História Lie - Five - Você esqueceu do nosso amor.

Meus tios sempre disseram que eu sou o tipo de pessoa que se adapta fácil aos acontecimentos, o tipo de pessoa que quase não se surpreende com as coisas da vida e que sempre está preparado para a maioria das coisas, eu sinto informar meus queridos tios que é impossível não se surpreender quando se tem duas pessoas bonitas no mesmo ambiente que você, em principal quando elas parecem quase yin e yang em pessoa.

— Hã..onde posso colocar as minhas coisas? — Jimin pergunta adquirindo um leve tom de vermelho.

Abro minha boca para falar, mas Dong Wook acaba sendo mais rápido — Naquela cômoda, tem espaço suficiente para suas coisas.

Jimin apenas concorda lentamente e arrasta a sua mochila para o canto do quarto onde a cama prometia estar, Dong Wook o observa por um tempo com os braços musculosos sob o peito, meus olhos passam pelo seu corpo rapidamente, ele bem que poderia ser feio! Sinto seus olhos sobre mim e logo o vejo passar por mim em direção ao  outro lado do quarto, provavelmente indo pegar sua roupa.  Meu rosto fica em dez tons de vermelho e eu me jogo para trás ouvindo os passos de Dong Wook se afastarem e o cantarolar de Jimin.

— Com licença — Jimin fala novamente, a voz estava baixinha quase em um sussurro, tiro meu braço da frente do rosto e me vejo fitando diretamente suas pequenas orbes pretas — Qual o seu nome?

Pisquei algumas vezes sentindo sua voz me inundar com um sentimento diferente, um sentimento que mexia algo dentro de mim. Me sentei na cama devagar o fazendo recuar um pouco, me virei e sorri — meu nome é KangJoon, desculpe por não ter me apresentado antes.

— Sem problemas — ele sorriu e seus olhos se fecharam, me fazendo prestar atenção no seu sorriso incrivelmente branco e na forma como os seus dentinhos tortos eram a coisa mais fofa que eu já tinha visto, seus olhos se abriram voltando ao normal, eles eram tão brilhantes quanto os dentes.

Apoio a minha mão na perna e a deixo repousando nela enquanto observo Jimin pelo canto do olho, ele tem alguma coisa diferente, disso eu tenho certeza. A porta se abre e revela um Dong Wook completamente arrumado, usava uma blusa branca de manga curta com alguns desenhos geométricos e a frase 10cm* na altura do peito, uma bermuda jeans e uma sandália completava a roupa. Meus olhos passavam pelo seu corpo sem nenhum disfarce, era impossível desviar o olhar quando se estava diante de Lee Dong Wook, um dos caras mais lindos, pelo menos para mim. Ele pegou o seu celular que estava em cima de outra cômoda e saiu  sem nem se preocupar em falar nada, meus olhos o seguiram até a porta ser fechada atrás de suas costas, ele é tão cheio de mascaras que me faz querer saber como é o seu verdadeiro eu.

Me espreguiço sentindo os olhos de Jimin repousarem sobre mim, viro um pouco o rosto, estava completamente extasiado de Dong Wook e sorriu, mas dessa vez não sou retribuído com a mesma intensidade. Dou de ombros, me levanto da cama, pego o meu kit de banho e caminho até o banheiro enquanto cantarolo Lacrimosa.

*10cm é uma dupla coreana*

(*^▽^*)

Tomar um banho nunca foi tão maravilhoso, nunca me senti tão leve. Coloquei as mãos no bolso da bermuda e comecei a procurar Hyuk e Da Hye que provavelmente já teriam decido, não foi algo que demorou muito. Da Hye era o tipo de pessoa que se via de longe, seus cabelos rebeldes e vermelho fantasia não eram coisas imperceptíveis, e isso era uma das coisas mais bonitas nela, a forma como ela se destacava no meio de uma multidão de cabelos lisos e tradicionais.  A envolvo com um braço o repousando em seu ombro, dou um beijinho em sua bochecha.

— Oi, Joony. — ela sorriu, as maçãs do rosto se destacaram.

— Só pra informar, eu estou aqui. — Hyuk falou me fazendo o olhar, estava lindo como sempre.

Reviro os olhos e mordo os lábios ao ver pelo canto do olho Dong Wook passar juntamente com a professorinha perfeita — Vocês conhecem os seus companheiros de quarto?

Pergunto e me estico para ver a cena do casalzinho, eu acho que me “morderia” menos se eles não combinassem, até a atmosfera deles era parecida.

— Não, eu cai com uma menina do terceiro ano e Tayeon. Foi realmente uma surpresa encontrar ela lá — e desgosto também, quase pude ouvir. — e vocês?

Meus olhos ainda estavam vidrados em Dong Wook, ele quase nunca abria a boca, mas perto dela seus lábios lindos e vermelhos abriam sem parar.

— Cai com um menino de outra escola, acho que é Taehyung o nome dele, já devem ter visto. Tem um sorriso quadrado e uma personalidade estranha — algumas pessoas passaram em frente ao casal perfeição e eu resolvi que já estava na hora de voltar minha atenção para a conversa — e, infelizmente cai com o seu irmão, Da Hye.

— Eu não acredito! — desci meu braço até a cintura de Da Hye — Hyuk, você é muito azarado.   

Ele apenas revira os olhos e acabamos indo andando para fora do chalé, eu nunca tinha visto tantos alunos com risadinhas debochadas em um só lugar, mas isso não me fazia parar de olhar para cada um. Assim que chegamos na porta o vento fresco me fez sorrir e deixar Da Hye de lado, cruzei as mãos atrás do corpo e observei o mar, uma das coisas que eu amo.

— Parece que viu um grande amor. — Hyuk comentou para Da Hye, seu casaco agora estava enrolado na cintura – embora eu saiba que ele está lá dentro com uma noona muito bonita.

Apenas o ignoro, não era todo o dia que eu via o mar, nem sempre eu podia me dar esse luxo, em principal agora que eu estava em Seoul e que minha única diversão é observar os clientes novos. Me espreguiço e solto as mãos, todo esse conjunto — de mar, brisa, céu bonito e enjoo — apenas me lembra ele. O pequenino garoto dos meus sonhos.

— Deixe ele Hyuk, ele está apenas se divertindo. Deveríamos fazer o mesmo. — os observo sobre o ombro, ambos estavam alguns passos atrás, próximos de mais e com sorrisos mínimos que não combinavam com suas falas — ah! Joony com quem está dividindo o quarto?

Mordi os lábios, não era nada demais dizer que eu estava com um menino desconhecido e Dong Wook, poderia acontecer, mas de alguma forma, mesmo que descobrissem depois eu ainda não queria falar. Queria pelo menos ter isso guardado a respeito dele.

— Bem, eu...

— Hye noona! — uma voz me interrompeu e uma cabeleira negra pulou em cima de Da Hye quase derrubando Hyuk — achava que você não iria vir.

Me viro completamente sem saber para quem olhar, a cara de ciúmes de Hyuk era engraçada, mas a expressão de surpresa de Da Hye era algo a se admirar também.

—Chim, está me machucando — o menino rapidamente se afastou e meus olhos o avaliaram mais uma vez no dia — meninos esse é o meu primo, Park Jimin.

Hyuk assente e eu faço o mesmo, estava um pouco surpreso, sabia que Da Hye tinha um primo bastante próximo e que ela amava ele quase como um irmão, mas nunca imaginaria que o seu primo seria o menino que justamente estaria dividindo o quarto comigo. Jimin levanta o rosto e nossos olhos se encontram.

— Oh!

— Parece que nos encontramos mais uma vez.

 Seus lábios carnudos se abrem para falar alguma coisa, no entanto na mesma hora ouvimos a voz de um dos nossos professores para dar um aviso. Hyuk primeiro fez um sinal com a cabeça me chamando para entrar, Da Hye deu um beijo no topo dos cabelos escuros do primo e entrou logo atrás de Hyuk que já tinha desaparecido para além da porta. Jimin olhou para mim, os olhinhos pequenos e os lábios carnudos presos em um pequeno sorriso, retribui e comecei a dar passos em sua direção. Ficamos m na frente do outro, Jimin era claramente mais baixo.

— Até mais, Minnie.

(*^▽^*)

Assim que me juntei a Hyuk e a Da Hye comecei a olhar em volta, era uma vasta sala de estar, as paredes eram todas coloridas e com desenhos de algo praiano. Todos da minha sala estavam reunidos, alguns sentados e os outros encostados nas paredes. Haviam também os alunos da outra escola, eles se destacavam bastante. Não por serem bonitos ou usarem coisas extravagantes, mas por estarem muito juntos e em sua maioria com roupas da mesma cor, era como olhar para uma massa de pessoas sem personalidade.

— O que será que eles vão falar ? — Da Hye cochichou, notei que seus cabelos estavam começando a desbotar, ela também estava com pulseiras novas, eram o bastante para cobrir o seu pulso inteiro e muito mais.

Hyuk trocou o peso do corpo para o lado esquerdo do corpo — Provavelmente sobre as atividades que iremos fazer.

Não deu muito tempo e mais alguns professores se reuniram, junto deles estavam os universitários. Woo Bin estava pela primeira vez sem a sua jaqueta pesada, dessa vez uma regata vermelha cobria sua parte superior, expondo os seus braços tatuados e desenhados por conta da academia, a parte inferior era coberta por uma bermuda preta de tecido fino, nos pés estavam apenas uma sandália simples de couro. Logo atrás dele vinha Tae Yeon que assim que viu Hyuk deu uma piscadela que foi retribuída com um sorriso quase simpático.

Tae Yeon como sempre estava com suas roupas sem graça e que não mostravam metade de sua beleza.  Eram mais uma vez roupas sem cor, um cinza sem graça eu até poderia dizer. Era um simples macacão  que tinha a parte de cima preenchida com bordados, o corte era reto e os braços eram cobertos por um kimono da mesma cor.

Faltava uma pessoa, e era justamente essa pessoa que meus olhos procuravam.

— Pensamos em começar as nossas atividades amanhã, mas quanto mais rápido se livrarem da responsabilidade mais tempo terão para aproveitar, estou certo? — o professor começa, alguns respondem, mas a maioria fica calada. Da Hye está um pouco mais para trás, o corpo apoiado no corrimão, seus dedos puxam alguns fios da minha bermuda.  Hyuk estava com as mãos dentro do bolso da bermuda e aos poucos ia recuando, uma forma silenciosa de se aproximar de Da Hye. Seus sentimentos pareciam estar ficando mais claros, mas será que era apenas aos meus olhos? — Vamos começar os ensaios depois do almoço, os professores ou os nossos companheiros universitários vão distribuir as roupas. Estão dispensados.

E assim toda a multidão foi indo embora, alguns subindo as escadas e outras indo em direção a porta, ficamos os três parados observando as cores sumirem enquanto revelavam outras coisas. Nos olhamos e aos poucos fomos nos afastando, cada um indo em sua direção. Olho por uma ultima vez antes de sair do hall, será que a nossa amizade será como as outras? Nós vamos nos afastar e nossas promessas vão ser desfeitas?

Ninguém sabe,  mas enquanto isso eu vou apenas sorrir e aproveitar, porque eu sei que algumas lagrimas vão ser inevitáveis de controlar assim que eles partirem. 

(*^▽^*)

Depois de comer eu sai correndo para o quarto, estava completamente cheio e me sentia quase como uma gestante, minha blusa fina marcava minha pançinha . Enquanto subia as escadas algo me fazia coçar o cabelo — talvez ele estivesse sujo mesmo —, eu estava definitivamente esquecendo de alguma coisa. Assim que entrei no corredor vi algumas pessoas entrando em seus quartos, e uma muito familiar cruzar o ultimo corredor. Hyuk.

Franzi as sobrancelhas, por mais simples que fosse aquela atitude, vinda de Hyuk era algo estranho. O jeito que sua postura estava, e sua mão fechada em punho  mostravam que havia algo de errado. Teria que descobrir outra hora. Continuei o meu caminho até o quarto e assim que abri a porta e olhei para o castanho sentado na cama me lembrei do que estava esquecendo.

Jimin estava no canto do quarto, já estava com outras roupas e tirava um cochilo no sofá. Seu rosto estava virado para a janela, e do reflexo eu podia ver o biquinho fofo e entreaberto que ele fazia enquanto sonhava profundamente. E na ponta da cama estava Dong Wook.

Seus cabelos estavam um pouco desgrenhados e suas roupas eram formais demais para alguém que estava em uma praia, ele estava sentado na cama e em suas mãos havia um conjunto de roupas, era pequeno demais para ser dele. Seu rosto virou, seus lábios estavam vermelhos e bastante ressecados, seus olhos  tinham algumas olheiras. Por um momento eu congelei, pensando e lembrando das vezes em que eu o observava escondido na biblioteca, ter ele me observando assim me deixava nervoso. Eu estava sendo descoberto.

— Essa é a roupa que você tem que usar, Tae Yeon mandou entregar.  — seus lábios mal se mexeram e suas mãos grandes largaram a roupa na cama. 

Assenti, me aproximei com as pernas um pouco tremendo e peguei o conjunto. Meus olhos passaram pelo seu corpo discretamente, mordi os lábios e dei as costas sem pensar duas vezes. Eu estava me aproximando dele, cruzando a minha fronteira e sentindo algo estranho.

                                                                                       (︶︹︺)

Assim que Kang Joon fechou a porta Dong Wook e Jimin ficaram em completo silencio, apenas a respiração pesada dos dois era ouvida. Dong Wook passou a mão no rosto, um ato de quase desespero, uma mania que havia adquirido  a anos. Dong Wook escondeu o rosto com as mãos grandes e ouviu um barulho no sofá, o ranger das madeiras sinalizava para si que Jimin estava bem acordado e o fitava como se o julgasse.

— É desse jeito que você o trata, Dong Wook? — a voz de Jimin estava cheia de indignação e o coração de Dong Wook se encontrou mais pesado. — como você...

Sua voz se perdeu no ar e Dong Wook tirou a mão no rosto, mas não para olhar para Jimin, e sim para sua mão que tremia como se tivesse tomado uma vacina de adrenalina.  Outro barulho veio do sofá e Dong Wook ouviu os passos pesados de Jimin ficarem mais próximos, o mais novo agarrou suas mãos com força, também se sentou ao seu lado e o queimou com seus pequenos olhos pretos, o fazendo levantar o rosto.

— Me desculpe, minnie. — sua voz saiu baixa, cheia de carinho e arrependimento fazendo o ‘saeng se sentir mal.

O mais novo suspirou, entrelaçou os dedos nos do outro e se sentou no colo do castanho. Estava completamente cansado, não fisicamente, mas psicologicamente.

—  Eu não aguento mais, depois de todo esse tempo eu esperava que ele lembrasse de mim. — um quase soluço saiu dos lábios carnudos do Park  — eu esperava que ele viesse correndo para me abraçar, que ele ainda se lembrasse de mim. Que ele ainda lembrasse de nós.

Dong Wook fechou os olhos e o rodeou com os braços compridos, Jimin perto de si era quase uma criança, uma criança que ele amava e que a cada vez que encostava em seu corpo se sentia um verdadeiro pecador. E ele adorava o pecado. As lagrimas grossas de Jimin caíram em sua camisa, mas passaram despercebidas por si já que o tecido era grosso.

— Quando você me disse que o tinha encontrado eu não acreditei. — Jimin continuou — mas assim que eu o vi no posto, juntamente a você...foi impossível não o reconhecer.

Os olhos de Dong Wook se abriram e suas mãos começaram a fazer desenhos imaginários nas pequenas costas do menor, ambos estavam sofrendo, mas pelo menos ainda estavam juntos.

— Eles o vão contar de tudo assim que essa viagem acabar. Kang Joon vai saber da verdade e talvez chegue a se lembrar do que aconteceu. — Dong Wook falou, a voz estava firme, tinha que passar segurança para Jimin. tudo iria dar certo e aos poucos as coisas voltariam a ser como antes. — ele se lembrará de nós.

Jimin levantou o rosto que até então estava escondido no peito largo de Dong Wook, e o fitou cheio de esperança. Também havia um pequeno sorriso em seus lábios, não podia perder a fé, os três haviam nascido um para o outro. Uma hora ou outra acabariam juntos novamente.

— Pare de ser ranzinza com ele, ok? Vamos apenas o encher de amor e...

A voz de Jimin sumiu quando Dong Wook tocou o seu queixo com a ponta dos dedos. Ele levantou seu rosto suavemente e abaixou o seu, ambos os olhos se encontraram. Aos poucos ambos foram avançando um na direção do outro, seus lábios já estavam a milímetros um do outro. Perto o suficiente para que pudessem sentir o hálito um do outro.

Whisky e morangos.       

 Então sem esperarem muito fecharam os olhos e provaram os lábios do outro depois de muito tempo. havia sido uma pena que estavam tão concentrados que não perceberam que uma frecha da porta estava aberta e que dela Kang Joon observava a cena, seus olhos estavam inundados de lagrimas e seu coração estava completamente destruído. Se sentia de alguma forma traído e abandonado, ele só não tinha percebido que tais sentimentos não vinham apenas de Dong Wook, mas também de Jimin.

— Cara, eu sou um idiota — sussurrou e deu as costas enquanto limpava as lagrimas.

Mal sabia ele que o desejo mais profundo do casal era que ele se juntasse aos dois, assim como faziam quando pequenos.