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História Life - Baby I


Escrita por: SlySly

Notas do Autor


[Baseado em The Last Of Us]

Capítulo 3 - Baby I


                        Era mais um dia comum, creio eu. Estávamos-nos andando pela floresta, sempre com a guarda alta, algum infectado poderia aparecer a qualquer momento. Depois de andar um pouco, vimos um taco de beisebol no chão. Victor estava muito ocupado pensando em como aquilo poderia ter acabado lá para pega-lo. Peguei o taco e o coloquei nas costas, dizendo:

— É meu! Perdeu! — Meu tom de voz mostrava animação, era a primeira arma que eu ganhava.

— Ah, sem problemas — Victor disse com indiferença — Eu tenho meu fuzil e algumas pistolas mesmo.

— Me dá uma pistola! — Disse manhosa

— Não, você é muito nova pra isso! — Às vezes, ele parecia meu pai e esquecia que éramos irmãos.

Suspirei e voltamos a andar, até ouvirmos um barulho vindo da moita. Vitor ficou na minha frente e pegou uma pistola com silenciador, mirou na moita. Encarei o monte de folhas/moita por cima do ombro dele, eu queria testar minha arma nova, mas sabia que ele não iria deixar.

O som foi ficando mais próximo, até que... Um cão, acho que era um pastor belga, saltou da moita. Eu e meu irmão demos um suspiro aliviado. Guardou a arma e encarou o cão. Aproximei-me e fiz carinho no mesmo:

— Olha... É uma menina - Meus olhos brilhavam, era raro achar uma cadela dócil — E... Ela parece querer mostrar alguma coisa... — Apontei para a cadela, que empurrava minha perna - Bom, por que não? - Me movi de acordo com as "ordens" dela

— Hey, Lyce! — Victor foi atrás de mim, segurando e apertando minha mão — Ele...

— Ela! — Bati o pé, fingindo irritação.

— Ela - Victor suspirou — Pode nos levar para uma armadilha...

Olhei para ela, realmente parecia ter dono. Seu pelo negro estava limpo e bem penteado, além que, quando fiz carinho nela, notei que não tinha nem um carrapato. Mas, talvez o dono dela estivesse em perigo...

— Foda-se! — Ri e voltei a ser guiada pela cadela. Meu irmão suspirou e me seguiu, com uma pistola qualquer em mãos.

Não demorou muito tempo para chegarmos. Havia um corpo de uma mulher jogado no chão, estava pálida, mas ainda respirava. Notei que muito sangue saia de suas costas

— Merda... — Murmurei e me ajoelhei na frente dela. A mesma segurou meu braço, com sua mão pequena e fria.

— Por favor... — Estava quase sem forças. Com a mão livre, e trêmula, apontou para um bebê, que estava jogado um pouco mais a frente. Não parecia estar ferido, parecia estar... Dormindo?

Fiz um sinal com a cabeça, pedindo para Victor ir ver o bebê, ele obedeceu. Tirei minha mochila das costas e a abri, peguei um kit de primeiros socorros. Estava pronta para cuidar de sua ferida, quando ela disse.

— Meu tempo já acabou... — Era quase impossível ouvir sua voz — Mas... A vida da minha criança ainda não... — Olhou para mim e, com um sorriso fraco, disse suas últimas palavras — Cuide de Charlie... Por favor... - Fechou os olhos lentamente

Engoli o seco e mordi os lábios para não chorar. Levantei-me lentamente, sem antes pegar um pequeno cordão no pescoço da mulher. Não, eu não iria roubar para mim. Aquilo podia ser a única memória que Charlie teria de sua mãe...

Caminhei lentamente até meu irmão e Charlie, enquanto a cadela latia, sobre o corpo de sua dona.

— Victor...

— Eu sei Alyce... Vamos ficar com o bebê... Temos que fazer isso...

Assenti com a cabeça e peguei Charlie. Parecia um anjo dormindo. Usei meu casaco para "prender" Charlie no meu peitoral. Sorri ao vê-lo se aconchegar.

Sorri mais, ao ver Victor e a cadela brincarem. Ele me olhou e eu sabia o que tinha que fazer.

Victor tirou um pouco de gasolina da mochila e jogou sobre a mulher, acendi um fósforo e, antes de joga-lo...

— Irmão... Vamos ficar com ela também? — Disse me referindo ao cão

— Ela pode ser útil...

Suspirei baixinho e joguei o fósforo na mulher, vendo seu corpo acender. Poderíamos ter enterrado ela, mas o fogo chamaria a atenção dos infectados e teríamos mais chances de fugir. Acho que ela gostaria de saber que, mesmo depois de sua morte, estava sendo útil. Eu, pelo menos, gostaria.  Claro, pegamos as coisas que julgamos úteis da mochila dela. Havia pouca coisa. Três balas de pistola, uma faca e um canivete. Meu irmão, finalmente, me deixou ficou com a faca e o canivete. Sério, eu preciso de uma arma a longa distância, por favor né.

Começamos a correr para longe, junto a V, a cadela. Confesso que estava feliz, agora... Eu poderia não só sobreviver com meu irmão. Poderia também viver com ele, Charlie e V. Poderíamos ser uma família, uma coisa que eu nunca tive. Bom, o Victor era minha família, mas eu queria uma família de verdade, sabe? Com pai, mãe, tio, tia, essas coisas.

Sempre me perguntava... Será que minha família está viva? O que aconteceu com ela? Por que nos abandonaram?

Está pensando demais, Alyce...

Bom, depois de corrermos bastante, resolvemos parar para descansar. Me encostei numa árvore e encarei o bebê, ele acordou lentamente... Tinha olhos violeta, uma raridade. Os olhos da mãe também eram assim, só que não tinham tanta “vida”. Tirei minhas mochilas das costas e peguei um pouco de comida, algumas bolachas moles.  Sei que não é algo muito saudável, mas, ei! Estamos com pouca comida, tudo que vier já serve.

— Vamos lá, pequeno Charlie... — Coloquei um pedaço pequeno na boca do bebê, que não queria comer — Por favor... — Suspirei e dei o pedaço para V.

— É um bebê, pirralha — Meu irmão disse de costas para mim, olhando algo ao longe — Precisa de leite...

— E onde arrumamos leite, espertão? — Revirei os olhos, pegando outro pedaço, ainda tentando o fazer comer.

— Ali... — Apontou e foi um pouco para o lado, para que eu pudesse ver.

Havia um vasto campo à frente. Havia algumas vacas, porcos e galinhas espalhados. Também, mais a frente, havia o que parecia ser uma plantação. E, ao lado, uma casa.

— Por que não? – Sorri e me levantei, colocando Charlie na “bolsa”.

Já tinha roubado muitas vezes, eu me sentia culpada, por isso eu sempre voltava para devolver. Victor dizia que isso era uma qualidade, mas um defeito ao mesmo tempo.

Caminhamos lentamente até uma vaca, ela não se moveu, só ficou lá, comendo grama. V estava correndo atrás de algumas galinhas, tentando pegar uma para jantarmos.

— Sabe fazer isso? — Meu irmão olhou pra mim, com uma sobrancelha arqueada.

— Posso tentar... Toma, segura o bebê — Com cuidado, deixei Charlie nas mãos do meu irmão.

Agachei-me e tirei uma garrafa vazia da mochila, coloquei o bico da garrafa em uma das tetas. Engoli o seco e apertei, com delicadeza. Fechei um olho, com medo de ter feito algo errado. Sorri animada ao ver um pouco de leite sair. Continuei, até encher a garrafa. Entreguei para meu irmão e peguei outra. Que foi? Sabe-se lá quando vamos encontrar outro monte de vacas. Enchi umas três.

Charlie bebeu metade de uma e arrotou em seguida. Eu e Victor rimos. Me levantei e guardei as outras na minha mochila. V correu até nos, a boca dela estava cheia de sangue, carregando uma galinha. Meu irmão me entregou Charlie, que parecia querer dormir de novo. Pegou a galinha e sorrio, fazendo carinho nela

— Boa menina, V!

Meu irmão foi para a plantação e pegou um pouco de milho. Eu fui até a casa e abri a porta.  



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