela barriga pronunciada dele, conhecia aquele corpo, cada mínimo milímetro dele, como conhecia ao seu próprio e mesmo que ainda quisesse uma confirmação médica, era inegável que Camus estava gerando novamente.

Sentia ódio de imaginar que alguém naquele laboratório o havia tomado, ou se aquela gestação havia sido provocada artificialmente. Seja como for sentia raiva por seu amado ser obrigado a gerar, já que sabia que por vontade própria, Camus nunca teria um filho que não fosse fruto do amor dos dois. Queria saber de quem era aquele filho e queria a todo custo.

Passou a mão sobre uma mecha de cabelo de seu amado, sentindo aquele toque macio que tanto amava. Sentia tantas saudades, queria tanto estar em seus braços, sentir seus beijos saudosos e matar a saudade daquele homem a quem amava mais do que tudo. Mas haviam destruído seu namorado, seu companheiro amado e agora ele não sabia como agir, não sabia o que fazer.

- Camus... – Milo se aproximou de seu amado, lhe dando um delicado beijo em sua testa. – Eu vou te trazer de volta meu amor, você vai voltar para mim.

Ainda ficou ali por algum tempo até que, ao sair, se encontrou com seu pai no corredor.

- Então pai, conseguiu descobrir alguma coisa? – Milo dizia ansioso e Dégel suspirava cansado.

- Vem para o escritório comigo, o Camus não vai acordar tão cedo. – O ruivo ia pelo corredor e entrava em seu escritório acompanhado pelo filho. – Bom, não deu tempo ainda de fazer muita coisa com as amostras que eu retirei do seu namorado, filho, mas já posso te dar algumas confirmações.  – Ele suspirava. – Camus realmente está gerando novamente e já se encontra no início do segundo trimestre, com mais ou menos 15 semanas.

- Malditos! Aqueles malditos infelizes não podiam ter feito isso com ele. -  Milo bufava de raiva e tinha vontade de socar meio mundo – De quem é esse filho, será que eles...

- Acalme-se, não acredito que o Camus tenha sido... como dizer – ele procurava palavras para não deixar o filho mais nervoso - essa criança não parece ter sido feita por meios naturais.

- Mas mesmo assim pai, de quem é esse filho? – Milo dizia visivelmente angustiado.

- Não posso te dar certeza absoluta ainda, mas nos primeiros exames que fiz ao que indica, como Camus é um Hibrido, ele foi inseminado com material exclusivo dele. – Ele tentava simplificar para o filho, mas o mesmo o olhava de modo confuso. – Esse bebê é somente do Camus filho, ele não tem outro pai, somente o Camus. Não posso afirmar com clareza ainda se seria um clone, mas acredito que toda a carga genética da criança e somente advinda dele.

- Isso é muita loucura pai! – Milo levava as mãos à cabeça cansado. – Mas quer saber! Dane-se de quem seja esse filho, ele é parte do Camus e eu sei que ele não escolheu isso e eu não vou deixa-lo sozinho de forma alguma! O que me deixa louco é esse estado mental dele, o Camus não reconhece ninguém, ele não parece o meu Camus, fala como se nunca tivesse saído daquele laboratório!

- Era sobre esse assunto que eu ia falar filho. – Dégel suspirou – eu li um pouco sobre uma nova droga que estava sendo usada no laboratório, naqueles documentos que me foram passados sobre a pesquisa. Ao que tudo indica, Fafner a usou bastante em Camus e essa droga visava controlar a mente dele o deixando tão suscetível mentalmente, que ele se tornaria “manso” para obedecer. Creio eu que a confusão mental de seu namorado se dê pelas alucinações causadas pôr essa droga, que unida a todo o sofrimento dele o prenderam em uma realidade onde tudo que causou dor a ele foi esquecido.

- Isso quer dizer que a mente de Camus me apagou porque eu causava dor a ele? – Milo dizia se sentindo péssimo.

- Não, mas a saudade de você, do Hyoga pode ter sido uma dor tão forte, além de todo o pavor que ele sentia de voltar a ser uma cobaia, que fez a mente de Camus travar e o prender em uma realidade onde ele sentiria menos dor. – Dégel suspirava – Eu sinto muito filho.

- Infelizes. – Milo soltava uma seleção gigantesca de palavrões e impropérios - O Camus nunca mais vai voltar, ele vai ser para sempre... louco?

- Precisamos desintoxica-lo filho, só aí podemos ter uma avaliação mental melhor dele. Entenda, ele vai precisar de muita paciência da sua parte, muito carinho e praticamente você vai ter de ensina-lo a se ver livre novamente. Com o tempo e carinho ele pode se recuperar.  – Ele prendeu os longos cabelos para trás cansado. – Eu vou tentar isolar os efeitos dessa droga e criar um antidoto que acelere a desintoxicação de Camus, por enquanto é o que podemos fazer.

- Tudo bem pai, eu sei que vai me ajudar. E meu Camus vai voltar, eu faço o que for para isso.

 

*****

 

Camus se moveu sentindo a diferença da cama onde estava. Abriu os olhos e não viu, daquela vez, o teto branco e claridade de sempre. Estava sob a meia luz confortável ao sono, em um quarto que não era o seu. Observou os móveis diferentes, maiores mais vistosos em madeira extremamente bela e lustrada. A cama onde dormia, tinha lençóis clarinhos em tom de azul e ao observar suas roupas, espantou-se em não vestir branco, mas sim um confortável pijama de tom azul marinho.

Olhou em volta se levantando e só aí percebeu o loiro sentado na poltrona ao lado, dormindo de forma desconfortável na mesma. Olhou para a cena estranhando muito e se perguntando para onde havia sido levado. Seria mais algum teste deles? Se moveu devagar se levantando e sentindo a estranheza de pisar naquele tapete quentinho e de tom forte que cobria o chão. Se sentia maravilhado com aquele mundo de cores. Caminhou devagarzinho até Milo que dormia.

- Você não devia confiar nele meu menino. – Ele ouvia a voz de Agatha, mas não se dignou a procura-la no quarto, se sentia hipnotizado por algo a mais – ele é igual aos outros, só quer usar você e nosso bebê. Não confie, ele quer te enganar!

Camus a ignorou por um tempo, observava o loiro dormindo, os traços de seu rosto, a pele levemente amorenada e a forma como o peito subia e descia tranquilo naquele sono. Era tão familiar. Sentiu vontade de tocar naqueles lábios, nos cachos dourados e saber se aquela imagem era de verdade. Em dado momento Camus se encolheu assustado ao notar que Milo despertava e deu passos para trás como que fugindo dele.

- Camus... – Milo dizia sonolento e Camus, mais do que depressa, voltava para a cama se encolhendo. – Dormiu bem meu anjo?

- Onde eu estou? – Ele se encolhia olhando tudo ao seu redor – esse não é o meu quarto, eu não to mais no laboratório estou? Como você sabe o meu nome, só a Agatha sabe o meu nome.

- Você está em casa meu anjo, na nossa casa. – Milo dizia tentando se aproximar e se sentando na cama, notando Camus arredio. – E eu sei o seu nome porque você me contou a muitos anos atrás.

- Eu não lembro disso, eu não me lembro de conhecer você. – Milo engoliu em seco, era extremamente doloroso ouvir aquilo, mas tinha de ser forte – Isso não é um novo teste, não? Você não vai fazer mal para mim e para o meu neném? – Ele colocava as mãos sobre a barriga protetoramente. – Eu tenho um nenenzinho bem aqui, eu sei eu sinto ele.

- Camus, eu sei que você tem, tem um nenenzinho lindo crescendo bem aí e meu amor, os testes acabaram, você é livre! Nunca mais terão testes, nunca mais vão fazer nada contra sua vontade, você está livre. – Milo dizia com um sorriso doce. Dentro de Camus algo o confundia dizendo que já tinha visto aquele sorriso, mas onde?

- Não confia nele meu menino, você está dentro do laboratório, eles querem te fazer confiar para arrancarem seu filhinho de você. – A voz de Agatha dizia, sua voz vinda de um lugar onde Camus não conseguia identificar.

- Cala a boca, você está me deixando confuso! Cala, cala, cala! – Camus levava as mãos a cabeça.

- Camus... – Milo se assustava com aquilo e se afastava um pouco.

- Não é com você, é a Agatha, ela fica falando para não confiar em você, não está ouvindo? – Camus dizia confuso.

- Não Camus, eu não to ouvindo. – Milo dizia aquilo e via que o namorado estava realmente perturbado. – Vem, vamos tomar café, você deve estar com fome. – Tentava puxa-lo para outro assunto.

- Tomar café? Fora daqui? – Ele perguntava confuso.

- Sim, eu disse que você está livre, pode sair quando quiser do quarto. – Milo sorria doce, sendo paciente – não existem portas fechadas nessa casa Camus.

- Mas... – Camus movia a cabeça com olhar perdido para a perna e tocava aquele tecido de cor tão viva. – Dá para trazer meu café aqui? Eu não quero sair. Eu não sei como é lá fora, eu não quero sair daqui.

- Tudo bem, eu trago e tomo o café aqui com você. – Milo ia saindo – A porta vai ficar destrancada viu.

- Tá, nós vamos esperar aqui, obedientes.

Camus deitava novamente na cama e Milo deixava a porta aberta. Quando o loiro dobrou o corredor, teve de se encostar na parede para não cair. As lágrimas verteram de seus olhos claros sem freios, enquanto ele escorregava pela parede até cair sentado no chão.

 

 


Notas Finais


O cativeiro do Camus chegou ao fim, mas agora ele ta preso em um bem pior, o da mente dele! Milo vai ter de sofrer um bocadinho ate ter seu amado de volta!
Espero que tenham gostado, comentem!
Bjjjj Mil!


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