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História Liberté: Sangue do meu sangue - Amor Eterno.


Escrita por: Alexiel_LaRoux

Notas do Autor


Olá, finalmente o dia chegou! Se essa é uma fic presente de aniversário, hoje é o dia que fez com que essa fic nascesse! Feliz aniversário Petit!

A Lucy tem me perguntado o que eu aprontaria nas notas desse capitulo e como seria esse capítulo especial para o dia do aniversário dela a um bom tempo. Eu não contei, porque ela pode ser uma escorpianinha má, mas eu tb tenho veneno de escorpião no meu mapa astral e a torturei até esse momento. Então agora, leitores amados, sei que tão loucos pela fic, mas se segura aí que lá vem textão porque a data é especial.

Ela me perturba muito, mas acho que já disse isso aqui algumas vezes. Quando ela apareceu na minha vida eu me perguntava onde essa menina achava tanto assunto para falar, como ela conseguia ser tão doidinha assim. Mas como disse no início da fic, ela vai contagiando quando se vê já te roubou inteira. Hoje ela já me roubou tanto que é minha Petit e me chama de mestra e as vezes me sinto meio mãezona dessa garota. Mãezona até nas horas que tenho vontade de dar uns coques virtuais nela.

O que torna minha Petit especial para mim? Mesmo longe ela já sofreu comigo, viveu cada minuto de angustia quando eu desabava por causa da complicada situação inicial do meu filhote e a vinda dele para os meus braços. Essa doidinha já me deu colo, consolou, ajudou, em momentos difíceis e muitas vezes foi o bom dia dela de manhã que me deu ânimo de sair da cama. Ela pode ser doida ter os conflitos dela, mas é cada pedacinho disso que me fazem ama-la.

Bom, finalizando pq não vou te matar do coração. Amiga, não importa o que digam para você, es especial, linda, perfeita e se me chamar de cega por dizer isso eu te bato. Sempre que vc estiver triste, lembra sempre do que eu te digo sempre, pode parecer difícil agora, mas quando você tiver na minha idade, vai rir muito do que achou ser o fim do mundo agora. Sempre que precisar e eu puder ajudar, o colinho da okasan está aqui para você, só vai ter de dividir ele com o seu maninho e lembrar que o peixinho é ciumento, mais que a minha Petit scorpion sempre tem um cantinho no meu coração. Amo-te amiga!

Agora aos meus leitores. MUITO obrigada pelo carinho de vocês, por cada comentário maravilhoso que eu recebi, vocês são extremamente especiais. Hoje nosso capitulo, como é especial, tem ceninha hot! Espero que vocês gostem. Agradecimento mais que especial a minha DIVA Amelinda, porque ela betou esse capitulo com um carinho todo especial e se ele está lindo e sem errinhos, é graças a essa pessoa que eu tanto aprecio e amo. Obrigada amiga.

Arte da capa:
Pixiv ID: 31378383
Member: たかし

Capítulo 4 - Amor Eterno.


Fanfic / Fanfiction Liberté: Sangue do meu sangue - Amor Eterno.

Os lábios se encontraram, e neles ambos sentiram o sabor da saudade antecipada. Em um ano de namoro nenhum dos dois havia se sentido preparado para ir além naquela relação, queriam que isso acontecesse de forma natural e que fosse um momento único e belo. Eram jovens e cheios de sonhos. Milo afastou o beijo por um momento e sorriu olhando nos olhos de Camus. Após ter feito uma carícia em seu rosto foi até a porta, trancou-a e se voltou para o namorado, com um sorriso belo no rosto.

- Você tem certeza? – perguntou, com os olhos a percorrer a face de seu amado, observando cada mínimo detalhe na expressão de seu ruivo. Queria ler ali se existia alguma hesitação, algum medo que os impedisse de dar aquele passo.

- É o que eu mais quero, Milo.

Camus sorriu para o namorado, levantando-se e indo na direção dele. Olhou-o de cima a baixo e sorriu antes de morder delicadamente o lábio e passar a mão pelo peitoral do namorado, descendo os dedos por sua barriga definida até a barra da camisa, a qual puxou lentamente, tirando-a de uma vez por todas. Seus dedos pálidos e levemente frios percorreram pelos músculos já bem desenvolvidos do amado, e fitou seus olhos. Levou a mão ao rosto de Milo, embrenhando seus dedos naqueles belos cachos e puxando a cabeça dele em sua direção, dando-lhe um beijo intenso, cheio de paixão. Nunca haviam ido às vias de fato no namoro, mas momentos de carinhos mais ousados não faltaram durante todo aquele tempo, afinal, dividiam o mesmo teto.

As mãos de Milo desceram pelas costas de Camus com desejo, conforme aquele beijo se tornou mais profundo. O loiro arrancou a camisa de seu namorado e a jogou longe, descendo as mãos por suas costas em um leve arranhar que arrancou um gemido dos lábios de Camus, até chegarem às roliças nádegas do ruivo e as apertarem com força, puxando-o para cima. Camus enlaçou a cintura de Milo com as pernas e este o levou com cuidado para a cama. Envolvia os braços ao redor do pescoço de Milo, segurando-lhes as madeixas loiras, possessivamente.

Os lábios de Milo foram descendo pelo pescoço de Camus e esse já se contorcia embaixo de seu amado pela tentação daquelas carícias. O ruivo sentiu a mão grande e forte de seu loiro lhe adentrar o cós da calça e a roupa íntima, começando a lhe acariciar ali, envolvendo-lhe com a mão em desejo. Sendo Milo um verdadeiro vulcão qual o motivo de eles nunca terem chegado a uma conjunção carnal mais íntima? Simples: tinham receio de não saberem como seguir, como proceder. Eram dois meninos quando começaram aquele namoro, eram dois jovens descobrindo seus corpos e de uma forma que não era convencional no passado e, mesmo na modernidade, ainda não o era para toda a sociedade. A homossexualidade nunca deixara de ser um tabu no mundo em que viviam, mesmo depois de uma guerra o ter transformado tão profundamente.

Em continuidade àquela cena de amor, Camus gemeu com seu parceiro a lhe tocar daquele jeito e começou a retribuir a carícia da mesma forma, quando atacou o pescoço de seu namorado com vontade, em beijos fortes e cheios de desejo. Logo os dois já haviam dado um jeito nas roupas que ainda restavam em seus corpos e sentiam a pele de ambos se tocarem de forma ardente. Milo deitou sobre Camus, que sentiu sua ereção tocar a do seu amado, arrancando-lhe um gemido contido pela sua timidez; esta não o impediu de levar a mão até aquela área, que em ambos já latejava de tanto prazer, e a aumentar o contato entre elas, unindo-as em sua mão e massageando a ambos ao mesmo tempo, de forma enlouquecedora.

- Milo, você conseguiu? – foi só dizer isto e os lábios de Camus se entreabriram em um gemido alto; buscou o ar com ânsia, sentindo o prazer de tocar a si e a seu amado ao mesmo tempo. - Conseguiu comprar? – Falava com a dificuldade em manter a sanidade diante do tamanho desejo e prazer que sentia - Você sabe, aquilo.

- O lubrificante? – Camus ficou corado com a cara de pau de seu amado, ele não queria usar a palavra, mas o namorado era bem mais expansivo. – O Kanon me deu um. - Milo gemeu alto com uma movimentação mais forte de seu amado – Porra, como isso é bom! Aí, continua assim, Camus, tá gostoso – Dizia entre gemidos, antes de completar - Ele disse que era um presente para nós dois.

- E como diabos ele conseguiu isso sem levantar suspeitas da diretora? – quis saber Camus, dando beijinhos leves na clavícula de seu amado; esfregou de leve seu corpo no dele, que pesava sobre o seu. Não parava nenhum momento de tocá-los simultaneamente. Milo achou que enlouqueceria com aquilo em breve.

- Não me pergunte, Camus - revirava os olhos, inclinando a cabeça para trás, fazendo seu amado parar, antes que ele não resistisse mais - Não me pergunte.

 Milo pegou o tubo dentro da gaveta e sorriu, beijando forte e rápido o seu amado.

 – Como faremos? Quem vai...

- Pode vir, eu te quero, quero te sentir – Camus sorria de forma doce, passando a mão pelo corpo do amado. Arranhou de leve as costas de Milo e passou sensualmente o pé pela perna do loiro, se insinuando para ele.

- Mas e se eu te machucar? Eu nunca fiz isso, eu não quero que você... – Milo sentiu a mão de Camus tapar sua boca, ambos suavam e estavam quentes com o desejo daquele momento e o calor do amor que sentiam.

- Cala a boca, Milo! – riu - Vem, eu não sou frágil para você ficar com medo... quero te sentir, quero sentir o homem que eu amo dentro de mim. Me ame, Milo.

Milo riu com o jeito de seu namorado, surpreso ao ver como ele havia se soltado naquela cama. Beijou-o de forma intensa, e, sem apartar aquele beijo, derramou na mão do amado um pouco do líquido daquele tubo e mais um pouco em sua própria mão. Achou que ia enlouquecer quando Camus começou a massageá-lo novamente, lubrificando carinhosamente seu membro, tocando-o de uma forma ritmada e carinhosa, literalmente a expressão da perdição. Quando o ruivo terminou, ele somente sorriu e mordeu o lóbulo da orelha de seu amado, sussurrando em seu ouvido.

- Vire-se de bruços - deu uma leve mordiscada no ombro do ruivo -  acho que assim vai ser mais fácil.

Camus obedeceu e recebeu uma série de beijos carinhosos, que subiam pela linha de sua coluna; gemeu alto quando, com a mão livre, Milo alcançou um de seus mamilos e começou a brincar ali. A outra mão do loiro começou a preparar seu namorado, que sentiu dor com a primeira invasão dos dedos, mas logo se movia em uma dança perfeita, mostrando a cada passo de avanço de Milo naquela preparação, o quanto estava se tornando bom aquele instante.

Terminado aquele ritual, Milo deu beijos no pescoço de Camus, que sorriu, se virando na cama e ficando de frente para o seu amado mais uma vez. Milo se encaixou entre as pernas de Camus, que o enlaçou com as mesmas. O loiro encarou os olhos de seu namorado que se fecharam, deixando a boca entreaberta soltar um leve arfar de desejo ao sentir que seu amado começava a lhe invadir vagarosamente. Aquilo era doloroso, Milo podia ver nas expressões faciais de Camus. Mas o sorriso que abriu, e o brilho dos olhos vermelhos do ruivo no instante em que se abriram ao sentir Milo completamente dentro de si, eram a prova de que o loiro havia feito da forma certa. Milo viu amor e entrega nos olhos de seu ruivo no momento em que uma lágrima desceu.

- Somos um... – Milo leu somente no mover dos lábios de seu amado.

- Eternamente.

Os braços de Camus envolveram o corpo de Milo e o loiro iniciou aquela movimentação de forma vagarosa; logo, pouco a pouco, ia aumentando a velocidade do movimento. Camus sentia-se delirar com aquela invasão, e eles passaram um bom tempo naquilo. Seguiu-se uma troca de beijos e de juras de amor, enquanto se amavam de forma intensa, única, pela primeira vez. Seus corpos pareciam se reconhecer em cada mínimo detalhe, como se sempre tivessem sido destinados um para o outro. Como se naquele momento algo realmente mágico estivesse pronto para acontecer. Foi nessa interação, nessa entrega, que os dois sentiram o prazer máximo daquele momento. Após o clímax, seus corpos caíram exaustos, ainda unidos.

- Eu nunca mais quero sair do seu lado, Camus. – Milo puxava o namorado para deitar sobre seu peito e fechava os olhos meio sonolento.

- Nem eu, meu anjo, nem eu...

*** 

 

Alguns dias depois, Camus estava sentado com duas crianças do orfanato, uma de cada lado. Tinha um caderno em mãos, sempre tinha aquela mania de não gostar de nada digital, preferia as coisas do modo antigo, assim como as anotações de seus estudos que eram rigorosamente feitas à mão ao invés de digitalizadas. Não que não soubesse lidar com tecnologia, ao contrário, era perfeito nisso, mas era um tradicionalista nato no que dizia respeito a seus estudos. Milo havia acabado de chegar de algumas de suas tarefas. No orfanato sempre funcionava assim, os mais velhos ajudavam nas tarefas e a manter a ordem local, e a tarefa de Camus era cuidar do reforço dos estudos dos menores. Era isso que ele fazia no momento. O loiro se pôs a observar o namorado, adorava vê-lo lidar com as crianças, adorava aquele seu lado “mestre”.

- Ah, Camus, essas guerras são muito chatas de estudar, já não passou tudo? Pra que ficar estudando esse assunto chato? – Uma das crianças reclamava, emburrada.

- Porque nós só poderemos compreender realmente a nossa atualidade se conhecermos nosso passado. Como éramos, como chegamos ao que temos hoje... Vamos, sem preguiça! Então, por volta da segunda metade do século XXI, nosso mundo entrou em guerra, por que essa foi a pior entre as três?

-Por casa dos avanços tecnológicos do nosso mundo. – Um menino moreno e bem pequeno para a idade que tinha respondeu – As armas tinham um poder de destruição enorme e a população quase foi dizimada. Territórios inteiros foram destruídos.

- E como as pessoas superaram isso? – Camus arqueava a sobrancelha, perguntando aquilo de forma a atiçar os meninos a pensarem.

- Os grupos sobreviventes se uniram em blocos novos, os países se uniram formando novas divisas territoriais e as nomearam criando uma nova sociedade. – O garoto que antes reclamava dos estudos era quem respondia.

- E quais as consequências dessa guerra na atualidade? - Camus perguntava, sendo bastante didático.

- A população mundial caiu exponencialmente – o outro menino, o menor, respondia. Ele era bem inteligente e lembrava muito a Camus. – Algumas das armas biológicas difundiram novas doenças e algumas dessas até mesmo levaram a esterilidade de alguns grupos sociais, o que piorou ainda mais os aspectos numéricos da população. Isso causou o efeito que hoje chamamos de “envelhecimento populacional”, e tem deixado os governos atuais bastante preocupados.

- Muito bem, nem sei porque vocês precisam de mim para estudar, já estão sabendo o conteúdo todo! – Camus sorria para os meninos e Milo via ali uma faceta nova em seu namorado. Ele gostava de ensinar e ficava radiante ao fazer isso rodeado de pequenos, era um verdadeiro mestre por excelência.

- Camus? - Um dos meninos o olhava, intrigado – eu li esses dias que estão criando projetos novos para tentar diminuir esse problema do envelhecimento da população. Minha professora disse que alguns laboratórios têm tentando criar medidas para resolver esse problema. Tem algo no meu livro... – ele sorria correndo até sua mochila e tirando dela um pequeno aparelho eletrônico, mostrando ao mais velho – Olha só, tem até uma lista de empresas que fazem isso. É verdade que, há algumas décadas, o governo autorizou o desenvolvimento de humanos em barrigas de aluguel para serem usados em experimentos dentro dessas empresas? Deve ser horrível nascer e ser criado só para isso.

O menino, inocentemente projetou no ar aquela página do livro, e no exato momento em que Camus bateu o olho ali, se já não fosse o suficiente ele se sentir muito mal com o último comentário da criança, perdeu totalmente a expressão de alegria, tornando-se sério. Mordiscou o lábio tenso, e Milo, percebendo a mudança do estado emocional do namorado, interveio rapidamente:

- Hora dessa meninada sair um pouco e brincar, porque não só de estudos vocês viverão – ria, brincando com os meninos. – Andem, está na hora de deixarem o Camus em paz e se divertirem, vamos, vamos, todo mundo para fora, que já tô sentindo cheiro de mofo de tanto que estão aqui dentro. – brincava. Quando os meninos saíram, se jogou ao lado do namorado, o beijando com carinho e ficando sério. – O que aconteceu? Vi que você mudou de uma hora para outra.

- Foi por causa disso, Milo. – mostrou um brasão, um símbolo, no livro a Milo. – Eu vim daqui. Eu lembro desse símbolo por toda parte onde eu vivia.

- Camus, esse é um dos laboratórios com as maiores pesquisas da atualidade na Capital, você tem certeza que viveu em um laboratório deles? Foram eles que conseguiram a aprovação do projeto que autoriza o uso de cobaias humanas na atualidade. Sempre tive muito nojo da propaganda que eles fazem disso como a salvação da humanidade!

- Eu nunca me esqueceria disso, Milo... – ele engoliu em seco. – Eu tenho tanto medo...

- Do que, meu anjo? Você está seguro aqui, não está? Bem longe deles. – Milo fazia carinho nos cabelos longos do amado e o olhava sério.

- De um dia voltar para lá, de me encontrarem. Você sabe o que a lei diz sobre isso, agora que sou mais velho e pesquisei sobre o assunto, eu entendo. Legalmente, eu sou propriedade deles. – Engoliu em seco – agora que eu sei o que é viver, o que é sentir- olhou nos olhos de Milo – que eu tenho você comigo, eu não quero perder minha liberdade, nunca mais!

- Você não vai perder! Eu não vou deixar nunca mais eles se aproximarem de você, nunca mais.

- Assim espero Milo. Espero que sejamos só nós dois, sem nunca mais eu voltar para aquela prisão...

 

****

 

Pouco mais de dois meses haviam se passado desde a primeira vez do casal e aquela não foi a única vez em que os dois se entregaram de forma tão íntima. Não dormiam mais separados e naqueles meses antes da separação queriam aproveitar cada segundo, cada sabor, odor e presença um do outro, sem se desgrudarem. Se preparavam para a separação e isso doía dentro de cada um deles.

Estavam naquele momento em uma rodinha de amigos, era uma pequena despedida para Milo, que dali a duas semanas se mudaria em definitivo. Camus sentia seu coração apertado, mas estava feliz pelo namorado. Os dois estavam sentados na escadaria de frente ao prédio do orfanato, um ao lado do outro, rindo das besteiras ditas por Aiolia, o mais jovem da turma. Milo tinha a mão do namorado na sua e não a soltava de forma alguma naquele dia, era como se o ruivo fosse fugir dele, mas na verdade era a vontade de sentir aquela pele na sua e guardar na memória aquele momento para aguentar a saudade que o tomaria quando estivessem afastados.

- Rapazes, o lanche está servido!

Eles ouviam a voz de Amy, que trazia uma bandeja com sanduíches. A algazarra começou como se já não fossem quase homens formados e sim as crianças que adentraram aquele orfanato anos atrás. O cheiro de queijo que vinha do lanche invadiu as narinas de Camus e, ao contrário da empolgação que o saboroso aroma provocou nos outros, nele pareceu acertar-lhe como um soco no estomago. Sentiu tudo revirar dentro de si com a náusea que o tomou e apertou a mão de Milo, antes de sair correndo escada acima para o banheiro.

O loiro se assustou com a reação do seu namorado. Não era a primeira vez que o via fazer isso. Nas últimas semanas, ele tinha visto Camus se sentir muito enjoado, levantar durante a noite e ficar vomitando no banheiro. Algo de estranho estava acontecendo e ele tinha muito medo por isso. Pediu licença aos outros e subiu correndo, logo atrás do namorado. Assim que adentrou ao banheiro coletivo dos internos mais velhos, não o avistou nem ouviu barulho, o que fez seu coração se apertar. Procurou em cada um dos boxes do banheiro e quando abriu a porta do último, entrou em desespero.

Camus estava caído próximo ao sanitário, o cenário indicava que provavelmente, após ter vomitado o que tinha e o que não tinha no estomago, ele havia perdido os sentidos. Pegando seu namorado desmaiado nos braços, Milo notou que com a queda ele havia batido a cabeça em uma das quinas do box e sangrava ali, isso o deixou ainda mais desesperado! Com Camus no colo, Milo correu para o quarto deles, sendo interceptado por Aiolia, que havia ido averiguar o que havia acontecido aos amigos.

- O que aconteceu com o Camus, Milo? –  perguntou, visivelmente preocupado.

- Aiolia, chama o médico, rápido! O Camus desmaiou e bateu a cabeça no banheiro! Anda, vai logo!

O amigo saiu correndo, indo fazer o que lhe fora pedido. Milo levou Camus para o quarto dos dois, deitando-o com cuidado na cama. Pegando um pano o qual embebera em água limpa, fez a assepsia do corte do amado, vendo que havia sido profundo. Ele iria precisar de mais cuidados, com toda a certeza. Poucos minutos depois do susto inicial, Milo viu o ruivo, até então letárgico, se mover e abrir os olhos, devagar.

- Onde estou?... – viu o namorado, e então fechou os olhos novamente, sentindo o mundo girar- o que aconteceu, Milo?

- Você desmaiou no banheiro e bateu com a cabeça, Camus. O que você está sentindo, meu amor? – O loiro perguntou, preocupado.

- Parece que o mundo todo girou, minha cabeça está doendo.

- O médico já está vindo te ver, é melhor ficar quieto – Milo fazia pressão no ferimento, que ainda sangrava.

- Médico não, Milo, eu estou bem! – Tentou se levantar e sentiu o mundo girar; foi colocado no leito novamente pelo parceiro – Esqueceu que eu não sou igual todo mundo? E se eu realmente tiver algo diferente dentro de mim, se ele descobrir? Não, ele não pode me examinar!

- Calma, não vai acontecer nada. Eu não vou sair do seu lado e não vou deixar que ele fale nada, mas você não pode ficar assim. Sei que você não é igual todo mundo, mas agora está doente, precisa se cuidar.

Naquele momento a porta do quarto deles se abriu e o médico local apareceu, junto à diretora do orfanato.

- Milo, é melhor você sair e deixar ele examinar o Camus.- Amy disse e viu o loirinho agarrar a mão do namorado com força.

- Não, eu vou ficar com o Camus! Eu só saio daqui quando souber o que ele tem.

- Não seja teimoso, venha logo- ela insistia, mas o jovem ferido a interrompeu, pedindo de maneira calma:

- Deixa ele aqui, Amy, por favor.

- Tudo bem, mas se o médico precisar de algo me chamem. E não atrapalhe ele, Milo.

Ela se retirou dali e o adolescente deu espaço para que o médico cuidasse de seu namorado. Observava atentamente o profissional de saúde analisar Camus e passar uma espécie de pomada no ferimento da testa; tratava-se de uma espécie de cola que substituía os antiquados pontos ao unir a pele.

- O que você tem sentido ultimamente, meu rapaz?  - O médico inquiriu.

- Eu tenho sentido muito enjoo, quase tudo que eu como eu coloco para fora e tenho tido vertigens... mas desmaio mesmo, somente essa vez. Também tenho tido uma azia horrível. – Camus dizia e fechava os olhos, bocejando.

- Ele também anda muito cansado, praticamente passa todo o tempo dormindo.

- Hum... – o médico murmurou. Fez sinal para que a Camus lhe estendesse a mão. Espetou o dedo do paciente com uma agulha e colheu uma gota de seu sangue em uma tira acrílica. – Me deem só um minuto, rapazes.

Camus olhou apreensivo para Milo, que somente lhe apertou a mão, passando força. O médico colocou o material em um pequeno aparelho eletrônico, e, em não mais que minutos, ele começava a transmitir uma imagem holográfica com o resultado dos exames. A expressão do médico não parecia nada boa.

- É algo grave, doutor? – Milo perguntou, apreensivo, sentindo que Camus estava prestes a ter um ataque de pavor.

- Isso é impossível... – o homem observava os resultados, havia de ser outra coisa, com toda a certeza... aquilo era extremamente surpreendente, e ele tinha que tirar a dúvida. – Camus, levante a camisa.

O ruivo fez o que lhe fora pedido e sentiu o médico tocar seu abdome por completo, parecendo tentar sentir algo até que alcançou um ponto de seu ventre e ficou ali, apalpando ainda mais, como se não acreditasse ainda. O profissional abriu sua mala, tirando de lá um aparelho em forma de um pequeno cilindro metálico, que brilhou ao ser acionado, projetando uma luz que corria pelo ventre do paciente, e projetava uma imagem de seus órgãos internos.

- Doutor, é alguma coisa grave? – Milo perguntava, angustiado com aquele silêncio – O senhor não fala nada, eu já tô pra enlouquecer!

- Isso é inacreditável!

- O que é inacreditável? – Camus quis saber, angustiado, com medo daquele homem descobrir algo sobre os experimentos que foram feitos com ele.

- Vocês não vão acreditar se eu contar. É melhor ouvirem e verem – O aparelho projetou uma imagem na parede branca do quarto, a qual o casal não conseguia entender nada. Logo um som alto e constante, muito rápido, se fez, e Milo apertou com força a mão do namorado.

- O que é isso, doutor, que som é esse?

- É o som de um coração. Eu não sei como, mas tem uma vida crescendo dentro desse garoto!

 

 

 


Notas Finais


Obrigada a todos que leram, espero que tenham gostado! Bjjj e comentem!


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