História Life is Choice - Mudanças em vários aspectos

Eu estava de olho em Shin Hoseok... Mas não das várias formas que isso podia ser compreendido. Talvez atento explicasse melhor o que eu vinha fazendo nos últimos dois dias, que se baseiavam em segunda à noite e terça durante todo o tempo que estivemos juntos, até porque o motivo de eu fazer isso estava diretamente ligado a mim.

Eu havia pensado várias vezes sobre como Hoseok havia me tratado depois que eu o chupei no banheiro, ou sua preocupação à noite, se oferecendo para me dar banho — e literalmente isso, sem segundas intenções, mesmo que isso parecesse uma desculpa perfeita para me tocar.

Mas não era. Eu percebi enquanto estávamos no chuveiro e seus dedos deslizavam pela minha pele uma vez mais, cuidadosos, e como ele tocava minhas partes mais íntimas sem insinuar nada, o que era algo novo vindo dele — ou que, eu começava a suspeitar, eu somente não havia notado antes. Eu aceitei todos seus beijos molhados, calmos ou sedentos, todos seus pequenos sorrisos, até o convencido, que eu me propus a entender.

Observei a forma como ele me abraçou a noite, e como minhas coisas já estavam arrumadas para o colégio no dia seguinte. Como ele tocou minhas costas ao se sentar ao meu lado no refeitório e até como eu tive que puxar sua bandeija para mim, antes que Hoseok ficasse anêmico por não comer direito. Esse ato, por último, me fez perceber que eu me importava sim com Shin Hoseok e que tudo que eu estava a fazer talvez também fosse por isso.

Eu passei toda a noite tentando ensiná-lo algumas matérias, mas Hoseok não parecia ser bom nem em exatas, nem em humanas. Seu interesse se baseava em beijar meu pescoço enquanto eu tentava explicá-lo algo, e as quatro horas foram como apenas uma em que ele me escutou e fez alguns exercícios.

Quarta-feira, Hoseok não estava mais no quarto quando acordei. Eu me arrumei rapidamente e coloquei a mochila nas costas, antes de descer até a cozinha. Eu encontrei Changkyun descendo as escadas devegar, assim como ele andava mancando terça. Apesar de Kihyun ainda não ter conversado comigo sobre isso — e eu imaginava que com Minhyuk também não —, já era o suficiente para saber como ele havia se resolvido com o mais novo.

Sentei-me ao lado de Hoseok, que compartilhou comigo uma panqueca enorme e me deu uma caixinha de leite. Ele sorriu e fez um carinho no meu queixo, antes de continuar a comer. Seu ato me fez encará-lo por mais alguns segundos, antes de comer.

— Ainda bem que você parou com essa idiotice de dieta — murmurei.

— É só uma pausa — ele disse com um sorriso e eu revirei os olhos. — Sua garganta piorou.

Minha garganta estava ruim pelo acontecido de segunda e depois de ter falado durante horas com Hoseok, o previsível aconteceu. Minha garganta ardia e arranhava toda vez que eu falava, além de minha voz estar terrível. Eu apenas ignorei Hoseok.

Vi Minhyuk se levantar e depois de mexer em algumas gavetas, me estender um pacotinho de pastilha.

— São para a garganta — sorriu levemente e eu também, lhe agradecendo. Ela logo voltou a se sentar no colo de Jooheon, quem lhe deu comida na boca.

Hoseok guardou o pacotinho no bolso do seu uniforme e eu olhei para Kihyun. Ele estava com a cabeça deitada no ombro de Changkyun enquanto comia e o observava comer. Era possível perceber que eles sussurravam coisa ou outra entre si. Eles pareciam o mesmo casal de quando se conheceram, grudados, em sintonia, mas com a diferença de que, agora, Changkyun estava ligado em apenas uma rádio e a outra estava ao meu lado, sendo tocada, eu começava a crer.

Kihyun percebeu quando eu olhava na direção deles. Eu sorri para si, e ele também entendeu que eu estava curioso, que eu sentia falta de conversar consigo. Ele deu um sorriso fraco. Kihyun também sentia, mas nós todos estávamos, de certa forma, cuidando de algo que queríamos, mas não tínhamos completamente.

Hyunwoo estava calado. Como sempre, ele mexia em seu celular. Eu não sabia se ele havia chegado tarde em casa, mas as bolsas debaixo de seus olhos indicava que ele estava cansado.

— Tudo bem, Hyunwoo? — Perguntei a ele, que logo desviou o olhar para mim. Os garotos continuaram a comer, mas era possível sentir que todos estavam atentos no que acontecia. Ele parecia surpreso com meu interesse repentino.

— Sim — ele respondeu curto e desviou o olhar para seu telefone.

— Você parece cansado. Devia tomar um café no caminho para o colégio — Jooheon lhe disse. Como ele era o único garoto que era próximo de todos nós, não era estranho que interferisse na vida de Hyunwoo, até porque ele era o líder.

— Eu não sei se vou para o colégio hoje — murmurou enquanto comia. Minhyuk olhou para o mesmo, dessa vez realmente atenta ao que acontecia. Eu tinha certeza que Minhyuk gostava de Jooheon, e gostava profundamente. No entanto, ela mesmo havia dito amar Hyunwoo. Ela devia nutrir sentimentos por ele ainda, mas esses que aos poucos se estinguiam. Minhyuk logo o veria como um amigo, mesmo se Hyunwoo não chegasse a vê-la dessa forma.

— Você deveria ao menos ir fazer a prova de hoje — Minhyuk disse, arqueando as costas que estava contra o tronco de Jooheon levemente. Ela tinha atenção ao rosto de Hyunwoo. Foi visível a hora em que Jooheon colocou seu braço mais protetoramente em volta dela.

Hyunwoo encarou Minhyuk de volta e o local estava mais tenso. Todos se lembravam bem da discussão que Hyunwoo tivera com Minhyuk. Eu tinha memórias do que havia acontecido segunda, e que Hyunwoo não devia ser grosseiro com ela igual fora com seu amigo.

— Talvez eu vá. São as provas de conclusão de qualquer maneira — ele deu de ombros e terminou de comer. Só quando Hyunwoo deixou o cômodo que eu pude perceber que ele usava bermudas ao invés da calça do uniforme.

O silêncio permaneceu no cômodo por mais alguns minutos, que foram suficientes para que houvéssemos terminado de comer e começássemos a nos dispersar para a garagem. Peguei nossos capacetes e entreguei a Hoseok o seu. Ele subiu na moto e eu fiz o mesmo, segurando no tecido de sua camisa enquanto ele acelerava para fora da garagem na frente dos outros garotos.

Eu observei pelo retrovisor o rosto de Hoseok. Eu conseguia ver sua expressão por baixo do vidro escuro, como ele estava concentrado naquela coisa que já estava tão acostumado a fazer. Ele parecia se sentir bem assim, e parecia usar o tempo para pensar. Eu coloquei as mãos por baixo da sua roupa para tocar somente a pele de sua cintura, o que não passou despercebido por si. Ele olhou para mim rapidamente pelo retrovisor, e ali estava um pequeno sorriso, daqueles verdadeiros e simples que ele dava, o que eu gostava de ver.

Desci rapidamente da moto quando chegamos ao colégio. Entreguei-lhe o capacete e me despedi de Hoseok com um "até o almoço", mas pude sentir que ele me observou por um pouco mais de tempo, antes que — eu verifiquei — fosse cercado por algumas garotas e ainda recebesse um presente, que eu esperava ou ser algo de comer ou ser uma peça de roupa que eu rasgaria em dez segundos e jogaria fora.

As aulas passaram devagar e quando o almoço chegou foi aliviante. Enquanto caminhava para o refeitório, podia sentir no meu bolso o brilho labial que ganhara de uma garota. Ela havia dito que eu tinha lábios bonitos e que ficariam ainda mais com um brilho. E havia também um batom rosa, que eu já sabia para quem o daria.

Depois de vários minutos na fila, por fim caminhei em direção a mesa do clan, onde havia duas garotas sentadas uma de cada lado de Hoseok. Deixei Kihyun e Changkyun sentados daquele lado e me sentei ao lado de Minhyuk, que comia distraidamente.

— Minnie, tenho um presente para você — chamei sua atenção, tirando o objeto do bolso. Seus olhos se fixaram em meu rosto, curiosos, e eu lhe estendi o batom. Ele olhou para a embalagem por alguns segundos. — Eu ganhei de uma garota, mas você sabe que eu não gosto de batons... — fui surpreendido pelos braços de Minhyuk rodeando meu pescoço num abraço, que eu lhe respondi da forma que podia.

— Muito obrigada, Wonnie! Eu adoro batons e esse ainda é rosa! — Sorri ao ver o enorme sorriso que encobria seus lábios quando ela se afastou e rapidamente se virou para Jooheon, quem estivera atento a tudo que acontecera e sorriu quando Minhyuk lhe mostrou o batom.

Eu percebi o olhar de uma das garotas que estava ali para Minhyuk. Espantado e enojado, enquanto ainda a observava. Ainda bem que Minhyuk estava distraída.

— Então me diz... — chamei a atenção da garota para mim e arqueei uma sobrancelha. — Você não tem uma vida para cuidar? Talvez do seu cabelo desidratado e o excesso de maquiagem?

Isso chamou a atenção dos garotos, mas eu pude perceber que Jooheon continuou a distrair Minhyuk, e havia inclusive tocado-lhe o rosto para que ela não olhasse para nós, pois se não ele entenderia o que estava havendo.

A garota apenas me encarou por um segundo e se retirou em seguida, em silêncio. Kihyun cutucou a garota do seu lado e acenou para ela, como se dissesse para aproveitar a compania de sua amiguinhas para voltar para onde estavam antes de nos importunar.

— Desculpe — Hoseok murmurou. Olhei para si, para entender se ele pedia desculpas pelo o que a garota fez, que era culpa sua ela estar ali; ou se era pelas garotas, e a desculpa se aplicava apenas a mim. No final, era ambos os motivos. Eu dei de ombros e olhei para sua bandeija, vendo que hoje Hoseok havia colocado comida direito. Então comecei a comer.

— O Hyunwoo veio ou não?
Ele sabia o horário da prova? — Kihyun perguntou, franzindo as sobrancelhas. Minhyuk também parecia preocupado a menção do garoto. Mesmo assim, ele continuou distraído com o batom, que talvez ele nem ao menos fosse usar enquanto no colégio.

— Ele veio, fez a prova e foi embora — Hoseok respondeu. Ele mais brincava com a comida em sua bandeija do que comia, como se sentisse mal em apenas encará-la. Minhyuk deu um leve sorriso ao saber disso.

— Hoseok — ele olhou para mim e eu fiz sinal para que comesse. Ele colocou mais um pouco na boca e começou a mastigar.

— O aniversário do Hyunwoo é sexta — Jooheon disse. — Ele costuma fazer festa, mas ele nem comentou nada dessa vez.

— Talvez ele esteja amadurecendo e deixando as festas de lado — Hoseok riu da fala de Changkyun, como se isso fosse uma piada. O mais novo também riu, com um pequeno riso de Jooheon.

— Ah ta — Hoseok falou, comendo mais um pouco. — Talvez ele queira ir numa festa ao invés de dar uma.

— Por que não fazemos um festa surpresa para ele então? Eu acho que o Hyunwoo se sente um pouco... Deixado de lado — Minhyuk falou baixo, com a cabeça no ombro de Jooheon, sem encarar nenhum de nós. Apenas passou os olhos por nossos rostos quando lhe encaramos. — Ele está sempre andando sozinho, e nós estamos sempre acompanhados de alguém. Ele deve sentir que desde que entramos, ele foi esquecido.

— Você fala como se ele fosse sentimental — Kihyun disse.

— Ele é uma pessoa. É claro que tem sentimentos, Kihyunnie.

— E o que você planeja dar de presente para ele? Um sexo a três?

— Hoseok! — Kihyun, Jooheon e eu dissemos, mas Kihyun começou a rir com Changkyun logo depois, baixinho. Minhyuk havia ficado vermelha, e fechado os olhos enquanto se encolhia nos braços de Jooheon.

— Eu sei que Minnie não é inocente. Não vou tratá-la como se fosse uma criança só porque é uma garota — isso era verdade. Desde que Minhyuk se soltou mais e deixou visível como realmente era, a forma como tratamos ela mudou. Antigamente, nós conversávamos coisas indecentes, mas agora evitávamos quando ela estava perto, como uma forma de respeito a garots, mesmo que todos nós tivemos interesse na mesma coisa.

— É verdade, Minhyuk — Kihyun falou rindo. — Lembra quando estávamos indo para a festa da Sejeong e você falou do Hyungwon transar com ela?

— Você falou o quê, Minnie? — Hoseok falou, encarando ela surpreso, se mostrando indignado. — E eu aqui sendo adorável com você.

— Desculpa, Hoseokie-oppa... — Minhyuk falou com vergonha de olhá-lo, de forma fofa. A expressão falsa que Hoseok mantinha foi desfeita.

— Tudo bem, princesa.

— Por isso que Hoseok odeia Sejeong — Jooheon falou e Hoseok simplesmente ficou calado. Voltou a comer e eu lhe encarei, arqueando a sobrancelha, confuso.

— O que vocês vão fazer para Hyunwoo então? — Perguntei.

— Eu vou conversar com ele e depois decidimos — Jooheon disse. — E aliás, temos compromisso hoje à tarde. Seus guardiões vão buscar vocês em suas salas, não se preocupem.

O clan faria alguma coisa nova. Eu podia sentir que mais alguma coisa estava prestes a chegar. Com um olhar para Changkyun e Hoseok foi possível perceber que eles não sabiam do que Jooheon falava, pois o encaravam de sobrancelhas franzidas.

— O que vamos fazer? — Changkyun perguntou curioso.

— Apenas algumas mudanças.

*** ***

Novamente escutei as duas batidas na porta, mas dessa vez a pessoa do outro lado não esperou que o professor a abrisse. Hoseok a abriu e sorriu do outro lado, causando alguns murmúrios pela sala. Ele olhou para o professor, que suspirou ao ver quem era. Como sempre, Shin Hoseok estava causando.

— O que você quer, Hoseok? — O professor perguntou parado no mesmo lugar, e Hoseok apontou para mim. É hora de ir.

— Vim buscar meu amigo — deu uma piscadela para mim enquanto eu já havia colocado a mochila nas costas.

Novamente eu vi o fenômeno do X Clan acontecer, que era ainda mais privilegiado para Hoseok. O professor apenas acenou para que eu deixasse a sala, sem questionar, pedir para que Hoseok lhe mostrasse uma autorização. Eu me levantei e caminhei por entre as carteiras, com os alunos sem saber se cochichavam ou se nos fitavam.

Hoseok fechou a porta assim que saí. Durou cerca de três segundos, a forma como se aproximou e segurou na minha cintura para que pudesse deslizar o nariz pelo meu pescoço. Mesmo assim, senti meu corpo se arrepiar e olhei para si, que me encarou com um sorriso convencido.

— Você deveria ficar grato por eu te livrar de algumas aulas.

— Você sabe que não gosto de perder aula — murmurei. — Jooheon te contou o que vamos fazer?

— Não, ele só disse que eu ficaria mais bonito — riu enquanto eu ocupava minha cabeça em imaginar como era possível que Hoseok ficasse ainda mais atraente. — Nós levamos as motos para casa. Minhyuk propôs que fôssemos no carro.

— E como seis pessoas vão caber em um veículo só?

Ele sorriu de lado.

— Você vai no colinho do papai.

— Não fale assim. É nojento — murmurei. — E se for para ir no colo, você que vai no meu.

— Não é como se eu fosse reclamar disso — ele abriu a porta para sairmos do colégio. Aquela parte estava tão silenciosa quanto os corredores e a sensação ao sentir o vento da tarde contra meu rosto foi como uma onda de energia positiva passando pelo meu corpo. Eu  respirei fundo, e encontrei Hoseok me encarando ao meu lado, como um olhar e lábios pressionados que seguravam um sorriso, que diziam "eu disse que você deveria fazer isso mais vezes".

O sol era fraco contra meu rosto enquanto eu caminhava ao lado de Hoseok para o grande carro preto, que a lataria brilhava pela luz. As portas estavam todas abertas e eu não conseguia ver quem estava lá dentro, apenas um par de pernas para fora do carro. Era possível escutar uma música baixa e animada tocar ao que nos aproximávamos, completando a sensação de ter entrado em um filme que me cercava.

Ao parar ao lado do carro, foi possível ver Minnie no colo de Jooheon, mas não de uma forma provocante. Ela estava com as pernas de lado, com os braços de Jooheon a sua volta, e sua cabeça estava apoiada no peitoral do mesmo, enquanto seus dedos faziam círculos sob a blusa dele. Era quase a mesma imagem do dia que fomos no asilo.

— A coisa está boa aí, hein, Changkyun? — Hoseok disse e riu. Changkyun estava deitado no banco traseiro, com Kihyun deitado sobre seu corpo. Suas mãos, que estavam sob as nádegas do mesmo, subiram para a base da coluna de Kihyun quando Hossok chamou a atenção deles. Eles pararam de se beijar, e Kihyun se apoio no peitoral de Changkyun para nos encarar. Ele estava levemente envergonhado, mesmo que Kihyun raramente ficasse assim.

Minhyuk e Jooheon haviam se virado para ver o que estava acontecendo ali, mas logo estavam compartilhando um beijo.

— Você nos chamou para ficarmos nos pegando no carro? Você quer ver um pornô ao vivo? Sinto em dizer que o corpo do Hyungwon é apenas meu.

— Você é tão desnecessário — Jooheon murmurou e suspirou, olhando para Hoseok.

— E o Hyunwoo? — Questionei, enquanto Minhyuk saia do colo de Jooheon e ia para o banco do lado. Os dois garotos no banco de trás se sentaram e Hoseok entrou no carro. Kihyun estava no colo de Changkyun, por isso eu sentei ao lado de Hoseok e fechei a porta, assim como as outras foram fechadas.

— Vamos encontrar ele lá.

— Para onde vamos? — Kihyun perguntou quando Jooheon ligou o carro.

— Vocês logo verão, mas... Já escolham uma cor — Nenhum de nós entendemos o que Jooheon queria dizer e eu apenas deixei minha mente voar enquanto olhava para fora da janela. Kihyun estava confortável nos braços de Changkyun e Minhyuk conversava animadamente com Jooheon e Hoseok. Este último, quem tinha a mão sobre minha coxa, a acariciando constantemente. Isso era algo que me fazia considerar.

Jooheon dirigiu para dentro da garagem de um shopping. O carro parou em uma das vagas disponíveis, ao lado de um garoto em pé e encostado na lataria de um carro, que nem ao menos lhe pertencia. Hyunwoo abriu a porta para Minhyuk e em seguida cumprimentou Jooheon, que saia do carro.

— E o que estamos fazendo aqui? — Questionou a Jooheon, que fechou a porta. Hyunwoo parecia incomodado em ter deixado seu quarto para apenas sair, mas não parecia disposto a questionar os planos de Jooheon. Estava tão distraído que não chegou a perceber a hora em que Minhyuk lhe agradeceu antes de descer do carro.

— Vocês são muito ansiosos. Já escolheu uma cor, Hyunwoo? Escolham tons amenos. Que cor você escolheu, Minnie? — Jooheon perguntou ao parar ao lado dela e segurar em sua mão. Todos nós já havíamos deixado o carro, apenas esperando Jooheon nos guiar, como se fôssemos ovelhas obedientes ao seu pastor. 
Na última fez que fomos ao shopping era para comprar roupas para idosos, então a variedade de coisas que Jooheon poderia estar tramando eram enormes.

— Vermelho... Vinho — Minhyuk disse, mas parecia meio em dúvida.

— Vinho me parece uma boa escolha — Jooheon piscou para Minhyuk e selou seus lábios.

— Então viemos para ver o casalzinho se beijar romanticamente — Kihyun disse sarcástico.

— Terceiro piso, vão — Jooheon disse, acenando para o elevador. Todos nós caminhamos motivados, talvez um fio de esperança de que era apenas uma tarde para aproveitarmos.

Eu me distraí olhando para os lados e mexendo no celular. Apenas quando Jooheon nos chamou que percebi Hoseok ao meu lado, com o rosto enfiado no que eu fazia no telefone. Eu não lhe disse nada, apenas segui os garotos para o estabelecimento que iam. Olhei para placa acima da entrada, que indicava ser um salão. Nós iríamos fazer as unhas?

Hyunwoo era certamente a pessoa mais deslocada no espaço, enquanto Jooheon conversava com uma das atendentes.

— Quem serão os primeiros? — Jooheon disse ao terminar de conversar com a garota e então eu pude finalmente entender o que fazíamos ali. Jooheon queria que todos nós pintássemos o cabelo. Eu encarei ele e a garota, que esperavam os três primeiros decididos a mudar o visual. Minhyuk, Changkyun e um Hyunwoo com um dar de ombros se puseram a frente e seguiram a mulher para as cadeiras vazias há alguns metros.

Nós quatro nos sentamos em um sofá que havia ali. Eu observei o lado de fora da loja por um momento, até sentir o nariz de Hoseok deslizar pelo meu pescoço. Eu olhei para ele quando minha pele se arrepiou. Seu rosto animado estava perto do meu e ele deu um sorriso de lado antes de se recostar no sofá.

— Que cor você acha que vai me deixar mais sexy, Hyungwon? — Questionou e deslizou os dedos pela franja, como se analisasse o próprio cabelo.

— Nada vai te deixar mais sexy que esse cabelo loiro, Hoseok — murmurei para si e ele pareceu contente com minha resposta.

— Então... Que cor você acha que eu devo pintar?

— Você quem sabe, Hoseok... Pode ser preto, azul, roxo, rosa...

Percebi que Kihyun nos encarava, mas ele parecia meio longe, como se nem ao menos percebesse o que estava fazendo. Eu simplesmente voltei o olhar para o garoto ao meu lado, de corpo malhado, mas com a mente de alguém que não sabe escolher uma cor para o cabelo.

— Que cor você irá pintar, Hyungwon?

— Você verá, Hoseok.

— Você ainda não decidiu? Por que não pinta de loiro? Você deve ser sexy loiro...

— Depois eu decido isso, Hoseok — murmurei com um suspiro e vi sua cabeça tombar para o meu lado, junto a um suspiro alto que deixou seus lábios. Eu o analisei pelo canto do olho antes de virar o rosto para poder encará-lo. Ele tinha o olhar fixo em um ponto no chão a nossa frente.

— Eu me senti uma criança agora — Hoseok murmurou tão baixo que eu não sabia dizer se era ou não era para que eu houvesse escutado. Ele já não estava animado e ele parecia apenas como se fosse ficar largado daquela forma no sofá pelos próximos anos. Eu o observei por um momento, enquanto pensava em suas atitudes, se elas eram infantis e, se sim, quando ele agia assim.

Eu não achava Hoseok infantil, apesar de ele não ser alguém sério ou muito responsável. Eu gostava da forma que ele era, gostava da sua presença, que me causava sensações que por vezes eu não sabia explicar.

Coloquei a mão em sua coxa e a acariciei por um momento. Os olhos de Hoseok focaram em mim, mas ele não disse nada ou sorriu. Eu apenas mantive minha mão ali e me recostei no sofá, com a atenção também disposta no celular.

Então finalmente foi a vez minha e dos outros quatro de pintar os cabelos. Os três primeiros ficariam com a tinta agindo por um momento, antes de lavarem os cabelos. Era estranho aquela quantidade de garotos mudando o visual — tanto que parecíamos um grupo de kpop. Enquanto caminhava até a a cadeira onde passaríamos os próximos minutos, escolhi a cor que devia pintar, mentalmente, mesmo que já meio que houvesse escolhido uma.

Os garotos conversavam, discutindo algo, perguntando a Jooheon o porque daquilo e recebendo em resposta um dar de ombros. Eu só vi a cor do cabelo de Minhyuk, Changkyun e Hyunwoo quando terminei de lavar meus fios e eles tinham um secador queimando suas nucas. Minhyuk tinha o cabelo em algum tom de vermelho. Changkyun tinha o cabelo mais claro, assim como Hyunwoo, com o cabelo em algum tom de cinza.

Eu só vi o cabelo dos outros três garotos quando todos havíamos terminado de arrumar. Jooheon está com o cabelo preto, que o deixava com uma aparência mais leve que o cabelo vermelho. Kihyun estava com um cabelo rosa que era possível perceber a metros de distância e Hoseok... Ele estava com o cabelo lilás.

Ele levantou da cadeira onde estava e arrumou sua blusa de uniforme e depois, deslizou os dedos entre os fios da sua franja, que cobriam toda sua testa. Ele olhou para mim e sorriu, enquanto eu admirava o quanto esse Hoseok era diferente do loiro. O cabelo num tom claro assim lhe dava uma aparência mais suave, ele parecia quase angelical.

— Você pintou da forma que eu havia dito — disse enquanto se aproximava. Passou os dedos pela minha franja jogada de lado, loira. — Você realmente fica sexy loiro. Você pintou assim por que eu pedi?

Hoseok parecia um simples adolescente, um adolescente com rosto de criança e corpo de um homem musculoso, por mais que ele não tivesse tanta massa corporal quanto Hyunwoo. Ele parecia inocente, de uma forma que me fazia desejar prendê-lo contra a parede enquanto o beijo vorazmente, antes de finalmente irmos para cama e eu pudesse fodê-lo com força, com esse rosto delicado tomado em uma expressão de prazer.

Só Hoseok conseguia me fazer desejar tanto lhe foder assim, sem nenhum esforço e com as lembranças claras de quando ele me possuiu.

— Não ache que foi, Hoseok.

— Acho que todos nós estamos prontos — Jooheon disse e eu olhei para si a tempo de vê-lo guardar a carteira no bolso. Ele havia pago para todos nós. Eu não fazia ideia do quanto aquilo saía no total. Sentia-me ruim ao ver que alguém estava pagando as coisas para mim, assim como Hoseok fazia. — Vocês estão livres para fazerem o que quiser.

Kihyun comemorou enquanto Minhyuk mexia em seu cabelo, impressionada em como o rosa ficava bonito nele. 

  — Eu vou comer, alguém também quer ir? — Hyunwoo perguntou já na entrada do salão. Changkyun caminhou até Kihyun.

— Nós vamos.

Jooheon perguntou a Minhyuk se ele também queria ir comer e eu senti Hoseok segurar meu pulso para chamar minha atenção e então, ter meus olhos em seu rosto.

— Onde você quer ir? — Ele me perguntou.

— Tanto faz — murmurei e dei de ombros. — Você não quer ir comer com eles? — Ele colocou a mão sobre o abdômen e eu revirei os olhos. — Você falou que havia dado uma pausa. Aproveite para comer frango-frito — eu me afastei de si e passei a mão pelo cabelo. Apesar de não poder sentir como meu cabelo estava, eu me sentia estranho em apenas saber que ele estava em outra cor.

— Onde você vai? — Hoseok perguntou, andando do meu lado. Os garotos já estavam do lado de fora.

— Vou para o carro — respondi e lhe dei as costas, assim como para os garotos que já caminhavam em direção a uma lanchonete. — Vá comer, Hoseok.

Quando eu olhei para trás já no final do corredor, Hoseok finalmente havia se virado para ir atrás dos garotos.

A garagem estava silenciosa. Havia poucas pessoas que chegavam e conversavam entre si, principalmente por estarmos no meio da semana. Uma mulher franziu as sobrancelhas para mim ao perceber meu uniforme, mas eu apenas segui meu caminho para o carro. Meus fones estavam dentro da minha mochila, no porta-malas do carro. Olhei o espaço vazio, já que o ocupado pelas mochilas era pequeno, e percebi que era melhor me deitar ali do que no banco traseiro. Fechei o porta-malas comigo dentro. As janelas estavam um pouco abertas, o que não me deixaria morrer dentro do carro.

Puxei minha mochila para fazê-la de travesseiro e coloquei os fones no ouvido. A música começou a tocar em meus ouvidos, alta, e eu fechei os olhos para aproveitar a sensação de estar sozinho, mas não me sentindo assim. 

Eu acordei com o balançar do carro. Um dos fones ainda estava no meu ouvido, e a música ainda tocava, mas era mais baixa e também era calma. Eu não sabia se havia músicas calmas no meu celular. Eu abri os olhos devagar. Ainda estava no porta-malas do carro, mas agora estava muito mais escuro do que quando me deitei ali. Movi minha cabeça e isso foi suficiente para perceber o corpo quase colado ao meu. Hoseok estava ali, deitado ao meu lado, dormindo calmamente. Sua cabeça estava sob meu braço esticado, seu rosto virado para o meu lado. A franja, agora lilás, caia para o lado e ele tinha uma expressão serena que combinava com o quanto ele parecia angelical.

Meu outro fone estava sob meu braço, perto de Hoseok, o que indicava que ele havia escutado música comigo, e talvez fosse exatamente ele quem pusera a música calma. Estendi o braço para tocar seu rosto levemente, sem acordá-lo. Por que ele havia se deitado ali? Toquei sua franja. Lilás ficava bom em Hoseok. Talvez fosse algo relacionado com o que eu vinha pensando.

Eu podia escutar os garotos conversando na frente. Era apenas Kihyun, Jooheon e Hyunwoo. Talvez Changkyun e Minhyuk estivessem dormindo. Eu nem sabia que horas eram. De qualquer forma, senti um pouco de satisfação. Hyunwoo estava sendo envolto dos garotos normalmente. 

Eu suspirei e voltei o olhar para Hoseok. Eu sentia algo bom dentro de mim, no meu peito. Uma sensação... que preenchia e acalmava. Eu não sabia dizer o que era, porque sentia, mas ela ainda estava ali enquanto eu encarava Hoseok e observava seu peito subir e descer calmamente. Em um dos meus ouvidos tocava aquela música que eu nunca havia escutado — mas era como o garoto na minha frente —, e no outro, o barulho das vozes nos bancos do carro. Tudo parecia agir harmoniosamente para que este sentimento estivesse presente.

Quando o carro finalmente parou, escutei o freio de mão ser puxado e então as portas abriram. Escutei a voz de Kihyun tentando acordar Changkyun. A luz foi acesa e iluminou um pouco a traseira do carro. O porta-malas foi aberto por Hyunwoo. Ele acenou para mim antes de se virar para entrar na casa. Eu desci dali no mesmo momento em que Kihyun puxou um Changkyun sonolento para fora, segurando a mão do mesmo. Puxei minha mochila e a coloquei nas costas.

Vi Jooheon pegar Minhyuk no colo para levá-lo para dentro. Estava tão silencioso que eu sentia como se fosse madrugada. Ele sorriu para mim quando me viu e eu cocei os olhos, lhe dando um sorriso fraco em resposta.

— Hoseok, temos que subir — chamei-o e toquei em seu ombro, para sacudi-lo levemente. Ele moveu a cabeça para o lado e abriu os olhos devagar, somente para os fechar novamente depois. — Vamos. Você dorme quando chegar lá em cima.

Ele abriu os olhos novamente, pequenos, me encarando.

— Hyungwonnie... — ele murmurou rouco e eu sorri, estendendo a mão para si.

— Eu te ajudo, vamos. 

Eu levei Hoseok para o quarto, segurando em sua mão, mesmo que ele estivesse com tanto sono que nem mesmo segurasse a minha direito. Apoiou seu rosto contra meu braço enquanto seguíamos pelo corredor até nosso quarto. Eu não acendi a luz, apenas o guiei até a cama. Ele se deitou e eu tirei seus sapatos, que nem ao menos deveria tê-lo deixado percorrer a casa inteira com eles nos pés. Peguei uma colcha para lhe cobrir e então, deixei minha mochila no chão. Desci as escadas para pegar sua mochila e encontrei Jooheon voltando para dentro de casa, com a sua mochila e a de Minhyuk. Eu peguei a de Hoseok e observei as dos outros dois garotos, decidindo as deixar ali. Fechei o porta-malas e subi as escadas para deixar a mochila de Hoseok em nosso quarto.

Fui para o banheiro escovar meus dentes, e depois passei para o closet, observando Hoseok deitado na cama pela luz do banheiro. Troquei de roupa, por uma mais confortável e deixei o quarto. No dia seguinte haveria aula, mas ao deitar no colchão da sala, percebi que não tinha nenhum resquício de sono ou até preocupação com a aula de amanhã. Novamente com meus fones, dessa vez realmente com o volume baixo, meus olhos se fixaram no teto, no escuro quase total da sala, já que havia alguma luz acesa na cozinha que iluminava levemente o cômodo.

Eu pensava em Hoseok, principalmente. Não conseguia formar pensamentos realmente concretos, pois meu cérebro parecia mais ocupado em passar memórias com ele por minha mente, suas falas, atos, sorrisos. No entanto, tudo girava em volta de uma mesma afirmação: Hoseok gostava de mim.

Quando eu começava a afirmar isso, meu cérebro impunha milhares de novos fatos para irem contra isso, mas a afirmação simplesmente vinha por cima, mostrando cada forma dele de agir comigo que era diferente com os outros. A forma como me tocava, como me tratava. Havia uma balança em minha mente que nunca se firmava, nunca escolhia qual lado realmente era verdadeiro.

Principalmente pois, se caso eu estivesse certo, Hoseok havia gostado de mim simplesmente por todo esse tempo. Eu suspirei, e ao mesmo tempo escutei um barulho mais alto vindo da escada.

— Desculpe — Minhyuk murmurou quando olhei para trás e a encontrei, apoiando no corredor. Não era possível vê-la claramente por causa da pouca luz. Sorri fraco para si. Ela terminou de descê-las e caminhou até mim. — Por que você está acordado? — Sentou-se do meu lado e começou a deitar, mas parou e olhou para mim. — Posso? — Perguntou sobre deitar em meu peitoral.

— Você nunca fez diferente — ela sorriu antes de deitar-se ali, com uma das mãos em meu abdômen.

— E então... Por que você não está dormindo?

— Eu estou pensando — eu disse, voltando a encarar o teto. Rodeei sua cintura e ela pareceu se sentir mais confortável.

— Em?

Eu suspirei.

— Hoseok... Eu acho que ele gosta de mim — murmurei.

— Você acha é? Por quê? — Minhyuk perguntou calmamente. Eu podia sentir seus dedos deslizando leves por cima do meu moletom.

— A forma como ele age comigo, e também teve Jooheon, falando para ele não ter ciúmes quando Sejeong me chamou. Eu estou em dúvida sobre isso.

— Humm...

Eu suspirei.

— E você e Jooheon? Vocês estão namorando a sério?

— Sim! — Minhyuk falou animada, logo lembrando que não devia falar tão alto e voltou a repousar a cabeça no meu peitoral. — Ele me pediu formalmente no final de semana passado. Ele me levou para um pequinique para fazer o pedido e... Até me deu um anel.

Quando eu olhei para Minhyuk novamente, ela mexia em seus dedos, provavelmente no tal anel.

— Oi — ambos olhamos para a escada. Dessa vez, a pessoa ali era Kihyun, já no final dela. O que definitivamente chamava mais atenção em si era seu cabelo rosa e desgrenhado. Nas suas mãos havia cobertores. — Eu escutei quando Minhyuk passou pelo corredor e pensei que vocês fossem querer — se referiu aos cobertores e se aproximou de nós. Ele se sentou no lado contrário de Minhyuk e abriu um dos cobertores, que usou para nos cobrir e passou o outro por suas costas.

— Estamos juntos de novo... — Minhyuk parecia animada em dizer aquilo. — Nós três. Levemente modificados, mas os três.

— Como você está, Kihyun? — Perguntei, encarando o mesmo. Eu queria perguntá-lo porque estava mais distante, como se houvesse pego meu lugar de pessoa fechada e afastada.

— Eu estou bem... Eu também oficializei com o Changkyun — disse e olhou para Minhyuk em sinal de que havia escutado o final da nossa conversa. Minhyuk sorriu feliz por ele.

— Foi no dia que vocês transaram? — Perguntei direto e quando nossos olhares se encontraram, ele entendeu porque eu fui tão direto.

— Você está passando tempo demais com o Hoseok... E sim, foi no dia que nós fizemos amor.

Eu revirei os olhos, mas percebi que Minhyuk parecia encantada com o que Kihyun dizia.

— Ele disse isso? — Perguntei.

Kihyun desviou o olhar, envergonhado, e afirmou com a cabeça.

— Ele disse que sempre comigo seria fazer amor.

— Changkyunnie é fofinho — Minhyuk comentou com um pequeno sorriso no rosto. — Mas o Heonnie-oppa é mais. Eu gosto muito das covinhas dele — Minhyuk soava delicada enquanto falava, como uma verdadeira garotinha apaixonada.

— E vocês dois? Vocês já fizeram algo, Minnie? — Kihyun perguntou a ela e eu senti quando seu corpo se tensionou levemente. Ela encarou meu moletom para não olhar para nós. Eu ja sabia que eles haviam feito algo, mas eu me sentia mais solto em perguntar isso para Kihyun do que a Minhyuk.

— Sim, mas não isso — ela disse. Kihyun parecia curioso, mas ele não iria levar tão longe.

— Foi bom?

Minhyuk concordou com a cabeça e sorriu.

— Jooheon-oppa é como um príncipe de contos de fada... Ele é cuidadoso, delicado comigo, sempre me dá beijinhos pelo rosto antes de dormir.

Kihyun sorriu pela forma que Minhyuk falava. Ela estava muito mais delicada agora que antes. Era como se sempre estivesse escondendo isso até que pudesse tirar sua máscara. Jooheon realmente fazia bem para ela.

— Você tem muita sorte, Minnie... E você também, Kihyun — o mesmo apenas afirmou com a cabeça levemente, como se estivesse pensando e prestando pouca atenção no que acontecia.

— Você devia investir no Hoseok, Hyungwon, assim ficamos nós três com nossos namorados e moramos juntos... — Minhyuk disse um tempo depois, quando eu já considerava que ele houvesse dormindo.

— E o Hyunwoo fica sozinho — Kihyun murmurou e apenas com o olhar de Minhyuk em si que ele percebeu o que havia feito. — Desculpe.

— Tudo bem.

— Você ainda gosta dele? — Perguntei a Minhyuk. Ela suspirou.

— Acho que sim... Eu me preocupo com ele e tenho vontade de conversar quando o vejo mais afastado, eu não gosto... Não quero ver Son Hyunwoo triste — ela suspirou.

— Você deixaria o Jooheon por ele caso ele passasse a gostar de você?

Eu podia ver o fundamento na pergunta de Kihyun. Até onde Minhyuk iria por Jooheon? O quanto seus sentimentos eram fortes por ele? Eu pensei que Jooheon talvez tivesse insegurança com isso.

— Não, eu não... — Minhyuk começou a responder. — Eu nunca deixaria Jooheon. Eu gosto de cuidar dele, que ele cuide de muito. O perfume dele, o sorriso e como seus lábios são desenhados. Eu...

Kihyun e eu rimos.

— Tá, tá... Já entendemos que você ama o Jooheon.

Minhyuk ficou em silêncio, e quando Kihyun se deitou ao meu lado, eu pude sentir que a conversa havia chegado ao fim. Ele respirou fundo, minha respiração estava mais calma. Eu não sentia sono, mas algo dentro de mim já esperava pelo sono que logo me levaria sem que eu percebesse enquanto meus pensamentos passeavam uma vez mais por todos os assuntos e detalhes ligados a Shin Hoseok.