— Você que é a Karoline? – Perguntou Julie.
— Sou eu sim! – disse meio apreensiva. Não sei o que me deixou mais como medo se era as Julies na minha frente ou cara de espanto que a Sally fazia.
— Se eu fosse você não cantaria nunca mais. Aquela sua apresentação ontem foi horrível. Nem sei como teve coragem de sair do seu quarto hoje. – ela disse e riu com suas amiguinhas. – Na verdade nem sei como consegue sair voz dessa sua garganta. Você já se engasgou com sua própria gordura.
Eu fico sem reação não é possível que vou ter de passar por tudo isso de novo.
— Noah adorou a voz dela ontem! – Sally me defendeu.
— Ratinha ruiva não possível que o lindo do Noah faça suas escolhas tão ruins assim.
— Ela não é ruim. Ela canta bem melhor que você. – Sally diz fazendo as Julies pararem de rir.
— Escuta aqui ratinha. Essa sua amiga elefanta não canta nada. Noah deve ter sentido pena dela. Ele fará a escolha certa que lógico que sou eu. A elefanta deve ter sido só mais um amorzinho platônico por ele. Noah não gosta de ficar com as mãos engorduradas. Até eu sentiria pene de você elefanta.
— Não fala assim da Kal. Ela tem namorado sabia?
— Ai meu deus! Ela namora um barril de banha de porco só pode ser.
Quando percebi a sala inteira estava reparando na cena que a Julie estava fazendo. Não resisti e saí da sala correndo ouvi alguém me chamar, mas não dei ouvidos. Fui para o banheiro e fechei a porta. Será que vai ser sempre assim? Por onde eu passar vai ter alguém pra me diminuir. O pior é que eu me sinto a pior pessoa do mundo. A mais feia e desprezível da face da terra.
P.O.V. NOAH
Eu estava evitando a Kal. Ele era uma garota incrível, apesar de ela mesma não acreditar nisso. Mas ela tinha namorado e o amava. E eu estava começando a gostar dela. Tirar ela da cabeça é a melhor coisa pra se fazer agora. Pensei em até dar uma chance pra Julie, mas não consigo ver suas crueldades e ficar calado. Não sou assim. Ela diminui as pessoas para se dar bem. Quase partiu meu coração quando a Kal atendeu o celular pra conversar com o namorado e ficou toda feliz. Deu pra ver nos olhos dela que eu não tinha a menor chance e aço que minha irmã percebeu, mas não falou nada. Hoje de manhã pesei perto dela e fingi que não a vi. Foi difícil, mas até esquecê-la não vou conseguir conviver com ela.
Dou uma passada na sala de música para avisar que o professor vai atrasar alguns minutos já que ele não iria precisar de mim nesta aula. Assim que entro na sala vejo todos os olhares voltados para frente onde esta sentada a Kal e a Sally e a Julie e suas amigas estão em pé na frente rindo. O rosto de Kal não esta normal e parece que minha irmã esta brava. A hora que cominho até elas para saber o que esta acontecendo Kal se levanta e saí correndo e parece que esta chorando. Chamo seu nome, mas ela nem me escuta.
— O que esta acontecendo aqui? – digo em um tom de voz firme. Mas ninguém diz nada. – Não vou perguntar de novo! – digo mais firme ainda, mas nada. – Sally?
— Desculpa Noah, mas não posso contar.
— Julie?
— Noah querido só queria colocar aquela cantora horrorosa no lugar dela. Você acredita que ela acha que canta bem?
— O que você disse pra ela?
— A verdade?
— Que verdade?
— Que ela não canta nada. Deve que aquela gordura todo tampa as cordas vocais.
— Julie não acredito! – minha vontade era de dar uns tapas na Julie, mas a única coisa que fiz foi me virar e sair da sala. Julie veio atrás de mim.
— Noah aonde você vai?
— Vou procurar a Kal!
— Vou com você.
— Não, você fica.
P.O.V. KAL
Estou me afogando em lagrimas quando ligo para Peter, mas ele não me atende. Seria tão mais fácil se ele estivesse aqui. Alguém abre a porta do banheiro e me chama.
— Kal? – meu coração se acelera e um sorriso nasce no meu rosto.
— Peter?
— Desculpa é o Noah.
Por um segundo me senti naquele banheiro na minha antiga escola, quando a Marie colocou suas garras pra fora. Peter tinha me ajudado. Mas aqui não é minha casa. Ele não é o Peter.
— Kal você esta bem? Abra a porta? Quero te ajudar.
P.O.V. NOAH
Bati na porta, mas Kal não queria abrir a porta pra mim.
— Kal você esta bem? Abra a porta? Quero te ajudar.
— Sabe de uma coisa Noah. Não sei o que estou fazendo aqui. Aqui não é o meu lugar. Onde eu morava tinha uma Julie também. Ela se chamava Marie. E o pior de tudo era que ela era minha melhor amiga desde criança. Ela cresceu e ficou linda e eu engordei. Brigamos por causa de um garoto. Nem minha melhor amiga acreditou que eu merecia um cara bonito.
— O Peter?
— Não, o Josh. A pior pessoa que eu mude conhecer. Mas o que esta em questão é que ninguém acredita na minha capacidade. Descobri ontem que cantava bem e estava feliz com isso. É só eu ficar feliz que alguém estraga. Foi a mesma coisa com o Peter foi a gente se acerta que eu perco a memória e invento esse intercambio idiota. O Peter é o único que acredita em mim de verdade. – ela disse e minha vontade era de arrancar aquela porta e abraçá-la até que não pudesse mais respirar. Podem achar que estou sendo precipitado em gostar tanto dela assim então pouco tempo, mas ela é diferente de todas que já conheci. Ela é especial.
— Kal eu acredito em você!
— Mentira!
— Você acha que se eu não acreditasse em você teria te chamado para cantar comigo? – ela não responde. – Kal se tem alguém nesta escola que acredita em você essa pessoa sou eu e até mais que a própria Sally. – Julie é uma garota que quer subir pisando os outros, mas não deixe que ela te prejudique mostre pra ela o quão superior e linda você é.
— Linda? Só se for por dentro.
— Eu não acho.
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