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História Life Of The Party - "A Ruiva"


Escrita por: Gamantile

Notas do Autor


Espero que gostem. <3

Capítulo 1 - "A Ruiva"


Fanfic / Fanfiction Life Of The Party - "A Ruiva"

- Mesa dois, rápido Bran!

Duas cervejas, um suco, uma porção de batata e três lanches. Rapidamente peguei a bandeja com o pedido e a levei para a mesa de madeira escura e bancos vermelhos aonde se encontravam sentados e conversando uma moça morena de olhos castanhos e cabelos negros, essa era Sarah Kempers, líder de torcida e a garota mais popular da escola, também a mais dissimulada. Junto dela Isaac e Enzo, ambos jogadores do time de lacrosse, assim como eu.

- Boa noite, Isaac, Enzo...Sarah. -Meneei a cabeça e abri um pequeno sorriso, apenas por educação.   -Hansterre! E ai cara, quanto tempo.  

Isaac levantou a mão e nos cumprimentamos, do jeito que os caras fazem.  

- Pronto para voltar a jogar? -Perguntou Enzo sorridente como sempre.

Tirei o pedido da bandeja o colocando sobre a mesa, coloquei a bandeja debaixo do braço e olhei para o trio. - Claro, vamos vencer os idiotas da Nosfattus esse ano! -Disse tentando parecer animado.

- Eaah! É assim que se fala!  

Isaac e Enzo vibraram diante de minha falsa animação, aparentemente convincente. - A gente se vê, aproveitem o lanche.  

 

Deixei-os e voltei para o balcão aonde se encontrava a figura miúda e de cabelos roxos claros de Keila, minha substituta de turno. Assim que me viu veio até mim pegando a bandeja e a comanda de minhas mãos, sorri com seu jeito apressado de ser, mal chegara e já estava a me expulsar.

- Vamos, boa noite, vá pra casa, durma com os anjos...e...e...

Levei um de minhas mãos a boca escondendo um riso fraco ao vê-la esquecer seu ritualístico discurso de despedida. -E vá pela sombra? -Completei.

- Exatamente, se cuida Brandon.Até semana que vem.  

Ela sorriu e beijou uma de minhas bochechas, me afastei indo para o vestiário tirar o uniforme pegar minhas coisas. Keila tem 16 anos, apenas um ano mais nova que eu, mas parece ter 30, não em aparência mas no modo como cuida dos outros. Se eu não a conhecesse juraria que era mãe, a mãe mais super-protetora do mundo.

 

Troquei a camisa preta do uniforme com a logo ‘Burguer Bob’ por uma limpa com estampa dos Beatles, peguei minha mochila e sai pela área de serviço, tirei meu celular do bolço vendo a hora, 20:17. - Porcaria… -Bufei guardando o celular novamente, perdi o ônibus para casa e o próximo só vai passar em uma hora, fazer o que, vou ter que ir pra casa á pé.

A noite estava quente,o que era ótimo já que tenho que caminhar, sei que mesmo no frio enquanto caminhamos o corpo esquenta e deixamos de sentir o frio, mas não gosto de caminhar no frio mesmo gostando do frio e o preferindo ao calor. Eu sei, muito confuso, mas o que posso fazer se sou assim.    Com as mãos nos bolsos olhei para cima vendo as estrelas, a luz dos postes me impediu de vê-las perfeitamente então voltei a olhar para frente, respirei fundo pensado que em uma semana as aulas vão começar..droga...não estou nem um pouco animado para isso, eu poderia passar o resto da vida na cama dormindo, não sou o tipo relaxado que odeia a escola e tudo mais, na verdade sou considerado nerd, mas só a ideia de ter que voltar a aturar idiotas em massa me desanima,me faz querer hibernar e nunca mais acordar.

- Socorro! Alguém por favor!!

Os gritos me arrancaram de meus pensamentos, uma voz feminina, com certeza não foi imaginação, parei olhando para os lados a procura de quem poderia ser.

- Me solta seu psicopata nojento!! Alguém por fav…

Foi então que vi do outro lado da rua a frente de um prédio em construção, um vulto agarrar uma figura menor que se debatia, com certeza era a dona dos gritos aflitos por ajuda, meu sangue ferveu e corri para o lugar aonde o vulto havia levado a mulher. Eu com certeza não deveria me meter nessa, mas com certeza o que aconteceria para aquela mulher era bem pior do que qualquer coisa que poderia acontecer para mim.

- Maldita noite para essa maldita rua estar deserta.

Disse entredentes e adentrei na construção e não a muitos metros consegui ver o vulto que agora já aparentava ser um homem, ele jogou a mulher no chão com uma brutalidade imensa e começou a mexer na parte da frente de sua calça, não perdi meu tempo vendo o que iria acontecer a seguir e comecei a procurar algo pra me ajudar a parar aquele verme. A minha direita tinham alguns materiais de construção, assim que avistei um cano de ferro peguei e me esgueirei para dentro da estrutura de concreto mal iluminada.

- Hoje a noite promete, docinho.

Ouvi o verme em forma de homem dizer ao chacoalhar os ombros da mulher que parecia desacordada, ele começou a descer as mãos pelo e seu corpo, aproveitei sua distração e me aproximei em silêncio e meti o cano da cabeça do desgraçado que caiu ao lado da mulher.

Me ajoelhei ao lado da moça que abriu os olhos, ia perguntar se ela estava bem mas ao ouvir os gemidos do homem ao lado dela estendi minha mão e segurei a dela.

- Consegue correr? -Perguntei enquanto a ajudava a se levantar sem tirar os olhos do homem que recobrava sua consciência.

- Consigo.

- Então não solta minha mão.

Segurei firme a mão dela e comecei a correr o mais rápido que pude, antes de cruzarmos a saída ouvimos um disparo que me fez correr mais ainda. Corrermos por alguns minutos até chegarmos a uma praça um pouco movimentada. Levei a moça até um dos bancos e a ajudei a se sentar, respirei fundo tentando recuperar o folego e me agachei a frente dela, senti minha mão ser apertada com um pouco de força e a olhei vendo lágrimas caindo de seus olhos, lindos olhos verdes.

- Ei, ei...tá tudo bem. Está machucada em algum lugar? Quer ir ao hospital? Eu posso pedir um taxi.

Seus lábios se mexeram dizendo algo que não compreendi, ela pareceu perceber e seus lábios voltaram a se mexer.

- Obrigada...muito obrigada…

Sorri de canto e me sentei ao seu lado, levei uma de minhas mãos a seu rosto e sequei uma lágrima que caia.

- Não precisa agradecer. Esta machucada?

- Não, apenas...apenas assustada. Queria que tivesse batido na cabeça dele com mais força…

- Achei que estivesse desmaiada.

- Pensei que se ele achasse que eu tinha morrido me deixaria, quando ele me jogou no chão achei que minha cabeça fosse sangrar.

- Péssimo plano.

Ela levou as mãos aos cabelos ruivos os jogando para trás e secou suas lágrimas com as mãos, inspirou e expirou profundamente, nos encostamos no banco e ficamos em silêncio por alguns minutos até meu celular vibrar, o peguei do bolso preocupado que fosse algo importante mas era apenas a bateria, aproveitei para ver a hora, 20:47min, achei que tivesse se passado muito mais tempo.

- Ah não, não acredito.

A ruiva disse com um expressão de choque ao me olhar, percebi rapidamente que não era para mim. Mas sim para meu celular. -O que foi?

- Minhas coisas, meu celular, documentos, chave de casa. Ficaram todos lá trás, nem sei direito aonde.

- Não é uma boa ideia voltar lá agora, o cara tava armado.

Ela revirou os olhos e bufou, não parecia alguém que quase fora vitima de estupro, na verdade ela era um pouco peculiar no geral.

- Posso ir para sua casa?

- O que?

Arregalei os olhos assustado com o que ela acabara de dizer, ela quase foi estuprada e agora queria ir para casa de um desconhecido, com certeza ela não era normal. Ela se virou na minha direção e ajeitou sua postura e ficou séria.

- Posso ou não?

- Sério que quer passar a noite na casa de um estranho? Não tem ninguém que possa vir te buscar?

- Sou nova na cidade e meus pais ainda não chegaram, estou sozinha e você não é um estranho. Eu te conheço.

Aquela ruiva com um parafuso ao menos me conhecia? De onde? Com certeza eu me lembraria de alguém com a aparência dela. A olhei por alguns segundos um pouco preocupado, não com ela mas comigo, com certeza eu me meteria numa fria e ela seria a culpada.

- De onde você me conhece? Porque eu não te conheço.

- Você trabalha no Burguer Bob, é o Bran. Viu? Eu te conheço.

- Você não me conhece, sabe aonde eu trabalho. É diferente, e meu nome é Brandon.

- Estela, muito prazer Brandon.

- Tem certeza que não precisa de uma tomografia?

- Estou bem, sério, uma noite na sua casa e você nunca mais vai precisar me ver.

- Não é que eu tenha problemas em te ver de novo, é que tenho certeza que você sofreu algum trauma cerebral.

- Por favor Bran, eu fico te devendo duas.

 

Espero muito que carma exista mesmo, porque se existir ele tá me devendo muito, não consegui fazer ela mudar de ideia e não tive como dizer não mais uma vez para aqueles olhos verdes e brilhantes que mesmo no escuro e eram muito brilhantes. Na verdade me impressionou que mesmo com os olhos um tanto inchados e vermelhos, como o cabelo completamente bagunçado e com o rosto suado e marcado de lágrimas ainda conseguisse ser bonita. “Brandon, seu coração de manteiga, se você amanhecer sem um rim a culpa é só sua.” Pensei e me levantei olhando para a moça, Estela.

 

- Certo, uma noite. Vou cobrar esses favores depois.

- Obrigada, Brandon.

 

A ruiva agradeceu e se levantou ficando a meu lado.

 



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