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História Liberté: Sangue do meu sangue - Guerra fria


Escrita por: Alexiel_LaRoux

Notas do Autor


Boa noite amores!

Bem, eu ia responder a todos os comentários hoje, mas sabe quando voce está tão cansada que parece que sua mente não funciona? Pois bem, sou eu hj! Li e amei cada um dos comentários de vocês, amei o carinho e dedicação do tempo de cada um em opinar sobre os capítulos, obrigada mesmo por isso! Desculpem essa autora relapsa, logo responderei a todos com muito carinho.
Eu só ia postar esse capitulo pra vocês na segunda (no meu aniversario) como um presente pros meus leitores, massss a Luísa me entregou o cap antes e não vou deixar vocês morrendo de ansiedade ate lá! E olha que sei que tem gente se roendo de curiosidade kkkkk. Espero que gostem do capitulo de hoje. Bjjj Mil a todos.

Capa: (ignorem o fato do Milo está de armadura)
☆矢log
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Capítulo 24 - Guerra fria


Fanfic / Fanfiction Liberté: Sangue do meu sangue - Guerra fria

 

Algum tempo já havia se passado desde o resgate de Camus, e o mesmo não parecia apresentar sinais de melhora. Milo vinha se destruindo aos poucos com o estado de seu companheiro, que parecia a cada dia reconhecê-lo menos. Nos dias seguintes à libertação de Camus, precisaram fazer alguns exames no jovem, mas as tentativas foram infrutíferas, incluindo as de fazê-lo ter um acompanhamento psiquiátrico. O ruivo depois de um tempo passou a não aceitar a aproximação de ninguém que não fosse Milo, e até mesmo exames para assegurar a saúde de sua gestação não eram possíveis de se realizar.

Naquele momento ele estava sentado próximo a grande janela envidraçada do quarto, que dava para o vistoso jardim da mansão, observando o lado de fora. Estava admirado com tantas cores, com a beleza das flores daquele jardim e a imensidão do céu que naquele dia tinha um azul lindíssimo.

- Agatha, tem certeza que aqui é mesmo o laboratório? – Ele perguntou confuso – parece as imagens dos meus livros lá fora. – Ele tinha os olhos sem brilho, mas parecia encantado ainda assim – Olha o tamanho daquelas árvores, são enormes e os pássaros, é tudo muito lindo.

- Eles só querem ganhar sua confiança meu menino, por isso estão sendo legais com você. – Ela respondeu, sentada ao lado dele – não pode se deixar levar por isso, você ainda é a cobaia deles. Isso é só um teste!

- Será? – Ele suspirou, passando a mão sobre a barriga já bem visível agora no fim do quinto mês de gestação. Era bem maior do que a que tinha no mesmo período da gestação de Hyoga – Milo me trata tão bem, é carinhoso comigo. Ele não é uma alucinação, não é!

- Eles estão usando o personagem que você tanto amava para te enganar meu menino. Eles só querem roubar o seu bebê, fazer dele uma cobaia e vários experimentos com ele. – Ela disse séria - Vai deixar eles te enganarem e pegarem o nosso bebezinho, seu filhinho tão esperado?

 – Não Agatha, eu não vou, eu não posso! Vou proteger o meu neném – ele olhou para a barriga – papai prometeu proteger você, não foi pequeno?

Ele fez carinho na barriga sentindo o filho se mover lá dentro, Agatha lhe deu um beijo na testa saindo dali. Camus continuou olhando o exterior, apaixonado por aquela paisagem.

- Porque você não almoça comigo lá fora, Camus? – Milo estava na porta do quarto com aquele sorriso triste no rosto.

- Não sei, eu gosto de ficar aqui dentro, fechado. É mais seguro, ninguém vai fazer mal para o meu neném. – Ele falou, olhando Milo de canto – Porque vocês aqui são tão legais comigo, Milo? Vocês me tratam bem aqui, não é igual antes.

- É porque todos que estão aqui te amam, Camus. – Milo se aproximou – Nós lutamos pra te tirar daquele lugar, pra te dar liberdade. Entenda, meu amor, você não vai sofrer nunca mais, todos aqui vão cuidar pra que você e seu neném sejam felizes. Pra quando você se recuperar, nós sermos uma família de novo.

- Família... eu já ouvi isso – Camus divagou confuso, com o olhar vago. Depois que entrou em processo de desintoxicação, às vezes parecia que ele tinha leves momentos de sanidade, mas em questão de segundos ele voltava ao estado de demência. – Eu prefiro ficar aqui Milo, um dia eu juro que desço e vou conhecer aquele jardim, tá?

- Eu vou esperar Camus. Demore o tempo que demorar, eu vou esperar você voltar para mim.

- Filho! – Kárdia veio esbaforido, chamando o filho, o que assustou de leve Camus. – Vem ver isso, você precisa ver!

- Fique aqui, querido - Milo olhou para Camus com um olhar doce e carinhoso - venho almoçar com você daqui a pouquinho, só vou ver o que meu pai quer.

Milo sempre fazia as refeições ali com o namorado. Saiu do quarto deixando a porta entreaberta como um convite a Camus para sair quando ele desejasse. Seguiu o pai, curioso como nunca, até que encontrou o outro pai, Dégel, sentado assistindo a uma notícia urgente na tv. Milo se sentou ao lado dele atento à matéria.

“ Ao que tudo indica, a derrocada do império LaRoux se iniciou com a derrubada da lei das cobaias e não parou aí.

Com uma queda nas ações desde que suas cobaias foram entregues ao governo para reinserção na sociedade, a empresa da BioTech, que parecia ser um império indestrutível, vem recebendo golpe atrás de golpe. Na tarde de ontem, um aviso de autodestruição anunciado pelo sistema de segurança local deixou todos em polvorosa, assim como pôs a vida de centenas de funcionários em perigo.

Segundo a assessoria de imprensa da empresa, um de seus pesquisadores, doutor Surtr, em retaliação a sua expulsão do famigerado projeto Híbrido, que aprisionou como Cobaia o namorado do filho do senador Alexis, Milo, e gerou toda a discussão sobre a lei das cobaias; acabou invadindo a empresa. De posse dos códigos de segurança, hackeou o sistema interno, acionando o sistema de autodestruição da mesma.

De acordo com imagens do sistema de segurança, que foram recuperadas graças à um servidor remoto fora do laboratório, ele teria empreendido uma briga com o seu antigo chefe, doutor Fafner, até poucos segundos antes da explosão que destruiu por completo todo o complexo. Nenhuma imagem foi encontrada da saída dos mesmos.

Até o momento, temos notícias de que a evacuação do lugar se deu adequadamente, tendo como vítimas apenas os dois pesquisadores. Grupos de resgate ainda estão à procura do corpo de Surtr. Os restos mortais de Fafner foram encontrados de maneira quase irreconhecível na manhã de hoje. Seu funeral ser...”

-Puta que pariu! – Milo soltou o palavrão e recebeu uma olhada feia do pai ruivo, que não aprovava aquele linguajar. – Quer dizer que não sobrou nada daquele lugar maldito? Nada, nadinha?

- E pelo visto pouco vai sobrar da família com isso! – Dégel completou, ainda abismado.

- Como assim? – Milo indagou curioso.

- O que seu pai quer dizer, filho – Kárdia explicou - boa parte da fortuna da família dele era gerada por esse laboratório. Eles ainda continuam ricos, mas com a queda da lei das cobaias e a destruição do laboratório, eles vão entrar em uma era negra de difícil recuperação. O nome LaRoux, após a associação ao caso de Camus, ficou bem sujo.

- Foi bem feito! – Milo olhou para Dégel – Desculpa pai, sei que são nossa família, por mais podres que sejam, mas mereceram. Talvez assim eles pensem antes de fazer outras pessoas sofrerem.

- Tudo bem filho. Eles só estão pagando pelo que fizeram. – Suspirou - a melhor coisa que fiz foi sair dessa família. Mas vamos mudar de assunto. Milo vou começar a testar a droga que fiz para ajudar seu namorado, a que vai ajudar a desintoxicá-lo.

- Sério? Você conseguiu fazer?! – Milo perguntou com um sorriso de canto a canto.

- Sim, o problema vai ser testá-la. É só um protótipo, filho, mas seu namorado não toma nada que damos a ele, nem aceita as medicações. – Dégel suspirou – vamos ter que dar escondido a ele, mas quero que você monitore os resultados, pode ser?

- Claro! Eu to esperando isso há tanto tempo que não vejo a hora de ter resultados! – Milo faltava saltar de alegria – Vou colocar no suco, assim ele não vai perceber e tomar sempre.

- Por isso eu já a fiz em forma líquida filho, aqui – Dégel entregou um vidrinho ao filho – quarenta gotas bastam. Vamos torcer para funcionar.

- Vai dar certo pai, eu sei que vai! – Milo sorriu empolgado – vou almoçar com ele, ok? Até daqui a pouco.

Milo saiu praticamente saltando, de tão feliz. O pai se ajeitou no sofá pegando um pequeno caderno em mãos. Kárdia se sentou ao lado olhando aquilo, depois de arrancar um beijo roubado do marido.

- Que caderno é esse, Dégel? – Perguntou curioso.

- Quando Surtr me deu as pesquisas, entregou esse caderno junto. Na época comecei a olhá-lo, folheei principalmente as últimas páginas, mas somente me parecia um diário comum de uma ex funcionária do laboratório. Então comecei a avaliar os papéis, vi que eram mais importantes e acabei o deixando de lado, só me lembrei dele agora.

- E com tudo resolvido, isso vai servir pra quê? – Kárdia ironizou, sem muita paciência.

- Curiosidade. – Dégel folheava o diário quando cerrou de leve os olhos, se sentando direito e começando a examiná-lo melhor. – Eu não acredito nisso!

- O que foi Dégel? – Kárdia interessou-se pelos dizeres do marido, que se levantou pegando-o pela mão e o puxando.

- Vem comigo, você vai querer ler esse diário, ah se vai.

*****

A noite havia caído e Milo não viu seus pais pelo resto do dia. Estavam trancados dentro do quarto há um bom tempo e o filho não queria nem pensar n a quantidade de coisas que eles estariam fazendo ali dentro. Imaginar os pais fazendo aquilo era nojento! Revirou os olhos pensando nisso quando passou pela porta de Camus, o espiando escondido por um tempo.

O ruivo estava sentado na janela como sempre fazia nos últimos dias. Os longos cabelos estavam jogados de lado e eram penteados bem devagar, enquanto o dono deles mantinha os olhos fixos do lado de fora. Perdidos, mortos, vazios. Milo engoliu em seco com aquela cena, se sentindo mal por ver seu amado assim.

Desviou aquele pensamento por um tempo, quando se lembrou que tinha prometido fazer algo aquela noite. Aproveitaria que seu pequeno ainda estava dormindo e iria ligar para os amigos, eles estavam ansiosos e praticamente lhe exigiam notícias de Camus todos os dias. Foi para o escritório do pai, onde teria privacidade, então acionou o programa e a imagem dos amigos se fez na grande parede do escritório, em tamanho real.

- E aí, feiosos? – Ele caçoou, recostado na mesa de braços cruzados.

- E aí Milo, como está o Camus? – Afrodite perguntou de imediato, com Shun ao seu lado.

- Tu pergunta primeiro pelo Camus. Por mim e pelo Hyoguinha ninguém pergunta. – fez um bico tentando brincar, mesmo que sua alma não estivesse no clima para isso. – Cadê o gatinho manhoso?

- Deixa de bobeira, Milo – Shun respondeu divertido – Aiolia está com a Marin, não larga da namorada. Não sei como ela aguenta.

- Normal, você também não larga do Dite – todos eles riram juntos – Agora te respondendo: O Camus continua na mesma.

- Não reconheceu ninguém mesmo? - Afrodite entristeceu-se – queria tanto ir vê-lo, mas fico com medo dele ficar pior.

- Eu entendo, mas podemos tentar. Só não pode vir a turma toda de uma vez, de um por um quem sabe isso não destrava algo na mente dele? Acho que pouco a pouco ele vai voltar. - Milo murmurou cansado.

- Vou marcar um dia pra ir aí então. Seja forte meu amigo, o amor de vocês vai ser maior que qualquer dificuldade. Ao menos agora vocês estão do lado um do outro.

- Mas e se ele não voltar, Dite? Eu tenho tanto medo dele se prender assim pra sempre. – Milo se segurava para não chorar.

- Ele vai voltar, Milo – Shun o consolava – Sou testemunha da força do amor de vocês. E conhecendo o amor como eu conheço – pegou a mão do namorado e apertou com força – ele vai ser capaz de superar tudo!

- Assim espero meus amigos, assim espero – Milo sorriu triste e resolveu mudar de assunto. – E vocês dois engrenaram mesmo esse namoro, hein!

- Demorou, mas achei o amor da minha vida, Milo – Shun ficou vermelho quando o namorado disse aquilo, e lhe roubou um selinho – Eu amo o Shun mais do que tudo. Ah, novidade: assim que nós terminarmos a faculdade que com certeza começaremos no início do ano, vou querer casar com ele!

- Peraí! – Shun olhou surpreso o namorado – você não falou isso comigo.

- Precisa? Vai negar o pedido?

- Mas é claro que não! Mas, mas... – Shun não tinha palavras.

- Mas nada. Nós vamos nos casar e Milo e Camus vão ser os padrinhos. – Dite brincou e notou que ao mencionar o ruivo, o amigo ficou com o semblante nublado. Shun foi quem desviou o assunto.

- E meu afilhado, Milo? Tô morrendo de saudades dele.

- Ele está lindo Shun, cada dia maior, agora mesmo ele está... – Milo ouviu o sinal da baba eletrônica de que Hyoga havia acordado e estava chorando. – Acabou de acordar!

- Vai lá cuidar do Hyoguinha, nos falamos depois. - Dite o despachou.

- Tudo bem gente, até.

Milo encerrou a ligação com os amigos e começou a rumar em direção ao quartinho de Hyoga. Ao passar pelo quarto de Camus estranhou não vê-lo lá dentro. Preocupou-se por um momento, mas imaginou que o namorado deveria estar no banheiro de sua suíte, por isso não o viu. Continuou seguindo para o quarto do filho, deixando para averiguar aquilo depois. Ao chegar à porta do local, estancou surpreso.

Hyoga não chorava, na verdade dava leve risinhos. Camus estava no quarto com o pequeno loirinho em seu colo, segurando-o de forma carinhosa. Milo se manteve oculto, observando aquela cena com atenção. O ruivo acariciava o menininho com um sorriso no rosto e expressão de amor para com a criança.

- Papai sentiu saudades de você. Perdoa o papai? – Milo derramou lágrimas com aquela cena. Seu Camus estava voltando, ele reconheceu o filho. – Minha cabeça anda tão confusa filhinho, às vezes ela simplesmente apaga. Quem me acordou foi o seu chorinho, mas já está tudo embaralhando de novo. – Ele deu um beijinho na testa do pequeno, que bocejava. – Será que eu vou enlouquecer de vez meu anjinho? Estou cansado de lutar para voltar, acho eu não consigo.

Camus começou a cantar a velha música de ninar que Milo lhe cantava quando ambos eram crianças. Hyoga bocejou e logo começou a dormir. Quando o ruivo colocou o neném no berço, Milo percebeu os olhos de Camus perderem a luz novamente e ele tocar a barriga sorrindo.

- Agatha? – Ele divagou olhando um ponto vazio, e voltou a alucinar – Não briga comigo, eu sei que não é seguro sair do meu quarto, mas de repente... minha mente apagou e eu acordei aqui. – Ele parecia ouvir algo, e Milo o observava abismado -  tudo bem, eu vou voltar Agatha, prometo não sair de novo. – Ele acariciou a barriga proeminente. – Vamos neném, o papai vai cantar para você dormir.

Camus ia saindo do quarto e Milo correu para se esconder, para continuar a observar sem ser notado. Viu seu ruivo ir novamente para o quarto e se sentar perto da janela. O olhar vazio se fixou em um ponto qualquer do lado de fora e ele começou a cantar músicas de ninar para o filho em sua barriga. Milo foi para seu quarto não aguentando mais aquilo. Passou a noite devastado em lágrimas e mais lágrimas de dor.

****

 

- Aqui, eu trouxe um suco pra gente e uns sanduíches. – Kárdia colocou a bandeja sobre a mesa do quarto, observando o marido que continuava a ler. – Descobriu mais alguma coisa?

- Kárdia, isso é simplesmente chocante! Tudo o que ela relata aqui, suas dores, a forma como ela foi vista. Porque ela não me procurou?

- Porque como todos, ela tinha medo da sua família, Dégel. – O ruivo tomou um pouco de suco – Vamos, continue lendo.

- Kárdia, eu tenho medo de seguir com essas páginas, do que vou descobrir.

- Mas nós só vamos saber como essa história dela termina se lermos. Vai, continua, eu tô ansioso pra ouvir. – Kárdia incentivou o esposo, que recomeçou a leitura.

 

“ Nova Europa – Capital, 8 de novembro de 2114

 

Às vezes tenho medo da reação dessa família. Eles foram capazes de me roubá-lo, tomarem meu pequeno. A cada nova descoberta sobre seu paradeiro me sinto em total pânico, mas não mais em pânico do que o que ouvi da poderosa Louise LaRoux, quando falou com sua tão empoada irmã hoje mais cedo.

Elas não dizem que sou uma sombra negra à toa. Hoje as ouvi conversando sobre o pagamento de um pessoal especializado que haviam contratado. Estranhei aquilo, afinal, as duas madames poderosas jamais se meteriam com detalhes burocráticos como a contratação de funcionários. Até mesmo para o trabalho sujo que fizeram quando tive meu filho elas designaram seus malditos comparsas.

Ao que tudo indica, elas planejam destruir a vida de mais alguém, esse parece ser o hobby favorito delas. Falavam de ser inaceitável a família engolir aquela criança maldita, e foi nesse momento que comecei a ligar os pontos. Pelas frases homofóbicas, que são impossíveis de serem citadas aqui, já que me causam asco, elas deveriam estar tratando de Dégel e do marido. Ficarei atenta ao que elas estão armando, se puder evitar mais uma de suas maldades, assim o farei.

 

Nova Europa – Capital, 11 de novembro de 2114

Eu ainda não acredito que aquelas duas possam estar metidas nisso! Ligando todos os pontos, a fala delas naquela noite. Tenho sérias desconfianças de que foram elas a contratarem o sequestro de Milo! Gostaria de conversar com Dégel, contar toda a verdade a ele e minhas desconfianças, mas se eu fizer isso ponho toda a minha investigação a perder, e não serão somente uma criança em perigo, mas duas. Às vezes acho que vou enlouquecer de mãos atadas como estou. Espero que um dia Dégel perdoe a escolha que fiz, mas se um dia ele puder ler esse diário, tenho a certeza que entenderá o porquê de eu ter tomado essa decisão. Ele sabe a dor que eu sinto, ele é pai. Tentarei buscar mais provas e deixá-las anexas a este diário. Assim, um dia poderei colocar aquelas malditas para pagarem por todo mal que nos fizeram. ”

 

- Infelizes malditas! – Um dos vasos do quarto se espatifou na parede. - aquela maldita foi quem sequestrou nosso filho, Dégel! E eu achando o tempo inteiro que havia sido retaliação política!

Kárdia não havia notado durante seu ataque de fúria, mas Dégel observava as outras anotações do diário e já tinha os olhos começando a marejar. Levou as mãos à cabeça cansado, tirando os óculos. Olhou para o marido, e nesse momento, ele notou a desolação em que o ruivo se encontrava.

- Minha mãe é um monstro. Minha mão, minha tia... minha família só tem monstros, Kárdia.

E naquele momento, a grande e forte pedra de gelo desabou, ao constatar que fora sua família a responsável por seus quatorze anos de dor longe do filho.

- O que você vai fazer agora? Vai contar tudo para o Milo? – Kárdia perguntou.

- Ainda não. Eu quero que essas miseráveis paguem pelo que fizeram, e nosso filho já tem coisa demais para lidar. Vou avaliar a veracidade das provas do diário, nós precisamos descobrir o resto dessa história toda.

- Você quer saber o que sua família fez ao filho dela também, não é? Você tem desconfianças. – Kárdia tentava consolar o marido.

- Eu não posso fazer nada no impulso. Esse diário tem muito o que ser confirmado, e eu não vou sossegar enquanto não fizer isso.



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